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O PROTESTANTISMO FRANCÊS NO SÉCULO DA REFORMA Alderi Souza de Matos

O PROTESTANTISMO FRANCÊS NO SÉCULO DA REFORMA Alderi Souza de Matos. II. A IGREJA REFORMADA DA FRANÇA. O precursor da Reforma Protestante na França foi o humanista e erudito bíblico Jacques Lefèvre D’Étaples (c.1455-1536).

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O PROTESTANTISMO FRANCÊS NO SÉCULO DA REFORMA Alderi Souza de Matos

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Presentation Transcript


  1. O PROTESTANTISMO FRANCÊS NO SÉCULO DA REFORMAAlderi Souza de Matos

  2. II. A IGREJA REFORMADA DA FRANÇA

  3. O precursor da Reforma Protestante na França foi o humanista e erudito bíblico Jacques Lefèvre D’Étaples (c.1455-1536). • Lefèvre deu ênfase à autoridade das Escrituras, à interpretação “literal-espiritual”, à salvação pela graça, à justificação pela fé e à eleição.

  4. Jacques Lefèvre D’Étaples (c. 1455-1536)

  5. Calvino visitou Lefèvre em Nerac, na primavera de 1534. Lefèvre teria dito que o futuro reformador seria “um instrumento para o estabelecimento do reino de Deus na França”. • Entre os seus discípulos estava o bispo Briçonnet, de Meaux, que incentivava seus fiéis a lerem as Escrituras, mas não chegou a romper com a Igreja Romana.

  6. O movimento reformado francês surgiu na década de 1530. As primeiras congregações foram dispersas pela repressão político-religiosa. • O rei Francisco I (1515-1547) de início foi tolerante com os reformados, mas depois mostrou-se extremamente hostil. Houve intensas perseguições e muitas execuções cruéis.

  7. Francisco I (1515-1547)

  8. Henrique II (1547-1559) foi ainda mais rigoroso que o seu pai. Era casado com a italiana Catarina de Médicis (Medici). • Em 1555 foi organizada em Paris a primeira igreja protestante. Nesse ano, Villegagnon fundou no Brasil a França Antártica.

  9. Catarina de Médicis (1519-1589)

  10. Catarina de Médicis (Medici)

  11. Em 1559 reuniu-se o primeiro sínodo nacional das Igrejas Reformadas da França. Esse sínodo aprovou a Confissão Galicana, redigida essencialmente por Calvino. • Os protestantes franceses ficaram conhecidos como huguenotes. Entre eles havia artesãos, comerciantes e até algumas famílias nobres, como os Bourbon e os Montmorency.

  12. Mapa do protestantismo francês

  13. Os huguenotes estavam concentrados principalmente no oeste e sudoeste da França e recebiam forte apoio de Genebra. • Um dos objetivos da Academia de Genebra, fundada em 1559, era formar pastores para as igrejas reformadas da França.

  14. Academia de Genebra (1559)

  15. Com o grande crescimento do movimento reformado, surgiram no país dois partidos político-religiosos: o partido huguenote, liderado pelo almirante Gaspar de Coligny, Luís de Condé e Henrique de Navarra, e o partido católico, chefiado pela poderosa família Guise-Lorraine.

  16. Almirante Gaspard de Coligny (1519-1572)

  17. Gaspard de Coligny

  18. Henrique, duque de Guise

  19. Em 1559 o rei Henrique II morreu em uma competição. Foi sucedido no trono por seus três filhos, o primeiro dos quais governou pouco tempo – Francisco II (1559-1560). • Em 1560, uma conspiração dos Bourbon contra os Guise foi descoberta e os rebeldes foram barbaramente executados. Subiu ao trono Carlos IX (1560-1574).

  20. O fim da conspiração de Amboise

  21. Carlos IX (1560-1574)

  22. Em setembro de 1561, tentando apaziguar os ânimos, a rainha regente Catarina de Médicis convocou as lideranças católicas e reformadas para o Colóquio de Poissy. A delegação huguenote foi chefiada por Teodoro Beza, pastor auxiliar de Calvino. • O fracasso desse encontro abriu caminho para as guerras religiosas que afligiram a França durante várias décadas.

  23. O Colóquio de Poissy (setembro de 1561)

  24. Em 1º de março de 1562, soldados do duque Francisco de Guise atacaram um grupo de huguenotes que realizavam um culto em um celeiro – cerca de 60 pessoas foram mortas. • O massacre de Vassy deu início à primeira guerra de religião, que terminou com o Tratado de Amboise no ano seguinte.

