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A Realidade da Mediação de Seguros em Portugal

A Realidade da Mediação de Seguros em Portugal. 6.º Congresso Nacional dos Corretores e Agentes de Seguros Estoril, 27.10.2006. Eduardo Farinha Pereira eduardo.pereira@isp.pt. Sumário. Caracterização global Caracterização dos mediadores Canais de distribuição Análise geográfica

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A Realidade da Mediação de Seguros em Portugal

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  1. A Realidade da Mediação de Seguros em Portugal 6.º Congresso Nacional dos Corretores e Agentes de Seguros Estoril, 27.10.2006 Eduardo Farinha Pereira eduardo.pereira@isp.pt

  2. Sumário • Caracterização global • Caracterização dos mediadores • Canais de distribuição • Análise geográfica • Exames dos candidatos a mediador • Análise por categoria de mediador • Angariadores • Agentes • Corretores • Principais conclusões

  3. Caracterização global • Número de mediadores

  4. Caracterização global • Categoria predominante continua a ser a do agente de seguros • 28.002 agentes pessoas singulares nacionais • 2.209 agentes pessoas colectivas • Predominância do sexo masculino • 73,6% dos agentes pessoas singulares e 72,5% dos angariadores • por amostragem • Redução continuada do número global de mediadores • de 41.962 em para 37.916 em 1998-05 • redução de mais de 4 mil mediadores em 7 anos • mais evidente nos agentes singulares não exclusivos e nos angariadores • aumento no número de agentes pessoas colectivas (+6,8% em 2004-05), de agentes singulares exclusivos e de corretores

  5. Caracterização global • Relacionamento com as empresas de seguros/corretores

  6. Caracterização global • Moda: entre 2 e 5 empresas de seguros/corretores • mais de metade dos mediadores (50,8%) • mas em redução: em 1998 representavam 57,2% • Pouco frequente: mais de 10 empresas de seguros/corretores • 5,8% dos mediadores • mas em crescimento: +2,2% desde 1998 • Exclusividade • apenas 25,7% dos mediadores se relacionam com uma única empresa de seguros/corretor • proporção estável

  7. Caracterização global • Estrutura etária

  8. Caracterização global • Escalões etários dos 28 aos 65 anos • concentram 77,2% dos agentes pessoas singulares • 80 anos ou mais • registados mais de 1.100 mediadores em actividade • corresponde à realidade? • Idade média • 50,8 anos • 49,1 anos em 1997 • rejuvenescimento de 6,3 anos entre 1997 e 2005 • Pessoal ao serviço da actividade seguradora • 44,1 anos em 31.03.2005

  9. Caracterização global • Comissões anuais

  10. Caracterização global • Comissionamento médio Não Vida Vida

  11. Caracterização global • Comissões anuais inferiores a 1.000 euros • 48,3% dos mediadores, face a 48,6% em 1996 • Comissão média nos Ramos Não Vida • mais elevada • Acidentes de Trabalho (9,5%), Incêndio e Outros Danos (8,7%), RC Geral (7,8%) e Automóvel (7,4%) • mais baixa • Doença (4,8%) • Comissão média no Ramo Vida • mais alta nos seguros Não Ligados (1,3%) do que nos Ligados (0,7%) • consideravelmente mais baixa nas Operações de Capitalização (0,03%)

  12. Canais de distribuição • Ramo Vida

  13. Canais de distribuição • Ramo Vida (PT) • canais novos: 88,3% da produção (+5,8% face a 2004) • rede bancária representa 85% da produção • importância crescente dos produtos financeiros: 90,9% neste segmento • peso mais elevado nos seguros de grupo do que nos individuais • mediadores: 8,2% (-4,6% relativamente a 2004) • maior importância nos seguros tradicionais de vida-risco: 35,6% • Ramo Vida (UE) • Portugal apresenta a maior preponderância dos canais novos no ramo Vida, em geral, e da rede bancária, em particular • seguem-se Bélgica, Espanha, Itália e França • no Reino Unido, Polónia e Eslováquia os canais tradicionais continuam a dominar, mesmo neste segmento • mas por motivos diferentes

  14. Canais de distribuição • Ramos Não Vida

  15. Canais de distribuição • Ramos Não Vida (PT) • canais tradicionais representam 88,6% (+0,9% face a 2004) • mediadores são responsáveis por 77,4% da produção • o canal bancário tem alguma relevância nos Multi-riscos, principalmente nos contratos associados a empréstimos • 20,4% (-1% face a 2004) • canal telefónico continua a crescer, mas lentamente • seguro automóvel, 2,4% da produção (+0,2%) • Ramos Não Vida (UE) • a “mancha” mostra a predominância dos canais tradicionais • só na Bélgica os canais tradicionais têm um peso inferior a 4/5 • casos mais extremos na Eslovénia, Itália e Eslováquia

