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UNIDADE I: Indivíduo e Sociedade Profª Marisa. O estudante e a sociedade. A sociedade, conforme Horkheimer e Adorno , é a interligação entre os indivíduos, que dependem uns dos outros na execução de suas funções. Aqui se chega à ideia que vincula o jovem à sociedade .
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UNIDADE I: Indivíduo e Sociedade Profª Marisa
O estudante e a sociedade A sociedade, conforme Horkheimer e Adorno, é a interligação entre os indivíduos, que dependem uns dos outros na execução de suas funções.
Aqui se chega à ideia que vincula o jovem à sociedade. O conhecimento que ele tem de sua realidade faz parte da vida social e constitui-se em uma história. Ele aprendeu com sua família, com seus colegas, com seus professores, com os meios de comunicação, com os livros etc. Também ensinou e mudou muita coisa ao seu redor. Pense! Aquela “dica” de computador dada a seus pais, a modalidade de esporte em que é craque, a festa que promoveu, e assim por diante.
Ser estudante em uma sociedade não quer dizer apenas “ser sofredor”, “ter” de cumprir as obrigações ditadas pelos responsáveis e professores.
O estudante é a possibilidade de inovação, caso esteja inserido de forma crítica na sociedade, e não apenas mais um receptor passivo das informações. Sendo ele um conhecedor dos fatos que o rodeiam, também é um transformador no momento em que converte as informações em conhecimento. Estar informado não significa ter conhecimento.
Exemplo: receber a informação de que haverá prova de Filosofia na semana seguinte é suficiente para realizá-la? Não! Você precisa saber mais: data, horário, conteúdo a ser cobrado, estudar e, principalmente, compreender os saberes filosóficos. Só assim você estará preparado. Caso contrário, detém apenas uma informação.
Agentes sociais munidos de conhecimento são aqueles que realmente fazem a diferença na sociedade. Eles pensam sobre as informações que recebem, mesmo que sejam relativas à sua cultura, adaptam-nas às suas necessidades e as transformam quando as repassam a outras pessoas. É assim que se participa da sociedade, permitindo a inter-relação das partes (funções) para constituir e manter o funcionamento (transformação) do todo (sistema).
O trabalho dos meios de comunicação de massa é: • produzir as informações (muitas vezes pensamos que a informação é uma simples reprodução); • b) produzir necessidades por meio das informações. Esses são os produtos da chamada indústria cultural.
Como distinguir, em meio a tantos interesses, o que existe de verdade, de fantasia e de omissão nas informações transmitidas pela indústria cultural?
Alguns cuidados são necessários nesse caminho. São procedimentos importantes: considerar quem é que está produzindoa informação de que me sirvo e em que circunstância tal informação foi produzida e divulgada; variar cada vez mais as fontes de informação ou os meios de comunicação de que me sirvo para conhecer os fatos; dialogar com pessoas e grupos sobre as informações recebidas ajuda a refletir melhor sobre as diferenças constatadas, ajuda a perceber diferenças de enfoque das diferentes empresas de comunicação.
O ser humano é um ser social Ser social = indivíduo que foi socializado; incorporou valores culturais (linguagem, comportamento, costumes, hábitos etc). O processo de socialização é a aquisição de maneiras de agir, pensar e sentir próprios dos grupos, da sociedade ou da civilização em que o indivíduo vive.
Na Índia, onde os casos de meninos-lobo foram relativamente numerosos, descobriram-se em 1920, duas crianças, Amala e Kamala, vivendo no meio de uma família(?) de lobos. A primeira tinha um ano e meio e veio a morrer um ano mais tarde. Kamala, de oito anos de idade, viveu até 1929. Não tinham nada de humano e seu comportamento era exatamente semelhante àquele de seus irmãos lobos. Elas caminhavam de quatro, apoiando-se sobre os joelhos e cotovelos para os pequenos trajetos e sobre as mãos e os pés para os trajetos longos e rápidos.
Eram incapazes de permanecer em pé. Só se alimentavam de carne crua ou podre. Comiam e bebiam como os animais, lançando a cabeça para a frente e lambendo os líquidos. Na instituição onde foram recolhidas, passavam o dia acabrunhadas e prostradas numa sombra. Eram ativa e ruidosas durante a noite, procurando fugir e uivando como lobos. Nunca choravam ou riam.
