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Melanie Klein

Melanie Klein. Introdução; Panorama Geral de sua obra; Período 1919-1932. As primeiras hipóteses. Superego precoce. Complexo de Édipo precoce; Do Superego aterrorizante ao superego benevolente; Complexo de Édipo precoce; Período 1932-1946. AS PRIMEIRAS HIPÓTESES:

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Presentation Transcript


  1. Melanie Klein

  2. Introdução; Panorama Geral de sua obra; Período 1919-1932

  3. As primeiras hipóteses. Superego precoce. Complexo de Édipo precoce; Do Superego aterrorizante ao superego benevolente; Complexo de Édipo precoce; Período 1932-1946

  4. AS PRIMEIRAS HIPÓTESES: As duas hipóteses mais importantes que Klein formulou nesse período são: 1 - A existência de um superego precoce 2 - A idéia do complexo de Édipo precoce A origem desses conceitos vem das seguintes idéias: A agressão possui um papel central, principalmente no vínculo com a mãe. Supõe que a fase de sadismo máximo acontece aos seis meses de idade, vinculada à dentição e ao desmame. Melanie Klein muda o conceito de fases libidinais ao afirmar que, nas crianças pequenas, observa uma mescla de pulsões orais, anais e genitais que se sobrepõem. As pulsões agressivas – pré-genitais – expressam-se, desde o começo da vida, através de fantasias inconscientes, que estão dirigidas para o corpo da mãe.

  5. Tanto a angústia de castração no homem, como a ameaça de perda de amor na mulher, são derivados secundários da angústia persecutória proveniente da fase feminina. • O nome de fase feminina alude a que Klein considera que se produz uma identificação com o corpo feminino atacado. • O jogo infantil é uma maneira simbólica de elaborar fantasias e modificar a angústia. • Melanie Klein considera que, desde muito cedo, há um conhecimento inconsciente da diferença dos sexos. • Figura combinada dos pais.

  6. DO SUPEREGO ATERRORIZANTE AO SUPEREGO BENEVOLENTE: • Melanie Klein começou a analisar crianças a partir dos 2 anos de idade e observou que tinham fortes sentimentos de culpa e remorsos. Esse fato, a levou a postular a existência de um superego mais precoce do que o proposto por Freud e a descrevê-lo como excessivamente sádico e cruel. Ele forma-se por identificações múltiplas e sua severidade provém de que nele se projetam as pulsões sádicas da criança. • Origina-se das primeiras identificações da criança com o objeto materno que, nesta etapa, se introjeta canibalisticamente. • A fonte de maior angústia na criança pequena seria a ação que esse superego precoce exerce sobre o ego.

  7. COMPLEXO DE ÉDIPO PRECOCE: • Klein modifica 2 idéias de Freud: • Situa-se precocemente, entre as fases pré-genitais do desenvolvimento, ao redor do primeiro ano de vida. • É um processo complexo, que se estende durante um período prolongado. • Para Klein, a cena primária transcorre , na fantasia da criança, dentro do corpo da mãe. • Klein descreve , na relação mãe-bebê, fantasias agressivas do tipo oral, em que a criança deseja entrar no seio e corpo maternos para morder, rasgar, roubar seus conteúdos; e outras do tipo anal, onde quer entrar no corpo da mãe para sujar e danificar o que ela tem dentro.

  8. PERÍODO DE 1932 – 1946. CONSOLIDAÇÃO DA TEORIA KLEINIANA • De 1934 em diante, Klein elabora uma nova metapsicologia. O ponto de partida é a teoria das posições. Descreve 2 posições: esquizo-paranóide e depressiva.

  9. Hipóteses: • Uma teoria do desenvolvimento precoce • O conceito de posição, em Klein, substitui a idéia de fase do desenvolvimento libidinal • É uma teoria interpessoal • A angústia continua a ser o elemento principal para entender o conflito psíquico • A idéia de pulsões de vida e de morte está sempre presente no pensamento Kleiniano • A fantasia inconsciente é descrita como um acontecimento constante e permanente da mente, expressando-se tanto nos fenômenos inconscientes como nos conscientes. • A noção de corpo, na teoria Kleiniana perde seu conteúdo biológico, para se referir exclusivamente a um nível fantasmático.

