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Letramentos: visões de leitura e ensino. Professora Sabine Mendes Lima Moura, Dn. 1/2013. “A leitura que não te transforma em outra pessoa não é leitura e não vale à pena” (Eliana Yunes, programa Sem Censura, 06/08/2012) http://www.youtube.com/watch?v=l7a643BPHzE
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Letramentos: visões de leitura e ensino Professora Sabine Mendes Lima Moura, Dn. 1/2013
“A leitura que não te transforma em outra pessoa não é leitura e não vale à pena” (Eliana Yunes, programa Sem Censura, 06/08/2012) http://www.youtube.com/watch?v=l7a643BPHzE “Ler é melhor que estudar” (Ziraldo, apud Rojo, 2002)
A contribuição freireana – outra visão de alfabetização (1979) • “Palavras geradoras [...] constituídas pelos vocábulos mais carregados de certa emoção, pelas palavras típicas do povo [...] vocábulos ligados à sua experiência existencial. Da qual a experiência profissional faz parte” (p. 73) • “[...] deve estabelecer uma relação dialética com o contexto da sociedade à qual se destina, quando se integra neste ambiente que, por sua vez, dá garantias especiais ao homem através de seu enraizamento nele. Superposta a ele, fica ‘alienada’ e, por isso, inoperante” (p. 62)
Um mito político? (SANTOS, 2004) - “Tfouni (1995), em suas pesquisas, procura desmitificar esse imaginário construído em torno do letramento, já que, segundo ela, indivíduos que detinham apenas um grau mínimo de letramento demonstraram raciocínio lógico, capacidade de análise e inferência” (p. 122). - elevado grau de escolarização, atestado por diplomas não garante ascensão social; - tampouco garante a manifestação clara de ideias em todos os contextos.
Uma consideração importante (SANTOS, 2004) “ [...]não se pode negar, como propõe Marcuschi (2001), que, numa sociedade letrada, o indivíduo ou grupo social alienado dessa ferramenta que é a escrita, nas suas diferentes manifestações e reflexos, sofrerá prejuízos por não poder gozar de seus plenos direitos como cidadão” (p. 122).
Conceitos para discussão (SANTOS, 2004) • “O dia-a-dia das sociedades letradas mostra continuamente eventos e práticas de letramento vividos por indivíduos não alfabetizados”(p. 121) • Graus de letramento – não é possível falar de sujeito letrados e iletrados (SILVA e ARAÚJO, 2012), mas é possível falar de sujeitos alfabetizados e não alfabetizados. • O “mito do letramento”(uma história antiga).
Mitos sobre o ensino de língua portuguesa (SANTOS, 2004) A dicotomia oralidade X escrita O ensino de leitura X ensino de gramática O ensino da língua culta X ensino da variedade lingüística. d) Os textos didáticos X textos vivos
Capacidades envolvidas nas práticas letradas (Rojo, 2002) Em relação ao “Ler é melhor do que estudar”: “[...] as práticas didáticas de leitura no letramento escolar não desenvolvem senão uma pequena parcela das capacidades envolvidas nas práticas letradas exigidas pela sociedade abrangente” (p.1)
Questões de interpretação retiradas da coletânea “Em Aberto: livro didático e qualidade de ensino” (Marcuschi, 1996) Técnica de perguntas num exercício de interpretação, após um texto curto (Lippi, 1991a, p.24-25): Exemplo 5: 1. Quem é o autor dessa história? 2. Na história, que sobremesa a mãe tinha feito para o almoço? 3. O que Zizi fez quando todos se distraíram? 4. Complete:Estávamos à mesa quando..............notou a.............. Quem teria.........esta...........neste doce? Zizi, que estava..........., não.............. 5. Quem era Eva?”.
A escola como agência de letramento (SILVA e ARAÚJO, 2012) “[...] entendemos que a escola parece não ser mais a principal agência de letramento, e que outras agências, como a midiática (ARAÚJO, 2004), a religiosa e a familiar, por exemplo, vêm ganhando espaço socialmente e influenciando cada vez mais os sujeitos [...] Ratificamos que a escola não deixou de ser uma agência letrada, apenas parece-nos não ser mais a principal agência” (p. 685) - SILVA (2009): bons resultados na prova de redação da UFCG em 2007 mais relacionados ao contato que os candidatos tinham com o letramento literário, familiar, religioso e midiático.
Estamos falando, então, de letramentos... • (SATO, MAGALHÃES e JÚNIOR, 2012) – investigação de práticas de letramento inclusivo – “com o objetivo de tornar a pessoa com necessidades educacionais especiais incluída na vida social” (p. 707) • “Letramentos diários” (p. 706) – murais, corredores, salas de aula, sala dos professores, solenidades...
Estamos falando, então, de letramentos... • caráter plural do termo (ROJO, 2009): há letramentos ligados a “organizações formais tais como a escola, as igrejas, o local de trabalho, o sistema legal, o comércio, as burocracias” (p. 102) – os legitimados – e os letramentos locais ou vernaculares – rementendo à vida cotidiana e às culturas locais.
Estamos falando, então, de letramentos... • “Quais letramentos são demandados nas interações mediadas pelas tecnologias de informação e comunicação e que termo contempla todos esses letramentos?” (PINHEIRO e ARAÚJO, 2012, p. 812) • Letramento hipertextual.
Função da escola (Rojo, 2002) “Para Bakhtin (1934-35: 142), ‘o ensino das disciplinas verbais conhece duas modalidades básicas escolares de transmissão que assimilam o [discurso de] outrem (do texto, das regras, dos exemplos): ‘de cór’ e ‘com suas próprias palavras’. […] Aqui, a palavra de outrem se apresenta não mais na qualidade de informações, indicações, regras, modelos etc., - ela procura definir as próprias bases de nossa atitude ideológica em relação ao mundo e de nosso comportamento, ela surge aqui como a palavra autoritária e com a palavra internamente persuasiva’” (p. 7)
“Atitude poética” diante dos processos escolares de letramento (CORTEZ, 2012) “Essa atitude, que resulta de uma postura em relação à linguagemperante os letramentos escolares, permitiria ao professor participar com os alunos de um processo que não é estático, que não se restringe às exigências acadêmicas. Sua dinamicidade pode oferecer possibilidades que extravasam os limites da escola, em uma proposta de leitura que é contínua, irredutível e inesgotável, pois que se relaciona com a vida em si, já que é a própria vida. Uma obra-vida que também não exclui o sujeito: não há um texto-além, inalcançável, incompreensível, e por mais que um ato de ler crie algo, [...] o leitor-espectador também se reconhece nele, pois lá ele também está. Tal atitude poética que abraça movimentos tão paradoxais não se configura como um impasse, não é um tipo de embaraço que nos coloca em um lugar sem saída: é ação, reação e criação; mas que não submete, nem é submissa, cuja liberdade é tão indizível a ponto de se fazer falar” (pp. 779-80)
E vocês? Quais são as questões que ficam para vocês? Que dúvidas, curiosidades e inquietações surgem a partir desses temas?