1 / 21

Semana de História da UFMS/CEUL: “Estudos afro-brasileiros” História e Cultura: Reflexões

Semana de História da UFMS/CEUL: “Estudos afro-brasileiros” História e Cultura: Reflexões. Mesa Redonda: “Educação e Família” RACISMO, PRECONCEITO E DISCRIMINAÇÃO RACIAL NA EDUCAÇÃO Prof.ª Dr.ª Terezinha Bazé de Lima

wolcott
Download Presentation

Semana de História da UFMS/CEUL: “Estudos afro-brasileiros” História e Cultura: Reflexões

An Image/Link below is provided (as is) to download presentation Download Policy: Content on the Website is provided to you AS IS for your information and personal use and may not be sold / licensed / shared on other websites without getting consent from its author. Content is provided to you AS IS for your information and personal use only. Download presentation by click this link. While downloading, if for some reason you are not able to download a presentation, the publisher may have deleted the file from their server. During download, if you can't get a presentation, the file might be deleted by the publisher.

E N D

Presentation Transcript


  1. Semana de História da UFMS/CEUL:“Estudos afro-brasileiros”História e Cultura: Reflexões Mesa Redonda: “Educação e Família” RACISMO, PRECONCEITO E DISCRIMINAÇÃO RACIAL NA EDUCAÇÃO Prof.ª Dr.ª Terezinha Bazé de Lima Membro do Departamento de Educação e Pesquisa do Instituto Casa da Cultura Afro-Brasileira; Professora do Instituto de Ensino Superior da FUNLEC/UNIGRAN em Campo Grande. Site: http://www.baze.hpg.com.br E-mail: bazedelima@brturbo.com

  2. O Brasil é racista. E o brasileiro é preconceituoso? • Disfarçado, o racismo ainda é a forma mais clara de discriminação na sociedade brasileira apesar de não admitir o brasileiro seu preconceito. • A emoção das pessoas, o sentimento inferior delas é que é racista. • O brasileiro tem dificuldade em assumir o seu racismo devido ao processo de convivência cordial que distorce o conflito.

  3. As práticas de racismo no Brasil

  4. As práticas do racismo são diversas e se apresentam de diversas formas. • A escola e a mídia apresentam o branco como modelo de valorização e de identidade do Brasil; • O acesso aos espaços políticos e aos bens sociais, à produção do pensamento, à riqueza, tem sido determinado pela lógica escravocrata.

  5. Educação • O papel da escola é de fundamental importância no combate ao racismo e na implantação de medidas que permitam um mínimo de equidade no acesso aos diferentes níveis de ensino. • * Pesquisa divulgada pelo IPEA (Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas) mostra: • que há três gerações, não muda o nível de escolaridade entre brancos e negros – mesmo depois da melhora do acesso ao ensino das últimas quatro décadas. • Ou seja: um negro que tem 70 anos hoje estudou, em média, 2,2 anos a menos que um branco da mesma idade. • E um negro de 30 anos mantém quase a mesma desvantagem em relação ao branco de igual idade: 2,1 anos a menos de escolaridade.

  6. As formas de discriminação mais comuns no Brasil • Pode ser direta e indireta. Direta quando adota-se regras gerais que estabelecem distinções através de proibições; • Indireta está relacionada com situações aparentemente neutras, mas que criam desigualdade em relação a outrem. • As pessoas, de modo geral, as públicas, dotadas de cargos importantes e as mais esclarecidas manifestam seus preconceitos de forma espantosa. • Elas não percebem o que estão fazendo e colaboração com a internalização do preconceito, devido à ausência de uma conscientização.

  7. Ao longo dos últimos 40 anos, o Brasil tem se esforçado para melhorar o nível educacional brasileiro, catalisando as atenções de quem pensa estratégias de inclusão social para os cerca de 54 milhões de brasileiros que atualmente vivem no limite da pobreza. A discriminação racial também está presente na área educacional, o que acaba prejudicando o desenvolvimento e a especialização da população negra, o que culmina com a dificuldade de sucesso na escola e ao acesso às posições melhor remuneradas do mercado de trabalho, gerando um círculo vicioso de pobreza, fracasso escolar e marginalização social.

  8. Situações e acontecimento que podem contribuir para o Racismo, o Preconceito e a Discriminação Racial na Escola: • ØMaterial Pedagógico: materiais didático-pedagógicos e materiais auxiliares apresentam apenas pessoas brancas como referência, os negros aparecem para ilustrar o período escravista no Brasil Colônia ou, então, situações de desprestígio social; • ØUniverso Semântico Pejorativo: dissimulações, apelidos e ironias encobrem um preconceito latente e também favorecem a interiorização/cristalização de idéias preconceituosas e atitudes discriminatórias.

  9. ØDistribuição Desigual de Afeto: ocorrência de oportunidades diferentes para os alunos se sentirem aceitos, respeitados e positivamente participantes das atividades desenvolvidas na escola. • ØNegação da Diversidade Racial Brasileira na Formação da Equipe da Escola: ausência de parcerias com profissionais liberais negros (palestrantes, médicos, psicólogos, escritores etc.). • ØMinimização do Problema Racial: generalização dos efeitos do preconceito e da discriminação racial contra os negros, nivelando-os com outros problemas sociais, como pobreza, machismo, etc.