  25. Massacre de Vassy (1562)

  26. Massacre de Vassy

  27. Francisco, Duque de Guise

  28. Massacre de Tours (1562)

  29. Em seguida vieram a 2ª guerra (1567-1568), que terminou com o Tratado de Longjumeau, e a 3ª (1568-1570), encerrada com a Paz de Saint Germain. • No meio de todo esse sofrimento, as igrejas reformadas continuavam crescendo em muitas regiões do país. Esse crescimento gerava intensa preocupação em alguns círculos políticos e religiosos.

  30. Templo do Paraíso, em Lyon (década de 1560)

  31. Recurso visual: “Dá-nos hoje nosso pão de cada dia”

  32. Nos conflitos, verificou-se um padrão: os huguenotes costumavam atacar edifícios católicos e destruir objetos sagrados. Os católicos reagiam atacando e matando pessoas. • O episódio mais brutal dessas hostilidades foi o massacre do dia de São Bartolomeu.

  33. Desfile da Liga Católica, liderada por Henrique de Guise

  34. No dia 18 de agosto de 1572 realizou-se em Paris o casamento do príncipe protestante Henrique de Navarra (Bourbon) com a princesa Margarete de Valois, filha de Catarina de Médicis e irmã do rei Carlos IX. • Toda a elite dos huguenotes foi para a capital a fim de participar das festividades.

  35. Henrique (duque de Anjou), Carlos IX e Catarina de Médicis

  36. No dia 22, o almirante Coligny sofreu um atentado, mas sobreviveu. Os huguenotes ficaram indignados e exigiram providências por parte do governo. Esse evento foi o estopim do massacre. • No dia seguinte, o rei, seu irmão Henrique (duque de Anjou), Catarina e seus conselheiros concluíram que os líderes huguenotes deviam ser eliminados.

  37. Coligny após sofrer o atentado (pintor: Giorgio Vasari)

  38. Na madrugada do domingo, dia 24 de agosto de 1572, sob o comando de Henrique, duque de Guise, as tropas reais assassinaram o almirante Coligny e outros líderes. • Estimulados por isso, milicianos e extremistas começaram uma prolongada orgia de saques e matanças, trucidando indiscriminadamente homens, mulheres e crianças.

  39. Dia de São Bartolomeu (1572)

  40. Logo os massacres se estenderam a outras cidades: Orléans, Lyons, Rouen, Saumur, Bourges, Meaux, Bordeaux e Toulouse. Uma estimativa conservadora calcula que houve 3000 vítimas em Paris e outras 8000 no interior do França.

  41. Estátua de Gaspard de Coligny

  42. O papa Gregório XIII exultou. Lançou uma medalha especial e contratou a produção de várias afrescos para comemorar o evento. • Muitos protestantes conseguiram escapar. Alguns se refugiaram nas fortalezas de Sancerre e La Rochelle. Milhares fugiram para Genebra, Basiléia, Estrasburgo ou Londres.

  43. Medalha de Gregório XIII: “Ugonottorum Strages”

  44. Muitos outros abjuraram a sua fé. Beza observou: “O número de apóstatas é quase impossível de contar”. • O massacre do dia de São Bartolomeu deu início a mais uma guerra, a quarta, que só terminou com uma trégua em 1574. Nesse ano subiu ao trono Henrique III (1574-1589), em cujo reinado houve outras três guerras.

  45. Guerra civil francesa

  46. Finalmente, em 1589 tornou-se rei da França o príncipe protestante Henrique de Navarra, com o título de Henrique IV (1589-1610). Era filho da piedosa calvinista Jeanne D’Albret. • Em 1593, Henrique IV, famoso pelas suas vacilações religiosas, converteu-se ao catolicismo para assegurar a posse do trono. Segundo consta, ele teria dito: “Paris vale uma missa”.

  47. Henrique IV de Navarra (1553-1610)

  48. Jeanne D’Albret, rainha de Navarra, mãe de Henrique de Bourbon

  49. Finalmente, em 1598, Henrique resolveu por um fim às guerras de religião e beneficiou os seus antigos correligionários com o Tratado de Nantes, que concedeu liberdade civil e religiosa aos huguenotes, exceto em algumas cidades como Paris, Rheims, Toulouse, Lyons e Dijon.

  50. Os huguenotes voltaram a prosperar e a crescer até que o Edito de Nantes foi revogado pelo rei Luís XIV em 1685. Iniciou-se novo período de intensas provações – a “igreja no deserto”. Milhares deixaram o seu país e emigraram para a Holanda, Prússia, Inglaterra e Estados Unidos.

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