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Teologia Fundamental. Aula 7 Fé, encontro com Deus. Teologia Fundamental. Pela Revelação , Deus sai ao encontro dos homens, fala -lhes e convida-os a participar da sua natureza divina e a ser amigos e filhos seus. Pela fé , o homem acolhe a palavra divina
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Teologia Fundamental Aula 7Fé, encontro com Deus
Teologia Fundamental • Pela Revelação, Deus sai ao encontro • dos homens, fala-lhes e convida-os a • participar da sua natureza divina e a • ser amigos e filhos seus. • Pela fé, o homem acolhe a palavra divina e responde ao convite de Deus. • Tal como Deus se entrega a ele, sem reservas, o crente entrega-se a Deus com todo o seu coração. Revelação e fé são conceitos correlativos que se reclamam mutuamente.
Teologia Fundamental • Distinguem-se duas formas de conhecer: o ver e o crer. • Quando vemos algo, chegamos directamente a uma verdade, por demonstração, intuição ou experimentação. Fala-se então de evidênciaintrínseca. • Crer, pelo contrário, significa um conhecimento a que chego indirectamente, por uma evidên-ciaextrínseca. Só se pode crer o que não se vê. • Quem crê chega a conhecer aquilo que crê, mas não porque seja experi- mentável ou demonstrável para ele, mas porque o é para outra pessoa de quem se fia.
Teologia Fundamental Quando creio, apoio-me noutro para chegar a uma verdade: • a testemunha, aquele de quem me fio, deve ser fidedigna; exijo também a credibilidade da mensagem (esta não deve contradizer os conhecimentos seguros que já foram alcançados). 1 2 • Em sentido estrito, crer é muito mais que opinar ou supor: é estar completamente convencido da verdade que não se vê. A fé é conhecer com certeza o que não se vê (exemplos na vida ordinária).
Teologia Fundamental Quando se está disposto a crer noutro não só numa situação determinada, mas sempre, sem quaisquer limitações e condições de nenhum tipo, então crê-se em alguém. • Não se pode crer em nenhum ser criado: nenhum está de tal modo por cima de outro para que possa constituir-se em autoridade de valor absoluto. • Só podemos crer em Deus. Em sentido menos radical, com as reservas próprias de cada caso, podemos crer em pessoas e ter nelas tanta confiança, que estamos seguros da verdade do seu testemunho.
Teologia Fundamental • Também no âmbito sobrenatural • há um ver e um crer. • Enquanto estivermos na terra, só podemos crer n’Ele. Conhecemo-lo mediante o testemunho de outro. II-II, q. 4, a. 8, ad 2: “Em iguais condições, ver é mais que ouvir. Masse aquele pelo qual se sabe algo está muito acima do que se é capaz de ver por si só, neste caso ouvir é mais que ver”. • A fé divina faz participar no conhecimento próprio e exclusivo de Deus: põe-nos em contacto com o saber de Deus. • Depois desta vida, veremos Deus • cara a cara.
Teologia Fundamental O conhecimento mais ínfimo no plano sobrenatural transcende os conheci- mentos mais elevados que possamos alcançar no plano natural. Uma chispa da fé cristã é muito mais perfeita que todo o saber humano. • Sabe que há um Criador do mundo, que Deus é Uno e Trino e que somos chamados a viver eternamente felizes com Ele no céu. • Um pobre homem que não sabe ler nem escrever, mas que crê em Deus, tem uma sabedoria mais completa que um catedrático ateu.
Teologia Fundamental • No caso da fé sobrenatural, a testemunha que nos traz a mensagem é o próprio Jesus Cristo: é o único que “viu” Deus. • A certeza da fé sobrenatural baseia-se na • autoridade do mesmo Deus. • Mas esta autoridade é, por sua vez, objecto • de fé. • Jesus Cristo é uma testemunha verdadeira- mente excepcional e única: não se trata só de uma testemunha. Trata-se de crer que esta testemunha realmente é Deus. Para poder crer no que me diz, tenho que crer primeiro n’ Ele. • O acto de fé, ainda que razoável, em última instância, é “render” a razão: é radical. Chega até o mais profundo do homem e exige todas as suas forças.
