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ANÁLISE DAS PERCEPÇÕES DO ENSINO DE QUÍMICA NA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS: O CASO DA ESCOLA ESTADUAL DE ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO IRACEMA CONCEIÇÃO SILVA. AUTORA: JOELMA GOLDNER KRÜGER [1] ORIENTADOR: SIDNEI QUEZADA MEIRELES LEITE [2].
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ANÁLISE DAS PERCEPÇÕES DO ENSINO DE QUÍMICA NA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS: O CASO DA ESCOLA ESTADUAL DE ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO IRACEMA CONCEIÇÃO SILVA AUTORA: JOELMA GOLDNER KRÜGER[1] ORIENTADOR: SIDNEI QUEZADA MEIRELES LEITE[2] Ensinar exige respeito aos saberes dos educandos... Não há saber mais, nem saber menos, há saberes diferentes. Paulo Freire [1] Professora de Química, Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Iracema Conceição Silva e Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Marinete Souza Lira, Serra, ES. E-mail: joelmagoldner@gmail.com [2] Professor de Ensino de Ciências/Química, Doutor, Instituto Federal do Espírito Santo, Campus Vitória, ES. E-mail: sidneiquezada@gmail.com 1. INTRODUÇÃO Aluno 3:- Química pra mim é você ter uma base das reações, dos acontecimentos do dia a dia. Aluno 6:- É tudo! Substância e mistura. Aluno 9:- Química é tudo aquilo que temos em nosso redor. Aluno 11:- É tudo o que temos e fazemos. O interesse em desenvolver esta pesquisa foi motivado, por meio da experiência em sala de aula na Educação de Jovens e Adultos (EJA), em saber quais são as percepções dos alunos sobre o ensino de química. A EJA de nível médio é uma modalidade de ensino destinada aos portadores de certificado do ensino fundamental, com idade igual ou superior a 18 anos (BRASIL, 2006). Prontamente, o objetivo geral da pesquisa é conhecer as especificidades (de vida escolar) e, sobretudo, a exploração da percepção dos alunos sobre o ensino de química, além da sua alfabetização científica. No artigo de Paiva (2006), publicado na revista brasileira de educação, é retratado sobre o direito dos sujeitos, jovens e adultos, à educação e identifica um amplo “conjunto de reflexões de quem percorre um caminho de estudo teórico que ultrapassa os conhecimentos já disponíveis para, crítica e criativamente, ampliá-los” (PAIVA, 2006, p. 520). A verdadeira educação para, Freire (2005), que trabalhou com a EJA, deveria propor-se a desenvolver a autonomia do educando, seu autogoverno, fazê-lo responsável pela construção do seu próprio conhecimento; contrário, portanto à passividade do educando. Prontamente, a pesquisa é relevante, pois irá analisar as diferentes percepções que os discentes têm sobre o ensino química para um melhor entendimento de suas trajetórias escolares, conhecendo desta forma as suas singularidades e especificidades. Já o movimento de ciência, tecnologia e sociedade (CTS) no meio educacional, no ensino de ciências (CHASSOT, 2003), concebe uma tentativa de formar cidadãos científica e tecnologicamente alfabetizados, capazes de tomar decisões (AULER; BAZZO, 2001). QUADRO 1 - Transcrição das falas apresentadas por quatro alunos referentes à pergunta: “O que é Química?”. Fonte: Questionário aluno EJA 2011 (N=28). Com a transcrição da fala, por exemplo, a do discente 3 “[...] ter uma base das reações, dos acontecimentos do dia a dia” indica que ele já sabe que tudo está intrinsecamente relacionado a química, ou seja, conforme os alunos 6 e 11 “é tudo[...]”. Prontamente, os conceitos difundidos pela química devem proporcionar um conjunto de conceitos significativos para o educando, ou seja, deve possibilitar a construção do conhecimento científico. Por sua vez quando os alunos foram instigados a dizer de que maneira o ensino de química mudou sua forma de pensar, obteve-se as seguintes respostas, transcritas no quadro (2): Escola Pública envolvida na pesquisa: Iracema Conceição Silva Aluno 13:- De uma maneira melhor possível. Para ter uma determinação na química. Aluno 16:- Sobre a comida que nós alimentamos. Aluno 19:- Ajudou em tudo! Até nos cálculos matemáticos. Aluno 28:- Fico pensando como seria a vida sem a química, pois até a água aparentemente tão pura, tem química. QUADRO 2 - Transcrição das falas apresentadas por quatro alunos referentes à pergunta: “De que maneira o ensino de Química mudou sua forma de pensar? Cite uma situação em que o ensino de Química modificou sua atitude ou lhe ajudou a compreender melhor um acontecimento”. Fonte: Questionário Aluno EJA 2011 (N=28). A resposta apresentada pelo aluno 16 “Sobre a comida que nós alimentamos”, pode-se inferir que possivelmente a química ajudou-lhe a despertar o interesse em continuar estudando, e de fazer o curso de nutrição. Já quando o aluno 28 diz “Fico pensando como seria a vida sem a química, pois até a água aparentemente tão pura, tem química”, percebe-se o entendimento do aluno, de sua alfabetização científica ao relacionar a água como uma substância química composta por dois elementos químicos diferentes que são: o hidrogênio e o oxigênio. O ensino de ciências, na abordagem CTS, deve favorecer a aculturação