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américa com C risto escuta, aprende e anuncia. A igreja em discipulado missionário. 3 o Congresso Americano Missionário 8 o Congresso Missionário latino-americano Quito, Equador, 12 a 17 de agosto de 2008. Três palavras-chave.
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américa com Cristo escuta, aprende e anuncia
A igreja em discipulado missionário 3o Congresso Americano Missionário8o Congresso Missionário latino-americano Quito, Equador, 12 a 17 de agosto de 2008
Três palavras-chave • Discipulado: nossa Igreja como comunidade discípula de Jesus. • Pentecostes: nossa Igreja como comunidade guiada pelo Espírito. • Evangelização: nossa Igreja como comunidade missionária para a humanidade.
Missão para a humanidade Esperamos que o Instrumento de Trabalho provoque em todo o continente um processo de reflexão e análise missionária que responda a esta época de mudança de paradigmas, na qual Missão “ad gentes” é a “Missão para a humanidade”
Missão aos corações “O campo da Missão 'ad gentes'ampliou-se notavelmente. Não se pode definir somente baseando-se em considerações geográficas ou jurídicas. Com efeito, os verdadeiros destinatários da atividade missionária do Povo de Deus não são só os povos não-cristãos e as terras distantes, mas também os âmbitos sócio-culturais e, sobretudo, os corações.” (DA 375)
Em sintonia com a humanidade • A Missão trata de reconhecer hoje a toda pessoa humana. • A Missão procura cultivar o anseio de fraternidade no mundo. • A Missão assume sua responsabilidade ética na construção de uma sociedade global. • A Missão aponta sempre o caminho para a transcendência. • A Missão cultiva a beleza, via de acesso a Deus e a seu Cristo.
Do Brasil de batizados ao Brasil de discípulos missionários sem fronteiras
Objetivo Geraldo 2o CMN “Ao chamar os seus para que o sigam, Jesus lhes dá uma missão muito precisa: anunciar o evangelho do Reino a todas as nações. Por isso, todo discípulo é missionário, pois Jesus o faz partícipe de sua missão, ao mesmo tempo que o vincula a Ele como amigo e irmão. Dessa maneira, como Ele é testemunha da missão do Pai, assim os discípulos são testemunhas da morte e ressurreição do Senhor até que ele retorne. Cumprir essa missão não é tarefa opcional, mas parte integrante da identidade cristã (...).” (DA 144) • Assumir a nossa “natureza missionária” guiados pelo Espírito, a serviço do Reino, à luz do Documento de Aparecida em vista do CAM 3 – COMLA 8.
De batizados a discípulos - missionários • Se passa da condição de “batizado” àquela de “discípulo – missionário” quando se participa da mesma missão de Jesus. • Os discípulos são chamados para a missão. • A missão é a única e verdadeira escola para a comunidade dos discípulos. • O discipulado descreve a maneira de como devemos ser missionários. • O discipulado se apresenta como objetivo, conteúdo, centro da própria missão: “fazei discípulos entre todas as nações” (Mt 28,19).
Numa missão sem-fronteiras • O missionário é missionário até os confins do mundo, senão não vale ... • “A graça da renovação não pode crescer nas comunidades, a não ser que cada uma dilate o campo da sua caridade até aos confins da terra e tenha igual solicitude pelos que estão longe como pelos que estão perto” (AG 37). • Para não cairmos na armadilha de nos fechar em nós mesmos, devemos formar-nos como discípulos missionários sem fronteiras ... (376). • com coração universal, aberto a todas as culturas e a todas as verdades, cultivando nossa capacidade de contato humano e diálogo (377).
Necessariamente universal • Numa época de globalização como a nossa, a missão de todos nós também deve redescobrir sua universalidade. • A globalização é um fenômeno de relações de nível planetário, uma conquista da família humana, mani-festa a aspiração do gênero humano à unidade (DA 60). • Na globalização, a dinâmica do mercado absolutiza com facilidade a eficácia e a produtividade como valores reguladores de todas as relações humanas. Esse caráter peculiar faz da globalização um processo promotor de iniqüidades e injustiças múltiplas (DA 62). • Sentimos forte chamado para promover uma globaliza-ção diferente, que esteja marcada pela solidariedade, pela justiça e pelo respeito aos direitos humanos (DA 64).
