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Seminário Internacional ABNT Normalização em RS “Agenda das ONGs Brasileiras na ISO 26000” Aron Belinky – Secretário Executivo do GAO Outubro/2007. PAUTA. Sobre o GAO–Grupo de Articulação das ONGs brasileiras Implicações políticas e estratégicas no cenário amplo
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Seminário Internacional ABNT Normalização em RS “Agenda das ONGs Brasileiras na ISO 26000” Aron Belinky – Secretário Executivo do GAO Outubro/2007
PAUTA • Sobre o GAO–Grupo de Articulação das ONGs brasileiras • Implicações políticas e estratégicas no cenário amplo • Implicações para a Gestão e Atuação das ONGs • Agenda das ONGs brasileiras • Próximos passos
Grupo de ONGs formado em maio/2006 com o objetivo de tornar mais significativa a participação dos representantes das ONGs brasileiras na construção da ISO 26000: • compartilhando informações e ampliando a discussão sobre RS entre as ONGs e com sociedade em geral • promovendo a participação de entidades sociais e ambientais brasileiras na construção de uma “agenda” conjunta • contribuindo para que a ISO 26000 tenha repercussão ampla e positiva no cenário brasileiro
Implicações políticas e estratégicas no cenário amplo • A RS pode contribuir de fato para a sustentabilidade socioambiental, ou é só um instrumento de marketing, um “modismo de gestão” ? • A disseminação da RS traz o risco de “privatização das causas sociais” ? • Face à realidade da RS, que fatores devem ser mobilizados para dar a este processo um maior valor socioambiental ? • Como a ISO 26000 se coloca neste cenário: • Requisitos para ampliar possibilidades positivas • Cuidados para reduzir possibilidades negativas
Implicações para a Gestão e Atuação das ONGs • - Estabelecimento de referências de gestão cobráveis também das próprias ONGs. • Aprimoramento dos sistemas de ação e governança das ONGs, especialmente em relação a: • - Práticas administrativas • - Transparência • - “Acountabilidade” das ações e uso de recursos • - Processos decisórios • Direcionamento dos processos pelos quais empresas escolhem “stakeholders” com que se relacionarão. • Influência sobre os focos de “investimento socioambiental” das empresas e outras fontes de financiamento. • Influência sobre critérios de elegibilidade de organizações para para receber e gerir recursos.
AGENDA ESSENCIAL DAS ONGs BRASILEIRAS NA ISO 26000 (1/3) 1- COMPROMISSO ÉTICO COM O MEIO AMBIENTE E A SOCIEDADE O Meio Ambiente e as Relações Sociais sustentáveis e saudáveis são um valor em si e um compromisso ético com as gerações presentes e futuras. Medidas visando garantir sua integridade são urgentes e devem ser adotadas no prazo mais curto possível. Devem ser focadas tanto as ações corretivas (sobre passivos existentes) quanto preventivas (sobre passivos previsíveis) e pró-ativas (visando oportunidades para o futuro), nenhumas das quais podem ser substituídas por ações compensatórias. O Meio Ambiente e as Relações Sociais jamais podem ser reduzidos a apenas valores econômicos ou monetários, mesmo que em certas situações se aceite que alguns de seus elementos sejam quantificados e tratados como recursos, custos ou oportunidades. 2- PROMOÇÃO DA CIDADANIA GLOBAL E DA DEMOCRACIA A norma deve reconhecer e garantir os direitos humanos individuais e coletivos já consagrados internacionalmente, respeitando a primazia das leis e acordos estabelecidos de forma democrática e legítima no âmbito de cada país, e também pelos países entre si, no âmbito do direito internacional e das organizações multilaterais. Deve promover e valorizar o exercício da cidadania global, entendida como o estabelecimento de mecanismos e condições para que cada ser humano possa se fazer ouvido e exercer - consciente e efetivamente - sua influência sobre as organizações e sistemas cujas ações afetam seu bem estar presente e suas perspectivas futuras.