  10. Posição esquizo-paranóide Estrutura que organiza a vida mental nos 3 primeiros meses de vida Ponto de vista da criança sobre suas relações de objeto.

  11. É constituída por: Angústia persecutória: o ego sente que vai ser atacado; Relação de objeto parcial: com um seio idealizado e outro persecutório, que são percebidos como objetos dissociados e excludentes; Mecanismos de defesa do ego: Dissociação, identificação projetiva, introjeção e negação.

  12. Existe um ego que desde o nascimento realiza mecanismos de defesa de natureza psicótica. Esse ego sente a angústia persecutória devido a: -Um fator interno: a pulsão de morte; -Fatores externos:  a experiência do nascimento e outras formas de frustração.

  13. O bebê experimenta fantasias inconscientes oral-sádicas( devorar o seio e o corpo maternos) e anal-sádicas( de atacá-los com excrementos); • Isto gera no bebê temores de ser devorado e envenenado; • A pulsão de morte é projetada no primeiro objeto externo (o seio da mãe) e as pulsões libidinais são projetadas no objeto parcial (seio bom), que fica dissociado do seio mau, persecutório; • Os mecanismos de projeção e introjeção de objetos e situações externas e pulsões e fantasias internas ficam misturados.

  14. Mecanismos de defesa da posição esquizo paranóide • Dissociação • Diante da angústia persecutória, o ego efetua uma primeira divisão de bom-mau dos objetos internos externos • Identificação Projetiva • O sujeito expulsa violentamente uma parte de si mesmo, colocando-a em outro objeto, identificando-se com o não projetado; ao objeto, por sua vez, são atribuídos os aspectos projetados, dos quais o sujeito se desprendeu e queria se livrar ou proteger.

  15. Introjeção • Através da introjeção dos primeiros objetos, constroem-se os objetos internos, permitindo a formação do ego e do superego. • Negação • É um mecanismo onipotente, pelo qual a mente nega a existência de objetos persecutórios, que cliva e projeta no exterior.

  16. Posição depressiva; A teoria da inveja.

  17. Posição depressiva • Para Klein é uma nova organização da vida mental, constituindo um momento chave para o desenvolvimento e a normalidade. Se produz entre os 3 e os 6 meses de idade e é constituída por: • Angustia depressiva: o ego sente culpa e teme pelo dano que fez ao objeto amado, com suas pulsões agressivas. • Relação com o objeto total: a mãe, com qual o ego se vincula, tento em seus aspectos bons como maus. Aumentaram, portanto, os processos de interação • O mecanismo de defesa principal é a reparação: atender e se preocupar com o estado do objeto (interno e externo).

  18. Esta nova estrutura não é apenas um processo maturativo. È uma configuração diferente, onde os interesses narcisistas da posição esquizo-paranoide mudam para a preocupação central que agora o ego tem que cuidar e observar seus objetos, tanto externos como internos. • Os sentimentos que predominam nesta posição, são a tolerância, a dor psíquica e a culpa pelas fantasias agressivas para com os objetos amados. Reconhece-se o sentimento de amor e dependência para com os pais, junto ao desamparo do ego e o ciúme sem causa especifica.

  19. O vínculo com a realidade externa se modifica, fica mais realista, pois é reconhecido em seus aspectos bom ou maus, com menos distorções. Há uma maior discriminação entre fantasias e realidade, assim como realidade externa e interna.

  20. Para Klein a posição depressiva é o ponto de fixação da doença maníaco-depressiva. Ela pensa que as crianças passam, nesse período, por dores e angustias semelhantes às sofridas pelos adultos, quando adoecem de depressão ou psicose maníaco-depressiva. • Logo após, em 1940, ela inclui o luto como um fenômeno importante desse processo. A hipótese é que a perda de um ente querido reativa a posição depressiva infantil. É a perda da mãe como objeto amado que é revivida em cada perda do adulto.

