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DOENÇAS OCUPACIONAIS INTRODUÇÃO No século XVI, já se descreviam as primeiras relações entre trabalho e doença, mas apenas em 1.700, no século III, foi que se chamou atenção para as doenças profissionais, quando o italiano Bernardino Ramazzi publicou o livro De Morbis Artificum Diatriba ("As Doenças dos Trabalhadores").
Nesta obra, ele descreve, com extraordinária precisão para a época uma serie de doenças relacionadas com mais de 50 profissões diferentes. Diante disso, Ramazzi foi cognominado o "Pai Medicina do Trabalho", e as perguntas clássicas que o médico faz ao paciente na anammese clinica foi acrescentada mais uma: "Qual a sua ocupação?".
O advento da Revolução Industrial ocasionou o surgimento das fabricas, as quais passaram a empregar grande parte população, multiplicando as ocupações e trazendo, como conseqüência, uma serie de problemas de saúde. Com isso, surge também a necessidade de o médico entrar nas fabricas e dedicar atenção ao trabalhador e as condições de trabalho.
Na Inglaterra, berço da Revolução Industrial, já em 1830 apareciam os primeiros médicos de fabrica.
Doença ocupacional é designação de várias doenças que causam alterações na saúde do trabalhador, provocadas por fatores relacionados com o ambiente de trabalho.
Uma doença ocupacional normalmente é adquirida quando um trabalhador é exposto acima do limite permitido por lei a agentes químicos, físicos, biológicos ou radioativos, sem proteção compatível com o risco envolvido. EPC / EPI
APARELHO RESPIRATÓRIO • VIAS RESPIRATÓRIAS SUPERIORES • VIAS RESPIRATÓRIAS INFERIORES • PULMÕES • PLEURA
APARELHO RESPIRATÓRIODOENÇAS OCUPACIONAIS • AGUDAS • CRÔNICAS
DOENÇAS OCUPACIONAIS AGUDAS • VRS/VRI • Irritação • Infecção • Alergia • Pneumonias químicas e microbianas • Derrame pleural
DOENÇAS OCUPACIONAIS CRÔNICAS VRS • Ulcera de septo nasal; • Adenocarcinoma das cavidades paranasais. VRI • Asma ocupacional • DPOC (A doença pulmonar obstrutiva crônica é uma doença crônica dos pulmões que diminui a capacidade para a respiração). • Pneumoconioses (são doenças que provocam uma fibrose ou endurecimento do tecido pulmonar em razão do acúmulo de poeira tóxica nos pulmões). • Mesotelioma ( é um tipo de câncer que se desenvolve nas células do tecido mesotelial. A maioria dos casos tem origem na pleura.
ASMA OCUPACIONAL É a obstrução variável das vias aéreas inferiores induzidas por agentes inaláveis, na forma de gases, vapores ou fumos, presentes em ambiente de trabalho. Apresenta causas imunológicas ( produtos de origem animal e vegetal) e não imunológicas ( substâncias irritantes). ASMA AGRAVADA POR FATOR OCUPACIONAL X ASMA OCUPACIONAL
Diagnóstico • História clinica compatível; • Presença de agente conhecidamente causador de AO em ambiente de trabalho;
Bissinose A bissinose pode ser caracterizada como uma doença com efeitos pulmonares agudos e crônicos causado pela inalação de fibras vegetais (algodão, linho, cânhamo, juta, sisal).
Manifesta-se... • Pela sensação de aperto no tórax e dificuldade para respirar que geralmente, ocorre nos primeiros turnos do trabalho, após o final de semana, volta as férias, ou no retorno de afastamentos. • Estes sintomas tem retorno gradual após algumas horas de exposição e podem revelar distúrbios respiratórios do tipo obstrutivo, reversível, que após anos de exposição poderá evoluir para obstrução fixa.
Pneumonites de hipersensibilidade • Grupo de doenças pulmonares resultantes da sensibilização por exposições inalatórias a antígenos bacterianos, fungicos, proteínas de alto peso molecular e inorgânicos.
Feno, palha e cereais mofados > pulmão de fazendeiro. • Cana mofada > bagaçose. • Pó de madeira. • Penas e excrementos de aves > pulmão dos criadores de ave.
