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Compreendendo o controle aversivo Palestra PCC - Abril 2013 Maura Alves Nunes Gongora [UEL/ Londrina].
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Compreendendo o controle aversivo Palestra PCC - Abril 2013 Maura Alves Nunes Gongora [UEL/ Londrina]
Justificativa: Controle aversivo constitui um amplo domínio do corpo teórico-conceitual da Análise do Comportamento que merece ser mais estudado e melhor compreendido. Os temas aqui apresentados são produto de uma linha de pesquisa de pesquisa, nossa, na UEL. Enfoque: explorar alguns temas analisados por Skinner (1953/2003 ...) e Sidman (1989/2003) que, em geral, apresentam importantes implicações práticas e debates conceituais e teóricos.
I – DISTINÇÃO CONTROLE AVERSIVO E PUNIÇÃO: VER: DEFINIÇÕES OPERACIONAIS DAS CONTINGÊNCIAS AVERSIVAS
CONTROLE AVERSIVO = ÁREA DE ESTUDO DA ANÁLISE DO COMPORTAMENTO • O controle aversivo é definido por contingências que afetam de maneira distinta a probabilidade do comportamento. • REFORÇAMENTO NEGATIVO: probabilidade PUNIÇÃO: probabilidade
Definições operacionais das contingências aversivas TIPO 1 (positiva) Contingências de Punição TIPO 2 (negativa) Comportamento de FUGA Contingências de Reforçamento Negativo Comportamento de ESQUIVA
Contingências de Reforçamento Negativo E Filogênese: Em ambas as contingências [fuga e esquiva] a conseqüência da resposta é a remoção de estímulos aversivos [a) incondicionados ou b) condicionados] da situação. : R S¯ R S¯ :
Contingências de Punição ou [punição = técnica de controle intencional ...?]
TIPO 2 (negativa) TIPO 1 (positiva) Caracteriza-se pela remoçãode reforçadores positivos disponíveis Caracteriza-se pela adiçãode reforçadores negativos ou de estímulos aversivos
EFEITOS DAS CONTINGENCIAS AVERSIVAS: • EFEITO DIRETO: mudança na probabilidade do comportamento. • EFEITOS INDIRETOS; COLATERAIS ou SUBPROTUDOS: correlatos às mudanças na probabilidade do comportamento. Imediatos: reações emocionais Longo prazo: condicionamento de estímulos neutros à estimulação aversiva, entre outros. Apesar dos subprodutos não consistirem no principal efeito dessas duas contingências, eles são de suma importância para análise do controle aversivo. (SKINNER, 1953; HINELINE, 1984 e SIDMAN, 1989/1995)
II- SUBPRODUTOS EMOCIONAIS: Nas contingências de punição e de reforço negativo • Há dois processos de condicionamento envolvidos.
Efeito Operante (direto) Probabilidade de ocorrência do comportamento Condicionamento Respondente (indireto) Reações emocionais incompatíveis com a ocorrência do comportamento
O CONDICIONAMENTO DE ESTÍMULOS NEUTROS: • pode resultar em padrões de fuga/esquiva • Comportamentos de fuga e de esquiva envolvem um CUSTO ALTO DE RESPOSTA para o organismo, pelo fato de serem acompanhados pelas reações emocionais também observadas nas contingências de punição (Skinner, 1953/2003; Sidman, 1989, 2003) Portanto: sobre estímulos aversivos condicionados, verifica-se: MAIOR pode ser o tempo que o indivíduo permanece emitindo comportamentos de esquiva • Quanto MAIOR o número de estímulos condicionados antes da remoção da estimulação aversiva
Punição - Sentimentos de Culpa/Vergonha - Paralisação do comportamento operante - Respostas emocionais perturbadoras -Contracontrole (agressão) SUBPRODUTOS INDESEJÁVEIS: exemplos [conforme Skinner/Sidman] • Reforço negativo • [ Se por ameaça de punição é • contínua ! ] • - Sensações de Medo • - Estados de Ansiedade • - Padrões de fuga-esquiva • Sentimentos de Insegurança • - Estado de alerta/stress
Condições que favorecem a ocorrência de subp. indesejáveis. [Skinner e outros autores] • Estimulação aversiva severa: • 1.1 Elevada intensidade da estimulação aversiva • 1.2 Duração prolongada da estimulação aversiva • 1.3 Incontrolabilidade e imprevisibilidade de contato do indivíduo com a estimulação aversiva • História comportamental do indivíduo desfavorável à possibilidade de apresentar comportamentos concorrentes e de dessensibilizá-lo para adversidades do cotidiano. [Repertório operante pouco eficaz e pouca tolerância às situações aversivas do cotidiano]. • Condições ambientais atuais que podem impedir a apresentação de comportamentos concorrentes (reforçados positivamente)
SUBPRODUTOS DESEJÁVEIS • Fuga é um comportamento filogeneticamente selecionado por sua consequência: favorecer a sobrevivência do organismo. • Interesse: comportamento de ESQUIVA ATIVA (aprendido) ESQUIVA ATIVA: Desenvolvida se a estimulação aversiva for compatível com a capacidade do indivíduo de enfrentá-la. Resultados da Estimulação Aversiva Compatível: INDUZ a apresentação de respostas que possivelmente eliminem ou adiem as chances de punição; As reações emocionais eliciadas são toleráveis e passageiras. NOTA: Motivação no Behaviorismo Radical: Estimulação Aversiva e privação.
