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História de Portugal Aula n.º 7 A Formação de Portugal. A Formação de Portugal Vários foram os nobres franceses que se ofereceram para vir auxiliar o rei de Leão e Castela nas lutas contra os «infiéis» .
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História de Portugal Aula n.º 7 A Formação de Portugal
A Formação de Portugal Vários foram os nobres franceses que se ofereceram para vir auxiliar o rei de Leão e Castela nas lutas contra os «infiéis». Entre eles veio D. Raimundo e D. Henrique da Borgonha, a quem o rei de Leão, D. Afonso VI concedeu, ao primeiro, a mão da sua filha legítima e mais velha D. Urraca, e ao segundo, a mão de sua filha ilegítima D. Teresa. D. Raimundo ficou com o governo da condado da Galiza e a D. Henrique o governo dos condados Portucalense e de Coimbra.
D. Henrique A concessão do Condado Portucalense a D. Henrique teve carácter feudal, já que era um direito que podia transmitir aos seus descendentes, pelo qual prestava homenagem ao rei Afonso VI. D. Henrique escolheu para residência principal a cidade de Guimarães, a que concedeu foral em 1096. Afonso VII de Leão D. Urraca, irmã de D. Teresa, faleceu em 1126. Afonso Raimundes, seu filho, foi coroado rei de Leão e Castela, como o nome de Afonso VII, e em 1127 tratou de submeter pela força D. Teresa, que se recusava a prestar-lhe vassalagem. Em Outubro do mesmo ano, veio cercar o Castelo de Guimarães. Pela primeira vez surgiu como interveniente Afonso Henriques, filho D. Teresa, um jovem de dezoito anos. Para que o primo levantasse o cerco, Afonso Henriques teve de se render e de prometer vassalagem. D. Henrique D. Teresa
A Acção de Afonso Henriques A acção política de D. Teresa desagradava cada vez mais aos nobres portucalenses, que achavam que ela estava sob influência de Fernão Peres de Trava, membro de uma importante família galega, que, desde há anos, vinha desempenhando funções importantes no Condado Portucalense. A Batalha de São Mamede Entretanto, Afonso Henriques, que atingira a idade de governar e já fora armado cavaleiro, podia assumir o governo do Condado Portucalense. Porém, D. Teresa em vez de passar o governo ao filho, continuou a mesma política. D. Afonso Henriques Um grupo de nobres portucalenses reuniu-se então à volta de Afonso Henriques, a exigir o governo. Como não foi possível o acordo entre os partidários do jovem infante e os de sua mãe, a situação acabou por evoluir para a confrontação violenta entre ambos os campos. As tropas de Afonso Henriques e as de Fernão Peres de Trava defrontaram-se na Batalha de São Mamede, próximo de Guimarães, em 1128. D. Teresa e Fernão Peres de Trava foram derrotados, pelo que tiveram de fugir para a Galiza.
O Título de Infante Após São Mamede, Afonso Henriques assumiu o governo. Como era neto de Afonso VI «imperador» das Espanhas, passou a usar os título de «infante» ou de «príncipe», mas nunca o de conde, que o colocaria numa posição de inferioridade perante o primo Afonso VII. Nos anos seguintes, Afonso VII viu-se envolvido em numerosas lutas internas e externas com os muçulmanos, pelo que não se preocupou muito com a exigência de vassalagem a D. Afonso Henriques, que continuava a governar com relativa autonomia. A Batalha de Cerneja e a Paz de Tui Em 1135, Afonso VII, que passara a dominar os reinos de Aragão e Navarra, fez-se aclamar imperador nas Cortes de Leão. Afonso Henriques, para manifestar a sua autonomia, não se fez representar.
Em 1137, o infante português, aproveitando mais uma situação em que o primo estava envolvido numa batalha, invadiu novamente a Galiza e venceu os exércitos galegos na Batalha de Cerneja, mas, pouco depois, teve de retirar para sul, para defender Leiria e Tomar, que tinham sido assaltadas pelos muçulmanos, que ameaçavam também Coimbra. Afonso VII, por seu lado, também estava com dificuldades para suster os avanços dos «mouros». Nesta situação, os dois primos resolveram assinar um acordo depaz em Tui, no dia 4 de Julho de 1137. Afonso Henriques jurou então fidelidade a seu primo. O Título de Rei Em 1139, Afonso Henriques alcançou uma importante vitória contra os muçulmanos, na chamada Batalha de Ourique, e após este triunfo, a partir de 1140, passou a utilizar o título de rei, o que, na época não significava independência, visto que Afonso VII, sendo imperador podia ter reis como vassalos, como acontecia com os reis de Aragão e Navarra.
A Conferência de Zamora Afonso Henriques continuava a gozar de autonomia interna e resolveu assegurá-la de uma maneira mais efectiva. Em1143veio à Península o cardeal Guido de Vico, representante do papa. Afonso Henriques aproveitou para, na pessoa do cardeal, prestar vassalagem à Santa Sé, solicitando do papa o reconhecimento da «honra e dignidade da sua terra» e oferecendo o pagamento anual de quatro onças de ouro, ao mesmo tempo que afirmava não reconhecer nenhum outro poder a não ser o do papa. Assim, habilmente, Afonso Henriques, desejando garantir a sua independência política, prestava vassalagem ao papa para deixar de estar sujeito a Afonso VII. A 4 ou a 5 de Outubro desse ano, Afonso Henriques e Afonso VII reuniram em Zamora, na presença do cardeal Guido de Vico, para acordarem as condições definitivas de paz. Embora ainda não fosse a independência completa, o caminho estava traçado. A partir de então, Afonso Henriques e Afonso VII, empenhados na luta contra os muçulmanos, respeitaram o acordo feito na Conferência de Zamora.
As Negociações com a Santa Sé A política do rei de Portugal passou então a orientar-se no sentido de conseguir que a Santa Sé reconhecesse oficialmente Portugal como reino independente. As negociações só se concluíram em 1179, quando o papa Alexandre III através da bula ManifestisProbatum, reconheceu a independência política do novo reino português, atribuindo solenemente a Afonso Henriques o título de rei e tomando-o a ele e aos seus herdeiros sob a protecção da Santa Sé. Em sinal de reconhecimento, Afonso Henriques quadruplicou o tributo que pagava ao papa e entregou-lhe, de uma só vez, mil peças de ouro. Portugal obtinha finalmente o reconhecimento internacional da sua independência.