  16. Canais de distribuição • A evolução da bancassurance não prejudica os objectivos que os canais tradicionais têm redefinido na adaptação a uma nova realidade • os mediadores continuam a complementar a oferta da banca • a mais valia técnica nos negócios Não Vida (e produtos de vida-risco) não encontra paralelo na actividade bancária, mais vocacionada para produtos de forte componente financeira • Filosofia distinta no acompanhamento do cliente, mais evidente na área Não Vida • a banca procura soluções (homebanking ou alargamento das operações em ATM) que não requerem a presença do cliente na agência • na actividade seguradora existe um maior acompanhamento pessoal e assistência pós-venda ao contrato • uma gestão eficaz de sinistros exige conhecimentos que, normalmente, não fazem parte das competências core de um trabalhador bancário

  17. Análise geográfica • Mediadores por distrito/RA

  18. Análise geográfica • Predominância do litoral • Lisboa, Porto, Setúbal, Aveiro e Braga: 63,7% dos mediadores em 2005 vs 60,4% da população residente (fonte: Censos 2001) • Habitantes por mediador • média nacional: 275,5 em 2005 (+8,5 face a 2004) • indicador mais baixo • Évora (208,5), Lisboa (219) e Portalegre (252,5) • mais elevado • RA Açores (616,7), RA Madeira (548,1) e Braga (355,6)

  19. Análise geográfica • Categorias de mediadores (sem corretores) por distrito/RA

  20. Análise geográfica • Angariadores • cerca de 20% do número total de mediadores • peso mais significativo na RA Açores (34,2%) e Lisboa (34%), menos na Guarda (7,4%) • Agentes pessoas singulares • 76,9% dos mediadores a nível nacional • o seu peso oscila entre 62,3% em Lisboa e 90,1% em Beja • Agentes pessoas colectivas • 3% do total, em número • a proporção no total varia entre 4,4% (Leiria) e 1,2% (Évora)

  21. Análise geográfica • Número de corretores por distrito/RA

  22. Análise geográfica • Corretores • representam 0,3% do número de mediadores • dos corretores nacionais, apenas 1 não constitui uma empresa • Lisboa, Porto e Aveiro abrangem a sede de 86% dos corretores nacionais • 8 distritos/RA não possuem qualquer corretor • LPS • 15 corretores

  23. Análise geográfica • Comissões por categoria e por distrito/RA

  24. Análise geográfica • Total de comissões • Lisboa e Porto representam 54,1% do total nacional para todos os mediadores • 86% nas comissões relativas a corretores • comissões de agentes pessoas singulares são preponderantes • 43,4% do total de comissões vs 76,9% do número de mediadores • peso entre 23,9% em Lisboa e 86,2% em Beja • agentes pessoas colectivas • 30,3% das comissões vs 3% dos mediadores • proporção varia entre 10,7% em Beja e 41,8% em Leiria • corretores • 23,4% das comissões vs 0,3% dos mediadores • angariadores • 3% das comissões vs 19,8% dos mediadores • peso entre 1,5% em Santarém e 6,9% na RA Madeira

  25. Análise geográfica • Comissões média por categoria e por distrito/RA

  26. Análise geográfica • Comissões médias • valor global para o conjunto dos mediadores: entre 16,4 (Lisboa) e 5,6 m€/ano (Évora) • corretores: 926,2 m€/ano (-5,2% face a 2004) • entre 1.791,6 (Portalegre) e 142,4 m€/ano (Coimbra) • 50,3 m€/ano nos corretores em LPS • agentes pessoas colectivas: 121,4 m€/ano (+4,7%) • entre 192,9 (RA Açores) e 48,1 m€/ano (Beja) • 36,8 m€/ano nos agentes colectivos em LPS • agentes pessoas singulares: 6,8 m€/ano (+7,5%) • entre 9,9 (RA Açores) e 5,1 m€/ano (Portalegre) • angariadores: 1,9 m€/ano (-5,6%) • entre 4,1 (Portalegre) e 1,5 m€/ano (Évora, Lisboa e Setúbal)

  27. Exames dos candidatos • Matérias previamente definidas • Regras aplicáveis – Circular n.º 43/95, de 20 de Julho, do ISP • provas com duração de 75 minutos • 50 questões de resposta fechada • 4 hipóteses por questão • apenas uma resposta correcta: +2 ptos. • resposta incorrecta: - 1 pto. • ausência de resposta: 0 ptos. • pontuação mínima para aprovação: 60 ptos. • pontuação esperada em caso de resposta aleatória a todas as questões: -12,5 ptos.