Para que o mundo se torne uma só família • Para a Igreja, a humanidade é chamada a tornar-se uma só família de Deus (GS 32). • A “família humana universal” não é um ideal abstrato, mas o grande projeto histórico de Deus para com a humanidade, a qual encontra no mistério trinitário o seu fundamento, o seu modelo e o seu último fim: “o próprio Deus” (GS 24). • A grande missão é de realizar o “bem comum de toda a família humana”, além da defesa de interesses particulares e nacionais (GS 26). • Esse horizonte é concreto e irreversível, critério fundante que hoje questiona o sentido, a finalidade e a qualidade de nossa missão e a relevância da nossa fé.
Uma pautapara a missão • A solidariedade: a dimensão da gratuidade, da partilha e da cooperação • A justiça e a paz: a dimensão da proximidade, da profecia e da informação • A busca de sentido: a dimensão da espiritualidade, do anúncio e do animação • O meio ambiente: a dimensão da universalidade, da austeridade e da formação • O diálogo: a dimensão da comunhão, da fraternidade e da articulação
A perspectiva latino-americana • A perspectiva da “missão para a humanidade”, encontra pela primeira vez na Conferência de Medellín (1968) uma sua original contextualização. • A memória desse evento vem nos lembrar algumas pedras de toques, fundamentais para a caminhada missionária latino-americana. • Trata-se de marcas profundas do próprio DNA da missionariedade da Igreja latino-americana, resgatado com fidelidade e esperança pela Conferência de Aparecida.
Medellín: 40 anos • A temática proposta foi “A Igreja na presente transformação da América Latina à luz do Concílio Vaticano II”. • “A Igreja latino-americana, reunida na 2a Conferência Geral de seu Episcopado, situou no centro de sua atenção o homem deste continente, que vive um momento decisivo de seu processo histórico. • Assim sendo, não se acha ‘desviada’, mas ‘voltou-se para’ o homem, consciente de que ‘para conhecer Deus é necessário conhecer o homem’” (DM, Introdução).
Ver – julgar - agir • “Nossa palavra de pastores quer ser sinal de compromisso; como homens latino-americanos compartilhamos a história do nosso povo”. • “Como cristãos, cremos que esta etapa histórica da América Latina está intimamente vinculada à história da salvação (...) • Cremos que estamos numa era histórica. Exige clareza para ver, lucidez para diagnosticar e solidariedade para agir. À luz da fé que professamos como fiéis, fizemos um esforço para descobrir o plano de Deus nos ‘sinais de nossos tempos’” (DM, Mensagem final).
Ver – julgar - agir • Esse deixar-se interpelar pela realidade constitui uma profunda mudança de atitude para uma Igreja acostumada a sentir-se “mestra”. • Ver, compreender e reconhecer são novos desdobramentos essenciais para a caminhada missionária, que tornam a Igreja novamente discípula no meio dos povos, companheira e amiga que busca continuamente aliados e interlocutores, e não meros destinatários de sua pregação. • Por este motivo, esse olhar a realidade não é completamente neutro, mas é cheio de compaixão.
Ver – julgar - agir • Vendo a situação, a Igreja LA chega à seguinte conclusão: • O subdesenvolvimento “se qualifica de injustiça que clama aos céus” (DM, Justiça 1) e essa injustiça expressa “uma situação de pecado” (DM, Paz 1). • A Conferência de Medellín considera que essa situação de pobreza é o maior desafio ao qual deve fazer frente o anúncio do Evangelho. • A proclamação do Reino é incompatível com a “violência institucionalizada” (DM, Paz 16). • Não é possível por conseguinte ficar “indiferente ante as tremendas injustiças sociais existentes na América Latina” (DM, Pobreza da Igreja 1).
Opção pelos pobres • Neste contexto, a Igreja latino-americana faz a opção pelos pobres: • “Denuncia a carência injusta dos bens deste mundo e o pecado que a engendra; • Prega e vive a pobreza espiritual como atitude de infância espiritual e abertura para o Senhor; • Compromete-se ela mesma com a pobreza material” (DM, A pobreza da Igreja 5). • “A pobreza da Igreja e de seus membros na América Latina deve ser sinal e compromisso: sinal do valor inestimável do pobre aos olhos de Deus, compromisso de solidariedade com os que sofrem” (DM, A pobreza da Igreja 7).
