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Exposi ção Crônica a Neurotoxinas Ambientais

Exposi ção Crônica a Neurotoxinas Ambientais. e m crianças e adolescentes na fumicultura Rosa Maria Salaib Wolff CEREST – Centro Santa Maria/RS.

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Exposi ção Crônica a Neurotoxinas Ambientais

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Presentation Transcript


  1. Exposição Crônica a Neurotoxinas Ambientais em crianças e adolescentes na fumicultura Rosa Maria Salaib Wolff CEREST – Centro Santa Maria/RS

  2. Prepareo seu coração, pras coisas que eu vou contar,Eu venho lá do sertão, eu venho lá do sertão, E posso não lhe agradar, Aprendi a dizer não...Geraldo Vandré

  3. Aprender Fazendo • Nas unidades de produção familiar a socialização das crianças se da no ato de trabalhar. Em todas as atividades produtivas, a criança tem uma participação ativa, e éestimulada pelos adultos para aprender fazendo. A criança apropria-se de todos os conhecimentos necessários para plantar, cultivar, colher, tratar dos animais e cuidar da casa. • No trabalho, deve-se procurar respeitar os limites físicos e a idade de cada criança, e ainda ser permitido intercalá-lo com atividades prazerosas.

  4. - Deve haver possibilidade de programar o tempo de trabalho da criança para não sobrecarregá-la num único dia, e nem obrigá-la a executar trabalhos acima de sua capacidade física (muito pesados) ou perigosos. - O trabalho assume assim importância na preparação da criança para a vida adulta, daí o seu profundo significado cultural e educativo.

  5. A agricultura moderna, caracterizada pelo profundo vínculode dependência entre o agricultor e a indústria e por condições técnicas de produção (utilização intensa de insumos de alto preço X valorização do produto ditado pela indústria a qual estão vinculados), impôs mudanças nesse ritmo de trabalho, intensificando-o. Nas pequenas propriedades o produtor, ao associar-se à indústria, arca com todos os riscos, recebe todos os insumos a preços determinados pela indústria e tem sua produção avaliada e cotada por ela.

  6. A ampliação do leque de necessidades da vida moderna aumentou o custo de manutenção da família, tornando impossível de serem supridas apenas com os ganhos auferidos pelo trabalho do chefe da casa. • Tornou-se assim premente a inclusão das mulheres no trabalho para aumentar a produção e atrás das mulheres foram os filhos. • Para essas crianças e adolescentes não há muito tempo para a escola, para os brinquedos e nem mesmo para o riso, porque são encaminhados prematuramente ao trabalho, sem direito de escolha, nem de recusa.

  7. - Desde pequenas aprendem que seu tempo e sua energiadevem ser orientados ao trabalho para incorporar os saberes, mas também prover os meios à própria sobrevivência. • Isto significa que os trabalhadores infantis não se engajam espontaneamente na produção, antes, são estratégias para a sobrevivência, uma vez que,despossuídas economicamente, as famílias procuram compensar com os ganhos da “criançada” a incapacidade dos adultos de produzirem o suficiente para uma vida digna.

  8. - Agora o trabalho como “ajuda” e como “aprendizado” é argumento socialmente construído para justificar a participação da criança nas tarefas das unidades de produção familiar legitimando assim a vinculação das crianças no trabalho, mesmo que neste trabalho não haja caráter educativo e que seja prejudicial, repetitivo e alienado, a “gurisada” sempre é estimulada a executá-lo, “para aprender” e “para render mais”.

  9. - O trabalho passa a ser socialmente percebido como algo • natural, necessário e imprescindível na vida da criança, • com vistas a preparação da vida futura. • Nestes termos, o trabalho prematuro, antes do problema grave que é, transforma-se em uma virtude. • Os malefícios que o trabalho precoce pode causar à • saúde, aodesenvolvimento físico, à continuidade da • escolarização, são minimizados pelos pais, diante da • valoração positiva do trabalho na formação das novas • gerações.