  21. A saída do estado narcisista, e também a resolução do conflito edípico, dependem do desenlace que a posição depressiva tiver. A neurose infantil compreende todas as estruturas defensivas estabelecidas para elaborá-la, começando a se resolver quando as defesas maníacas e obsessivas diminuírem.

  22. A simbolização se relaciona com o processo de luto, permite recriar o objeto perdido dentro do self, substituindo o objeto por um símbolo do mesmo • A posição depressiva repete o luto precoce pelo seio e é uma configuração psíquica que se repete durante toda a vida, diante de situações de perdas. Essa devera ser resolvida para alcançar a harmonia dos objetos internos que ermitã o bem-estar psíquico

  23. As defesas maníacas • Podem ocorrer na posição depressiva quando o ego precise enfrentar sentimentos de culpa e de perda que se tornam acabrunhantes. • Hanna Segal (1964) que segue as idéias de Klein diz que se baseiam na negação onipotente da realidade psíquica e se caracterizam pela tríade de triunfo, controle onipotente e desprezo. • Estas defesas são consideradas normais para o desenvolvimento, como um primeiro passo pata enfrentar os sentimentos depressivos, mas se a elaboração da posição depressiva fracassar e os objetos não puderem ser reparados, terá uma regressão a fase esquizo-paranóide ou se estabelece um ponto de fixação para a doença maníaca.

  24. Em uma analise é comum que o paciente manifeste defesas maníacas para evitar sentimentos de perda. O sentimento de triunfo virá quando ele acreditar que pode trocar as sessões por algo mais atraente ou que a interrupção das mesmas caia bem. Ele procura negar que a ausência do analista pode lhe ser dolorosa. Quando se desvaloriza o objeto a perda dói menos.

  25. A teoria da Inveja • Desenvolvida por Klein, em 1957, descreve a inveja primaria como uma pulsão agressiva que o bebe sente desde o começo da vida, que é dirigida ao seio da mãe com o desejo de danificas os aspectos bons e protetores que o objeto nutritivo oferece. • Klein separa inveja de frustração. Não são os elemento frustrantes do objeto materno ou da situação ambiental que provocam a pulsão invejosa, pelo contrario, esta provem do sujeito, e sua finalidade é atacar o que o objeto tem de bom e valioso. • A inveja aparece ou acentua-se justamente quando o sujeito sente gratidão, este seria o aspecto irracional da inveja.

  26. Desde os primeiros momentos de sua obra, Klein menciona, esporadicamente, a existência de sentimentos invejosos ligados a voracidade. São fantasias de roubar, esvaziar e destruir o corpo da mãe e ela inclui a inveja como um elemento muito importante no desenvolvimento precoce. • Denomina-se primaria, isto é voltada para o seio da mãe, primeiro objeto com que se vincula a mente do bebe.

  27. Ela destaca a importância de diferenciar inveja ciúme e voracidade, como pulsões que interferem na introjeção do objeto bom. A inveja é um sentimento de ódio voltado a uma pessoa que possui uma qualidade desejada; O ciúme existe em uma relação triangular, é quando se deseja possuir a pessoa amada e eliminar o rival; e a verocidade quer extrair tudo de bom que o objeto possui. • A inveja primaria teria um resultado tão prejudicial para o desenvolvimento mental que, ao arruinar as capacidades e bondades do objeto, destrói a própria origem da bondade e da criatividade.

  28. Melanie Klein integra a inveja a sua teoria das posições. Se as pulsões invejosas forem intensas, atacam o objeto ideal, que é o que provoca o sentimento invejoso, alterando o processo de dissociação normal da posição esquizo-paranóide. Isto produz uma confusão entre o bom e o mau, não conseguindo dissociar o objeto ideal do persecutório, ficando perturbados gravemente os processos de introjeção do objeto bom, que são a base para o êxito da estabilidade mental. • O excesso de inveja também pode acentuar a dissociação entre o objeto idealizado e o persecutório, o que impede sua posterior integração e elaboração da posição depressiva.

