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Ecos no Porão– Vol. II. Silveira de Souza Contos- Relatos Escolhidos. Advertência:. Para melhor absorver a história, ofereceu-se, aqui, uma sucinta recontagem da obra ‘Ecos no Porão, Vol. II’ de Silveira de Souza. Recomenda-se a leitura integral da obra.
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Ecos no Porão– Vol. II Silveira de Souza Contos- Relatos Escolhidos
Advertência: • Para melhor absorver a história, ofereceu-se, aqui, uma sucinta recontagem da obra ‘Ecos no Porão, Vol. II’ de Silveira de Souza. • Recomenda-se a leitura integral da obra. • A análise foi feita sob os moldes tradicionais.
Conto 1- Grotesca Armação: p. 111 • Narração: 1ª pessoa • Personagens: Narrador , Nadir e o velho; • Enredo: A vida do narrador e nadir têm um relacionamento e por dificuldade financeira . O velho passa a ter encontros sexuais com Nadir. • Ele se apaixona por ela e quer afastá-lo do narrador, que, num acesso de fúria, mata o velho com duas pancadas na nuca., deixando Nadir em estado de choque. • Depois se livram do corpo em um perau. • Mas o Narrador prevê que aquele acontecimento acabará por afastar Nadir e ele.
Grotesca Armação • Espaço: Sítio em um trajeto da BR 101 em direção a Camboriú. • Tempo: Uma madrugada. • Linguagem : Em itálico está o fluxo de consciência do narrador, criando dois planos: o relato e a consciência. • Destaque para erro: “evitar que não escorresse”.
Conto 2- Inocente útil: p. 117 • Narração: 3ª pessoa • Personagens: Um homem (funcionário civil da marinha), Marcela (sua irmã)e o médico. • Enredo: No sanatório o homem permanece alheio a tudo, exceto a uma imagem: um par de velhos e tortos sapatos e uma estrada. • Marcela conta ao médico que fora preso para interrogatório por ser amigo de comunistas. O médico o chama de inocente útil. Tece-se entre ele e Marcela uma divagação sobre a existência ou não da inocência em termos políticos e sociais, enquanto o homem é atormentado pela lembrança das torturas e foge para a imagem dos sapatos e da estrada.
Inocente útil • Espaço: Sanatório. • Tempo: Indefinido (época da repressão política contra o comunismo). • Linguagem: Os diálogos revelam os fatos passados pelo homem, o restante é a percepção presente desse mesmo homem.
Inocente útil • Intertextualidade: Dylan Thomas (Dylan Marlais Thomas (Swansea, 27 de outubro de 1914 – Nova Iorque, 9 de novembro de 1953) foi um poetagalês. Ao contrário de seus contemporâneos, Thomas Stearns Eliot e W.H. Auden, Thomas não estava preocupado com a exibição de temas de questões sociais e intelectuais, e sua escrita, com o seu lirismo intenso e altamente carregada emoção, tem mais em comum com a tradição romântica.)
Inocente útil • Intertextualidade: A repressão contra membros do Partido Comunista Brasileiro, chamada Operação Barriga Verde, dá-se no período de 1975 a 1978
Conto 3- Quase três horas em Candeias: p. 121 • Narração: 1ª pessoa • Personagens: Narrador , V. e D.; • Enredo: O narrador visita Candeias com o propósito de discutir com V. e D. um projeto artístico. • Ele faz uma breve descrição da cidade e da insólita parada no Cine Teatro para assistir a um ensaio do espetáculo, desconhecido até por D. que era morador da cidade, “Ildefonso, o magnífico”: um homem sem braços que com a ajuda de um mecanismo de hastes metálicas tocava tambor e gaita de boca. • A perfeição de sua interpretação e de seu repertório abala o narrador.
