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A imagem. Imagens emocionam, seduzem, despertam a imaginação, conduzem à leitura do texto e fixam na mente algo memorável.
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Imagens emocionam, seduzem, despertam a imaginação, conduzem à leitura do texto e fixam na mente algo memorável.
Fotos associadas a palavras são imbatíveis em poder de comunicação. Mais que um recurso estético, são um componente básico do que caracteriza uma revista e parte do processo de edição com uma importante função: fazer o leitor parar e despertar sua curiosidade para o texto.
Grandes fotos de revistas espelham o nosso mundo, são memoráveis, nos convida, a olhar novamente, ver novamente e fazer novas descobertas. O que faz uma foto irresistível? O interesse do leitor. De alguma forma, a foto chama a sua atenção quando tem relevância para ele pessoalmente.
Uma foto pode falar ou simplesmente ficar muda. Se falar, o leitor vai ouvir. A seguir, algumas considerações básicas sobre a criação, produção e edição de fotos. A história e o trabalho de grandes fotógrafos do passado e da atualidade.
Concepção: Uma ideiaclara: Qual o objetivo da foto? Para quem? Quetipo de emoçãodevetransmitir? O leitornãodeveter de adivinhar a proposta. Ela tem de estarclara, pular da página e comunicarimediatamente a ideia.
A concepção da fotonãodeveriaserdeixadaparaserresolvidapelofotógrafo, a nãoseremumaemergênciaoucaso de desespero. Esse é um trabalhoconjunto do diretor de redação, do diretor de arte e do fotógrafo.
Antes de a foto ser contratada, a ideia deve ser claramente descrita para garantir que ela é coerente com o título e a mensagem da matéria, e visualizar o efeito que terá na abertura e nas páginas de continuação.
Um ponto focal: Uma foto é umacomposição. A composiçãodeveriaajudar o leitor a captar a mensagem da foto de maneiraclara e imediata. Muitoselementos, e semdestaquepara um deles, dispersam o olhar do leitor, aopassoque, quandohá um ponto focal forte, o leitor tem um lugarporonde começar a olhar.
Simplicidade: Uma foto simples tem maisimpactoporquetransmiteumamensagemúnica, fácil e forte.
Gentenasfotos: Pessoassãonaturalmenteinteressadasemoutraspessoas. Semprequepossível, mesmo no caso de umafototécnica, ajuda a colocarumapessoa e mostrarcomo o serhumanoestáenvolvido com o assuntoemquestão.
A maioria dos designers faz um esforçoparaincluirgenteemsituaçõesinformais no seuambiente natural, emsua casa sozinhosouinteragindo com outros como se a câmeranãoestivesseali.
As revistas de negócios, especialmente, colocamempresários e empreendedoresematividadenafrente da câmera, com o objetivo de mostrarqueelestambémtêmfamília, amigos e vidapessoal.
Banco de referências: Na correria do dia-a-dia, o número de decisõesqueprecisamsertomadas é enorme. E a cabeçanemsempreestá boa nahora de conceberumafoto. Além disso, fica-se doente, de mau humor, e issoinfluencia a qualidade do trabalho. Porisso, sugiromontar e alimentar um banco de referênciasselecionadas.
Uma imagemquevocêgostou, umapágina de um livro, a reprodução de um quadro, umaideiaqueocorreu um dia. Essasreferências, escolhidasem um momentosempressão, podemserúteisnahora de criar a foto.
Vale a penater um banco de imagens com fotos de revistas, anúncios, cópias de páginas de livros, reproduções de quadros – queservemcomoinspiraçãonahora de criar a foto. É difícilcriar do nada.
Produção: Fotosoriginaisdãotrabalho e custamcaro – equipesqualificadas, fotógrafos, aluguel de estúdio, modelos, maquiadores, transporte, despesas de viagem.
É precisofazertodo o possívelparaobter um bomresultado da primeiravez. Quando o trabalhonãodácerto, além de perderdinheiro, põe-se emrisco a qualidade da revista, porque as fotostêm de serrefeitasàspressas.
É portanto, essencialplanejar e preparar a produção com antecedência. O diretor de arte precisatrabalhar com o fotógrafo e, antes da foto, se envolver com cadadetalhe: a produção, o clima no dia da foto, locaçõesalternativas, as roupas, a maquiagem.