científica dos discentes, desta forma, sendo seres ativos, autônomos e participativos do processo de construção, prontamente, é importante que o aluno se reconheça como um ser capaz de conhecer, um ser cognoscente, como na fala do aluno 28 “[...] Assim sabemos o que é bom ou prejudicial para a vida”, um ser conhecedor de sua própria trajetória e o seu envolvimento com o bem estar da sociedade. Movimento Ciência-Tecnologia-Sociedade Repensar as práticas pedagógicas de química do Ensino Médio 2. metodologia Trata-se de um estudo exploratório, (observação/descoberta/avaliação), desenvolvido com abordagem qualitativa (DEMO, 2008), construído a partir de observações, aplicação de questionário composto de perguntas abertas e fechadas, análise de documentos oficiais como leis e portarias, artigos e livros da área de ensino de ciências e matemática. Além disso, pessoas de notório saber contribuíram de forma direta e indireta com o desenvolvimento deste trabalho. A metodologia qualitativa, segundo Lüdke e André (1986), o estudo qualitativo é o que se desenvolve numa situação natural, rico em dados descritivos, e tem um plano aberto e flexível que focaliza a realidade de forma complexa e contextualizada. Os sujeitos envolvidos na pesquisa foram 28 alunos (N=28) do 3º ano do ensino médio da modalidade EJA do ano letivo de 2011. Participaram, também, várias pessoas, de notório saber, que contribuíram de forma direta ou indireta com o desenvolvimento da pesquisa. Para o levantamento do perfil e das concepções sobre o ensino de química dos discentes, foi aplicado um questionário, composto de perguntas abertas e fechadas. 4. CONCLUSÃO Uma relevante constatação do estudo foi à percepção que todos os alunos que participaram da pesquisa, gostam e entendem a importância da química, além da seriedade do incremento de CTS nas aulas para que os discentes abarquem a estima de uma ciência para toda a sociedade, com suas potencialidades e limitações. As ciências e as técnicas são, a um só tempo, criações e criadoras do ser humano e do mundo em que vivemos. Permanentemente se produz uma ciência que transforma o mundo e é transformada por ele. Na relação do ser humano com o meio ambiente - natureza- ele se transforma a sim mesmo caracterizando uma categoria ontológica. Em suma, o conhecimento que o homem tem de algo é fruto de sua experiência de vida. O homem é um ser socialmente construído, logo, é importante levar em consideração a sua história de vida na alfabetização científica. aGRADECIMENTOS Os autores agradecem o apoio do IFES, do CEAD e da UAB. 3. ANÁLISE E RESULTADOS REFERÊNCIAS A EJA tem como princípio educativo o trabalho, no qual ele é uma necessidade natural e eterna da raça humana, sem a qual o homem não pode existir. A importância do trabalho como atividade humana é que o homem age nas relações conscientemente (PINTO, 2010). A dimensão ontológica segundo a autora Lima (2009) é intrínseca à espécie humana e se aludi ao ser enquanto elaborador dos bens, que garantam sua adequada existência, brotando conhecimentos e cultura humana e uma dimensão que se constitui em histórica, que corresponde à maneira em que se organiza em cada momento histórico. Atualmente para trabalhar, segundo Ramos (2010) é exigido na maioria das funções um mínimo de escolaridade, no qual muitas vezes, muitas pessoas são excluídas do mercado de trabalho. Com o objetivo de conhecer a concepção sobre a química dos discentes, perguntou-se: O que é química? - Segue algumas respostas no quadro (1): AULER, D.; BAZZO, W.A. Reflexões para a implementação do movimento CTS no contexto educacional brasileiro. Ciência e Educação, Bauru, v.7, n.1, p.1-13, 2001. Brasil. Decreto nº 5.840, de 13 de julho de 2006. Institui, no âmbito federal, o Programa Nacional de Integração da Educação Profissional com a Educação Básica na Modalidade de Educação de Jovens e Adultos - PROEJA, e dá outras providências. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, 14 jul. 2006. CARVALHO, A.M.P. Critérios Estruturantes para o Ensino das Ciências. In: CARVALHO, A.M.P. (Org.). Ensino de ciências: unindo a pesquisa e a prática. 2. reimp.1.ed. São Paulo: Cengace Learning, 2009. CHASSOT, A. Alfabetização científica: questões e desafios para a educação. Ijuí: Unijuí, 2003. DEMO, P. Metodologia do conhecimento científico. São Paulo: Atlas, 2008. FREIRE, P. Pedagogia do Oprimido. 47. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2005. LIMA, V.F.S. O princípio educativo do trabalho no contexto da educação de adultos. 2009. 53p. Monografia (Especialização em Educação Profissional Integrada a Educação Básica na Modalidade de Educação de Jovens e Adultos – PROEJA) - Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Goiás, 2009. LUDKE, M.; ANDRE, M. Pesquisa em educação: abordagens qualitativas. São Paulo: EPU, 1986. PINTO, A.H. Trabalho, ciência e cultura como princípio e fundamento da educação profissional. Vitória: Instituto Federal do Espírito Santo, 2010. RAMOS, M. Concepção do ensino médio integrado. Paraná: Secretaria de Educação. Disponível em<www.iiep.org.br/curriculo_integrado.pdf.> acesso em: 28 de maio De 2011.