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LOCKE: IDEIAS, CONHECIMENTO, LINGUAGEM

LOCKE: IDEIAS, CONHECIMENTO, LINGUAGEM. BIBLIOGRAFIA INTRODUTÓRIA: John Locke: An Essay Concerning Human Understanding. Ives Michaud: Locke ( Zahar) Michael Ayers: Locke (unesp) D. J. O’Connor: John Locke E.J. Lowe: Locke on Human Understanding

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LOCKE: IDEIAS, CONHECIMENTO, LINGUAGEM

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Presentation Transcript


  1. LOCKE: IDEIAS, CONHECIMENTO, LINGUAGEM

  2. BIBLIOGRAFIA INTRODUTÓRIA: John Locke: An Essay Concerning Human Understanding. Ives Michaud: Locke (Zahar) Michael Ayers: Locke (unesp) D. J. O’Connor: John Locke E.J. Lowe: Locke on Human Understanding Giovanni Reale e Dario Antiseri: História da Filosofia (vol. 2) Frederick Copleston: A history of Philosophy (vol. 5)

  3. Locke (1632-1704) foi o iniciador do movimento chamado de EMPIRISMO INGLÊS. EMPIRISMO: a principal fonte de nosso conhecimento são os sentidos (influência do método indutivo das ciências empíricas) RACIONALISMO: a principal fonte de nosso conhecimento é a razão (influência do método indutivo das ciências empíricas) Já existia em Platão: Gigantes da terra x amigos das idéias

  4. Devido ao seu empirismo ele se opõe ao inatismo: A teoria segundo a qual já nascemos com certos conhecimentos... Locke acredita que sequer princípios lógicos como o da identidade são inatos (a mente ao nascermos é uma folha de papel em branco a ser preenchida pela experiência). Nihil est in intellectu quod prius non fuerit in sensu! ................... Contra isso: Leibniz: temos um conhecimento inato que é VIRTUAL (disposicional) ex escultura Popper: teoria do balde mental x teoria do holofote do conhecimento.

  5. MATERIAL DO CONHECIMENTO: IDÉIA = “eu uso para expressar tudo aquilo que pode ser entendido por imagem, noção, espécie ou tudo aquilo em torno do qual o espírito pode ser utilizado para pensar”. Em suma: Para Locke, IDÉIA = qualquer CONTEÚDO COGNITIVO, que é “aquilo que se encontra na mente enquanto a pessoa pensa” O poder fora da mente que produz as idéias Locke chama de QUALIDADES

  6. Todas as idéias derivam-se da EXPERIÊNCIA, Que pode ser: EXTERNA: idéias de sensação, como sons, cores, extensões, figuras, movimentos... ou INTERNA: idéias de reflexão, como da percepção, do querer, do prazer...

  7. O Poder fora da mente que produz as idéias é chamado por Locke de QUALIDADES • Podem ser de dois tipos: • QUALIDADES PRIMÁRIAS dos corpos, que sempre se encontram neles: solidez, extensão, figura, número, movimento e repouso. • As idéias de qualidades primárias são OBJETIVAS (são tal qual elas mesmas) • QUALIDADES SECUNDÁRIAS nada mais são do que poderes de várias combinações das qualidades primárias: cor, sabor, odor etc. • As idéias de qualidades secundárias são parcialmente SUBJETIVAS (não são como elas mesmas), pois não se assemelham exatamente às qualidades que estão nos corpos, embora sejam por eles produzidas.

  8. Problema: colocado por Berkeley: A mente não conhece as qualidades imediatamente, mas através do VÉU DAS IDÉIAS, Assim, temos um MURO, uma TELA entre nós e as coisas, e nosso acesso direto é apenas a esse muro... ............................................................................................ Lowe propõe entendermos o véu das idéias como uma JANELA, UMA PONTE PARA A REALIDADE! O conhecimento das coisas que transcendem ao sujeito precisa ser mediado, e as idéias servem como MÉTODO DE EXPLICAR ESSE ACESSO. Logo, a intermediação das idéias não é defeito, mas virtude do sistema de Locke

  9. Nossa mente não é capaz de produzir idéias simples: Tudo o que ela é capaz de fazer é combiná-las produzindo idéias compostas e separar idéias de idéias compostas. Produtos da imaginação, por exemplo, o Cíclope, um unicórnio, Pégaso, nada mais são do que combinações de idéias já pré-existentes pela mente!

  10. As fases do processo cognitivo são as de INTUIÇÃO, SÍNTESE, ANÁLISE E COMPARAÇÃO. Eis como isso se dá: 1) a INTUIÇÃO de idéias simples, que reproduzem qualidades primárias (que requerem vários sentidos, como a forma, a solidez) e secundárias (que requerem um só sentido, como cores e sons). 2) Depois há a SÍNTESE, através da qual idéias simples se combinam para formar idéias complexas. Com isso obtemos as idéias de coisas particulares, por exemplo, vermelho, arredondado, sólido, textura aveludada... uma rosa.