Opção pelos pobres • A opção pelos pobres é uma opção pelo ser humano. Uma opção para salvar a pessoa da dependência opressora e da dominação injusta. • A Conferência de Medellín convoca, então, os cristãos a se comprometerem com a construção de uma sociedade justa, sem marginalizados nem oprimidos. • O apelo para a ação é dramático: “não basta, certamente, refletir, conseguir mais clarividência e falar. É necessário agir. A hora atual não deixou de ser a hora da ‘palavra’, mas já se tornou, com dramática urgência, a hora da ação” (DM, Introdução 3).
Opção pelos pobres • “O encontro de Jesus Cristo nos pobres é uma dimensão constitutiva de nossa fé em Jesus Cristo” (DA 272). • “A opção pelos pobres há de se manifestar em opções e gestos visíveis” (DA 394). • “A Igreja está convocada a ser advogada da justiça e defensora dos pobres” (DA 395). • “Que seja preferencial implica que deva atravessar todas as nossas estruturas e prioridades pastorais” (DA 396). • “A opção pelos pobres deve conduzir-nos à amizade com os pobres” (DA 398).
Libertação • Essa ação tomou o nome de “libertação”. • A reflexão latino-americana denunciava que o subdesenvolvimento e a exploração do Terceiro Mundo sustentava de fato o desenvolvimento e a acumulação do Primeiro Mundo. • Não havia desenvolvimento nenhum para o Terceiro Mundo, muito pelo contrário: a situação de pobreza, gerada e sustentada pelas nações ricas, era estrutural. • A solução para esse estado de injustiça estrutural passava inevitavelmente por um processo de ruptura e de libertação.
Libertação • O conceito de libertação encontrava na Bíblia um fundamento consistente, que revelava de fato a ação de Deus na história. • Com essa noção Medellín almejava uma “libertação integral”, na qual se ofereçam “as riquezas de uma salvação integral em Cristo, o Senhor” (DM, Catequese 6). • Essa é a missão de uma “Igreja autenticamente pobre, missionária e pascal, desligada de todo poder temporal e corajosamente comprometida com a libertação de todo homem e de todos os homens” (DM, Juventude 15).
Libertação • “A tarefa essencial da evangelização inclui a opção preferencial pelos pobres, a promoção humana integral e a autêntica libertação cristã” (DA 146). • “O rico magistério social da Igreja nos indica que não podemos conceber uma oferta de vida em Cristo sem um dinamismo de libertação integral, de humanização, de reconciliação e de inserção social” (DA 359). • “Assumindo com nova força essa opção pelos pobres, manifestamos que todo processo evangelizador envolve a promoção humana e a autêntica libertação sem a qual não é possível uma ordem justa na sociedade” (DA 399).
Missão mundial • Medellín fundamenta com exatidão como há de proceder uma missão ad gentes a partir da América Latina. • A opção pelos pobres implica para a Igreja um deslocamento fundamental, uma saída de si, em termos de perceber e questionar a realidade do mundo do ponto de vista das vítimas e dos injustiçados. • Implica também, e sobretudo, a adesão a um projeto de mundo global mais justo e solidário, significativamente “outro” daquilo que temos diante dos olhos.
Missão mundial • A preocupação com dimensão universal dessa missão não passa despercebida: “Por vocação própria, a América Latina tentará obter sua libertação a custo de qualquer sacrifício, não para fechar-se em si mesma, mas para abrir-se à união com o resto do mundo, dando e recebendo em espírito de solidariedade. De forma especial julgamos decisivo nesta tarefa o diálogo com os povos irmãos de outros continentes que se encontram em situações semelhantes às nossas. Unidos nos caminhos das dificuldades e esperanças, podemos conseguir que nossa presença no mundo seja definitiva para a paz” (DM, Mensagem final)
Para refletir em grupo • De que maneira podemos conjugar às exigências da missão no nosso meio junto às exigência da missão para a humanidade? Indique pistas concretas. • Lembrar as principais intuições da Conferência de Medellín após 40 anos, faz ainda sentido para a realidade de hoje do mundo e da Igreja? Indique as razões para o “sim” e para o “não”. • O que deveria fazer concretamente a sua comunidade/paróquia para tornarse missionária?Faça uma lista de exigências usando a “imaginação da caridade” (DA 176).