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O Aumento da Renda das Famílias Brasileiras é Sustentável?. Monica Baumgarten de Bolle e Pedro Henrique Simões IEPE/Casa das Garças Seminário de Conjuntura, 5 de abril de 2013. O que se diz:.
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O Aumento da Renda das Famílias Brasileiras é Sustentável? Monica Baumgarten de Bolle e Pedro Henrique Simões IEPE/Casa das Garças Seminário de Conjuntura, 5 de abril de 2013
O que se diz: • Entre 2003 e 2011, o crescimento real da renda per capita das famílias (a partir dos dados da PNAD) foi de 40,7%. • No mesmo período, o PIB per capita cresceu, em termos reais, cerca de 30%. O PIB “não mede aquilo que uma nação faz por seus habitantes” – fala da Presidente Dilma em julho de 2012. • “Os resultados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad 2011) confirmam que a primeira década do século 21 no Brasil foi “inclusiva” do ponto de vista social, com robusta diminuição da desigualdade e redução da pobreza, na avaliação do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea)”; Agência Brasil, 25/09/2012. • “Hoje, afirma Marcelo Neri, presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), a evolução do Produto Interno Bruto (PIB) não mostra, ou ao menos minimiza, o salto no padrão de vida da população brasileira, realidade mais evidente na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad)”., Valor, 26/03/2013.
PIB vs. PNAD: Há Divergênciasentre 2003 e 2011? Eis a questão...
A Questão dos Deflatores... • “Uma questão estatística também pode estar influenciando na discrepância entre a evolução, do PIB per capita e da renda domiciliar, afirma Neri. O deflator implícito do PIB aumentou muito mais nos últimos anos do que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC). Em um exemplo simplista, Neri destaca que, caso o PIB fosse deflacionado pelo índice de preços ao consumidor, a alta entre 2003 e 2011 seria de 48%. Ou seja, em termos nominais o produto avançou mais do que a renda nesse período, argumenta o presidente do Ipea.”, Valor, 26/03/2013
A grande diferença está aqui! Voltaremos a ela. Diferença é de 2,5 pp
Comentário: • Usando as definições de renda média per capita da base de dados diretamente acessível da PNAD (rendimento médio dos domicílios e rendimento médio dos indivíduos com mais de 10 anos), não encontramos uma diferença relevante em relação ao PIB. Portanto, não identificamos a discrepância apontada por Marcelo Neri. • Definição de renda do Rodolfo Hoffmann: média ponderada da renda domiciliar per capita em cada residência particular permanente, usando os microdados da PNAD. Isso é equivalente ao total das rendas declaradas em todos esses domicílios dividido pelo total de seus moradores (exclusive pensionistas, empregados domésticos e seus parentes residentes no domicílio do seu empregador).
Portanto: • Queda da renda das famílias entre 1998 e 2003, sobretudo entre 2002 e 2003, provocada pela alta inflacionária proveniente da desvalorização cambial. • Em seguida, entre 2003 e 2005, houve uma recomposição da renda das famílias, passado o susto de 2003. • A partir de 2005, a renda cresce fortemente até 2006 – estabilidade macroeconômica reconquistada. • De 2006 em diante a renda cresce no mesmo ritmo do PIB.
Uma historinha... • Portanto, o aumento da renda do trabalho de 50% entre 2003 e 2011 se traduziu em um aumento do consumo dessa faixa de renda de mais de 50% no mesmo período. • O que possibilitou tal aumento da renda? • A estabilidade macroeconômica e a redução da inflação, sobretudo depois de 2004; • O crescimento do País, ajudado pelo ambiente externo muito favorável; Termos de troca favoráveis como um choque de riqueza que afeta todos os setores. • Em razão disso, as empresas investiram e criaram mais empregos, perpetuando o aumento da renda. • O bom momento da economia brasileira e a demanda por trabalho induziram um processo auspicioso de formalização da mão de obra, que, por sua vez, solidificou o aumento da renda. • Esse processo ainda não acabou, embora se aproxime do seu limite. • Limite é a inflação.