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Thaís Schiavo de Morais, Gustavo Amorim, Marcelo Henrique Barbosa, Katia Marchesani Brum,

Carcinoma Basocelular: casos diagnosticados por ensino de dermatologia na Estratégia de Saúde da Família. Thaís Schiavo de Morais, Gustavo Amorim, Marcelo Henrique Barbosa, Katia Marchesani Brum, Flavia Wermelinguer Perázio, Maria Kátia Gomes.

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Thaís Schiavo de Morais, Gustavo Amorim, Marcelo Henrique Barbosa, Katia Marchesani Brum,

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Presentation Transcript


  1. Carcinoma Basocelular: casos diagnosticados por ensino de dermatologia na Estratégia de Saúde da Família Thaís Schiavo de Morais, Gustavo Amorim, Marcelo Henrique Barbosa, Katia Marchesani Brum, Flavia Wermelinguer Perázio, Maria Kátia Gomes Serviço de Dermatologia, Curso de Graduação e Pós-Graduação HUCFF-UFRJ, Faculdade de Medicina - Universidade Federal do Rio de Janeiro Ausência de conflito de interesse

  2. INTRODUÇÃO • Carcinomas basocelulares (CBC) são tumores constituídos por células morfologicamente semelhantes às células basais da epiderme, de crescimento muito lento, com capacidade invasiva localizada, porém destrutiva, sem, entretanto, dar metástase. Trata-se de neoplasia maligna considerada melhor prognóstico e a mais comum (cerca de 50% do total de neoplasias malignas). No que se concerne aos cânceres de pele, sua frequência é a maior (70%). Incide preferencialmente na idade adulta e discretamente mais usual no sexo feminino. O principal fator de risco é a exposição solar prolongada, sem fotoproteção. A característica mais significativa do carcinoma basocelular (CBC) é o aspecto perolado, ou seja, lesão papulosa translúcida e brilhante de coloração amarelo-palha, que é frequente em quase todas as suas formas clínicas. A localização preferencial se faz na região cefálica, seguida de tronco e, finalmente, dos membros. A ausência de metástases é a regra. Quando ocorre, se faz para os linfonodos, pulmão e ossos. Existem várias formas clínicas de CBC: papulo-nodular, globosa ou nódulocística, (a mais comum); ulcerada; tenrebrante; planocicatricial; superficial; esclerodermiforme; pigmentada; vegetante e fibroepitelial.

  3. INTRODUÇÃO • O diagnóstico é baseado na idade adulta do paciente, morfologia, crescimento lento e aspecto perolado. Devemos suspeitar quando qualquer lesão passa a sangrar espontaneamente ou por mínimos traumas, crescimento súbito ou sintomatologia local. A prevalência de manifestações dermatológicas no contexto do atendimento médico geral é bastante significativa, bem como o impacto dessas afecções. Segundo Kerr e cols, 2009, doenças de pele respondem por 10 a 15 % das consultas realizadas por médicos generalistas.Estudo britânico aponta que 24% dos pacientes atendidos na atenção primária apresentam queixa de quadro cutâneo, de tal forma que as dermatoses representam o 3° conjunto de doenças mais comuns avaliados por médicos generalistas. Apesar da literatura apontar considerável demanda de atendimento dermatológico na Atenção Primária em saúde (APS)/ Estratégia de Saúde da Família (ESF), o acesso desta população ao atendimento especializado é muito restrito.

  4. INTRODUÇÃO • Muitos esperam por meses e até mesmo anos por uma vaga através do sistema de referência e contra-referência da rede SUS. Desde 2009, pelo edital do PETSaúde, que visa colocar alunos de graduação de forma curricular na ESF, sob supervisão, tem sido realizado ensino prático de Dermatologia por sessões de matriciamento, integrando alunos bolsistas de projetos de extensão, internos de Medicina e residentes de Dermatologia e Medicina de Família e Comunidade, enquanto processo de educação continuada das equipes da APS. Dessa forma, é possível ampliar a resolubilidade da Atenção Primária e realizar um trabalho mais qualificado no âmbito da ESF. O matriciamento foi adotado pelo Ministério da Saúde em 2008, com a criação dos Núcleos de Apoio à Saúde da Família (NAFS).

  5. RELATO DA COMUNICAÇÃO • Entre 2010 e 2014 foram examinados 1626 pessoas em 92 sessões de matriciamento em Dermatologia. • Os casos clínicos foram selecionados pelos Médicos de Família. • Foram realizados 31 diagnósticos clínicos de carcinoma basocelular, posteriormente confirmados histopatologicamente. • Foram acometidas 19 mulheres e 12 homens, todos acima dos 50 anos. • As lesões apresentavam tamanhos que variaram de 1 a 2,8 cm no maior diâmetro, todas localizadas na face (Figuras 1, 2, 3 e 4). • O tempo médio de evolução referido pelos pacientes variou de 1 a 3 anos.

  6. Figura 1: Lesão ulcerada em pálpebra superior direita

  7. Figura 2: Lesão nodular, ulcerada, em asa nasal direita

  8. Figura 3: Lesão pápulo-nodular, com brilho perolado em pálpebra superior direita

  9. Figura 4: Lesão nodular em face lateral esquerda

  10. DISCUSSÃO • O exame histopatológico é decisivo para o diagnóstico de qualquer lesão de natureza neoplásica tumoral, sendo portanto para o CBC. A evolução é extremamente lenta. O prognóstico só passa a ser ruim dependendo da localização e da forma clínica. Há várias possibilidades terapêuticas: curetagem simples; eletrodessecação e curetagem, ou o inverso; exérese cirúrgica com margens de segurança, crioterapia, entre outros. Portanto, diversas modalidades, não exigindo estrutura e tecnologia complexas. Apesar de apresentar bom prognóstico, as lesões de CBD têm caráter destrutivo local ao longo dos anos. A detecção de casos suspeitos clinicamente no âmbito da APS possibilita diagnóstico precoce e rápida intervenção cirúrgica com cura dos pacientes, sem maiores conseqüências. O atendimento, diagnóstico e seguimento na ESF, ainda que o tratamento envolva o médico especialista, permite a diminuição de uma demanda sabidamente reprimida. Esta abordagem de CBC na ESF tem como desdobramento o rigor na pactuação com a população do uso diário de filtro solar como medida profilática, além do autoexame cutâneo.

  11. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS • Kerr OA, TidmanMJ, Walker JJ, Aldridge RD, Benton EC. The profile of dermatological problems in primary care. ClinExperimDermatol. 2009; 35:380-3. • Mashayekhi S, Hajhosseiny R. Dermatology, an interdisciplinary approach between community and hospital care. J R Soc Med Sh Rep. 2013; 4:1-4. • Parises RJ, PariserDM, Norfolk VA. Primary care physicians errors in handling cutaneous disorders. J Am AcadDermtol. 1987; 17(2): 239-45. • Azulay RD, AzulayDR, Azulay-Abulafia L. Dermatologia. 5 ed (revisada e atualizada). Rio de Janeiro: Guanabara-Kogan; 2011:605. • Federman DG, Concato J, Carais PV, Hunkele GE, Kirsnes RS. Screening for skin cancer in primary care settings. Arch Dermatol 1997; 133:1423-5.

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