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Distribuição Regional de Renda no Brasil. Aluno: Pedro Augusto de Araújo Freitas. Introdução. Renda: recurso componente do nível de bem-estar de uma sociedade Assim, é possível adotar-se a renda como critério de avaliação do nível de bem-estar de uma sociedade – daí a importância do tema.
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Distribuição Regional de Renda no Brasil Aluno: Pedro Augusto de Araújo Freitas
Introdução • Renda: recurso componente do nível de bem-estar de uma sociedade • Assim, é possível adotar-se a renda como critério de avaliação do nível de bem-estar de uma sociedade – daí a importância do tema
Introdução • Década de 1950: estudos sobre tendências espaciais/regionais de desenvolvimento econômico ganha destaque; • Principais autores: Myrdal (1958), Hirschman (1958), Kaldor (1970), Kuznets (1955), Williamson (1965), Richardson (1980);
Curva de Kuznets • Kuznets parte da premissa de que o desenvolvimento econômico das sociedades ocorreria por meio de etapas similares; • A diferença entre as rendas do campo e dos pólos industriais seria explicada pelo fluxo migratório daquele para esses, e na falta de capacitação inicial dos trabalhadores imigrantes – o que geraria a diferença dos níveis de renda; • No longo prazo, com o aumento da capacitação e estabilização dos fluxos migratórios, a diferença do nível de renda cairia;
Coeficiente de Williamson • Para Williamson, as causas da disparidade regional seriam: existência de recursos naturais diversos em cada região, migração do trabalho, movimento de capital e políticas governamentais. • Assim, partindo de premissas similares às de Kuznets, desenvolve um coeficiente para mensurar o nível da desigualdade de renda um país
Coeficiente de Williamson • yi: renda per capta da região i; • y: renda per capta nacional • n: número total da população; • fi: população da região i
Coeficiente de Williamson • Quanto Vwfor mais próximo de 1, maior será o nível de desigualdade de renda de um país; • Quanto Vw for mais próximo de zero, menor será o nível de desigualdade de renda;
Coeficiente de Williamson para países selecionados, 1980-1998.
Coeficiente de Williamson e disparidades regionais no Brasil (Chiarini, 2006) • Chiarini aplica a fórmula de Williamson utilizando não o PIB, mas sim os dados de renda do PNAD, excluindo as transferências estatais; • Organizando graficamente os dados, conclui pelo afastamento da curva de Kuznets e pela configuração de um padrão em ‘S’, com o aumento da disparidade entre as rendas regionais • Conclusão precipitada e baseada em divergência de apenas um ano.
Tendência de convergência das rendas per capita estaduais (Afonso e Diniz, 1995) • As rendas per capita dos Estados nacionais tenderia a crescer à mesma taxa • Desvios positivos: Rio Grande do Sul, Amazonas, Sergipe, Paraná, Espírito Santo, Santa Catarina, Minas Gerais, Mato Grosso, Bahia, Distrito Federal. • Desvios Negativos: Amapá, Pernambuco, Acre e Maranhão.
Diagnóstico para a convergência (Afonso e Diniz, 1995) • Desenvolvimento e ampliação da infra-estrutura básica • Movimento de fronteiras agrícola e mineral • concessão de incentivos econômicos pelos Estados • Crise econômica do Rio de Janeiro • Reversão da polarização da área metropolitana do estado de São Paulo • Movimentos migratórios
Tendências para a distribuição de renda entre os Estados (Afonso e Diniz, 1995) • São Paulo e Rio de Janeiro: redução da participação do PIB, mas com manutenção da tendência de convergência; • Maranhão, Piauí, Ceará: crescimento acima da média nacional, devido à expansão agrícola, industrial e mineral (Carajás)
Tendências para a distribuição de renda entre os Estados (Afonso e Diniz, 1995) • Rio Grande do Norte, Paraíba, Alagoas, Sergipe: inconclusivo • Pernambuco: possível recuperação da tendência de convergência decorrente de emigração; • Região norte: tendência de crescimento econômico (industrial, mineração e agrícola)
Tendências para a distribuição de renda entre os Estados (Afonso e Diniz, 1995) • Espírito Santo, Minas Gerais e Região Centro-Oeste: tendência de crescimento econômico acima da média nacional; • Região Sul: tendência divergente, com crescimento acima da média nacional; • Distrito Federal: crescimento acima da média, em decorrência de sua elevada renda per capita
Distribuição de Renda no Brasil • Os oito estados mais industrializados do país (SP, MG, RS, PR, RJ, SC, BA e AM) concentravam 88,7% da indústria de transformação nacional em 1995. Essas participações reduziram-se para 87,2% em 2007. • O estado que mais perdeu participação na indústria foi São Paulo (- 4,3 pp) seguido pelo RS (-1,6 pp). Grande parte dessa participação perdida distribuiu-se entre os outros seis estados líderes da indústria nacional em 2007, além de Goiás, Espírito Santo e Pará.
Distribuição da renda no Brasil • Região Norte: todos os Estados cresceram acima da média nacional (39,8%) • O Nordeste cresceu 44% no período, sendo que somente CE, PE e AL cresceram abaixo da média brasileira • Sudeste: crescimento de 33%, sendo que SP e RJ cresceram abaixo da média nacional. • Região Sul cresceu 39,9% no período, quase igualando a média brasileira (39,8%). • O Centro-Oeste (63,5%) ficou atrás apenas da Região Norte (73,6%).