Variedade de respostas reforçadas negativamente. • Ausência de reações emocionais perturbadoras • As chances de ocorrer comportamentos positivamente reforçados (comportamentos concorrentes) • - Os sentimentos de auto confiança As chances de serem estabelecidos repertórios apropriados PROCESSO COMPORTAMENTAL NA ESQUIVA ATIVA
RESULTADOS DESEJÁVEIS DA ESQUIVA ATIVA • Variabilidade Comportamental • Repertório de Enfrentamento Na esquiva ativa a estimulação aversiva induz a apresentação de outros comportamentos. Desse modo, o indivíduo pode modificar o seu ambiente, reordenar as contingências, evitando o contato com situações punitivas e ainda aumentar as chances de ocorrer reforçamento positivo. • Comportamentos socialmente eficazes: > Autocontrole ; > Resolução de problemas; >Seguir regras Skinner admite que na aquisição desses repertórios ocorre a participação de controle aversivo [punição e reforço negativo]
RESULTADOS DESEJÁVEIS DA ESQUIVA ATIVA RESULTADOS [cont...] • Dessensibilização da Estimulação aversiva (Tolerância à estimulação aversiva A exposição do indivíduo à estimulação aversiva compatível permite que o indivíduo aprenda a enfrentar situações variadas da vida diária, principalmente quando a estimulação aversiva é inexorável. Para isso, a apresentação gradual da estimulação aversiva pode favorecer a aprendizagem de repertório apropriado de enfrentamento. Hays (1987) e Kohlenberg e Tsai (1991/2001). • Estado emocional de equilíbrio e sentimento de autoconfiança. A estimulação aversiva compatível induz estado fisiológico de “stress” necessário apenas para o organismo responder ao ambiente (motivação).
Malot (2004) São sentimentos importantes para a aprendizagem de regras morais (valores morais e éticos) Efeitos desejáveis do, controle aversivo ?? • Sentimentos desejáveis para aprendizagem de comportamento moral Sentimentos produzidos por contingências de punição e de REFORÇO negativo, socialmente construído [pouco discutidos !]. Culpa Vergonha Medo • Controle aversivo apropriado beneficia a vida em sociedade
Análise das atividades indicativas da relação entre o controle positivo e controle aversivo do comportamento Contingências aversivas competem com as positivas Reforçamento positivo Esquiva apropriada? Repertório de Enfrentamento (tolerância à estimulação aversiva) • Os índices de cada quadrante são indícios do repertório total da pessoa
Posições gerais defendidas no livro de Sidman (1989) a respeito da coerção [alinhadas com posições de Skinner sobre punição]: • - não funciona para inibir comportamento; • - gera graves prejuízos (subprodutos); • recomendação: usar reforço positivo.
4) Questionamentos específicos de efeitos da coerção [da punição e do reforço negativo] em três debates distintos: da punição positiva, da punição negativa e outro do reforço negativo.
Divergências sobre punição positiva: • Em certas contingências a supressão da resposta punida se mantém sim; • Também o reforço positivo, se retirado completamente, pode resultar em perda dos seus efeitos; - Com certas especificidades pode trazer benefícios para indivíduo e sociedade.
- Quanto à punição negativa: Estudo posterior [nosso] demonstrou que é estratégia recomendada na literatura de orientação de pais para educar crianças no “respeito a limites” e no cumprimento de regras. Não produz, os tais efeitos indesejáveis [ver debate sobre culpa e comportamento moral]
Quanto à equiparação de reforço negativo com punição, relativa aos efeitos danosos. • Skinner (1971) pontua 02 critérios para se valorar, socialmente, um comportamento como “bom”: a) se ele fortalece comportamento e b) se ele é acompanhado por sentimento positivo. Então, neste caso, reforço negativo é bom. - A exposição inicial à estimulação aversiva, não necessariamente define uma relação de punição intrínseca ao reforçamento negativo...
Quanto à alternativa sugerida à coerção/punição: • O reforço positivo • - Perone (2003) : reforço positivo, às vezes pode ser ruim e controle aversivo, às vezes, pode ser bom. Horner (1990), outros critérios devem definir escolha de procedimentos. • Skinner : reforço positivo, sendo imediato, pode trazer prejuízos a longo prazo, especialmente para práticas culturais.
Considerações finais: • Uma afirmação para ser discutida: “punição não ensina nada”