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Crescimento Económico em Moçambique. Experiência e Desafios para a Política Económica. Crispolti, V. (AFR) Vitek, F. (SPR). Objectivos da apresentação.
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Crescimento Económico em Moçambique Experiência e Desafios para a Política Económica Crispolti, V. (AFR) Vitek, F. (SPR)
Objectivos da apresentação Fazer um balanço da experiência do crescimento de Moçambique nos últimos quinze anos, examinando os factores que contribuíram para o crescimento e traçando paralelos com a experiência de outros países. Identificar áreas que ajudariam a acelerar o crescimento económico de maneira justa e sustentável, aumentar a competitividade externa, diversificar a base das exportações e fortalecer a formulação da política económica perspectivando o futuro. Desenvolver recomendações de políticas apropriadas para alcançar o desenvolvimento económico sem pôr em risco a estabilidade macroeconómica.
Estrutura da apresentação • Parte 1: A Experiência do Crescimento de Moçambique em Perspectiva(Crispolti, V.) • Factores que contribuem para o crescimento económico • Comparações internacionais • Parte 2: Evidências Empíricas sobre os Determinantes do Crescimento Económico(Vitek, F.) • Medição da abundância de capital • Vínculo entre investimento e crescimento • Recomendações em matéria de políticas
Parte 1: AExperiência do Crescimento de Moçambique em Perspectiva V. Crispolti
Forte expansão no pós-guerra Desde o início dos anos 90, o produto real cresceu à média de 8,2 por cento ao ano, produzindo grandes melhorias nas condições de vida dos moçambicanos (PARPA, 2007)
Fontes do crescimento:Produção A expansão económica está bem distribuída entre os sectores produtivos, com os mega projectos a ditar os moldes da actividade económica no sector secundário.
Fontes do crescimento:Despesa • O crescimento do produto foi apoiado pela forte procura interna, que abrange os investimentos relacionados aos mega projectos.
O crescimento foi seguido da maior inserção na economia mundial O crescimento conduziu à maior abertura ao comércio internacional, o que contribuiu para a melhor sincronização com os ciclos económicos de outras regiões do mundo.
Outros factores que afectam o crescimento • Factores de apoio: • Gestão prudente da política macroeconómica; • Implementação de reformas estruturais chaves; • Período prolongado de estabilidade política após a guerra civil. • Potencial inexplorado: • Medidas para melhorar o ambiente de negócios; • Integração regional.
Tendências recentes: Crescimento Mais recentemente, porém, a economia começou a perder fôlego, o que reflecte a tendência descendente de crescimento do produto potencial.
PIB per capita à PPP nos países subsarianos (classificados segundo o percentil) 1 0.9 0.8 Moçambique 0.7 0.6 0.5 0.4 Moçambique Moçambique 0.3 0.2 0.1 0 1995 - 99 2000 - 04 2005 - 09 Tendências recentes: Pobreza Além disso, a pobreza continua alta, como indica o baixo nível do PIB per capita de Moçambique, que em 2008 ainda estava abaixo do 25º percentil da distribuição dos países subsarianos.
Comparações internacionais Para facilitar a análise, o desempenho de Moçambique em termos de crescimento pode ser comparado com a experiência de países semelhantes em diferentes regiões do mundo. Isto ajuda a esclarecer os grandes desafios que as autoridades terão de enfrentar daqui para a frente. As conquistas de Moçambique são comparadas aos êxitos obtidos por diversos países subsarianos não exportadores de combustíveis e por economias comparáveis na Ásia.
Comparações internacionais:países subsarianos O crescimento de Moçambique se sobressai no plano regional…
Comparações internacionais:países asiáticos … e em relação à experiência bem sucedida dos seus homólogos asiáticos.
Comparações internacionais:Tendências recentes Contudo, o crescimento está a arrefecer, o que reflecte, em parte, o recente declínio nas taxas de investimento…
Comparações internacionais:Investimento total …que, em contrapartida, estão a aumentar entre os países homólogos…
Comparações internacionais:Investimento privado • … como reflexo, sobretudo, do maior investimento privado.
Parte 2: Evidências Empíricas sobre os Determinantes do Crescimento Económico F. Vitek
Medição da abundância de capital • Os principais determinantes da melhoria das condições de vida a longo prazo são: • Aumento da produtividade • Intensificação do capital • Medidas da abundância do capital ajudariam a definir as prioridades em termos de objectivos do desenvolvimento económico.
Construímos índices da intensidade do stock de capital com uma análise das principais componentes • Agregamos os indicadores observados da abundância de capital físico privado, capital físico público e capital humano em relação a outros factores de produção. • Os dados transversais cobrem 182 economias
Resultados da estimação das principais componentes em Moçambique
A abundância de capital em Moçambique está próxima à base da distribuição global
Abundância de capital é baixa também se comparada com países similares
O vínculo entre investimento e crescimento • Realizamos uma análise empírica dos determinantes das condições de vida em Moçambique. • A base teórica é o modelo de crescimento neoclássico • A base empírica é o modelo de correcção de erros
Resultados da estimação do modelo de correcção de erros para 182 economias entre 1980 e 2008
A melhoria das condições de vida foi impulsionada pelo aumento da produtividade, e não pela intensificação do capital
Os efeitos expansionistas estimados do alargamento do investimento são consideráveis Estima-se que um aumento de um por cento na taxa de investimento privado cause um aumento de 1,3 por cento no crescimento do produto. Estima-se que um aumento de um por cento na taxa de investimento público cause um aumento de 0,5 por cento no crescimento do produto.
Os efeitos expansionistas estimados do investimento em infra-estruturas são coerentes com os resultados existentes • Estima-se que, nos países de baixo rendimento com políticas macroeconómicas prudentes, um aumento de um por cento na taxa de investimento em infra-estrutura financiado por donativos produza um crescimento do produto da ordem de: • 0,4 por cento, segundo Burnside e Dollar (1997, WB) • 0,3 por cento, segundo Spinetto, Teresa e Moll (2005, WB)
O investimento público em infra-estruturas deveria ser bem dirigido para maximizar o efeito expansionista • A persistência do efeito expansionista do investimento público dependerá da medida em que este promove o investimento privado no futuro. • Deve ser bem dirigido, para potenciar os benefícios e baixar os custos do investimento privado. • Construir “pontes para lugar nenhum” não produzirá um aumento sustentado do crescimento económico.
Conclusão • Desde o fim da guerra civil, o produto de Moçambique cresceu a um ritmo vertiginoso, que quase dobrou as condições de vida. • Contudo, apesar do contributo positivo dos mega projectos, o crescimento tem vindo a arrefecer, e a pobreza continua alta. • As comparações internacionais indicam que Moçambique tem condições de alargar o seu crescimento económico e reduzir a pobreza no longo prazo. • Dada a necessidade de preservar a estabilização macroeconómica e a sustentabilidade da dívida, deve-se promover o crescimento económico de bases amplas, através de: • Investimentos públicos em infra-estruturas que contribuam para estimular o investimento privado; • Reforma estrutural sequenciada das instituições; • Esforço concentrado no sentido de melhorar o ambiente de negócios e alargar a integração regional; • Políticas monetárias e fiscais prudentes.