Quase três horas em Candeias • Espaço: Candeias. • Tempo: Um dia. • Linguagem: Candeias(Perto de Camboriú [?]) • Intertextualidade: • Menção à Vou-me embora pra Pasárgada • Rimsky korsakov “O voo de besouro” • Nikolai Andreyevich Rimsky-Korsakov(Tikhvin, 1844 — Lyubensk, 1908) foi um militar, professor e compositor. O voo de besouro é uma peça para violino cuja execução é considerada difícil.
Vou-me Embora pra PasárgadaManuel Bandeira • Vou-me embora pra PasárgadaLá sou amigo do reiLá tenho a mulher que eu queroNa cama que escolherei • Vou-me embora pra PasárgadaVou-me embora pra PasárgadaAqui eu não sou felizLá a existência é uma aventuraDe tal modo inconsequenteQue Joana a Louca de EspanhaRainha e falsa dementeVem a ser contraparenteDa nora que nunca tive
Vou-me Embora pra PasárgadaManuel Bandeira • E como farei ginásticaAndarei de bicicletaMontarei em burro braboSubirei no pau-de-seboTomarei banhos de mar!E quando estiver cansadoDeito na beira do rioMando chamar a mãe-d'águaPra me contar as históriasQue no tempo de eu meninoRosa vinha me contarVou-me embora pra Pasárgada
Vou-me Embora pra PasárgadaManuel Bandeira • Em Pasárgada tem tudoÉ outra civilizaçãoTem um processo seguroDe impedir a concepçãoTem telefone automáticoTem alcaloide à vontadeTem prostitutas bonitasPara a gente namorar
Vou-me Embora pra PasárgadaManuel Bandeira • E quando eu estiver mais tristeMas triste de não ter jeitoQuando de noite me derVontade de me matar— Lá sou amigo do rei —Terei a mulher que eu queroNa cama que escolhereiVou-me embora pra Pasárgada. Texto extraído do livro "Bandeira a Vida Inteira", Editora Alumbramento – Rio de Janeiro, 1986, pág. 90
Conto 4- Associações Caóticas: p. 121 • Narração: 1ª pessoa • Personagens: Narrador e Dioclécia. • Enredo: No curto e tempo da subida do elevador do térreo ao 21º andar, ocorre uma filosófica conversa. • A argumentação do narrador é destinada a surpreender Dioclécia uma mulher extremamente original (veste-se de palhaço e diz que 86,7% da humanidade é burra). • Ele pergunta sobre a importância do caos como fator criativo. Ela responde que o caos de ontem não é o caos de hoje.
Associações Caóticas • Enredo: Ele, por sua vez, argumenta em favor da resposta dela mostrando que o caos de ontem era uma avaliação do exterior: tudo aquilo que fugisse às leis matemáticas e físicas (newtonianas) de organização do universo. • Então ela pergunta o que seria o caos hoje. Ele responde com uma citação de Ilya Prigogine que guardara para impressioná-la e que versava sobre o sentido de aproximar o mundo externo do interno.
Associações Caóticas • Enredo: Tudo numa tentativa de não estar na percentagem de 86,7% de ignorância. • Ela pergunta “E nós?” Ele diz que são figurantes da ‘dança cósmica’, mas que estão tomando consciência dos acontecimentos “sempre probabilísticos do universo” e cita Nietzsche. Com isso, Dioclécia, em tom de brincadeira, diz que em alguns momentos ela o considera fora dos 86,7%.
Associações Caóticas • Espaço: Elevador da Benfeitoria ‘Eternas’ da Administração Regional. • Tempo: Subida do elevador do térreo ao 21º andar. • Linguagem:Rica em Intertexto. • Intertextualidade: • A origem do nome Dioclécia é grega e significa “Glória de Deus (Zeus).