  11. 3) A seguir temos a ABSTRAÇÃO. Locke explica a formação de IDÉIAS GERAIS pelo processo de abstração, que é a separação de uma idéia de um grupo variável de idéias retirados de exemplares. Por exemplo: diversos seres humanos, uns gordos, outros magros, uns brancos, outros amarelos, outros calvos etc. Abstrai-se daí, o conceito de HOMEM e o de MULHER. Depois abstrai-se o conceito de SER HUMANO. Depois abstrai-se o conceito de MAMÍFERO Depois abstrai-se o conceito de SER VIVO...

  12. Não existindo em si mesmas, mas na dependência das substâncias, existem as IDÉIAS DE MODOS. Exemplos: gratidão, homicídio... 4) O processo de CONFRONTO das idéias entre si e da COMPARAÇÃO que o intelecto faz entre elas, faz com que nasçam as assim chamadas IDÉIAS DE RELAÇÃO. Há inúmeras maneiras pelas quais podemos relacionar idéias entre si, mas algumas são mais importantes, ex: comparando idéia de causa com a idéia de efeito se chega à idéia relacional de CAUSALIDADE, assim também com a idéia de IDENTIDADE. Por resultarem de comparação, as relações não são propriedades das coisas, mas simples seres da razão!

  13. Idéia de SUBSTÂNCIA Grande número de idéias simples sempre juntas... em um exemplar. Grande número de idéias simples sempre juntas... em um segundo exemplar O mesmo em um terceiro exemplar... Mas o NOME é sempre o mesmo: coelho, ouro, água, homem... Daí nos iludimos pensando que esse nome corresponde a uma mesma idéia, a de substância, como sendo a BASE das qualidades. Mas é uma PSEUDO-IDÉIA...

  14. A isso Locke adiciona uma teoria da linguagem e do significado. As palavras são MARCAS DE IDÉIAS. “As palavras significam idéias na mente de quem as usa”. Significado das palavras = idéias por elas veiculadas. Palavra (significa)> idéia (se refere à)> coisa... As palavras se referem às coisas por meio das idéias, Enquanto as idéias são signos naturais das coisas, as palavras são seus signos CONVENCIONAIS.

  15. Mas para que serve a linguagem? R: ela serve para duas coisas 1) Registrar mnemicamente os próprios pensamentos, 2) Comunicar idéias (função organizativa e comunicativa da linguagem) A linguagem tem grande valor prático, mas é um instrumento perigoso, pois tende a substituir o pensamento! Somos facilmente confundidos por palavras mal usadas em discursos retóricos ou sofistas...

  16. Ou, como já dizia Mefistófeles no Fausto de Goethe: “ora não há porque nos torturarmos angustiados, pois lá onde falta o pensamento, lá colocamos uma palavra no momento certo. Com palavras se discute com elegância, com palavras se constrói um sistema, em palavras se pode facilmente acreditar, de uma palavra não se deixa nem um jota roubar”.

  17. JUIZO = UMA CONEXÃO DE IDÉIAS • “Parece-me que o conhecimento nada mais é do que a percepção da conexão e da concordância ou então da discordância e do contraste entre as nossas idéias”. • CONHECIMENTO (Df) = percepção de uma CONCORDÂNCIA ou DISCORDÂNCIA entre idéias. • Esse tipo de concordância-discordância pode ser de quatro espécies: • IDENTIDADE E DIVERSIDADE, • RELAÇÃO, • COEXISTÊNCIA E CONEXÃO NECESSÁRIA • EXISTÊNCIA REAL.

  18. Percepção da relação entre idéias pode ser • IMEDIATA, quando a mente percebe a concordância/discordância das idéias imediatamente. • Isso dá o CONHECIMENTO INTUITIVO: • Exs: “O branco não é preto”, • “Círculo não é triângulo”, • “3 > 2”, • “1 + 2 = 3”. • “É claro e certo, dessas intuições dependendo toda a certeza de nosso conhecimento”

  19. Ou então ela será 2) MEDIATA, quando a mente percebe a concordância/discordância entre idéias através de passagens intermediárias, Que nada mais são do que o PENSAR ou RACIOCINAR. Disso temos o CONHECIMENTO DEMONSTRATIVO. Exemplos são os teoremas da geometria Note-se que o conhecimento demonstrativo parte de nexos que são conhecimentos intuitivos, disso retirando a sua certeza!

  20. Note-se que até agora falamos de conhecimento NÃO-EMPÍRICO, ANALÍTICO. Até aqui só os primeiros três tipos de concordância-discordância entre as idéias foram demandados: 1) identidade diversidade, 2) relação e 3) coexistência e conexão necessária foram demandadas. Mas o conhecimento empírico dependerá também de 4) existência real, Demandando não só a concordância/discordância entre as idéias, mas a concordância/discordância entre as idéias e a realidade! Isso demanda a noção de verdade como ADEQUAÇÃO, como CORRESPONDÊNCIA! ADEQUATIO INTELLECTUS AD REM

  21. Diante dessa dificuldade Locke conclui que muito do conhecimento empírico é mera OPINIÃO. Mas há 3 exceções: 1) o conhecimento intuitivo de nossa existência (Cogito ergo sum) 2) o conhecimento demonstrativo da existência de Deus 3) o CONHECIMENTO SENSORIAL (tenho duas mãos),

  22. Ao conhecimento do EU ele chega ao modo de Descartes: • “Em todo ato de sensação, raciocínio ou pensamento, estamos conscientes de nosso próprio ser. E a respeito disso não nos falta o mais alto grau de certeza.”

