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Adaptação ao público-alvo (textos para adultos / textos para crianças): “As células-tronco são uma população de células precursoras teciduais imaturas capazes de auto-renovação e de produção ou substituição de células de vários tecidos.” (de um artigo científico)
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Adaptação ao público-alvo (textos para adultos / textos para crianças): “As células-tronco são uma população de células precursoras teciduais imaturas capazes de auto-renovação e de produção ou substituição de células de vários tecidos.” (de um artigo científico) “As células-tronco, também conhecidas como células-mãe ou células estaminais, são células que possuem a melhor capacidade de se dividir dando origem a células semelhantes às progenitoras.” (Wikipédia)
“Células-tronco, células-tronco... Você muito provavelmente já ouviu esse termo na TV ou quando seus pais estavam conversando, não? Aposto que sim. Mas o que são células-tronco, você sabe? Pois saiba que sem elas não teríamos olhos, boca, pernas nem coração. Nossa! E por que todo mundo tem falado nelas ultimamente?”
“Quando algo é muito pequeno, costumamos usar o termo ‘míni’ para nos referir a ele, não é mesmo? Há, porém, coisas tão pequenas para as quais o termo ‘míni’ não dá conta. Por exemplo: um micróbio ou uma célula do seu corpo, você não consegue ver a olho nu. Daí, dizermos que essas coisas são ‘micro’, ou melhor, microscópicas, simplesmente porque elas não poderiam ser vistas sem o uso de um microscópio. Pois há coisas descobertas recentemente pelos cientistas que são menores do que ‘micro’. Estruturas tão pequenas que são chamadas de ‘nano’ e que só podem ser vistas com o auxílio de um aparelho muito mais sofisticado: o nanoscópio.” Marcelo Hawrylak Herbst. “Menores que míni, menores que micro, eles são NANO!”. Ciência Hoje das Crianças, nº140, out./2003, http://chc.cienciahoje.uol.com.br/revista/revista-chc-2003/140/menores-que-mini-menores-que-micro-eles-sao-nano/menores-que-mini-menores-que-micro-eles-sao-nano-0
Atividade 1 Leitura e análise dos textos: a) “Falha geológica desconhecida causou tremor no Haiti, dizem cientistas” e b) “Pequeno grupo de genes regula aparência física dos cachorros”.
Lide (ou lead): primeiro parágrafo eminentemente noticioso, que responde às seguintes questões: • O quê? • Quem? • Onde? • Quando? • Como? • Por quê?
“Um acidente entre dois automóveis deixou os motoristas feridos na esquina da Av. Paulista com a R. Augusta, na noite de ontem. Segundo a polícia, o condutor de um dos carros perdeu o controle do veículo.” • O quê? “Um acidente”. • Quem? “os motoristas”. • Onde? “esquina da Av. Paulista com a R. Augusta”. • Quando? “noite de ontem”. • Como? “entre dois automóveis”. • Por quê? “o condutor de um dos carros perdeu o controle do veículo”.
“O terremoto devastador que atingiu o Haiti no começo do ano foi provocado por uma falha geológica anteriormente desconhecida, disseram cientistas da Purdue University, do Estado de Indiana, nos Estados Unidos.” • O quê? “O terremoto”. • Quem? “cientistas da Purdue University”. • Onde? “Haiti” / “Estado de Indiana, nos Estados Unidos”. • Quando? “no começo do ano”. • Como? “devastador”. • Por quê? “uma falha geológica anteriormente desconhecida”.
“A diferença de um pastor alemão para um poodle não é assim tão grande. Pelo menos geneticamente. Diferentemente do que se vê nos humanos, a maior parte das variações na aparência dos cães – como cor dos pelos e tamanho da orelha – são controladas por um pequeno grupo de genes.” • O quê? “A diferença [...] tão grande”. • Quem? “pesquisadores” [no sub-lide]. • Onde? “Universidade Stanford” [6º parágrafo]. • Quando? Não se diz. • Como? “maior estudo de DNA já feito com cachorros” [no sub-lide]. • Por quê? “[controle por] um pequeno grupo de genes”.
Algumas conclusões: 1) O lide é um recurso eficiente, mas nem sempre é usado de modo completo – ou sequer é usado. 2) Em divulgação científica, pode haver, por exemplo, dois “ondes” – o do local objeto de pesquisa e o da instituição que a promoveu –, bem como dois “o quês” – o fato/objeto e a pesquisa. 3) Muitas vezes o “quando” não é determinado, pois se supõe, naturalmente, que a pesquisa seja recente. Exceções: “edição de ontem da revista...”; “cientistas anunciaram ontem...”. 4) Em DC, o “por quê” pode ser substituído pelo “para quê”. Ex.: “nova droga para o tratamento do mal de Alzheimer...”.
