CULTURA ESCOLAR E CULTURA DA ESCOLA

1. CULTURA ESCOLAR E CULTURA DA ESCOLA

2. A Escola coloca: LADO A LADO

3. OBJETIVO Uma breve descrição sobre as práticas escolares e como estas expressam diversos significados que fazem do espaço escolar um campo privilegiado de produção de efeitos nas subjetividade dos estudos. Com o intuito de ampliar o debate, abordaremos, superficialmente, algumas teorias da educação que fundamentam a cultura escolar.

4. Segundo o autor... A cultura escolar não se dá de maneira única e predeterminada. É constituída: Saberes Valores Ações cotidianas que estruturam seu caráter. De modo mais abrangente na instituição escolar e restrito em cada escola.

5. A cultura através da EDUCAÇÃO... Processo de Educação: transmissão dos conhecimentos construídos às gerações sobsequente. Educação primária – comunicação simples (oral ou observação). Educação secundária – tutores, preceptores, academias e escolas religiosas ou laicas que conduzem um meio de intervenção mais especifico.

6. O autor destaca que: A educação não pode ser atribuída única e exclusivamente à família, em seu processo primário, nem tampouco à escola, no processo secundário. Ela ocorre mediante um processo no qual o sujeito da educação se sujeita, em suas relações cotidianas, às diversas referências de convívio estabelecidas socialmente, é neste momento que a cultura da qual ela participa exerce um papel fundamental, pois, geralmente de maneira inconsciente, os padrões culturais influenciam os comportamentos sociais.

7. EDUCAÇÃO...

8. Conforme Machado (2000): “educação” provêm do Latim educatio; Na análise dos significados etimológicos a palavra educação encontram-se ducere, educere+ ação. Ducere= “conduzir”, “levar a determinado fim”, conservar”. Seria a dimensão que mantêm o conhecimento que existe. Isso significa que...

9. Ressalta a importância das comunicações: verbais (escrita e oral), não verbais (desenhos, pinturas, escultura, etc.) e gestos; Implica também na capacidade de expressar as próprias ideias (anteriores ou aprendidas), sabendo partilhá-las e negociá-las. Edurece= refere-se a “eduzir”, extrair”. Essa dimensão: Modifica o conhecimento

10. Isso ocorre devido a inquietação humana pelas duvidas geradas pelo próprio conhecimento adquirido (domínio cognitivo pois, demanda várias operações intelectuais e mentais); Ação – Ação do sujeito: investiga os valores de diferentes culturas estabelecendo um dialogo com os problemas da comunidade em forma de conhecimento que retorna à sociedade em um contínuo processo de retroalimentação.

11. TEORIZAÇÃO EDUCACIONAL

12. Ao longo da historia, vários significados foram dado a escola quanto a sua função: Local de aquisição de conhecimento e valores; Destinada a desenvolver o processo de socialização (apenas reprodução cultural e social); Foi adjetivada de instituição conservadora (entendida como um agente de alienação ideológica); Para alguns sociólogos que investigaram a educação, como Durkheim (1955) e Parsons (1974), ela é um elemento que garante o funcionamento e manutenção da ordem social.

13. O ponto de partida destes posicionamento é a pertinência da instituição escola à estrutura social, ou seja, existem funções concretas a ela atribuídas, as quais deverá cumprir a contento da sociedade. FUNCIONALISMO

14. Quando o assunto é a instituição escolar:

15. Função Acadêmica: 1- a adoção de normas, valores e comportamentos específicos necessários para incorporação das crianças no mundo social; 2- transmissão de conhecimento (garantia da reprodução cultural); 3- o desenvolvimento das habilidades cognitivas. • Função Distributiva: • A escola funciona como espaço de seleção social • Está atrelada ao Processo de exclusão social. Ou seja...

16. Função Econômica: • Garante a inserção no mercado de trabalho; • Essa função capacita a pessoa a exercerem uma profissão; • Estabelece uma relação entre produtividade e renda; • A escola seria responsável pelos níveis de/da escolarização; • Essa função é responsável pelo discurso da necessidade de investimento na • Educação e redentora das mazelas da sociedade. • Função Política: • Estaria ligada ao âmbito da convivência social; • A participação do professor é fundamental; • Refere-se a uma desestruturação do sistema social: • por um lado, educa-se uma elite condutora, e, por outro lado, • educa-se uma massa comportada (conformada). Ou seja...

17. Foucault (1992) nos diz em sua abordagem discursiva: “Precisamos ter sempre presente quem construiu esse discurso de que modelo de educação ele trata e a quem ele interessa. Também é importante realçar que qualquer tentativa de mudança na educação passa pela resistência dos defensores do modelo funcionalista, pois, para esses, o funcionalismo garante a produção, enquanto outras propostas educativa que admitam os diferentes e os incompetentes (naquela visão) atrasarão o processo desenvolvimentista”.