Kamala viveu oito anos na instituição que a acolheu, humanizando-se (?) lentamente. Necessitou de seis anos para aprender a andar e, pouco antes de morrer, tinha um vocabulário de apenas cinqüenta palavras. Atitudes afetivas foram aparecendo aos poucos. Chorou pela primeira vez por ocasião da morte de Amala e se apegou lentamente às pessoas que cuidaram dela bem como às outra com as quais conviveu. Sua inteligência permitiu-lhe comunicar-se por gestos, inicialmente, e depois por palavras de um vocabulário rudimentar, aprendendo a executar ordens simples”. LEYMOND, B. Le development social de l’enfantetdel’adolescent. Bruxelles: Dessart, 1965. p 12-14.
Grupos e Tribos Sempre há um grupo ao qual o indivíduo pertence: família, escola, amigos, igreja etc. O homem é um ser social, por isso há vários motivos para se constituir em grupos. Música, esporte, estilo de roupa, dança, ideais, idioma e muitos outros aspectos da cultura favorecem a socialização entre as pessoas e constituição de grupos sociais.
Dentre os muitos motivos que levam o ser humano a reunir-se em grupo, aponta-se a necessidade de afeto, pois todos precisam receber carinho e atenção das pessoas que os rodeiam.
Outro aspecto que reúne as pessoas são os objetivos em comum. Exemplo: alunos que gostem de jogar vôlei aos poucos se identificam e constituem a turma do vôlei, que marca os encontros para jogar.
Outra razão que favorece o surgimento de grupos: semelhanças entre as pessoas — comportamento, personalidade, religião, música, etnia etc. Algumas pessoas gostam de conviver com turma extrovertida, que sempre está agitando, gargalhando; outras preferem um grupo mais quieto, que opta por ouvir um som sossegado. Assim, entre os vários grupos, existem diferenças.
Tipos de grupo Ao mencionar suas relações com a família e os amigos, o indivíduo se refere a um grupo primário— apresenta características mais informais, como amizade, afeto, flexibilidade nas regras e intimidade entre as pessoas. Se falar do trabalho, refere-se a um grupo secundário, no qual, normalmente, a formalidade está presente por meio de regras bem definidas, hierarquia e pouca proximidade entre as pessoas.
Alguns grupos mesclam um pouco dessas características, mantendo-se entre um grupo primário e outro secundário. É o caso da escola, que se enquadra em um grupo secundário, por apresentar regras definidas e um sistema a ser seguido. A partir dessa formalidade, construímos os grupos primários— dos amigos que encontramos na escola e com quem nos relacionamos de maneira informal, sem necessidade de seguir um “manual do amigo” para compor o grupo.
Os agregados sociais: multidão, público e massa Multidão: reunião de pessoas que estão juntas em um local, por acaso, para assistir a algum evento, como carnaval ou passeata. A multidão não é organizada, as pessoas não se conhecem, os indivíduos mantêm objetivos comuns e proximidade por tempo específico.
Público: agrupamento de pessoas que seguem os mesmos estímulos. É espontâneo, amorfo, não se baseia no contato físico, mas na comunicação recebida pelos diversos meios de comunicação.
Massa: pessoas que assistem ao mesmo programa de televisão, veem o mesmo anúncio em um cartaz ou leem o mesmo jornal. A massa não emite opiniões a respeito do que vê; o público, sim.
Outro aspecto que eventualmente aparece mediante relações entre os grupos: estereótipo— forma de denominar outro grupo por alguma imagem preconcebida. É o caso dos grupos que conseguem diferenciar-se por meio das vestimentas — camiseta do time, cor da roupa, boné etc. Em muitos momentos, apenas ao visualizar um grupo de pessoas, já se tem opinião formada sobre ele, que pode ser boa ou ruim, dependendo da cultura e da sociedade em que se vive.
Punks = pode-se simplesmente passar por eles sem notá-los ou admirá-los, pela forma como se apresentam; também há quem fique receoso, ache tudo muito estranho ou expresse posição contrária àquele comportamento, fazendo caretas, comentários ou afastando-se rapidamente.
Etnocentrismo: visão de mundo característica de quem considera seu grupo étnico ou de nacionalidade socialmente mais importante que os demais.