AGENDA ESSENCIAL DAS ONGs BRASILEIRAS NA ISO 26000 (2/3) 3- VALORIZAÇÃO DA COOPERAÇÃO SOCIAL E DA SOLIDARIEDADE A transferência voluntária de recursos de uma organização para pessoas ou instituições fora de seu interesse ou do impacto específico de suas atividades - visando o atendimento de interesses coletivos - é uma ação válida, meritória e que deve ser estimulada, desde que praticada de modo a não perpetuar as situações de necessidade ou desigualdade que a ensejaram. A RS não pode ser confundida com filantropia, que deve ser considerada como uma atividade complementar a ela, mas não sua parte essencial nem sua substituta. O mesmo se aplica a outras práticas relacionadas à doação ou investimento de recursos privados em causas sociais e ambientais (como “Marketing Social”, “Patrocínios Culturais”, “Ação Social”, “Investimento Social Privado” e outras). Cuidados devem ser tomados para que o termo RS não se vulgarize, nem seja utilizado de forma “enganosa”, ou confundindo-se com uso de facilidades mercadológicas, fiscais ou outras que fujam à sua natureza. Deve ser priorizado o caráter emancipador, transformador e auto-sustentável dessas ações ou doações, reconhecendo-se, porém a importância e o mérito daquelas destinadas ao atendimento de carências específicas ou situações de emergência. 4- VALORIZAÇÃO DA AUTONOMIA DA SOCIEDADE CIVIL A norma deve reconhecer a legitimidade e autonomia da sociedade civil para organizar-se, de forma diversificada, em torno de suas causas, promovendo sua independência do poder econômico. Deve indicar cuidados e mecanismos para que as organizações doadoras de recursos considerem e respeitem a identificação de causas e prioridades pelos próprios cidadãos e suas organizações. Deve reconhecer o conflito entre interesses legítimos como parte integrante da vida em sociedade, e que o diálogo é a única forma válida para resolve-los.
AGENDA ESSENCIAL DAS ONGs BRASILEIRAS NA ISO 26000 (3/3) 5- PARTICIPAÇÃO EFETIVA DAS “PARTES INTERESSADAS” (STAKEHOLDERS) A norma deve recomendar a participação dos stakeholders nas etapas de planejamento, operação, monitoramento e avaliação das atividades da organização pela qual sejam impactados. Deve também recomendar que sejam tomadas pela organização todas as medidas para que esta participação seja efetiva, isto é, fundada no diálogo e apoiada por processos de discussão e disseminação de informações adequados às possibilidades e necessidades de todas as partes envolvidas. 6- CONSIDERAÇÃO DA ESFERA DE INFLUÊNCIA/CADEIA DE VALOR A norma deve explicitar claramente os critérios para definição do alcance da esfera de influência/cadeia de valor da organização, considerando a relevância e o controle desta sobre os agentes com que se relaciona. Deve requerer que a organização seja responsável por promover a prática da RS em toda esse âmbito. 7- VALORIZAÇÃO DA TRANSPARÊNCIA A prática da RS pressupõe a absoluta transparência quanto aos critérios pelos quais a organização age, e sobre todos os impactos de suas atividades. A efetiva transparência requer comunicação eficaz, clara, acessível e em tempo e forma adequados à sua compreensão pelo público a que se destina.
Ação junto ao WG ISO 26000 • Participação nos trabalhos, fundada na “Agenda Essencial” • Cooperação com outros participantes alinhados a essa Agenda • Ação proativa junto ao Grupo. Participação no processo de redação • Ação junto à ABNT e Comitê Espelho brasileiro • Participação nos trabalhos, fundada na “Agenda Essencial” • Cooperação com outros participantes alinhados a essa Agenda • Ação proativa junto ao Grupo, promovendo a disseminação dos temas da ISO 26000/RS e a maior participação • Presença nos seminários e debates nacionais
Objetivos e diretrizes para ação junto às ONGs brasileiras • Disseminação das discussões, trazendo mais e mais entidades para a discussão da ISO 26000 e da RS • Focar na “estratégia temática”: mostrar como a agenda da ISO 26000 se conecta às das ONGs e a partir daí discutir a RS e suas implicações • Realizar eventos presenciais próprios, dentro dos recursos disponíveis • Manter o site e a plataforma de discussões “on line”, com responsáveis pela animação de cada tema • Ampliar a visibilidade do GAO: manter produção de boletins; ampliar a presença na mídia e a participação em eventos de terceiros (sem custo) • Estabelecer acordos que permitam dar maior amplitude às ações acima • Manter atividades na medida dos recursos disponíveis, e que são – essencialmente – o trabalho voluntário e os acordos/parcerias.
Evitar: que seja apenas mais um selo que seja uma ”receita de bolo” (deve ser um novo processo de gestão da relação das organizações com a sociedade e o meio ambiente) a “sufocação" de iniciativas já existentes na área de RS eventual tendência a “monopolização" do tema da RS pela ISO, mesmo involuntariamente Fundamental é garantir a realização plena do potencial transformador da ISO 26000 Há 3 tendências, mas que se misturam e variam conforme o tema: “Transformadora” “Utilitária” “Reativa” É um cenário dinâmico, e não se trata do “Bem” contra o “Mal”: são pessoas, com opiniões que mudam com o tempo e o contexto... É um processo político, para a definição de um documento técnico, que terá efeitos técnicos e políticos na gestão das organizações.
A ISO 26000 é... Interpretação livre produzida por Aron Belinky. Não necessariamente reflete a posição da ISO
“Nunca duvide que um pequeno grupo de cidadãos atentos e comprometidos pode mudar o mundo. • Na verdade, isso é o que sempre ocorreu.” • Margaret Mead, antropóloga (1901-1978)
Obrigado! • iso26000gao@uol.com.br • www.gao.org.br