Teologia Fundamental • No caso da fé cristã, o papel da vontade é essencial. Por razoável que seja a Boa Nova de Jesus Cristo, não há nada que obrigue a crer nela. Como a inteligência jamais chega à evidência intrínseca face à qual não poderia resistir, a vontade deve tomar uma decisão autêntica. A fé não pode ser senão fruto da nossa liberdade. • A nossa liberdade não só se expressa na decisão. Decidir é um acto secun- dário da vontade. O seu acto principal é o amor. O querer crer deve enten- der-se no sentido de amar. Creio porque amo. Cremos em Cristo porque o amamos. A fé é, em certo sentido, uma declaração de amor a Deus.
Teologia Fundamental • A fé é, ao fim e ao cabo, correspondência ao amor, um encontro entre Deus e o homem. • A fé sobrenatural é um saber pessoal: eu sei que Deus é Pai porque o disse Cristo. Esta dimensão pessoal faz que o acto de fé seja sempre misterioso. Não podemos compreender as razões de nenhuma pessoa, nem as nossas, nem as dos outros. • Creio porque quero, e quero porque amo. Mas porque é que amo? Porque é que há pessoas que crêem e outras que querem crer, mas não podem?
Teologia Fundamental • II-II, q. 6, a. 1, ad 3: “O acto de crer, certamente, depende da vontade de quem crê; mas é necessário que a graça de Deus prepare a vontade do homem para que seja elevada às coisas que estão acima da sua natureza”. • A fé não vem de nós, é dom de Deus. Mt 11, 25: “Eu te bendigo, Pai, Senhor do céu e da terra, porque ocultaste estas coisas aos sábios e prudentes, e as revelaste aos pequenos” = Revelação interior,não exterior (a todos): é a aceitação das palavras de Cristo que é dom de Deus que recebem os que estão dispostos a acolhê-lo.
Teologia Fundamental Jo 6, 44: “Ninguém pode vir a mim se o Pai não o atrai”. As insinuações divinas produzem-se no mais íntimo do ser humano para suscitar uma resposta generosa. a Trata-se de uma iluminação interior, mediante a qual o conhecimento huma- no se põe em condições de perceber algo que não pode alcançar em virtude da sua própria força. b Logo que se “acende” esta luz, o homem recebe a graça da fé. Alcança uma certeza da verdade da Revelação maior do que as certezas huma- nas. 1 Jo 5, 9: “Se aceitamos o testemunho dos homens, maior é o testemunho deDeus”. c
Teologia Fundamental Segundo Santo Agostinho, o acto de fé consta de três elementos: • Assentimento do entendimento: creio • que Deus existe e que se revelou a nós. Assentimento da vontade: creio em Deus, fio-me d’ Ele. • Ajuda divina que torna possível o abando- • no completo: creio em Deus. 1 2 3 • Em Cristo, Deus vem o encontro dos homens e n’ Ele têm os homens acesso a Deus. Por isto, Cristo é o centro da fé cristã, o núcleo que • irradia a sua luz em todas as direcções e assinala o seu lugar às • outras verdades reveladas. • Jesus é o Messias enviado por Deus: “Debaixo do céu não nos foi dado outro nome que possa Salvar-nos” (Act 4, 12).
Teologia Fundamental • A fé é encontro, comunicação e amizade com Deus em Cristo. Mediante ela, o homem é introduzido na intimidade divina. • Então vivemos a vida de um filho de Deus: “sois filhos de Deus pela fé em • Cristo Jesus” (Gal. 3, 26). • Na origem da fé estão presentes a decisão do homem e o dom gratuito de Deus. • A iniciativa da nossa salvação está sempre em Deus. É Ele que ama primeiro; é Ele que procura o homem, muito antes de que o homem o procure a Ele. • Deus convida, não obriga: quer que homem responda com plena liberdade. Mas a nossa correspondência à graça já é graça.
Ficha técnica • Bibliografia • Estes Guiões são baseados nos manuais da Biblioteca de Iniciação • Teológica da Editorial Rialp (editados em português pela editora Diel) • Slides • Original em português europeu - disponível em inicteol.googlepages.com