  29. Ao considerar algumas das defesas contra a inveja, Klein menciona: • Mecanismos precoces de dissociação, onipotência e negação são reforçados pela inveja • A confusão é muitas vezes usada de maneira ofensiva, para se opor à perseguição e também a culpa por ter danificado o bojet bom • Fuga da mãe para outras pessoas que são idealizadas • Desvalorização do objeto • Desvalorização da própria pessoa • Procurar despertar inveja em outras pessoas • Sufocar tanto os sentimentos invejosos como os de amor • O acting out é empregado, às vezes, para manter a dissociação

  30. As pulsões invejosas podem ser elaboradas e mitigadas se a introspecção do objeto bom for adequado, o que permite tolerar a culpa pelo dano dos objetos e da reparação. • Esta teoria fornece elementos técnicos que permitem abordar situações difíceis e destrutivas no tratamento analítico, mas também Poe um limite ao excessivo otimismo terapêutico que Klein tinha tido nos primeiros períodos de sua obra.

  31. Algumas consideração sobre a técnica de Melanie Klein; O novo modelo da mente

  32. Algumas considerações sobre a técnica de Melanie Klein • - O campo de descobertas kleinianas se abre, a partir de uma técnica inovadora: incluir o jogo infantil como maneira de facilitar, em seus pequenos pacientes, a expressão de fantasias e conflitos inconscientes. • - O objetivo da técnica de Melanie Klein é analisar os conflitos e fantasias inconscientes, o método é explorar sistematicamente a transferência. • - Klein sustentou que as fantasias, tanto agressivas como libidinais, ocupam um importante papel no desenvolvimento mental e que em conseqüência disso, no vínculo paciente-terapeuta produzir-se-ão sentimentos amorosos e hostis. É necessário, com isso, que se faça a interpretação da transferência negativa e positiva, para que o paciente possa chegar à compreensão de sua realidade psíquica.

  33. - Klein repele qualquer medida de apoio ou conforto, que apenas serviria para mascarar o suceder espontâneo de ocorrências que nos permitem descobrir o futuro dos eventos inconscientes do paciente. • - Ao interpretar a transferência positiva e negativa, tal como aparece na mente do enfermo, o analista, com sua interpretação, ajuda-lo-á a integrar os sentimentos ambivalentes em seus vínculos do presente e do passado, na realidade externa e em seu mundo interno. • - Segundo Klein, a maneira de assegurar o vínculo terapêutico, desde os primeiros momentos do tratamento, é que paciente se sinta aliviado em suas angústias e compreendido pelo terapeuta. Só o que pode dar ao paciente esta segurança e confiança no processo terapêutico, dirá Klein, é que o analista interprete, em profundidade, as angústias e defesas em suas relações de objeto.

  34. - Klein sempre centrou sua atenção nas angústias do paciente; para elas deve se dirigir, desde o começo, a interpretação, o que permite que emerjam novas fantasias e angústias de outras camadas do inconsciente. • - O analista está intensamente comprometido com as vivências que o paciente exterioriza, sendo, portanto, o vínculo transferencial o eixo principal do desenvolvimento da sessão. À medida que Klein definiu seu novo modelo de estrutura mental, centrado na idéia de uma realidade psíquica povoada por objetos internos, a sessão foi entendida como uma exteriorização desta realidade psíquica. • - O paciente repete com o analista a estrutura de seus vínculos de objeto, angústias e defesas, e isso constitui, inexoravelmente, o que transfere para a sessão e para a pessoa do analista, embora não saiba que o está fazendo e não tenha associações concretas com a pessoa do analista. Isto marca uma linha técnica muito importante na técnica kleiniana.

  35. - A sessão é vista como uma situação total; as associações, sonhos, lapsos etc, são entendidos no contexto da sessão e, particularmente, em seu significado com a figura do analista, como representante de algum objeto interno do paciente. • - A principal função do analista kleiniano é se deixar envolver pelo clima emocional da sessão, receber todas as projeções que o paciente indefectivelmente fará sobre ele, ser muito sensível às manifestações transferenciais e contra-transferenciais, para, de todo esse suceder, extrair a estrutura básica (angústia que prevalece e mecanismos de defesa característicos da relação de objeto, nesse momento) que marca o ponto de urgência da sessão.

