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A Elevação na Demanda Mundial de Etanol, Pobreza e Distribuição de Renda no Brasil. Joaquim Bento de Souza Ferreira Filho Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” Universidade de São Paulo. Motivação. O Brasil historicamente tem sido um dos maiores produtores mundiais de etanol.
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A Elevação na Demanda Mundial de Etanol, Pobreza e Distribuição de Renda no Brasil Joaquim Bento de Souza Ferreira Filho Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” Universidade de São Paulo
Motivação • O Brasil historicamente tem sido um dos maiores produtores mundiais de etanol. • Com o final dos subsídios ao Proalcool na década de 80, e com a elevação dos preços mundiais do açúcar no início dos 90, a produção de etanol se reduziu fortemente. • Início dos anos 2000: elevação dos preços do petróleo, introdução dos carros “flex fuel”: nova elevação na demanda por etanol no Brasil.
EPE (2008) • Em 2008 o etanol já era economicamente viável como combustível em 17 dos 26 estados brasileiros. • 87% das vendas de carros novos era de veículos flex fuel. • Em 2017 estima-se que 73% da demanda de combustíveis líquidos no Brasil será de etanol.
Demanda externa • Projeção de elevação de demanda também é muito alta. • Exportação: • 4,2 bilhoes de litros em 2008; • 8,3 bilhões em 2017. • Além disso, elevação da demanda de etanol para uso na indústria química.
Aspectos distributivos do problema • A expansão do complexo produtor de etanol no Brasil não será uniforme. • Além disso, existem diferenças regionais importantes de tecnologia na produção, especialmente de cana de açúcar. • Os impactos distributivos da expansão não tem sido analisados.
Objetivo do estudo • Avaliar os efeitos sobre a distribuição de renda e pobreza no Brasil da expansão projetada da elevação na produção de etanol no Brasil. • Dar à análise um enfoque regional dentro do Brasil.
Metodologia • Modelo Computável de Equilíbrio Geral, calibrado para o ano de 2005. • Modelo de Microsimulação para análises distributivas.
O modelo AEG: características gerais. • Modelo estático, inter-regional, “bottom-up”; • 35 atividades produtivas; • 35 produtos (11 produtos agrícolas); • 10 categorias de trabalho (classes de salário); • 27 regiões dentro do Brasil; • 10 tipos de famílias, agrupadas por classe de renda; • Calibrado com dados da MIP 2005, Pesquisa Agrícola Municipal, PNAD 2005 e POF 2003.
O Modelo de Micro-Simulação: fonte de dados. • PNAD 2005 - Salário por indústria e região, características pessoais e dos domicílios; • Pesquisa de Orçamentos Familiares IBGE 2003- dados relativos ao dispêndio das famílias. 270 padrões de dispêndio diferentes; • Depois da preparação da base de dados: • 126.007 famílias; • 293.048 adultos (maiores de 15 anos); • 35 atividades produtivas; • 35 produtos; • 27 regiões;
Indivíduos e famílias • Cada família possui 1 ou mais adultos; • Cada família tem zero ou mais crianças menores de 15 anos (que não trabalham). Renda corrigida para adulto-equivalente; • Cada indivíduo possui uma ocupação e salário; • A renda individual compõe a renda familiar, e a cesta de consumo é comum; • Abordagens alternativas tomam o chefe da família como elemento de análise. • O procedimento adotado suaviza a mudança de renda depois do choque de política.
Alocação dos empregos no modelo • Mudanças no emprego nas simulações devem ser comunicadas ao modelo de micro-simulação. • Quem é empregado, quem é demitido? • O método do “quantum”; • A realocação do emprego é feita alterando-se os pesos da amostra. • Desta forma, a população total não muda, mas sim o número de empregados ou desempregados.
O modelo CGE • Com esta agregação possui 650.000 equações não-lineares; • O modelo é linearizado para a sua solução. • A solução é obtida através do software GEMPACK (Harrison and Pearson, 1996).
A expansão projetada não será uniforme no território nacional: total de 132 novas usinas.
Simulação • Elevação na demanda de etanol: • uso como combustível pelas famílias, • consumo intermediário, • exportação. • Etapa intermediária: ajustamento da base de dados, originalmente de 2005. • Imposição ao modelo das projeções de elevação da demanda.
Fechamento de longo prazo • Emprego nacional fixo. • Consumo das famílias endógeno, consumo do governo segue famílias. • Estoque de capital ajusta-se endogenamente. Para o etanol: • Endógeno nos estados de Minas Gerais, Sao Paulo, Parana, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, e Goias. • Fixo nos demais estados. • Estoque de terra fixo por estado. • Redução no custo de transporte dos estados do centro-oeste.
Pobreza e distribuição de renda no Brasil em 2005: 15,7 milhões de famílias pobres
Distribuição regional do complexo sucro-alcooleiro no Brasil
Parcela de trabalhadores por extrato de salário na produção de cana de açúcar. Brasil, 2005.
Área de cana no Brasil em 2006: 6,18 milhões ha. • 10% terra usada em agricultura (não pecuária). • Logo, 2,2 milhões ha a mais para cana. • Pecuária: 172 milhões ha. • Alimento x energia? Pequena queda na produção de alimentos.
3.090 famílias 23.261 pessoas
Considerações finais • Pobreza cai, desigualdade se reduz, hiato de renda se eleva. • Pequena variação. • Aumento na demanda por trabalho acontece principalmente em São Paulo e no Centro Oeste. Deve amortecer a queda na demanda por trabalho pouco qualificado em SP (corte mecanizado), • Dilema alimento x energia: Brasil? • Problema principal: redistribuição da atividade no Brasil, com perda para o Nordeste e o Rio de Janeiro.