De qualquer modo, um recurso jornalístico – bastante associado ao lide – muito comum nos textos noticiosos de divulgação científica é a chamada pirâmide invertida: as informações principais constam do início do texto e os detalhamentos vêm nos parágrafos posteriores. No texto sobre o terremoto no Haiti, por exemplo, após o lide, primeiro se fala da hipótese anterior (falha de Enriquillo), depois se aborda a falha recém-descoberta, com detalhes técnicos sobre como foi detectada, e, por fim, o nível de risco para novos abalos na região. O texto sobre a aparência física dos cães também não foge a essa estrutura: após a apresentação da pesquisa, passa-se aos pormenores de como foi feita, depois se mostra a influência do ser humano na evolução dos cães e, ao final, os benefícios que nós podemos ter com essa descoberta a respeito de nossos “melhores amigos”.
Entretanto, ambos os textos não apresentam boas conclusões. Atividade 2 Reescreva as conclusões dos textos “Falha geológica desconhecida causou tremor no Haiti, dizem cientistas” e “Pequeno grupo de genes regula aparência física dos cachorros”.
Elementos de conexão/articulação (especificamente de coesão): “Segundo os pesquisadores, que...” “Entretanto, usando...” “Essa falha previamente desconhecida...” “A conclusão é do maior estudo...” “Ou seja: alguns poucos genes...” “Para os cientistas, o DNA dos cachorros...” “Afinal, a principal força que guiou...” “Outra raridade do ponto de vista genético ...” “Além de elucidar o DNA dos cães,...”
Outras características importantes: 1) A presença de inter ou entretítulos (“Nível de risco”, “Mina de ouro”, “Humanos agradecem”), com a função de setorizar os textos e facilitar o ritmo de leitura. 2) Fontes “legitimadoras” do conteúdo apresentado: declarações de cientistas, revistas e/ou eventos científicos. 3) Descrição – em geral breve – dos procedimentos de pesquisa: “Foram comparadas 80 raças de cães domésticos...”. 4) Evolução das ideias (hipóteses ou teorias, umas se sobrepondo às outras): nova falha X falha de Enriquillo; seleção natural X seleção artificial dos cães. 5) Toques de humor: “A diferença de um pastor alemão para um poodle não é assim tão grande. Pelo menos geneticamente”.
Erros pontuais que poderiam ser evitados com uma revisão atenta: 1) “... havia sido originalmente apontada como a origem do terremoto de janeiro”. Repetição de palavras – se não as mesmas, derivadas ou semelhantes –, o que pode ocorrer apenas quando realmente necessário. 2) “em relação à Enriquillo”. Ou não se coloca crase, ou se acrescenta a preposição “de” antes de “Enriquillo” (“à [falha] de Enriquillo”). 3) “preocupação com a pureza da raças da cachorro”. Erro de concordância nominal: mera falta de atenção.
Atividade 3 Leia o texto “O paraíso tropical e os infernos locais”. Depois, siga o roteiro de perguntas e atividades proposto abaixo: a) O texto em questão é predominantemente informativo ou opinativo? Justifique. b) Escreva três lides noticiosos a partir de quaisquer informações dispostas ao longo do texto. Dentre as questões básicas (o quê, quem, quando, onde, como, por/para quê) destes supostos lides, alguma ficaria ausente desses primeiros parágrafos? Defina também títulos para as hipotéticas matérias que seriam encabeçadas pelos respectivos lides. c) Que informações precisariam ser apuradas, aprofundadas ou aperfeiçoadas, caso fossem escritos integralmente os textos introduzidos pelos lides criados no item b deste exercício? Seria preciso fazer entrevistas? Se sim, diga com que tipo de profissional ou especialista e justifique. Que perguntas teriam de ser feitas?
Atividade 4 (para 31/08) Estude um tema da ciência – de preferência que não seja aquele com o qual está mais familiarizado – e anote as informações que julgar relevantes, trazendo-as para a próxima aula. Atividade 5 (entregar no dia 31/08 ou enviar por e-mail até 03/09 – endereço: mcdest@uol.com.br, assunto NJR-A5) Escolha um texto de divulgação científica que você considere ruim – ao menos em alguns aspectos – e faça uma análise tanto com relação ao seu conteúdo, como no que diz respeito à forma (estrutura, vocabulário, estilo etc.). Atividade 6 (para 14/09) Selecione um artigo científico (acadêmico), de preferência de um tema que não lhe é familiar, a ser usado em sala de aula.