  28. Exames dos candidatos • Número de exames

  29. Exames dos candidatos • Número de candidatos manteve-se estável  3.000 por ano •  2.000 em 1993 • empresas de seguros responsáveis por 99,3% do total • crescimento de 6,5% nos candidatos femininos face a -1,5% nos candidatos masculinos em 2004-05 • predominância do sexo masculino: 57,3% (-2,8% face a 2004) • consideravelmente inferior à verificada nos mediadores já no mercado • Por áreas • candidatos ao ramo Vida +0,4% em 2004-05 vs-1,2% nos candidatos aos ramos Não Vida • Por níveis de escolaridade • candidatos com curso médio com tendência de crescimento: +29,8% • curso superior e ensino secundário:  -6% • ensino básico e secundário representam mais de 70% do total de candidatos

  30. Exames dos candidatos • Aprovações

  31. Exames dos candidatos • Redução continuada na percentagem de aprovações • 63,4% (64,3% em 2004 e 71,3% em 2002) • 54,4% em 1993 • desde 2004 que a proporção de aprovações nos candidatos dos ramos Não Vida é superior à do ramo Vida (66,2% vs 59,8%) • A percentagem de aprovações cresce com a escolaridade do candidato • candidatos com ensino básico: 50,8% vs ensino secundário: 64,2% • curso médio: 69,7% vs curso superior: 75,6% • Por sexo do candidato • maior número relativo de aprovações nos candidatos do sexo masculino • 64,3% vs 62,2% no sexo feminino (66,8% vs 62,1% em 2004)

  32. Exames dos candidatos • Pontuação média

  33. Exames dos candidatos • Redução continuada na pontuação média • 61,5 ptos. (62 em 2004 e 65,2 em 2002) • Pontuação absoluta • 51,8% dos exames entre 60 e 79 ptos. • 4 pontuações negativas em 2005, todas em exames de candidatos ao ramo Vida: valor mínimo -14 ptos. vs maior pontuação em Vida: 94 ptos. • menor pontuação em Não Vida: 0 ptos. vs maior pontuação: 97 ptos. • superior desde 2002 nos ramos Não Vida: 63,2 ptos. vs 59,4 no ramo Vida • Pontuação cresce com a escolaridade do candidato • candidatos com ensino básico: 56,8 ptos. vs ensino secundário: 61,9 • curso médio: 63,6 ptos. vs curso superior: 65,9 • Por sexo • maior pontuação média nos candidatos do sexo masculino: 62 ptos. vs 60,8 no sexo feminino (63 ptos. vs 60,6 em 2004)

  34. Exames dos candidatos • Pontuação por tipo de empresas proponentes

  35. Exames dos candidatos • Análise por empresa proponente • a qualidade da formação pode ser medida pelo grau de sucesso nas provas a que os candidatos se submetem • verifica-se um padrão diferenciado entre empresas proponentes • o desvio padrão inviabiliza que sejam utilizados ensaios de hipótese mais rigorosos • em alguns casos o nível de sucesso é semelhante nos candidatos propostos para o ramo Vida e para os ramos Não Vida numa mesma empresa de seguros • os corretores tendem a apresentar um grau de sucesso superior • principalmente nos ramos Não Vida • pontuação média de 67,9 ptos. (78,9% de aprovações) vs 61,4 nas empresas de seguros (63,3%)

  36. Angariadores • Ramo de actividade • predominantemente Não Vida: 91,4% das comissões processadas • Ranking global • o 1.º angariador ocupa o 90.º posto (234.º em 2004) • 5 angariadores nas primeiras 700 posições • Ranking da categoria • composição instável • atomização do negócio • figuram no Top20 concelhos que não surgem com frequência no ranking relativo a outros mediadores • Top10 representa 9,2% das comissões • líder tem uma quota de mercado de 2,7% (+1,6% que a quota do 2.º) • índice de Gini: 0,784 vs 0,771 em 2004

  37. Agentes pessoas singulares • Ramo de actividade • predominantemente Não Vida: 91,3% das comissões processadas • Ranking global • 1.º agente pessoa singular ocupa a 80.ª posição • 5 agentes singulares nos primeiros 150 lugares • Ranking da categoria • composição instável • características próximas das do ranking dos angariadores • Top10 representa 1,6% das comissões (1,5% em 2004) • líder tem uma quota de mercado de 0,22% (+0,02% que a quota do 2.º) • índice de Gini: 0,765 (= 2004)