  10. As estatísticas confirmam o problema na práticaA População Negra em Números no Brasil • 60% dos negros brasileiros estão na faixa do analfabetismo; • Apenas 18% tem possibilidade de ingressar na universidade; • A qualidade de vida do Brasil, no ranking mundial, ocupa a 63ª posição. A estimativa só com a população negra levaria o Brasil a ocupar a 120ª posição; • A expectativa de vida é de apenas 59 anos para os negros e 64 anos para os brancos; • 15% dos réus negros respondem em liberdade, sendo que os brancos são 27%; • As mulheres negras ocupadas em atividades manuais representam 79,4%; Apenas 60% das mulheres negras que trabalham são assalariadas; • Somando os dados apresentados pelo IBGE a população negra corresponde a 45% da população brasileira; • O Brasil tem a segunda população negra do mundo, sendo a primeira da Nigéria; • Dentre a população negra economicamente ativa, apenas 6% está ocupada em atividades técnicas, científicas, artísticas e administrativas; • As mulheres negras estão nas piores condições de vida do país. • Fonte: Projeto de Pesquisa “Racismo no Brasil: As dificuldades do negro no mercado de Trabalho”. Brasília/DF, nov/99. Acionado na internet 21/08/2000;

  11. Dados • Sessenta por cento dos afro-brasileiros estavam na faixa de analfabetismo. • Quanto ao ingresso na universidade, os dados são os seguintes: 18% dos negros têm possibilidade de ingressar na universidade, enquanto esta possibilidade para os brancos é de 43%. • Racismo no ambiente universitário revela-se também de uma forma não muito nova, ao considera-lo objeto de estudo e experimento acadêmico. • A inserção do negro na sociedade deixa de ser problema e torna-se tema acadêmico.

  12. A Situação do Negro em Mato Grosso do Sul • Pesquisa recém-concluída pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) demonstra que, a exemplo do resto do Brasil, os afro-brasileiros têm os mais baixos índices de escolaridade e renda dentre a população. • Dos sul-mato-grossenses que concluíram o ensino superior completo, 73,68% são brancos, 1,32% são negros e 21,05% são mulatos. Apenas 5,56% dos homens negros e 7,69% das mulheres negras têm superior completo. • Entre os homens e mulheres brancos, o índice sobe para 17,61% e 14,88%, respectivamente. • Na ponta de baixo, do total que não completou sequer o 1o Grau, 57,66% são mulatos ou morenos e 7,21%, negros. • Apenas 35,14% são brancos. E entre os que têm apenas o 1o Grau, 48,35% são mulatos e 5,49%, negros. Os brancos representam 42,86% do total. • A em relação à distribuição de renda, dos que ganham acima de 10 salários mínimos, 72,31% são brancos. Apenas 24,62% são negros ou mulatos. Nenhuma mulher negra afirmou que ganha acima desse valor. • No geral, os dados confirmam que a distribuição de renda e oportunidades têm, em primeiro lugar, um crivo racial e, em segundo, uma divisão de gênero. • Fonte: Dados: Oferta e demanda de Recursos humanos em Mato Grosso do Sul. Pesquisa de autoria do Professor Ido Michels/UFMS. Projeto Curso Pré-vestibular Milton Santos – Grupo TEZ/MS. 2001.

  13. Mudanças necessárias • O quadro felizmente está mudando e a mudança exige novos gerentes públicos, privados e administradores; • Uma nova postura de mudança organizacional leva em conta a necessidade de ampliar a nossa reflexão sobre o tema; • A decisão de mudar exige de nós sacrifícios. • É preciso reconhecer que o preconceito também é fruto de motivação do inconsciente e que as nossas ações para combatê-la encontram forte resistência; • O silêncio e a falta de solidariedade para com os discriminados não pode ficar só na constatação. É preciso valorizar o debate, enfrentar o tema das relações raciais e de gênero com novos paradigmas, principalmente com a promoção da igualdade. • Para superar a discriminação social, econômica, cultural e estabelecer uma equidade de gênero e raça são necessárias políticas públicas e específicas para tal fim. E ainda, o desafio de continuar a propagar as idéias de não discriminação, e ao mesmo tempo, difundir os ideais de tolerância e de respeito aos direitos humanos. • Enfim, a construção de uma sociedade que não discrimine passar por mudanças de atitudes bem radicais a começar pelo reconhecimento de que a discriminação existe até mesmo no cotidiano das pessoas.

  14. Conseqüências do Racismo na Escola • A.Para o aluno negro: • ØAuto-rejeição, rejeição ao seu outro igual, rejeição por parte do grupo; • ØDesenvolvimento de baixa auto-estima com ausência de reconhecimento de capacidade pessoal, timidez, pouca ou nenhum participação em sala de aula; • ØAusência de reconhecimento positivo de seu pertencimento racial; • ØDificuldade de aprendizagem; • ØRecusa para ir para a escola e exclusão escolar;

  15. B.Para o aluno branco: • ØCristalização de um sentimento irreal de superioridade: racial, cultural, estética, intelectual, etc.; • ØPerpetuação do racismo, preconceito e discriminação raciais nas outras relações estabelecidas pelos alunos.