PNEUMOCONIOSE Termo criado por Zenker, em 1866, para designar um grupo de doenças crônicas do parênquima pulmonar que se originam da exposição a poeiras fibrosantes. Em 1971, este termo foi redefinido como sendo o acúmulo de poeiras nos pulmões + a reação tecidual a sua presença.
O termo Pneumoconioses é largamente utilizado quando se designa o grupo genérico de pneumopatias relacionadas etiologicamente à inalação de poeiras em ambientes de trabalho.
PNEUMOCONIOSES PRINCIPAIS NÃO FIBROGÊNICAS • Siderose • Estanose • Baritose FIBROGÊNICAS • Silicose • Asbestose • Pneumoconiose dos trabalhadores de carvão • Beriliose • Pneumoconiose por Poeiras Mistas • Pneumoconiose por Metais Duros
PNEUMOCONIOSE DIATOMITICA + DPOC • BM, masculino, 56 anos,trabalha com terra diatomática (20 anos); doente há 5 anos, dispnéia, tosse produtiva; fumante 20 cigarros/dia; roncos, padrão obstrutivo em grau moderado.
AGENTE FÍSICO CANCÊR DE PULMÃO Em 1879, Hurting e Hesse descreveram mortes de mineiros nas regiões de mineração da Europa central, por Câncer de Pulmão. A explicação definitiva sobre a origem desta doença em mineiros só aconteceu em 1920, quando se estabeleceu a ligação entre câncer pulmonar e radiação ionizante, que existe em concentrações importantes em minas de urânio e outras minas.
SIDEROSE A siderose pulmonar é uma pneumoconiose causada pela inalação de poeiras e fumos contendo óxidos de ferro, inicialmente descrita por Doig e McLaughlin, em 1936, em um soldador de arco elétrico.
Do ponto de vista de freqüência e difusão do risco inalatório específico no meio ocupacional, a siderose representa a pneumoconiose simples mais importante. A exposição ocupacional ao ferro talvez seja a mais comum no meio industrial.
Pode acometer trabalhadores expostos a atividades extrativas de minério de ferro (hematita, magnetita, limonita), produção de pigmentos naturais contendo óxidos de ferro em tintas e pisos, metalurgia de aço, ferro e ligas, solda a arco elétrico.
Dependendo da atividade profissional, existe exposição a outros agentes potencialmente lesivos, quando inalados juntamente com o ferro. Na mineração de ferro, os óxidos de ferro podem estar associados a sílica em concentrações variáveis, causando lesão pulmonar mista chamada siderossilicose.
Apesar de não ser patologia rara, a siderose não é muitodescrita na literatura brasileira.
Silicose A silicose é a formação permanente de tecido cicatricial nos pulmões causada pela inalação de pó de sílica (quartzo).
Silicose, a doença profissional mais antiga que se conhece, desenvolve-se em pessoas que inalaram pó de sílica durante muitos anos. O pó de sílica é o elemento principal que constitui a areia, sendo por isso freqüente a exposição entre os mineiros do metal, os cortadores de arenito e de granito, os operários das fundições e os oleiros.
Os sintomas aparecem, geralmente, após 20 ou 30 anos de exposição ao pó. No entanto, nos trabalhos em que se utilizam jactos de areia, na construção de túneis e na fabrica de sabões abrasivos que requerem quantidades elevadas de pó de sílica, os sintomas podem surgir em menos de 10 anos.
Os enzimas libertados pelas células depuradoras causam a formação de tecido cicatricial nos pulmões. No princípio, as zonas cicatrizadas são pequenas protuberâncias redondas (silicose nodular simples), mas, finalmente, reúnem-se em grandes massas (conglomerados silicóticos). Estas áreas cicatrizadas não permitem a passagem do oxigênio para o sangue de forma normal. Assim os pulmões perdem elasticidade e requer-se mais esforço para respirar.
Sintomas e diagnóstico. • Os indivíduos com silicose nodular simples não têm dificuldade em respirar, mas têm tosse e expectoração devido à irritação das grandes vias aéreas, no processo denominado bronquite.
A silicose conglomerada pode causar tosse, produção de expectoração e dispnéia. • No princípio, a dispnéia verifica-se só durante os momentos de atividade, mas por fim manifesta-se também durante o repouso. • A respiração pode piorar aos 2 a 5 anos depois de ter deixado de trabalhar com sílica. O pulmão lesado submete o coração a um esforço excessivo e pode causar insuficiência cardíaca, a qual, por sua vez, pode evoluir para a morte.