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Justiça e Profecia. Cantos que fala do/a profet ( iz )a, profetismo e profecia .... O que os cantos nos dizem sobre o assunto? Ainda são cantados hoje em dia? Porque cantam e em que sentido? Porque não cantam? 2. Inseparáveis – simultaneadade 3. Profeta – profecia – profetismo
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Justiça e Profecia Cantos que fala do/a profet(iz)a, profetismo e profecia .... O que os cantos nos dizem sobre o assunto? Ainda são cantados hoje em dia? Porque cantam e em que sentido? Porque não cantam? 2. Inseparáveis – simultaneadade 3. Profeta – profecia – profetismo 4. Quem são profet(iz)as de hoje?
Profet(iz)a: Porta voz/≠ vidente Porta-voz de Javé: Os profetas têm consciência da sua origem divina (“ Assim fala Javé”; “palavra de Javé”; “oráculo de Javé”). Não fala por si mesmo.... (“a palavra de Javé me foi dirigida” ou “a palavra de Javé a...”) do povo: Ao mesmo tempo, os profetas são pessoas inseridas na realidade do seu povo e comprometido com a justiça social. É porta-voz de empobrecidos e oprimidos, vitimas de várias formas de injustiça,causada pelo sistema (monárquica). “Cada encontro com os desamparados é um encontro com Deus” (HeinzKulüke) Para ser “porta-voz” é necessário que tenha muita escuta, simpatia e empatia (=falar “com”; ≠ falar “por”). O profeta deve ter capacidade de estar no lugar onde está Deus, e onde está o povo de Deus.
2. Aquele/a que é chamado/a ou aquele/a que anuncia Intérprete da palavra divina: Jeremias fala como se fosse o próprio Javé (“ponho em tua boca as minhas palavras” – 1,9) Ex. Intérprete: Aarão é o intérprete de Moisés (como se fosse a boca de Moisés)- Ex 4, 15-16 Além de ser chamado para manifestar a vontade de Deus, o profeta deve ser “sinal” (= não somente através das palavras, mas, todas as suas ações e vida). Oséias-com seu matrimônio (Os 1-3); Isaias-andarnú para servir de presságio (Is 20,3); Jeremias-sua existência é um ensinamento (Jr 16); Ezequiel-é sinal para casa de Israel (Ez 4,3;12,6.11; 24,24). – “não podemos dormir enquanto ainda existem latifúndios” (Stedile, líder do MST)
3. Não tem como escapar de uma chamada profética: Jonas mostra quanto custa furtar-se da missão divina. Missão profética deve ser comprida, custe o que custar. Fugir da missão profética é igual a ser julgado perante de Deus, perante de si mesmo, ser jogado para dentro do mar agitado, ser engolido pelo monstro do mar, mas, nem monstro agüenta um medroso, e por isso tem que vomitá-la na praia de Nínive, para ver se vale a pena ser devorado...
4. Profetas não podem calar: * Amos - “O senhor Javé fala, quem não profetizaria?” – Am 3,8 *Amos, Isaias, Jeremias – Um profeta tem capacidade de comungar-se com projeto se Deus, de tal modo que sinta-se responsável pela sua concretização: (Am 7,15; Is 6; Jr 1, 4-10) “Eis-me aqui, envia-me, Senhor” (Is 6,8) *Jeremias: o profeta é o homem da palavra e que não consegue ficar calado. A palavra se transforma num fogo que devora o profeta por dentro (Jr 20,9-10).
Profet(iz)as: Centro-Periferia Há profeta da periferia (Não está ligado ao poder, mas, ao contrário é oprimido pelas estruturas do seu tempo, e a partir de sua experiência de Deus, denuncia as injustiças e propõe uma nova ordem social). Ex. Miquéias Profetas do centro, ligados a corte, ao poder, que são porta-voz que tem cuidado de garantir a ordem existente. Ex: 1º Isaias que usa uma linguagem menos agressiva; Natã que denuncia Davi, mas, ao mesmo tempo tramando a colocar o Salomão no poder. Compare a linguagem de: Mq 2,1-5; Is 5,8-9.
Mensagem A mensagem profética, normalmente, vai ao grupo definido, claro. (Exceto: Natã-Davi; Elias-Acab; Isaias-Acaz e Ezequias; Jeremias-Sedequias. (Am 7, 15; Is 6,9; Ez 2,3) Além de ser enviado aos grupos, o profeta também tem seu grupo de apoio. Ninguém é profeta sozinho. Características da mensagem: severa e consoladora; castigo e graça são complementares; para exterminar e demolir, mas, ao mesmo tempo para construir e plantar (Jr 28,8-9; 26, 16-19).
Falsos profetas Miquéias vs os profetas de Acab (1Rs 22,8ss) Jeremias vsHananias (Jr 28) e outros (Jr 23) Ezequiel vs profetas e profetisas (Ez 13) ??? Como saber que a mensagem e mensageiro provêm verdadeiramente de Deus? Como definir a verdadeira profecia?
