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Para se entender o processo do movimento modernista brasileiro é necessário olhar para o contexto das duas primeiras décadas do século: ainda muito presos ao academicismo e às influências francesas da belle époque, alguns jovens de São Paulo, intelectuais e artistas começam a sentir a necessidade de uma atualização das artes, ao mesmo tempo que uma busca de identidade nacional, através do retorno às raízes culturais do país. Estes anseios de modernização e de nacionalismo são desencadeados pela Primeira Guerra e pela proximidade dos festejos do primeiro centenário da Independência. As informações fragmentadas sobre as vanguardas vindas da Europa vão confluir com esta necessidade de renovação. Alguns eventos e exposições marcam este período e antecedem a eclosão do Modernismo Brasileiro, com a Semana de Arte Moderna de 1922
Lasar Segall, Mercadores • LASAR SEGALL • A exposição de Lasar Segall, em 1913, apesar de não causar muita repercussão, vai sinalizar contatos com as vanguardas alemãs A exposição de Lasar Segall, em 1913, apesar de não causar muita repercussão, vai sinalizar contatos com as vanguardas alemãs
Anita Malfati, O homem amarelo • ANITA MALFATTI • A exposição de Anita Malfatti, em 1917, que instiga os artistas e jovens intelectuais a se organizar como grupo e promover a arte moderna nacional, que terá lugar em São Paulo, embalado pelo progresso e industrialização acelerada, contando ainda com a presença maciça de imigrantes italianos- o que acaba facilitando a ausência de uma tradição burguesa e conservadora como a existente no Rio de Janeiro
Anita Malfati, A boba • 1917 - Exposição de Anita Malfatti. O escritor Monteiro Lobato escreve o artigo "Paranóia ou Mistificação?", onde critica vigorosamente as inovações na pintura de Anita e se envolve em uma polêmica com os principais artistas do movimento modernista.
Di Cavalcanti, Moças • DI CAVALCANTI • São Paulo SP - É um dos idealizadores e organizadores da Semana de Arte Moderna. Ilustra a capa do programa e catálogo de exposição, realizada no Teatro Municipal
Di Cavalcanti, Samba • A arte de Di Cavalcanti, bem como sua pessoa humana, bem como seu método d ofício, está fundada na liberdade.
Baile Popular óleo sobe tela - 89 x 116 cm. - 1972 - • O que dará, porém, este clima de sensualidade aos quadros de Di Cavalcanti não será a figura da mulata em si, mas o tratamento que ele dará à pintura e principalmente à cor
AUTO - RETRATO • TARSILA DO AMARAL • Em 1920 embarca para a Europa objetivando ingressar na Académie Julian em Paris. Frequenta também o ateliê de Émile Renard. Em 1922 tem uma tela sua admitida no Salão Oficial dos Artistas Franceses.
*A Negra - Esta tela foi pintada por Tarsila em Paris. A Negra temos elementos cubistas no fundo da tela e ela também é considerada antecessora da Antropofagia na pintura de Tarsila. Essa negra de seios grandes, fez parte da infância de Tarsila, pois seu pai era um grande fazendeiro, e as negras, geralmente filhas de escravos, eram as amas-secas, espécies de babás que cuidavam das crianças.
*Abaporu - Este é o quadro mais importante já produzido no Brasil. Tarsila pintou um quadro para dar de presente para o escritor Oswald de Andrade, seu marido na época.
Auto-retrato - Em Paris, Tarsila foi a um jantar em homenagem a Santos Dumont com esta maravilhosa capa (Manteau Rouge, em francês, significa casaco, manto vermelho).
VICTOR BRECHERET • Reformulando o modernismo Brasileiro, Victor Brecheret nasceu em 22 de fevereiro de 1894. Após viagens à Europa fixou-se seis anos em Roma, volta à São Paulo em 1919.
Na Semana da Arte Moderna 1922, no qual estava ausente, deixou apresentado 12 peças, entre elas a obra Eva e a premiada Templo da Minha Raça. e a mais importante Monumento às Bandeiras.
Cartaz da Semana de Arte Moderna de 1922, autoria de Di Cavalcanti.Imagem: vereda.saber.ula.ve
Acontece a Semana de Arte Moderna, no Teatro Municipal, com a participação de Mário de Andrade, Oswald de Andrade, Tarsila do Amaral, Heitor Villa-Lobos, Graça Aranha e outros, chocando a sociedade paulistana.
Principais questões abordadas:A realização da Semana de Arte Moderna de 1922, mais do que um evento historicamente legitimado, vai servir, em nossa abordagem, como fio condutor para o conhecimento da produção artística brasileira da década de 1920. Portanto, essa apreciação explora o período anterior e o posterior à Semana, evidenciando a adoção paulatina das vanguardas artísticas européias, especialmente aquelas vinculadas ao cubismo. Além das matrizes estilísticas, o conhecimento das obras deve incitar a reflexão sobre o internacionalismo e o nacionalismo no modernismo brasileiro.
Vicente do Rego Monteiro (1899-1970). Pintor brasileiro nascido e falecido na cidade do Recife (PE). • ATIRADOR DE ARCOS 1,08M X 1,37M
Era descendente, por parte de mãe, de Pedro Américo. Entre 1911 e 1914, estudou em Paris na Académie Julien - também freqüentada por Tarsila do Amaral*. Vicente do Rego Monteiro, "O combate", pintura, 1927, Acervo Museu de Grenoble
Mulher Sentada • De volta ao Brasil, participou ativamente da vida artística, tomando parte no concurso para o Monumento aos Heróis (1917) em Recife. Três anos depois, expôs em São Paulo várias aquarelas e desenhos, entre os quais alguns que exploravam a temática regional (foi um dos primeiros pintores a incorporar assuntos brasileiros aos seus trabalhos).
Candido Portinari • As cores alegres das pipas e das roupas das crianças, representam imagens da infância. Meninos com Pipa
CAFÉ (1934) • REPRESENTA O TRABALHO DURO DOS COLHEDORES DE CAFÉ, COM CACTERISTICAS MARCANTES
Em 1922, Portinari executou um retrato para o Salão de Belas Artes, e ganhou medalha de bronze pelo seu trabalho. Mestiço - (Cândido Portinari 1934 - Óleo sobre tela)
MOÇAS EM OLINDA 73 X 60 cm óleo sobre tela ass. inf. dir. dec. 50 • CÍCERO DIAS“A cor violenta e explosiva das telas de Cícero Dias não resulta apenas do desejo de reproduzir as manifestações decorativas da natureza; são mais do que isso, são elementos primordiais da nossa terra, da nossa vida, da nossa maneira de ser e de reagir ante o ambiente que nos cerca.
Cícero Dias sobre as circunstâncias históricas e artísticas que o levaram a criar o quadro Eu Vi o Mundo… Ele Começava no Recife, feito em homenagem ao político abolicionista Joaquim Nabuco. Duração: 35 minutos.
FACAHADA COM BANDEIRINHA • Alfredo Volpi • Até os anos 30, Volpi elabora sua técnica e, principalmente, a partir da década de 1930, emerge um trabalho mais consciente, utilizando-se das cores para a construção de um equilíbrio muito próprio.