  10. Os pais de família entendem como sua missão desenvolver o senso • de responsabilidade dos futuros trabalhadores, evitando a agregação • de valores que configurem a antítese do homem trabalhador. • Por isso, diante de situações que se aproximem do estereótipo do vagabundo, os pais sentem-se na obrigação moral de aplicar castigos nos filhos, para corrigi-los e para impedi-los que recorram à condutas condenáveis. • Enfim, as condições que se configuram tendem a aprofundar as desigualdades sociais: por um lado, as fumageiras, na determinação de tornarem-se cada vez mais lucrativas, exploram inescrupulosamente uma população pobre, e, por outro, um grande número de crianças e adolescentespermanecem desprotegidos pelas leis e pelas políticas públicas.

  11. Na realidade, estabeleceu-se uma articulação entre o econômico e o cultural num processo contraditório de valorização e desvalorização da mão-de-obra da criança e do adolescente: ao mesmo tempo em que se valoriza o trabalho precoce como estratégia disciplinadora, se desvaloriza esta força de trabalho, permitindo apenas uma precária preparação escolar que vai reproduzir as condições de vida ora vigentes.

  12. O trabalho infantil não é um problema do passado. • Contraditoriamente, em várias cadeias produtivas da agricultura brasileira aparecem, de um lado, o emprego de tecnologias de alta precisão ― que combina máquinas, procedimentos técnicos avançados, biotecnologia, informática e gestão econômica sofisticada ― de outro lado, a exploração prematura da força de trabalho de crianças colocando-as em relações sociais degradantes que lembram tempos remotos. • No espaço agrário brasileiro aparecem tecnologias agropecuárias com toques futuristas junto às criançasque são transformadasprematuramente em sucatas do progresso.

  13. NEUROTOXINAS AMBIENTAIS Neuropor terem sua ação principalmente sobre o Sistema Nervoso Central e Periférico embora também atuem em outros sistemas. Toxinaspelo alto poder letal que contém, são capazes de, dependendo da dose, levar os seres vivos à morte. Ambientais por estarem no meio ambiente por sua natureza (nicotina) ou por contaminação (agrotóxicos). Entre as diversas neurotoxinas existentes, examinaremos: nicotina - age sobre o sistema nervoso, produzindo dependênciae distúrbios neuro-comportamentais. agrotóxicos que nas exposições agudas e crônicas a um ou múltiplos pesticidas são capazes de provocarem inúmeras alterações físicas neurológicas ecomportamentais.

  14. O desenvolvimento fetal é particularmente vulnerável a determinadas toxinas ambientais. Processos de desenvolvimento neurológico críticos ocorrem no sistema nervoso central humano durante o desenvolvimento fetal e nos primeiros três anos de vida. Estes processos incluem diferenciação cortical funcional, sinaptogenesis e mielinização entre outras. Toxinas ambientais silenciosamenteinvadem o feto via transplacentaria ou por ingestão direta através da poeira doméstica, solo, roupas e brinquedos contaminados ou através do leite materno, atingindo assim a criança na primeira infância.

  15. NEUROTOXINAS AMBIENTAIS Agrotóxicos Nicotina Durante a colheita, os agricultores encontram-se expostos e podem ser intoxicados pela nicotina presente na superfície das folhas do tabaco. No organismo a nicotina é bio- transformada em cotinina. Os níveis de cotinina na urina de trabalhadores expostos excedem aos encontrados nos fumantes. Os efeitos desta presença configuram a “doença da folha verde do tabaco” A exposição humana aos agtox. pode ocorrer de diversas formas: aplicação dos produtos, trabalho na produção, lavagem das roupas contaminadas, armazenamento inadequado, reaproveitamento de embalagensvazias, proximidade entre a produção de alimentos (horta) e área de cultivo do fumo, o simples fato de transitar próximo aos locais de aplicação, configuram -se como exposição. Este cenário pode estar comprometendo não apenas o trabalhador, mas também seus familiares.

  16. NICOTINA - A Nicotina interage com os receptores enzimáticos colinérgicos do tipo nicotínico, presentes no Sistema Nervoso Periférico, na junção neuromuscular, e no Sistema Nervoso Central, agindo tanto como agonista (ativador) e antagonista (inibidor), causando assim alterações nos sistemas de transmissão neuronal, que poderiam estar relacionadas com problemasneurocomportamentais futuros, ainda não estudados suficientemente (SAIDEMBERG 2002). - Os poucos relatos descritos em seres humanos, bem como estudos em animais (embora raros) têm registrado acelerada atividade motora, aprendizado e memória deficientes em proles de mães expostas à nicotina durante a gravidez e lactação.