  36. - Klein descreveu, em 1946, o mecanismo de identificação projetiva, pelo qual o paciente pode, onipotentemente, dissociar um aspecto de sua mente e projetá-lo em outra pessoa, por exemplo, o analista. O paciente fica identificado com o não projetado e, por sua vez, o analista será, para ele, um aspecto inconsciente de si mesmo. Este processo envolve intensamente ambos os protagonistas, provocando, no paciente, uma confusão entre realidade externa e interna. • - O analista deve conhecer e manejar seus próprios conflitos inconscientes, como parte dos instrumentos técnicos necessários para poder analisar bem estas situações que se sucedem na sessão. Tudo que ali acontece deve se transformar em compreensão.

  37. - Para Klein, o que importa é compreender as angústias que se desenvolvem na relação de objeto e, também, os mecanismos de defesa destinados a dissociar, negar projetar etc, aspectos da personalidade. O insight deve permitir o conhecimento e a reintegração destes aspectos dissociados e projetados do self. Isso permitirá uma compreensão vivencial do conflito e, principalmente, uma maior integração da personalidade. • - Os processos de introjeção e projeção regem o processo analítico; graças a isso, o paciente mobiliza, na sessão, suas relações de objeto internas, projetando-as no analista; este, mediante a interpretação, possibilitará que tais relações de objeto se modifiquem, que o paciente possa então reintrojetá-las, modificadas em sua estrutura.

  38. - Quando Klein formula a teoria das posições (1946, 1952), define-se um objetivo terapêutico central: elaborar a posição depressiva para obter a integração do objeto e do ego. O insight consistirá em juntar emoções carinhosas e hostis em relação a um mesmo objeto, com os conseqüentes sentimentos de culpa e responsabilidade. O ponto crucial não é somente compreender, mas tolerar a dor mental que estes sentimentos produzem. • - Um dos poucos escritos que Klein dedica a problemas de técnica é “On the criteria for the termination of a psycho-analysis” (1950). Nele, expressa que se chega à etapa final de uma análise, quando foram diminuídas suficientemente as angústias paranóides e depressivas mediante a elaboração repetida de ambas as posições.

  39. Fantasia inconsciente e teoria das posições A teoria dos objetos internos desenha uma nova estrutura da mente, Gruntrip(1961) a chamou de personalística, para enfatizar que são os vínculos e não as pulsões, que produzem o desenvolvimento mental. Os objetos internos são representações de personagens que adquirimos por introjeção e identificação, estabelecendo entre eles uma dramaturgia cujo libreto são as fantasias inconscientes. A noção de objeto interno permite estabelecer uma dinâmica na relação com a realidade, que também difere de Freud explicado em grande parte por motivos econômicos (tensão, descarga, equilíbrio).

  40. Para Klein, a realidade não pode ser entendida então como totalmente objetiva, dependerá sempre da realidade interna com a qual estamos significando. • Podem existir necessidades dolorosas em relação aos objetos que, no entanto provoquem prazer, não no sentido de uma descarga pulsional direta, mas em termos de um sentimento de satisfação pessoal, com uma sensação de crescimento e enriquecimento emocional. • Melanie Klein menciona, a este respeito, a alegria interna e crescimento mental que alguns pacientes experimentam, à medida que o tratamento analítico evolui, embora devam experimentar sentimentos muito dolorosos, em relação ao conhecimento deles mesmos.

  41. Klein diz que é muito importante contar com uma boa mãe externa, capaz de oferecer cuidado e amor, pois todos nós temos uma má mãe interna, produto de nossos sentimentos agressivos.

  42. Sobre sua explicação de como os objetos se originam, Greenberg e Mitchell, consideram que Klein fornece três hipóteses: 1-) Construção do objeto por fatores internos:Esta concepção está ligada a necessidade de atribuir experiências de fantasias e sentimentos á época maisprecoce da vida. 2-)Explicação pela pulsão da morte, que é percebida como ameaça de destruição interna. A pulsão libidinal faz com que se projete para o exterior esta pulsão destrutiva, originando o primeiro objeto mau externo.

