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Abordagens qualitativas Graduação em Ciências Sociais

Abordagens qualitativas Graduação em Ciências Sociais. Entrevistas narrativas. Questões teóricas. A narrativa expressa uma experiência humana e pode assumir várias formas: mito, lenda, fábula, pintura, cinema, história em quadrinhos, conversação.

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Abordagens qualitativas Graduação em Ciências Sociais

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Presentation Transcript


  1. AbordagensqualitativasGraduaçãoemCiênciasSociais Entrevistas narrativas

  2. Questões teóricas • A narrativa expressa uma experiência humana e pode assumir várias formas: mito, lenda, fábula, pintura, cinema, história em quadrinhos, conversação. • Contar histórias é uma forma elementar de comunicação humana. • As narrativas são ricas de indícios porque se referem à experiência pessoal e tendem a ser detalhadas, com foco em acontecimentos e ações. • A dimensão cronológica e o enredo.

  3. Contar histórias como esquema autogerador • Textura detalhada: deve-se levar o ouvinte em consideração, aumentando os detalhes caso ele não possua elementos para compreender. A história dará conta do tempo, lugar, motivos, pontos de orientação, planos, estratégias e habilidades. • Fixação da relevância, de acordo com a perspectiva do narrador, de forma seletiva. • Fechamento da Gestalt: o acontecimento central mencionado na narrativa deve ser contado em sua totalidade, com começo, meio e fim.

  4. Técnica da entrevista narrativa • Princípio básico: não utilizar o esquema pergunta-resposta e não pré-estruturar a entrevista. Empregar o esquema de narração • O artigofundadordatécnica: SCHUTZE, Fritz. Pressure and guilt: war experiencias of a young german soldier and their biographical implications. International Sociology, v. 7, n. 2, p. 187-208, June 1992. • Fasesdaentrevista: preparação, iniciação, narração central, fase de perguntas, falaconclusiva.

  5. Preparação • Exploração do campo: investigações preliminares, ler documentos, tomar nota de boatos e relatos informais de algum acontecimento específico. • Formular questões exmanentes, que refletem intenções do pesquisador, suas formulações e linguagens, em contraposição questões imanentes (temas e tópicos que surgem durante a narração trazida pelo informante). • O ponto crucial da tarefa é traduzir questões exmanentes em questões imanentes, ancorando questões exmanentes na narração e fazendo uso exclusivamente da linguagem do entrevistado.

  6. Iniciação • Formulação do tópico inicial para narração, que representa os interesses do entrevistador. • O tópico inicial deve fazer parte da experiência do informante e deve ser de significância pessoal e social, comunitária. • O interesse e o investimento do informante no tópico não devem ser mencionados, para que este não assuma papéis desde o início. • O tópico deve ser suficientemente amplo • Evitar formulações indexadas, não referir datas, nomes, lugares, informações que devem ser recuperadas pelo entrevistado. • Emprego de auxílios visuais.

  7. A narração central • Não interromper • Somente encorajamento não-verbal (“hã, hã..”, “sim”, “tá”, acenar com a cabeça etc.) para continuar a narração. • Esperar para os sinais de finalização.: “É tudo o que você gostaria de contar?”, “Há algo que ainda queira dizer?”

  8. Fase de questionamentos • Somente “Que aconteceu, então?” • Não dar opiniões ou fazer perguntas sobre atitudes. • Não discutir sobre contradições. • Não fazer perguntas do tipo “Por quê?”, mas somente questões que se refiram aos acontecimentos, como “O que ocorreu antes/depois/então?” • Ir de questões exmanentes para perguntas imanentes.

  9. Fala conclusiva • Parar de gravar • São permitidas perguntas do tipo “Por quê?”, como porta de entrada para a análise subsequente • Fazer anotações imediatamente depois da entrevista

  10. Vantagens e limitações da entrevista narrativa • Expectativas incontroláveis na entrevista. Deve-se esperar que a comunicação do informante tenha algo de estratégico. • A narração numa EM é uma função da situação como um todo e deve ser interpretada à luz da situação em estudo, da estratégia presumida do narrador e das expectativas que o informante atribui ao entrevistador. • Regras “irrealísticas”: o problema de “fazer o papel de ignorante” por parte do entrevistador. • O procedimento como um tipo ideal. • A entrevista episódica como técnica para contornar o problema das regras “irrealísticas”.

  11. Vantagens e limitações da entrevista narrativa • Narrativas muito curtas podem indicar o fracasso da técnica, mas também podem indicar um posicionamento em relação aos acontecimentos por certos grupos. • A formulação do tópico inicial pode ser inadequada • A superprodução de narrativas também podem se relacionar a ansiedades neuróticas e a mobilização exacerbada da imaginação com distanciamento da realidade empírica.

  12. Indicações para EN • Projetos que investigam acontecimentos específicos, como assuntos “quentes” ligados a políticas locais. • Projetos onde várias “versões” estão em jogo. Diferenças nas perspectivas. • Projetos que combinem histórias de vida com contextos socio-históricos, como narrativas de guerra e narrativas de exílio político e perseguição.

  13. Análise das ENs • O cuidado na transcrição e sua relação com as finalidades do estudo. • A proposta de Schutze: • Transcrição detalhada em alta qualidade do material verbal • Divisão do texto em material indexado (quem fez o que, onde, quando, onde e por quê) e material não indexado (relativo a valores, juízos, conhecimento prático, sabedoria de vida). • Usar todos os componentes indexados para analisar o ordenamento dos acontecimentos para cada indivíduo, compondo as “trajetórias”. • As dimensões não indexadas são investigadas como “análise do conhecimento”, tentando expressar como o informante representa sua autocompreensão • Agrupamento e comparação entre as trajetórias individuais. • Numa derradeira comparação de casos, as trajetórias individuais são colocadas dentro do contexto e as semelhanças são estabelecidas, permitindo a identificação de estratégias coletivas.

  14. Análise das ENs • Análise temática: construindo um referencial de codificação • As unidades do texto são progressivamente reduzidas em duas ou três rodadas de séries de paráfrases, até chegar a palavras-chaves. • Desenvolve-se um sistema de categorias com o qual todos os textos podem ser codificados. • O produto final constitui uma interpretação das entrevistas juntando estruturas de relevância dos informantes com as do entrevistador. Aproximação com a análise de conteúdo clássica, inclusive empregando procedimentos estatísticos.

  15. Análise das ENs • Análise estruturalista • Focaliza os elementos formais das narrativa: dimensão paradigmática e dimensão sintagmática. • Compreender uma história é captar não apenas como o desenrolar dos acontecimentos é descrito, mas também a rede relações e sentidos que confere a estrutura da narrativa como um todo. Por isso é vital identificar o enredo na análise das narrativas. • Proposta de ABELL: Parafrasear relatos em unidades que compreendem contextos, ações, omissões e efeitos; construir gráficos, ligando atores, ações e efeitos no tempo, para representar e comparar formalmente cursos particulares de ações.

  16. Narrativa, realidade, representação • A narrativa privilegia a realidade do que é experienciado. • As narrativas não são um espelho do mundo, mas representações/interpretações particulares do mundo. • As narrativas não estão abertas à comprovação e não podem ser julgadas como verdadeiras ou falsas, mas expressam a verdade de um ponto de vista, de uma situação. • As narrativas estão sempre inseridas no contexto socio-histórico; uma voz específica numa narrativa só pode ser compreendida num contexto mais amplo.

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