Distribuição de renda no Brasil por faixa de renda • A desigualdade de renda no Brasil concentra-se na cauda superior da distribuição, ou seja, nos níveis mais altos de renda. • Se a renda dos 10% mais ricos não fosse levada em consideração, Brasil e Estados Unidos teriam níveis desigualdade similares.
Histórico da distribuição de renda no Brasil por faixa de renda (Barros e Mendonça: 1995)
Histórico da distribuição de renda no Brasil por faixa de renda(Barros e Mendonça: 1995)
Distribuição de renda na década de 1960 (Barros e Mendonça: 1995)
Distribuição de renda na década de 1970 (Barros e Mendonça: 1995)
Distribuição de renda na década de 1980 (Barros e Mendonça: 1995)
Distribuição da renda em 1990 (IPEA, 1997) • Classificação de regiões conforme obra de Carlos Langoni (1973) • Região Norte: Roraima, Acre, Amapá, Rondônia, Amazonas e Pará • Meio-Norte: Maranhão, Piauí • Nordeste Central: Ceará, Rio Grande do Norte, Pernambuco, Paraíba, Alagoas; • Leste: Sergipe, Bahia; • Sudeste: Minas, Espírito Santo • Sul: Santa Catarina, Rio Grande do Sul • Centro Oeste: Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Tocantins, Distrito Federal. • Paraná • Rio de Janeiro • São Paulo
Proporção da Renda Apropriada por cada décimo da população economicamente ativa (IPEA, 1997)
Distribuição da renda em 1990 • Desigualdade da distribuição tendo a ser maior nos Estados mais pobres (exceção: região Centro-Oeste) • São Paulo e a região Sul apresentam mais riqueza e menor desigualdade. • Áreas do Nordeste e da Região Sudeste são as mais desiguais • As demais áreas ocupam posições intermediárias • Em todas é possível observar a baixa disparidade entre os primeiros décimos e a grande disparidade entre estes e os últimos décimos • Nos Estados mais pobres aumentou-se a distância entre a classe média e os décimos mais ricos
Componente demográfico da distribuição de renda (Menezes, Silveira e Azzoni, 2006) • A composição etária dos estados concorreria para a diferença da distribuição de renda. • Em estados mais pobres, os jovens têm menor participação na renda, enquanto, em contrapartida, os idosos têm maior participação – decorrência da menor capacitação do trabalhador
Componente demográfico da distribuição de renda (Menezes, Silveira e Azzoni, 2006) • Por outro lado, a diferença entre a aposentadoria e os salários dos trabalhadores empregados é pequena – o que ocorre também devido à baixa capacitação do trabalhador. • Assim, em estados pobres, os níveis mais jovens da população têm renda inferior aos níveis mais idosos
Componente demográfico da distribuição de renda (Menezes, Silveira e Azzoni, 2006) • O oposto ocorre nos Estados mais ricos: jovens capacitados para o trabalho têm remuneração superior às aposentadorias. • Assim, as camadas mais jovens têm renda superior às mais idosas
Bibliografia • Barros, Ricardo Paes de, Mendonça, Rosane Silva Pinto, Duarte, Renata Pacheco Nogueira. Bem-Estar, Pobreza e Desigualdade de Renda: Uma Avaliação da Evolução Histórica e das Disparidades Regionais, IPEA, Texto Para Discussão 454 (http://www.ipea.gov.br/082/08201008.jsp?ttCD_CHAVE=1028) • CHIARINI, Túlio. Coeficiente de Williamson e as Disparidades Regionais de Rendimento e Educação no Brasil, Revista Econômica do Nordeste, Fortaleza, v. 37, nº 4, out-dez. 2006 (http://www.bnb.gov.br/content/aplicacao/eventos/forumbnb2006/docs/coeficiente.pdf) • IBGE (2009). IBGE divulga as contas regionais 2007. • IBGE (2009). Contas Regionais do Brasil 2003-2007. • FERREIRA, Afonso Henriques Borges e DINIZ, Clélio Campolina, Convergência entre as rendas per capita estaduais no Brasil, Revista de Economia Política, v. 15, nº 4 (60), out-dez 1995 (http://www.nemesis.org.br/artigos/a0024.pdf) • LANGONI, Carlos Geraldo, Distribuição de Renda e Desenvolvimento Econômico do Brasil, ed. Expressão Cultura, Rio de Janeiro: 1973 • MENEZES, Tatiane Almeida de, SILVEIRA NETO, Raul da Mota, AZZONI, Carlos Robero, Demografia, Ciclo de Vida E Dinâmica da Desigualdade Regional de Renda No Brasil, XXXIV Encontro Nacional de Economia, 2006 (http://www.anpec.org.br/encontro2006/artigos/A06A028.pdf) • Magalhães, José Carlos, MIRANDA, Rogério Bueri, Evolução da Desigualdade Econômica e Social no Território Brasileiro, in Ensaios de Economia Regional e Urbana. Org. Alexandre Xavier Ywata Carvalho, IPEA, 2007, p. 135/176.