Escolha do fotógrafo: O fotógrafoescolhidorecebetêmenormeimpacto no resultado do trabalho. Porisso, é precisoescolher o fotógrafocertopara o trabalhocerto. Se é um retrato, o melhor é que a personalidade do fotógrafo combine com a do fotógrafado, pelomenosdurante a sessão de fotos; a foto de modapede, de preferência, um fotógrafoquetenhasensibilidade e goste do assunto.
A fotojornalísticapede um profissional com experiêncianaárea. O temperamentotambémconta. Fotógrafosvedetes, quequeremfazer o quebementendemsemrespeitar as necessidades do editorial, nãosão a melhorescolha. As necessidades da revista e osdesejos de liberdade do fotógrafocostumamser um ponto de tensão.
É preciso um certojogo de cinturaparaacomodarosconflitos, semabrirmão dos parâmetros de estilo e personalidade da revista, qualidadetécnica e proposta da matériaparachegar a um consenso e a um compromissoemqueosdoisfiquemfelizes.
O ideal é envolver um grupo de colaboradoresafinados com suasideias e objetivos, com temperamento, forças e fraquezasconhecidas. Profissionais com quem se possadividirideias e pensamentos. Aomesmo tempo, manter a portaabertaparafotógrafosjovens e desconhecidos, quecontribuemparamanter o frescor e a vibração da revista. O diretor de arte deveestaratentoparadescobri-los, verportfólios e desenvolvê-los.
Briefing porescrito: Para a segurança de todos, o briefing deveserdiscutidoemconjunto com o fotógrafo e depoisregistradoporescrito. Issogaranteque a informaçãosejatransmitidacorretamenteparatodososenvolvidos.
O briefing descreve a proposta da matéria, a ideia, o espírito da foto, a locação, a necessidade de coerência com título, espaçoparatítulos e chamadas, número de fotos, preço e prazo. Semprequepossível, fazer um esboço, layout oureferênciaparadirecionar – mas nãolimitar – o trabalho do fotógrafo. No caso de um profissionalcriativo, pedirqueeleleia a matéria e apresentesuasprópriasideias.
Qualidade: A perda de qualidade da fotonaimpressão é bastanteconsiderávelquanto à nitidez, contraste, brilho e intensidade de cor. Se possível, deve-se compensaressasperdas com boa iluminação, cores fortes e contrastesintensos. Qualquerfalhanaimagemseráampliadaquando a imprensa.
Variedade: Pedir ao fotógrafo um grande número de fotos para aumentar as chances de receber o que precisa. Também não adianta fazer mil fotos da mesma coisa. Mas variar o ângulo, a luz, a roupa, o lugar, a atitude, as lentes.
Preço: Fotógrafoscostumamcobrarporfoto, porpáginaouportrabalho. Ospreçospodemounãoincluir o estúdio, e hánegociaçõesespeciaisparafotosemlocalidadesexternasouviagens. Bonsfotógrafoscustamcaro, a nãoserquesejamnovos e estejamconstruindoseuportfólio.
As revistasnãopodemcompetir com os altos valorespagospelapublicidade, mas a maioria dos fotógrafostrabalhapormuitomenosparamatériaseditoriaispeloprestígioqueconferemaoseutrabalho. Não se deixarintimidardiante disso – àsvezes o fotógrafocarotopafazerpor um preçomenorporquegosta do trabalho. Nãocustaconsultar. Deixartudoclaro – e porescrito – antes da execução do trabalho.
A sessão de fotos: No caso de fotosoriginais, além do preçocobradopelofotógrafo, há o aluguel de estúdios, modelos, maquiadores, cabelereiros e stylists, quandoisso é necessário.
Se a revista tem verba, produtores e editoresparticipam das seções e se responsabilizampelobomandamento do trabalho – geralmente o diretor de fotografiaou o editor de moda. Issogarantenãosomenteque a logística – a aluguel do estúdio, equipamento, lanche – ma tudoimportante – que as fotossejamfeitascomo a revistaquer.
Fotosprontas: Uma revistapequenanão tem recursosparaproduzirmuitasfotos, e mesmo as quetêm, nãoprecisamnecessariamenteproduzirtodas as queaparecememumaedição. Ambaspodemcomprarfotosprontas, oferecidasporempresas de banco de imagens, quetêmexcelentequalidade e custambemmenos. Têmainda a vantagem de permitirvisualizar o layout com a fotodefinitiva.