  38. Agentes pessoas colectivas • Ramo de actividade • predominantemente Não Vida: 94,5% das comissões processadas • os agentes do Top10 apresentam maior peso no ramo Vida: 17,8% • Ranking global • o 1.º agente pessoa colectiva ocupa o 10.º posto • Ranking da categoria • composição estável • primeiros 6 agentes pessoas colectivas têm sede no concelho de Lisboa • Top10 representa 12% das comissões (13,4% em 2004) • líder tem uma quota de mercado de 2,6% (+0,5% que a quota do 2.º) • índice de Gini: 0,502 vs 0,517 em 2004 • segmento menos concentrado das “quatro” categorias

  39. Agentes pessoas colectivas • Capital social

  40. Agentes pessoas colectivas • Amostra considerada • 456 agentes pessoas colectivas, representando 51,7% das comissões processadas relativamente à categoria • Capital social • valor médio de cerca de 15 m€ (18,2 m€ em 2004) • constituição de empresas com capitais tendencialmente mais modestos • empresas do Top10 apresentam capital social médio consideravelmente mais alto: 48,1 m€ • cerca de metade das empresas tem capital social entre 5 e 7,5 m€ • 80% entre 5 e 25 m€ • moda de 5 m€ • mediana acompanha a evolução da média • 6,4 m€ em 2005 vs 7,5 m€ em 2002

  41. Agentes pessoas colectivas • Relação Activo/Passivo

  42. Agentes pessoas colectivas • Rácio Activo/Passivo • permite avaliar a independência financeira das empresas • valor médio ponderado de 1,686 vs 1,332 em 2002 • capitais próprios de cerca de 70% • conjunto das empresas do Top10 apresentam rácio médio de 1,472 (+0,163 face a 2004) • zonas de concentração • entre 1 e 1,5 mas também para zonas de rácio superior a 5 • 30 empresas com activo insuficiente para cobrir o passivo: rácio < 1 • 61 em 2002 e 42 em 2004 • distribuição amodal • mediana crescente • 1,864 vs 1,673 em 2002

  43. Agentes pessoas colectivas • Rentabilidade dos capitais próprios

  44. Agentes pessoas colectivas • Rentabilidade dos capitais próprios • resultados antes de impostos / capitais próprios • valor médio ponderado de 33,8% vs 49,5% em 2002 • conjunto das empresas do Top10 apresentam média superior, 107,5% (107,8% em 2004) • não existem zonas de clara concentração • 24 empresas com rentabilidade inferior a –50% • 27 em 2002 e 31 em 2004 • distribuição amodal • mediana estável • 30,5% vs 31,6% em 2002 • Rentabilidade do volume de negócios • 20,4% vs 17,6% em 2002

  45. Corretores • Ramo de actividade • predominantemente Não Vida: 96,7% das comissões processadas • Ranking global • ocupam as primeiras 9 posições • 24 empresas no Top30 • Ranking da categoria • composição estável • apenas duas empresas do Top20 (9.ª e 16.ª) não possuem sede nos concelhos de Lisboa ou do Grande Porto • Top10 representa 52,2% das comissões (52,7% em 2004) • líder tem uma quota de mercado de 8,2% (+0,2% que a quota do 2.º) • índice de Gini: 0,662 vs 0,673 em 2004

  46. Corretores • Capital social

  47. Corretores • Amostra considerada • 85 corretores, representando 94,4% das comissões processadas relativamente à categoria • Capital social • naturalmente superior ao dos agentes pessoas colectivas • valor médio de 284,6 m€ (277,3 m€ em 2002) • empresas do Top10 apresentam capital social médio de 1,7 M€ • 308,9 m€ não considerando um corretor com capital social de 14 M€ • cerca de 60% dos corretores tem capital social entre 10 e 100 m€ • 3 empresas (2 em 2002, 3 em 2004) tinham capital social superior a 1 M€ • moda e mediana de 50 m€ • valores observados em qualquer um dos 3 exercícios em análise

  48. Corretores • Relação Activo/Passivo

  49. Corretores • Rácio Activo/Passivo • valor médio ponderado de 1,309 vs 1,323 em 2004 • capitais próprios estáveis, em média, na ordem dos 30% • conjunto das empresas do Top10 apresentam rácio médio de 1,247 (todos os valores estão situados entre 1,05 e 1,85) • zonas de concentração • 45,3% entre 1 e 1,5 (58,8% em 2002) • 4 corretores com rácio inferior a 1 • 3 em 2002, 2 em 2004 • distribuição amodal • mediana crescente • 1,483 vs 1,381 em 2002

  50. Corretores • ROE – Return on Equity

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