  23. 2) Locke demonstra a existência de Deus recorrendo ao princípio de que do nada nada provém (ex nihilo nihil) e da idéia de causação: “Se temos consciência de que há algum ser real (nós mesmos) e que o não-ente não pode produzir um ser real, então está provado que algo existe desde a eternidade, pois aquilo que não existe desde a eternidade teve início e aquilo que teve início deve ter sido produzido por alguma outra coisa”

  24. Em outras palavras: Sabemos que existimos, do puro nada não pode vir um ser real, logo, como do nada nada advém, então desde a eternidade deve ter sempre existido algo. Mas o que recebe ser recebe perfeição, logo Deus é a fonte de toda a perfeição... Logo Deus é perfeito... ..............

  25. E quanto à existência das coisas que constituem o mundo externo? A resposta é: Como não somos nós que produzimos nossas idéias, o mundo real deve existir. Mas é tal como concebemos? A resposta de Locke é que podemos estar certos da existência de um objeto que produz uma sensação em nós na medida em que essa sensação é ATUAL. Caso contrário não. Assim, não há certeza sobre o passado ou sobre o que não está em nossa presença.

  26. Afora isso, o que existe é um conhecimento MERAMENTE SUPOSTO, Ou seja, JUÍZOS DE PROBABILIDADE. 1) Uma forma é a conformidade com a nossa experiência passada. Sei que PROVAVELMENTE as coisas ocorrerão como sempre tem acontecido... 2) Outra forma é pelo TESTEMUNHO: nesse caso a probabilidade será maior quanto maior for a concordância entre esses testemunhos. 3) Outra forma ainda é a da FÉ, que tem por testemunho Deus, que não pode nos enganar. A fé se baseia na revelação baseia-se na RAZÃO...

  27. Para Locke as proposições gerais universais são sempre fundadas em proposições particulares (ex: os metais se expandem ao serem aquecidos) ......................... Para Locke também o conhecimento das leis físicas (ex: leis de Newton) é meramente provável, Pois não conhecemos a ESSÊNCIA REAL das coisas, mas apenas as ESSÊNCIAS NOMINAIS (nossos conceitos delas). .........................

  28. COMPLEMENTO SOBRE LINGUAGEM: RESUMO DO TEXTO DE J. LOWE

  29. Texto de J. Lowe sobre Locke: Teorias referencialistas do significado: Referencialismo direto: Russell, Salmon... Referencialismo indireto : Aristóteles, Stoa, Locke, Frege... ......................... Para Locke a linguagem é uma conveniência necessária sujeita a abusos. Uma teoria da linguagem precisa explicar a interconexão entre palavras (linguagem) pensamento e coisas (mundo)

  30. LINGUAGEM (palavras) Relação semântica Relação expressiva (são convencionais) MUNDO relação cognitiva PENSAMENTOS (coisas) (são naturais)

  31. Uma teoria cognitiva da linguagem como a de locke explica a relação semântica através das relações cognitiva e expressiva: • As palavras são significativas porque evolveram para expressar pensamentos sobre o mundo. • Locke diz: • As palavras são usadas como marcas sensíveis das idéias, e essas ideias são a sua própria e imediata significação. • ......... • O PENSAMENTO É FEITO (MADE UP) DE IDÉIAS. • O TERMO IDÉIA É AMBÍGUO; ELE SIGNIFICA: • PERCEPTO, SENSE DATUM, QUALIA, • CONCEITO • Mas sempre envolvem um elemento sensível, dada a sua origem empirista...

  32. SIGNO (SINAL) = Qualquer coisa que representa outra. O pensamento é um signo natural da coisa, a palavra é um signo artificial porque é CONVENCIONAL........................................... A linguagem permite REPRODUZIR A MESMA IDÉIA (ou uma idéia de função similar) no OUVINTE: Caso do ESPECTRO INVERTIDO: F.fala= “vermelho” ...>>>> O.ouve= “vermelho” @@@@@@@@ Isso não quer dizer que a idéia é irrelevante, e que o que importa é a palavra? Nesse caso para que serve invocar a IDÉIA? Se não serve para nada, então a teoria ideativa do significado também de nada serve...

  33. Resposta de Lowe: nãoTUDO O QUE É NECESSÁRIO É QUE A IDÉIA NO OUVINTE SEJA RELEVANTEMENTE RELACIONADA À IDÉIA NO FALANTE!!! Não é necessário invocar um standard interpessoal de comparação entre as idéias. Me parece que: A FUNÇÃO da idéia é o que importa, suas inter-relações com outras idéias expressas por outras palavras. Por exemplo, vermelho é uma cor quente, então a outra pessoa deve ver o verde como uma cor quente. Verde resulta da mistura de amarelo com azul. Mas vermelho não!

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