Edição: Não é beleza, é comunicação. Um bomdiretor de arte precisa saber quem é seuleitor e o que é precisosercomunicado. Nãopodeficarpreocupado com o estilooutipo de ilustração e fotografiaqueestãonamoda. Sóporqueessesestilosfuncionamparaoutraspublicações, ouganharamprêmios, nãosignificaquesãoadequadospara a suarevista.
Seleção: Evitarque o fotógrafotragaapenas um pequenonúmero de fotosescolhidasporele. A seleção tem de serfeitapelodiretor de arte e aprovadapelodiretor de redação. Cadafotodevesurpreender e fortalecer o foco. Fotosredundantes, ouóbvias, usadasparaenfeitar a página, são um desperdício de tempo, dinheiro e espaço. Cadaumadelasprecisaserindispensável.
O conteúdo da foto é adequado, esta é a pessoacerta, o lugarcerto, o objetocertoparaacompanhar o texto? Ver se nãohá no fundocoisasqueatrapalham, como um letreiroatrás da cabeça da pessoa. Foco: a suafalta é ampliadaquandoimpressanapágina. O mesmo vale paragranulação. As fotosdevemterfocopreciso. Em um retratoo ponto central do focogeralmente é nosolhos da pessoa. Entretanto, emalgunspoucoscasos a falta de foco é um efeitoproposital.
Tamanho e proporção: É o valor da foto (mensagemouqualidade), e não o espaçodisponível, quedetermina o tamanhoque a fotodeve ter. Quandosãováriasfotosnapágina, umadeveserpredominante. Fotosmuitograndesoumuitopequenastêmmaisimpacto. Porém, quandoumafoto com muitaspessoas é diagramadaemtamanhopequeno, e não é possívelreconhecerninguém, elaperdeo sentido.
Corte: O corte das fotos é um importante instrumento editorial. Alguns dos elementos da imagem podem ser mais fortes do que o plano geral. Bons fotógrafos cortam as fotos na hora do clique, mas o diretor de arte pode fazer cortes criativos que realcem ou refinem a mensagem, evitando qualquer detalhe desnecessário; criar formas horizontais ou verticais, ou mudar o foco central da foto para sugerir um outro significado. Pg 171
Corte: Um corte dramático, que mostre o absolutamente essencial, tem mais impacto. Quanto maior o corte, maior o impacto. O corte pode fazer uma foto banal parecer vibrante como, por exemplo, a de pessoa-sentada-na-mesa-falando-ao-telefone.
Nesse caso, mostre apenas o telefone, apenas as pernas debaixo da mesa ou apenas o rosto. Ao decidir o quão perto cortar uma foto, é importante saber qual o objetivo dela: é uma foto documental para uma matéria investigativa ou uma foto de moda mostrando um vestido elaborado? A intenção é mostrar realidade ou fantasia?
Artifícios: São usados para valorizar as fotos, como incliná-las, ampliar algumas de suas partes, encobrir outras, colocar palavras sobre elas, sombras, fios ou molduras.
Retoque: O retoque das fotos é um outro bom editorial. É apropriado para “apagar” um letreiro ou uma planta atrás da cabeça da modelo, por exemplo. Funciona também para aumentar contrastes, rebaixar cor e “apagar” pequenas imperfeições. Ou imperfeições não tão pequenas – revistas como Playboy retocam a pele das moças que posam nuas.
A manipulação digital, porém, destruiu a crença de que fotos não mentem. Um caso famoso é o da revista NationalGeographic, que, em fevereiro de 1982, trouxe a Grande Pirâmide de Gizé para mais perto da Esfinge para que a foto se enquadrasse no formato vertical da capa e foi criticada por isso. É preciso cuidado para não afetar a credibilidade da revista.
No caso de notícias, em que supostamente você mostra a realidade, a fabricação de fotos falsas é um procedimento antiético. Empresas sérias limitam a alteração a retoques menores, recurso já usado no tempo da fotografia convencional. Algumas revistas utilizam o termo “foto ilustração” para deixar clara a diferença entre uma foto jornalística e outra posada, retocada ou manipulada.
Direitos autorais: Todas as pessoas fotografadas – profissionais ou não – precisam assinar uma autorização para a exibição de suas imagens. A falta dessa autorização pode criar problemas legais no futuro.
Arquivos de fotos: O acervo de fotos da revista é valioso para reaproveitamento em edições futuras ou especiais. Por isso, é bem catalogar as fotos para encontrá-las com facilidade depois. Identificar cada uma com o nome da pessoa fotografada, do fotógrafo e qualquer outro crédito.