18. Exemplo disso.... Posicionamentos fervorosos e acalorados que frequentemente ganham os jornais como: Manifestações contrárias a diversas políticas de cotas para ingresso nas universidades, alegando a “perda de qualidade”. No passado, uma idêntica oposição foi constatada com o movimento da democratização da escola publica, o fim dos exames de admissão e entrada dos afro- descendentes nas universidades estadunidenses.

19. Verifica-se: O paradigma funcionalista apresenta aspectos conflitantes entre si; Visa integrar o individuo que frequenta a escola no âmbito social por meio de assimilação de valores determinados por um grupo especifico da sociedade; Em seus procedimentos, além de não garantirem o acesso ao conhecimento a todos, favorecem a transmissão de conteúdos de forma acrítica, marcado por visões de mundo de sociedade e de homem. Negam qualquer possibilidade de representatividade de grupos culturais diferentes. Ou seja...

20. Para Conen (2001): A perspectiva funcionalista estabeleceu no Brasil: Um caráter de “educação compensatória”; A escola supri a “falta” de cultura de camadas populares mediante práticas assimilicionistas (estereótipos de famílias, alunos e comunidades). Concepção etnocêntrica de sociedade.

21. Para Pierre Bourdieu (1996)... COMO A sociedade apresenta estruturas e organizações – no caso da escola: espaços e tempos próprios, arquitetura, mobiliário, currículo, métodos etc.- que criam disposições permanentes conformando e estruturando as práticas, por ele denominadas de habitus. Os sujeitos envolvidos neste universo atuam de maneira a tornar a escola...... • ...um dos principais mecanismos de produção social. • Por meio de: • “arbítrios culturais” (práticas pedagógicas) • Currículos – (real e oculto)

22. Bourdieu consolida o movimento fatalistas ao processo educativo em uma perspectiva reprodutivista onde, “não há nada que se possa fazer”. REPRODUÇÃO DAS DESIGUALDADES SOCIAIS.

23. Visto isso... Paulo Freire criou a expressão “educação bancária”. “Os professores assumem uma postura assimétrica de conhecimento e “abrem” a cabeça dos alunos para depositar aquilo que eles acredita ser o necessário”. Dewey (1971) e Mannheim sustenta outra ideia: “É a educação que garante a possibilidade do individuo atuar na sociedade de maneira critica, pela transformação do comportamento originado na família e, assim, desencadeando mudanças sociais”.

24. Uma nova vertente..... A Nova Sociologia da Educação (ou teoria educacional crítica)– mostra-se contrária à postura deterministas de Bourdieu e Dewey e Mannheim. Fundamenta-se na:

25. Na perspectiva da NSE....

26. REFLEXÕES SOBRE a abordagem cultural

27. Nas análises culturais, a distinção das classes reflete o debate entre alta cultura e baixa cultura, entre cultura erudita e cultura popular. Para Hall (2003), “a valoração de classe é um aspecto culturalmente estabelecido”. Exemplo: Classe de professores. Apesar do mesmo papel social o que é valorizado culturalmente estabelece distinção social, no interir da classe

28. CONCEPÇÃO DA CULTURA DOMINANTE

29. A cultura dominante refere-se: Controla a produção do capital, a riqueza material e simbólica da sociedade.

30. Por sua vez, as subculturas podem ser entendida como um subconjunto das culturas anteriores. Os integrantes das subculturas utilizam-se de símbolos e práticas distintas para criar uma identidade fora da cultura dominante. INTEGRAM

31. Os movimentos subculturais.... Surgem de uma crise interna à cultura dominante; Seus movimentos se limitam à contestação de algo que não lhes favoreça; Em razão disso: não atuam em direção à critica da configuração social e nem lutam por transformações das desigualdade.

32. No universo escolar.... Confrontamos com seus atos e ficamos entre os choques dessas subculturas como (exemplo) “Clubbers” “Punks” “Funkeiros”

33. A ideia de hegemonia se fundamenta na obra do italiano Antonio Gramsci. A dominação não se dá: por imposição política ou repressora à força, tampouco conquistada pela construção deliberada de regras. A dominação ocorre: por práticas sociais, formas de conhecimento, alianças de classes e estruturas sociais produzidas em locais de consenso social como igreja, a escola, o Fórum Jurídico, o Parlamento, o Estado, os diversos meios de comunicação de massa e família.

34. Para McLaren (1997)... “A hegemonia é uma luta em que os oprimidos inconscientemente não só participam da opressão do poderoso, como consentem esse ato”. Na escola, a hegemonia atua por conta dos métodos e abordagens de ensino empregados, dos conteúdos preestabelecidos, do livro didático, do sistema de avaliação, do uso de recursos midiáticos sem a devida reflexão sobre interesses e valores que neles subjazem.