Associações Caóticas • Intertextualidade: • Picasso: Pablo Picasso: 1881, Málaga, Espanha - 1973, Mougins, França> pintor-um dos mais importantes artistas plástico do século XX • Braque:Georges Braque: 1882, Argenteuil-sur-Seine, França -1963, Paris, França. Assim Braque definiu seu trabalho: "Amo a regra que corrige a emoção. Amo a emoção que corrige a regra". Junto com Pablo Picasso, ele inventou o cubismo, revolucionando a pintura. • Newton: Isaac Newton: 1642, Wolsthorpe, Inglaterra- 1727, Kensington, Inglaterra
Associações Caóticas • Intertextualidade: • Prigogine: Ilya Prigogine: (1917 - 2003): • Físico-químico russo nascido em Moscou, Rússia, e naturalizado belga, especialista em desequilíbrio termodinâmico que ganhou o Prêmio Nobel de Química (1977) por sua contribuição ao estudo do desequilíbrio termodinâmico ou teoria das estruturas dissipativas.
Associações Caóticas • Intertextualidade: • Nietzsche: Friedrich Wilhelm Nietzsche: 1844, Rökken -1900, Weimar. era formado em filologia clássica e não em filosofia. Tornou-se filósofo, segundo ele mesmo diz, devido à leitura de Schopenhauer. Concorda com a visão de mundo deste filósofo em três questões essenciais: a) a inexistência de Deus; b) a inexistência de alma; c) a falta de sentido da vida, que se constitui de sofrimento e luta, impelida por uma força irracional, que podemos chamar de vontade.
Conto 5- Ecos no Porão: p. 129 • Narração: 1ª pessoa • Personagens: Narrador (menino- em lembrança), pai, mãe, D. Mariana. • Enredo: Lembranças do narrador o levam à infância e as inquietações do pai só liberadas pela cachaça que o menino que comprava a título de remédio. • O conte vai por duas vertentes: a lembrança da embriaguez do pai como quebra da rotina da família(o medo da mãe de que ele enlouquecesse, a libertação das vária ‘entidades’ que o pai trazia dentro de si).
Ecos no Porão • Enredo: A outra vertente é a do próprio narrador que a partir da experiência dos ‘ecos no porão’ (palavras que ele e o pai gritavam de fora para dentro do porão vazio e que tinha seus sons reinventados) como uma reconstrução da memória, liberando percepções várias da sua lembrança num ato de metalinguagem.
Ecos no Porão • Espaço: Florianópolis- Conselheiro Mafra. • Tempo: Ponte entre a infância e o presente. • Linguagem:Metalinguagem. • Intertextualidade: • Musas. (Trabalhado em “Cinco dias úteis”- Relatos Escolhidos) • Sócrates: 469 a.C., Atenas -399 a.C., Atenas. É considerado por muitos filósofos como o modelo de filósofo. Foi o professor de Platão, um dos filósofos mais influentes de todos os tempos. O seupensamento desenvolveu-se de 3 grandes ideias: a) a crítica aos sofistas; b) a arte deb) a arte de perguntar; e c) a consciência do Homem.
Ecos no Porão • Intertextualidade: • Platão:427 AC, Atenas -347 AC, Atenas. Foi discípulo de Sócrates, por quem sempre nutriu profunda admiração, transformando-o no personagem principal de seus diálogos. Após a morte do mestre, fundou sua própria escola de filosofia, chamada de Academia, em homenagem ao deus Academus. Sua obra está intimamente ligada aos problemas filosóficos de sua época.
Ecos no Porão • Relativismo: é assim chamado, por considerar que não existem verdades absolutas, mas apenas verdades relativas que mudam com o passar do t • Modelos ideais imutáveis: O que não muda são as ideias das quais as coisas são meras cópias. As coisas podem mudar de forma e tamanho, mas os modelos ideais imutáveis que estão para além das aparências. • Alma imortal:Mas, se o mundo das ideias é separado do nosso mundo, como Platão sabe que ele existe? Segundo o filósofo, não só ele, mas todos nós sabemos que o mundo das ideias existe porque já estivemos lá.