130 likes | 232 Views
PESCA EM ÁGUAS PROFUNDAS LX EVANGELIZAÇÃO NO TERCEIRO MILÊNIO. A BÍBLIA E OS PRIMÓRDIOS DA NOSSA VIDA.
E N D
PESCA EM ÁGUAS PROFUNDAS LXEVANGELIZAÇÃO NO TERCEIRO MILÊNIO A BÍBLIA E OS PRIMÓRDIOS DA NOSSA VIDA
Não sei se acontece com você, mas quando leio a Bíblia sinto-me como um caminhante dentro de mim mesmo admirando a vida desde que o Criador soprou-a no barro e meu coração começou a pulsar. Detenho-me diante de certas paisagens e fico a meditar...
Naquele tempo, tudo era naturalmente belo, puro e perfeito, cores e sons harmoniosos, sem desnível e nem contrário, podíamos ouvir e falar, até mesmo brincar, com o Criador. Éramos felicíssimos. Lembra?...
Sim, o Paraíso! Claro que antes de sair a caminhar peço ao Espírito Santo que me ilumine para ver as nuanças que marginam a estrada por onde vou andar...
Tem um ponto bem definido no trajeto que muito me marcou, porque foi o lugar onde iniciou a mudança radical de nossa vida, quando minha companheira amorosa e convincentemente ofereceu-me um fruto. Fica debaixo de uma videira...
Era um fruto que ainda não devia ser por nós comido, pois tinha substâncias venenosas. O Criador chegou até a nos alertar de que, no momento em que o comêssemos, passaríamos a ser responsáveis pelas consequências dessa nossa decisão, inclusive morte certa. Aceitei a oferenda de minha companheira e, juntos, optamos pelo nosso livre arbítrio. Fruto saboreado, incontinenti, passamos a ver e a sentir por nós mesmos!...
Lembro-me da decepção do Criador com esta nossa atitude de trocá-lo por meras abocanhadas. Fato este justificado como exercício do nosso arbítrio para romper os grilhões que nos prendiam à divindade. A partir daí não tínhamos que dar satisfação a ninguém do que fazíamos. Éramos livres, donos de tudo e tudo podíamos fazer!... Sim, traímos o Criador de todas as coisas que, por muito nos amar, criou-nos à sua imagem e semelhança e nos deu a sua Criação para tomarmos conta. Que ingratidão!
Ainda, hoje, onde quer que eu esteja, ouço a voz do Criador, embargada de emoção, ecoando dentro de mim: - Quem te revelou que estavas nu?... Terias tu porventura comido do fruto da árvore que eu te havia proibido de comer?...
Foi horrível a sensação que senti quando ouvi a voz embargada do Criador, tudo dentro de mim ficou revolto e nauseabundo; minha companheira, arrependida, não parava de chorar debaixo da videira; e a serpente enrolada num dos galhos sorria felicíssima... Foi aí que tomei a consciência do mal que se entranhou em nossa vida. Transformamo-nos no transmissor ambulante do maligno. Com a nossa presença, a Criação tornou-se impura...
A maldade alastrou-se pelos seus recantos, principalmente em nossa família, que se desagregou quando o filho mais velho, por inveja e ciúme, matou o mais novo... Minha companheira e eu, como dois desterrados amaldiçoados, não parávamos de lamentar e a chorar arrependidos, transbordantes de angústias que passaram a nos dominar...
Ficamos sós no mundo. Bebíamos e comíamos o fruto de nossas próprias mãos! Passamos a enfrentar todo tipo de malefícios. Ah, e Caim?... Tão logo matou Abel, Caim enfronhou-se no mundo como um fugitivo e nunca mais o vimos. Mas por onde passávamos ouvíamos relatos de seus feitos medonhos...
Desde então, não conseguimos mais falar e nem ouvir o Senhor, um silêncio dolorido passou a reinar entre nós, entretanto, tínhamos a sensação de que nos acompanhava com seu olhar misericordioso. Diácono Eliezer Martins Inspiração: Gênesis 1-6