  17. Ao investigar alterações fisiológicas reais do córtex cerebral de ratos após exposição pré-natal a nicotina evidenciaram que a exposição a diferentes níveis de nicotina (de leves até semelhantes a fumantes pesados (+ de 20 cigarros/dia)), quando examinados em diferentes períodos após o nascimento observou-se significativa redução na espessura do córtex cerebral, número de neurônios cerebrais reduzidos e cérebro com peso menor do que o grupo controle. Também foi observada uma diminuição global nas “ramificações dendríticas” (ligações entre as células cerebrais)

  18. Revelando ainda que quanto maior a dose, maior os efeitos sobre a prole. Esta investigação constitui um excelente modelo biológico para apoiar outros estudos que ligam o aumento da prevalência de hiperatividade, déficit de atenção, menor QI, e dificuldades de aprendizagem em crianças com mães que fumaram durante a gravidez e lactação e serve também para pensarmos naquelas mulheres que nestas fases da vida (gestação / lactação) dedicaram-se a semeadura, transplante, cultivo, colheita, transporte, costura, armazenamento do fumo.

  19. Agrotóxicos Para entendermos o processo de comprometimento dos seres humanos pela exposição aos pesticidas precisa-se entender o processo bioquímico pelo qual uma molécula de inseticida (acaricida, nematicida ou molusquicida) interage com o seu alvo, causando alterações em processos fisiológicos normais que se expressam na forma de toxicidade. A diferença entre a vida e a morte depende apenas do número de neurônios e da dose de neurotoxina. Cabe aqui observar o impacto dessas neurotoxinas sobre um sistema nervoso em desenvolvimento como é o caso das crianças e dos fetos.

  20. Envenenamento por NICOTINA (DFVT) É uma realidade no dia a dia do fumicultor. • Índices padrões de cotinina: • Não fumantes - menos de 10 ng/ml (nano gramas por milímetro) • Fumantes - mais de 50 ng/ml ( nano gramas por milímetro). • Índices encontrados: • Não fumantes trabalhadores na colheita do fumo – de 68 a 380 ng/ml • Fumantes trabalhadores na colheita do fumo – índices alarmantes de 180 até 800 ng/ml. • DOSE LETAL = 1000 a 1200 ng/ml

  21. Sabemos que neurotoxinas ambientais em exposições maciças matam (tanto a nicotina como os agrotóxicos)! Estamos começando a entender que a exposição crônica aos agrotóxicos provocam outras enfermidades como depressão, câncer, alterações hormonais, lesão hepática, lesão renal. Exposição crônica a nicotina?????? Não sabemos nada!!!! Exposição crônica a nicotina e a múltiplos agrotóxicos??? Não sabemos nada!!! Que agravos são capazes de trazer àqueles que foram ex- postos as toxinas desde a vida intra útero?

  22. O que sabemos...- Altos índices de depressão e suicídio.- Altos índices de abortamento.- Altos índices de deficiência mental- Altos índices de crianças mal formadas.- Altos índices de fetos anencéfalos (média mundial 1/100.000, região central 5/100.000.- Dificuldade de aprendizagem 30% nas escolas da região fumageira.

  23. Trabalho infantil

  24. Acidente de trabalho

  25. Exposição a neurotoxinas

  26. Sintomas intoxicação crônica

  27. Exames alterados

  28. Hormônios exposição máxima e mínima

  29. Escala para avaliar depressão 52,64% • 40 adultos avaliados • 20 acima do ponto de corte • 18 abaixo do ponto de corte

  30. Psicologia • Para avaliação das crianças em relação ao problema de aprendizagem, utilizou-se os testes Bender-SPG para se analisar as habilidades visomotoras e R2 que permite avaliar o conteúdo intelectual abstrato, sem nenhuma pretensão de abranger a totalidade do potencial intelectual das crianças avaliadas, além de entrevistas, visitas domiciliares e observação do comportamento dos menores na escola.

  31. Ver a morte sem chorar, A morte e o destino tudo, Estava fora de lugar, Eu vivo pra concertar. Geraldo Vandré Obrigado CEREST – região centro / rs rmwolff@ibest.com.br

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