  16. Diante das situações de Preconceito e Discriminação no espaço escolar • ØOs profissionais da escola devem valorizar cada reclamação de ocorrência de discriminação e preconceito no espaço escolar; • ØAs vítimas dessas situações não devem ser culpadas por tal acontecimento; • ØQuem ofendeu, humilhou ou ironizou o outro indivíduo, pautado no seu pertencimento racial, deve ser levado a entender a sua atitude como negativa; • ØA criança que traz a reclamação, quando ofendida pelas atitudes de amigos e/ou professores, deve receber afeto e ter a certeza de que poderá contar com o respeito de todos.

  17. Sugestões para combater a Discriminação na Escola: • ØDiscutir, entre os alunos e professores, a diversidade racial da sociedade brasileira, levando-os a entender o processo escravista e a atual situação do negro na sociedade brasileira; • ØRealizar um tratamento igualitário em carinho, atenção, estímulo, valorização, elogia, participação, etc; • ØPossibilitar a existência de cartazes, livros, revistas e músicas que contemplem os indivíduos negros de forma positiva, para serem utilizados nas atividades escolares; • ØPossibilitar a presença de profissionais negros (palestrantes e demais profissionais liberais), contemplando a diversidade racial existente na sociedade; • ØFazer das atitudes diárias a comprovação do respeito à diversidade racial no espaço escolar e social.

  18. Mudanças em MS • O quadro felizmente está mudando e a mudança exige novos gerentes públicos, privados e administradores; • A implantação do Programa de Políticas Públicas para a superação das desigualdades raciais com recursos destinados da LDO do MS para ampliação das ações pelo Governo do Estado; • Para superar a discriminação social, econômica, cultural e estabelecer uma equidade de gênero e raça são necessárias políticas públicas e específicas para tal fim. E ainda, o desafio de continuar a propagar as idéias de não discriminação, e ao mesmo tempo, difundir os ideais de tolerância e de respeito aos direitos humanos. • A construção de uma sociedade que não discrimine passar por mudanças de atitudes bem radicais a começar pelo reconhecimento de que a discriminação existe até mesmo no cotidiano das pessoas. • O Projeto de Lei de Cotas da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (Pedro Kemp). • O número de associações que compõem o Movimento Negro Organizado de Mato Grosso do Sul;

  19. A criação do Instituto Martin Luther King, enquanto uma instituição que tem como objetivo realizar ações afirmativas, sob gestão das idéias do Dr. Aleixo Paraguassu ; • O curso preparatório para Mestrado e Doutorado destinado à negros e índios oferecido pelo Governo do Estado. • Uma nova postura de mudança organizacional leva em conta a necessidade de ampliar a nossa reflexão sobre o tema; • A decisão de mudar exige de nós sacrifícios. • É preciso reconhecer que o preconceito também é fruto de motivação do inconsciente e que as nossas ações para combatê-la encontram forte resistência; • O silêncio e a falta de solidariedade para com os discriminados não pode ficar só na constatação. É preciso valorizar o debate, enfrentar o tema das relações raciais e de gênero com novos paradigmas, principalmente com a promoção da igualdade.

  20. Reflexão Final Muda é força (me dizem as árvores) E a profundidade (me dizem as raízes) E a pureza (me diz a farinha de trigo). Nenhuma árvore me disse: “Sou mais alta que todos.” Nenhuma raiz me disse: “Eu venho de mais fundo.” E nunca o pão disse: “Não há nada como o pão.” Pablo Neruda

  21. Referências Bibliográficas • FERREIRA, Ricardo Franklin. Afro descendente: identidade em construção. São Paulo: EDUC; Rio de Janeiro: Pallas, 2000. • LIMA, Terezinha Bazé de. Pluralidade cultura e o combate à discriminação racial na escola. Revista Palmares em ação. Ano I. n.º 2. Brasília, DF: 2002. • MOURA, Carlos Alves. A Fundação Palmares na III Conferência Mundial de Combate ao Racismo, Discriminação Racial, Xenofobia e Intolerância Correlata. Brasília: Fundação Cultural Palmares, 2002. • OLIVEIRA, Dijaci David et al. (org). 50 anos depois: relações raciais e grupos socialmente segregados. Brasília: Movimento Nacional dos Direitos Humanos, 1999. • OLIVEIRA, Iolanda; SILVA, Petronilha Beatriz Gonçalves. Negro e educação: identidade negra – pesquisas sobre o negro e a educação no Brasil. Rio de Janeiro: ANPED, 2003. • PAIXÃO, Marcelo. Desenvolvimento humano e relações raciais. Rio de Janeiro: DP&A, 2003. • ROMÃO, Jeruse; SILVEIRA, Sonia. (orgs). Os negros e a escola brasileira. NEM, 1999 (Série Pensamento Negro em Educação).

More Related