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Profa.Karla Faria. Geração de 45. Literatura Brasileira Contemporânea. “Liberdade é uma palavra que o sonho humano alimenta, não há ninguém que explique e ninguém que não entenda.” Cecília Meireles. Profa.Karla Faria. Panorama Histórico. 1945-1960; Fim da 2ª Guerra Mundial;
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Profa.Karla Faria Geração de 45 Literatura Brasileira Contemporânea “Liberdade é uma palavra que o sonho humano alimenta, não há ninguém que explique e ninguém que não entenda.” Cecília Meireles
Profa.Karla Faria Panorama Histórico • 1945-1960; • Fim da 2ª Guerra Mundial; • Divisão do mundo em 2 blocos: capitalista e socialista; • Desenvolvimento das indústrias;
Profa.Karla Faria Prosa Intimista • Experiência de aprofundamento das questões psicológicas e experimentais. • Mergulho no subconsciente, ruptura com a linearidade da narrativa; • fluxo de consciência- não se respeita a ordem cronológica com começo, meio e fim. A narrativa se constrói com base na emoção e nas percepções da memória); • inauguração do monólogo interior que favorece as reflexões e a introspecção das personagens • Clarice Lispector.
Profa.Karla Faria Prosa Regionalista • Guimarães Rosa reelabora a linguagem regional, inventa palavras, revê significados já existentes, empresta termos de línguas estrangeiras. A surpresa e o inesperado dessa linguagem, experimental e absolutamente nova, acrescentam novos sentidos à leitura; • Sertão representa o Universo; • Sertanejo- homem universal que se debate em eternos problemas: o bem e o mal, o amor, a morte, o eterno e o presente, o real e o místico. • Aforismos- tipo um tipo de frase que resume uma verdade, um pensamento.. Exemplo: Mestre não é quem ensina, mas quem de repente aprende”. Guimarães Rosa. • Grande Sertão: veredas- é um marco sem precedentes em nossa literatura. Parte de uma história aparentemente simples: a entrada de Riobaldo para um bando de jagunços e o assassinato do líder Joca Ramiro. A história é narrada pelo próprio Riobaldo, já velho, a uma personagem cujas falas são apenas sugeridas. O protagonista conta sua trajetória de vida, seus amores, as lutas que participa, sua rivalidade com o líder jagunços Hermórgenes, suas andanças pelos sertões do sul de Minas e a atração proibida por rReinaldo/Diadorin. Ao ser lançada, a obra foi considerada a mais perturbadora e inovadora experimentação lingüística e literária do romance brasileiro.
Profa.Karla Faria Poesia • Rejeição de valores modernistas da 1ª fase (verso livre, poema-piada, irreverência); • Retomada do rigor formal; • Vocabulário mais erudito; • Seguir regras de metrificação; • Neoparnasianismo; • Metapeosia; • João Cabral de Melo Neto e Mario Quintana.
Catar feijão- João Cabral de Melo Neto1.Catar feijão se limita com escrever:joga-se os grãos na água do alguidare as palavras na folha de papel;e depois, joga-se fora o que boiar.Certo, toda palavra boiará no papel,água congelada, por chumbo seu verbo:pois para catar esse feijão, soprar nele,e jogar fora o leve e oco, palha e eco. 2. Ora, nesse catar feijão entra um risco:o de que entre os grãos pesados entreum grão qualquer, pedra ou indigesto,um grão imastigável, de quebrar dente.Certo não, quando ao catar palavras:a pedra dá à frase seu grão mais vivo:obstrui a leitura fluviante, flutual, açula a atenção, isca-a como o risco.
Morte e vida severina – João Cabral de Melo Neto “Somos muitos Severinos iguais em tudo na vida: na mesma cabeça grande que a custo é que se equilibra, no mesmo ventre crescido sobre as mesmas pernas finas e iguais também porque o sangue, que usamos tem pouca tinta. E se somos Severinos iguais em tudo na vida, morremos de morte igual, mesma morte severina: que é a morte de que se morre de velhice antes dos trinta, de emboscada antes dos vinte de fome um pouco por dia (de fraqueza e de doença é que a morte severina ataca em qualquer idade, e até gente não nascida). ”
E não há melhor resposta que o espetáculo da vida: vê-la desfiar seu fio, que também se chama vida, ver a fábrica que ela mesma, teimosamente, se fabrica, vê-la brotar como há pouco em nova vida explodida mesmo quando é assim pequena a explosão, como a ocorrida como a de há pouco, franzina mesmo quando é a explosão de uma vida severina. ” • “—— Severino, retirante, deixe agora que lhe diga: eu não sei bem a resposta da pergunta que fazia, se não vale mais saltar fora da ponte e da vida nem conheço essa resposta, se quer mesmo que lhe diga é difícil defender, só com palavras, a vida, ainda mais quando ela é esta que vê, severina mas se responder não pude à pergunta que fazia, ela, a vida, a respondeu com sua presença viva. http://www.youtube.com/watch?v=8_uWP-XJlQk (Final)
Motivo- Cecília MeirelesEu canto porque o instante existee a minha vida está completa.Não sou alegre nem sou triste:sou poeta.Irmão das coisas fugidias,não sinto gozo nem tormento.Atravesso noites e diasno vento.Se desmorono ou se edifico,se permaneço ou me desfaço,— não sei, não sei. Não sei se ficoou passo.Sei que canto. E a canção é tudo.Tem sangue eterno a asa ritmada.E um dia sei que estarei mudo:— mais nada.
Profa.Karla Faria Soneto da Fidelidade Vinicius de Moraes De tudo, ao meu amor serei atentoAntes, e com tal zelo, e sempre, e tantoQue mesmo em face do maior encantoDele se encante mais meu pensamento. Quero vivê-lo em cada vão momentoE em seu louvor hei de espalhar meu cantoE rir meu riso e derramar meu prantoAo seu pesar ou seu contetentamento. E assim, quando mais tarde me procureQuem sabe a morte, angústia de quem viveQuem sabe a solidão, fim de quem ama Eu possa me dizer do amor (que tive):Que não seja imortal, posto que e chamaMas que seja infinito enquanto dure.
Profa.Karla Faria Garota de Ipanema Tom Jobim e Vinícius de Moraes Olha, que coisa mais linda,Mais cheia de graça,É ela, menina, que vem e que passa,Num doce balanço, a caminho do mar.Moça do corpo dourado,Do sol de Ipanema,O seu balançadoÉ mais que um poemaÉ a coisa mais lindaQue eu já vi passar Ah, por que estou tão sozinho?Ah, por que tudo é tão triste?Ah, a beleza que existeA beleza que não é só minha,Que também passa sozinha. Ah, se ela soubesseQue quando ela passa,O mundo inteirinhoSe enche de graçaE fica mais lindoPor causa do amor.
DAS UTOPIAS Mário Quintana Se as coisas são inatingíveis... ora!Não é motivo para não querê-las...Que tristes os caminhos, se não foraA presença distante das estrelas!