35. Nas aulas de Educação Física... A hegemonia se concretiza:

36. Os esportes tradicionalmente executados na escola Transformaram-se em conteúdos hegemônicos de ensino do componente desde o final da Segunda Guerra em atendimento aos interesses socioeconômicos dos países dominantes. Handebol

37. A hegemonia permanece.... Por meio de outras manifestações culturais tendo seus objetivo anteriores recuperado; Pelo emprego do termo jogos pré-desportivos: Por exemplo Aparenta ludicidade Visam o desenvolvimento de habilidades motoras e perceptivas.

38. A ideologia da sociedade dominante, por meio da hegemonia, interioriza-se de tal forma, que a tendência conduz as pessoas a concebê-lo como consensual, imutável – “as coisas são assim, não há como mudá-las”. A ideologia transforma o mundo em coisas. A ideologia frequentemente produz nos indivíduos conceitos distorcidos do sua lugar na ordem social.

39. A ideologia atua: POSITIVA NEGATIVA Forma conceitos Categorias Ideias Para que a pessoa possa dar sentido ao seu mundo social. Todos os seus condicionantes são seletivos. Atrela-se a teoria da Dominação.

40. Dominação: estabelece a relação de poder assimétricas e institucionais quando um grupo é privilegiado em relação ao outro; Na teoria social: a dominação atua por meio de legitimação, da dissimulação, da fragmentação e da reificação. A legitimação: ocorre quando o sistema de dominação é tido como legitimo, incontestável.

41. Por exemplo: Legitimação A Disney, em suas produções estão camufladas a construção de gênero, de etnia, e de raça Educação Infantil Elas são legitimadas socialmente de tal forma que contestam sua aparente inocência ou seu discurso sobre o bem e o mal é considerado absurdo inaceitável coisa de radicais.

42. Nas aulas de Educação Física, constata-se que a nota ou conceito de avaliação, muitas vezes, é atribuído ao/à aluno/ a pela sua participação e desempenho nas tarefas propostas. Em virtude do pouco aprofundamento por parte dos/as professores/as em teorias sobre avaliação e da tradição de avaliações quantitativas na área, este procedimento torna-se legítimo. Padece diante do poder da dissimulação. Ou seja, as relações de dominação são acobertadas sob diversos efeitos discursivos.

43. Fragmentação É sustentada por que colocam as pessoas vítimas de dominação em oposição uma às outras; Impede qualquer tentativa de união em torno de interesses socioculturais. Nas aulas de Educação Física: Constata-se o “espírito de vingança” que invade os menos habilidosos quando esses se veem, talvez por pena por parte dos demais alunos, na condição de escolher a equipe.

44. Reificação É fruto da forma como os problemas são apresentados historicamente, como se fossem eternos, atemporais. Acreditam que o “currículo único” é o caminho correto e verdadeiro para garantir uma educação de qualidade para todo país, esclarece bem essa questão de dominação ideológica.

45. Outro exemplo Dito como o mais cruel, é identificado na parcela dos professores que atuam em cursos de formação contínua: Interesses apenas nos aspectos práticos; Estes “formadores” negam a capacidade de compreensão e crítica daqueles que atuam na prática cotidiana; Os professores eternamente mantidos na condição de alunos, não acessam outras produções e podem ser levados a entender que não há nada além daquilo que sabem, ou seja, reificam-se.

46. Essas análises nos mostra que: Existe um duplo movimento entre cultura escolar e as demais práticas sociais: Novas práticas de significação

47. Multiculturalismo As sociedades contemporânea são heterogenias. Nelas, o movimento da população transformaram as relações humanas. Esses movimentos consolidaram novos arranjos dos espaços sociais e estruturação de grupos diversificados, portadores de culturas próprias, assim como, todos os problemas inerentes a uma inserção social.

48. Multiculturalismo A sociedade multicultural necessidade de uma escola plural, local apropriado para o conhecimento, aproximação e valorização dos diferentes. As diferenças e a diversidade, e consequentemente o multiculturalismo, transformaram-se em questões essenciais nas teorias críticas da educação. Por multiculturalismo entende-se as estratégias e políticas assumidas para abordar e gerenciar os problemas ocasionados pela diversidade das sociedades multiculturais.

49. Multiculturalismo É oportuno lembrar que, assim como existem variadas sociedades multiculturais, existem também diversas correntes de multiculturalismo, todas elas com conotações políticas que envolvem tanto as relações de força quanto tentativas de construção de uma sociedades democrática. Para esclarecer, Hall (2003) que aponta seis tipos de multiculturalismo:

50. Tipos de multiculturalismos O conservador: insiste na assimilação da diferença às tradições e aos costumes da parcela dominante da sociedade. O liberal: procura integrar rapidamente os diferentes grupos, em busca da cidadania individual universal, porém aceita prática culturais apenas no âmbito particular; busca alcançar objetivos capitalistas; O comercial: não aborda a distribuição de riquezas e poder desde que as diferenças sejam reconhecidas e resolvidas no consumo privado;