Falsos ou não? Falar em nome de quem? Onde está Deus e seu projeto? A favor de quem? Grupo privilegiado ou oprimido? “Para mim o que mais importante para um missionário não é a sua obediência, mas, sim a sua disposição a fazer-se responsável para com pessoas”(Kulüke; ao ser eleito o SupGen SVD) O que isso têm a ver com a justiça do Reino? (=Veja Mesters e Orofino: 1. Cuidar dos doentes e acolher os excluídos; 2. Insistir na dimensão caseira e familiar da vida e da fé; 3. Recuperar a dimensão sagrada e festiva da Casa; 4. Reconstruir a vida comunitária; 5. Recuperar igualdade homem e mulher; 6. Ir ao encontro das pessoas; 7. Acolher o povo e recuperar os direitos dos pobres; 8. Superar as barreiras de gênero, religião, raça e classe; 9. Criticar e denunciar os que impedem a justiça do Reino; 10. Reconciliar as pessoas e refazer o relacionamento humano na base).
Algumas denuncias proféticas contra injustiçasAmos (2,6-16) Vender o justo por prata e o indigente por um par de sandálias (2,6b). Esmagar os necessitados (4,1; 8,4) – os inocentes e necessitados são usados como fonte de riquezas, sua vida torna-se mercadoria Esmagar sobre o pó a cabeça dos fracos (2,7a): contra elite que oprime os fracos (4,1; 5,11), comprá-los com prata (8,6) Tornar torto o caminho dos humildes (2,7). “Profanar jovem”: torná-la uma escava sexual, como pagamento do tributo ou dívida (2,7b). Diante disso, o profeta anuncia o castigo iminente
Como escapar da condenação? Procurar Javé: “Procurai-me e vivereis” (5,4b) “Procurai Javé e vivereis” (5,6a) “procurai bem e não o mal” (5,14) “Odiai o mal e amai o bem” (5,14) Isso significa: reavivar o projeto da partilha, da solidariedade, das estruturas que favoreçam a vida dos pobres, especialmente dos camponeses que estão sendo expropriados de seus direitos (9,13-5).
Profet(iz)as-Sabio(a)s//profetismo-literatura sapiencial O movimento profético surge ao mesmo tempo com a monarquia. Com a queda de monarquia, no período exílio (587-538 aC), a profecia se manifesta da outra maneira, sem denuncia, mas propõe uma forma de sociedade sem rei e sem templo, sob a liderança do servo (II Isaias). Cfr.: Is 42 Sonhando por uma sociedade de partilha, solidariedade e que promove justiça, especialmente aos pobres e oprimidos (Is 42,6-7)
Porém, com a chegada do Império Persa, com a volta dos exilados, reconstrução do templo, etc. este sonho desaparece. A profecia voltou, mas, foi cooptada pelo templo, nos profetas como Ageu, Zacarias e Malaquias. Neste período (século V-I aC), como porta-voz dos direitos dos pobres, surgem novas formas de resistencia, conhecida como: apocalíptica e sapiencial.
A apocalíptica pode ser encontrada no III Isaias: proposta de uma nova sociedade (Is 65, 17-66,2); Joel 3,1-2: O espírito de Deus será derramado sobre todos; Daniel e Apocalise, no NT, que propões a destruição da opressão. A resistência sapiencial nasce da consciência para preservar e valorizar a experiência e sabedoria popular, identidade cultural e religioso. É projeto contra a teologia oficial e resgata o direito dos pobres e oprimidos pela sistema. Surgem, por tanto, sábios (sacerdotes, escribas/escritores), que juntam provérbios e ditos populares. Escritos: Rute, Jó, Eclesiastes, Cânticos, Salmos, etc)
A apocalíptica e a literatura sapiencial procuram resgatar a identidade do povo e alimentar a esperança e a fé no Deus da Vida para que as pessoas encontram espaços de vida e busquem uma sociedade justa. Será que aqui, encontramos o Papa Francisco? Como compararíamos o Papa Francisco com o/as profet(iz)as do nosso tempo, como Dom Pedro Casaldáliga, Tomás Balduíno, Dorothy Stang, etc?
Se pensarmos em Jesus, vemos que seus seguidores/as viram nele um grande profeta, por meio do qual Deus visitou o seu povo, outros reconheceram-no como um sábio e como alguém que alimentou a esperança apocalíptica afirmando a chegada do Reino de Deus – basta ler as bem-aventuranças. E hoje, inspirados nos profetas, como Amós e tantos outros profetas, nos sábios e nos apocalípticos, que atualizaram e recriaram a profecia, como seguidoras e seguidores de Jesus, como podemos retomar a profecia para alimentar o nosso engajamento na busca de uma sociedade justa? Quais são os espoliados de hoje? Qual a nossa credencial de profetas e profetisas? Qual a mística que sustenta a nossa ação ao lado dos crucificados de hoje?