190 likes | 471 Views
Outras Dicotomias de Saussure: (1) Sincronia e diacronia; (2) Sintagma e relações associativas. Sincronia e Diacronia.
E N D
Outras Dicotomias de Saussure:(1) Sincronia e diacronia;(2) Sintagma e relações associativas.
Sincronia e Diacronia • É relativamente consensual, entre os linguistas, a ideia de que a intervenção do tempo cria, na Linguística, dificuldades particulares e situa esta ciência perante dois caminhos absolutamente diferentes: • (1) SINCRONIA; • (2) DIACRONIA.
Sincronia e Diacronia (cont.) C • A B • D
Sincronia e Diacronia (cont.) • AB – eixo das simultaneidades – referente às relações entre fenómenos coexistentes, que formam sistema, e percebidos pela mesma consciência colectiva; excluída qualquer intervenção temporal; • CD – eixo das sucessividades– só se pode contemplar cada fenómeno de cada vez, onde estão todos os fenómenos do eixo AB com as suas respectivas alterações, que não formam sistema e que, por isso, não são apreendidos pela mesma consciência colectiva.
Sincronia e Diacronia (cont.) • Impedimento de estudar concomitantemente as relações temporais e horizontais da língua. • Evolução e Linguística Evolutiva • Estados da Língua ou Linguística Estática
Sincronia e Diacronia (cont.) • Para o sujeito falante, a sucessão no tempo é inexistente: pois está perante um estado sincrónico. O linguista, que queira compreender cada estado sincrónico, terá de fazer tábua rasa dos estados anteriores e subsequentes (se os houver), o. s., ignorar a diacronia.
Sincronia e Diacronia (cont.) • Reflexões: • (1) Um facto sincrónico é um acontecimento que tem, em si mesmo, a sua razão de ser; as consequências sincrónicas particulares, que dele possam advir, são-lhe totalmente estranhas; • (2) os factos diacrónicos não conduzem a uma alteração do sistema: só certos elementos são alterados.
Sincronia e Diacronia (cont.) • (3) Carácter sempre fortuito de um estado da língua: a língua não é um mecanismo criado e ajustado em vista aos conceitos que deve exprimir. • (4) Os factos que pertencem à série diacrónica são diferentes dos da série sincrónica: um facto de sincronia é sempre significativo; num facto diacrónico é preciso que o antigo lhe ceda o seu lugar.
Sincronia e Diacronia (cont.) • (5) As alterações que se produzem não têm qualquer intenção; • (6) A língua é um mecanismo que continua a funcionar, apesar das deteriorações que sofre; • (7) A língua é um sistema em que as suas partes podem e devem ser consideradas na sua solidariedade sincrónica.
Língua e Partida de Xadrez - Comparação • (1) Cada estado do jogo corresponde precisamente a um estado da língua; • (2) O sistema é sempre momentâneo; • (3) Os valores dependem de uma convenção imutável; • (4) Para passar para um equilíbrio, basta a deslocação de uma peça: não há alteração geral;
Língua e Partida de Xadrez – Comparação (cont.) • (5) Cada jogada do xadrez faz movimentar uma peça; também na língua as alterações só incidem sobre elementos isolados; • (6) As ressonâncias podem ser nulas, muito graves ou de importância média; • (7) A deslocação de uma peça é um facto absolutamente distinto do equilíbrio precedente e do subsequente: só os estados importam.
Língua e Partida de Xadrez – Comparação (cont.) • Ponto divergente: • O jogador de xadrez provoca as deslocações e exerce intencionalmente uma acção sobre o sistema. A língua não premedita nada: é espontânea e é fortuitamente que as suas peças se deslocam.
Sincronia e Diacronia (cont.) • O aspecto sincrónico prevalece sobre o diacrónico, uma vez que, para a massa falante, é a única e verdadeira realidade. • Tudo o que é sincrónico na língua é-o por via da fala.
SINTAGMA E RELAÇÕES ASSOCIATIVAS – OS DOIS EIXOS DA LINGUAGEM • Como se estabelecem as relações que unem os termos linguísticos? • SINTAGMA – combinação de peças, que possui, como suporte, a extensão; • RELAÇÕES ASSOCIATIVAS – “as unidades que têm entre si qualquer coisa de comum associam-se na memória e formam assim grupos em que existem relações diversas”.
Relações Associativas -Exemplo • Ensinado: • (1) ensinar; ensino; • (2) abusado; assimilado; enjoado; parado; • (3) Chiado; fado; soldado; • (4) aprendido; sabido; doutrinado; instruído; leccionado.
Sintagma e Relações Associativas • SINTAGMA • “Compõe-se sempre de duas ou mais unidades consecutivas” (Saussure); “combinação de signos” (R. Barthes); • Inpraesentia: dentro do discurso; • Exige uma ordem determinada; • Finitude. RELAÇÕES ASSOCIATIVAS • Conceitos que se associam, formando grupos, sob certos critérios; • Inabsentia: fora do discurso; • Apresentação numa ordem indeterminada; Infinitude.
SINTAGMA • A frase é o tipo, por excelência, do sintagma. • E O SINTAGMA PERTENCERÁ À FALA OU À LÍNGUA?À LÍNGUA! • Porque a fala só consente a liberdade de combinar mediante certas regras e recorre, por vezes, a estruturas sintagmáticas já concebidas.
SINTAGMA (cont.) • Porque encontramos na língua: • (1) sintagmas congelados: “pois é!”; “vá lá”; • (2) expressões não improvisadas: “perder a cabeça”; atirar-se de cabeça”; “no que toca a”; • (3) construção de sintagmas segundo formas regulares: irresponsável; destravar; habilmente; diabinho.