  43. A projeção da pulsão libidinal provoca,simultaneamente, a formação do primeiro objeto bom externo. Assim o objeto parcial, seio materno fica dissociado em dois objetos, que são as extensões das pulsões. 3-) São as sensações corporais, intensamente deformadas pelas projeções libidinais e agressivas que são projetadas para o exterior, sendo sentidas como atacantes externos. Tais sensações estariam personificadas e atribuídas a objetos bons e maus externos. Estes, por sua vez, por introjeção produzem a formação dos objetos internos

  44. A fantasia inconsciente como trama das relações de objeto • Os vínculos narcisistas são entendidos como relações estabelecidas com um objeto interno idealizado, para os Kleinianos, todo paciente, por perturbado que seja, desdobra transferências para com seu analista. • A descrição que um paciente faz de sua história, por mais realista que pareça, sempre deverá ser entendida como resultado das projeções de seus objetos internos. Isso permite entender que a versão que o paciente tem da sua história pessoal e da imagem de seus pais mude tanto, durante o trabalho analítico, pois nunca será uma versão objetiva, mas a resultante do estado mental que o paciente apresenta em cada momento do seu processo analítico.

  45. Melanie Klein substitui a idéia de superego de Freud, resultante da introjeção do superego dos pais por um conceito de superego precoce, formado pela introjeção de objetos primitivos, que sofrem sucessivas transformações, e que seriam a origem do mundo dos objetos internos. • Talvez um passo ainda não dado na teoria Kleiniana seja substituir, completamente a metapsicologia freudiana clássica e sua estrutura tripartite (id,ego,superego) pela teoria dos objetos internos.

  46. Sobre psiquismo precoce • Uma boa parte do pensamento psicanalítico pós-freudiano reconhece a importância crucial que a relação com a mãe possui nas etapas precoces da vida. • Klein foi a pioneira nisso, pois suas teorização das relações de objetos precoces envolve fundamentalmente, o vínculo do bebê com a mãe e seu seio. • Klein sublinhou que a função materna não é apenas alimentícia mas, principalmente, emocional, e que o bom vínculo com o seio bom interno e externo é o protótipo de todas as situações vividas como prazerosas e gratificantes.

  47. A realidade é sempre para Klein, a interação entre os aspectos internos e os externos, que atuam simultaneamente no psiquismo e que determinam uma organização complexa na construção que cada indivíduo faz da realidade .Isto é muito importante na clínica.Protege-nos de fazer interpretações causais simplistas, tais como derivar os conflitos pessoais do paciente diretamente das características patológicas dos pais. • O perigo é enfocar o tratamento com uma expectativa errônea, em que possamos acreditar que se, tratarmos bem o paciente, ele irá valorizar esta disposição melhorando.

  48. Existe para os Kleinianos a idéia de responsabilidade psíquica. O indivíduo se sente responsável por suas ações, mesmo produzidas apenas na fantasia. Sua inocência não pode ser estabelecida, nem pela influência do meio ambiente, nem como efeito da estrutura social. • Este enfoque também nos faz pensar que por bons ou maus que seus pais tenham sido, cada pessoa sempre tem um grau de escolha possível entre diferentes motivações,determinado pela estrutura de seus objetos internos e também pelo seu estado mental.

  49. O ponto de vista genético; A teoria pulsional e a agressão

  50. PONTO DE VISTA GENÉTICO: • Princípio da Continuidade Genética (Susan Isaacs - 1952): • Cada período do desenvolvimento tem como base o precedente, que o determina em parte e, ao mesmo tempo, é base para o período subseqüente. • O paciente adulto repete, na relação transferencial, as experiências vividas nos primeiros vínculos objetais: emoções, angústias e defesas sentidas em relação ao seio da mãe. • Análise promove a exteriorização dos vínculos, modificando os conflitos.

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