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Estratégia de Intervenção para o Programa de Regeneração Urbana do Centro Histórico ( CH ) de Abrantes. Abrantes, Junho de 2011. ÍNDICE. 1 – Pré-Diagnóstico colectivo e colaborativo. 2 – Diagnóstico Territorial Prospectivo. 3 – Visão e Estratégia de Intervenção. 4 – Debate.
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Estratégia de Intervenção para o Programa de Regeneração Urbana do Centro Histórico (CH) de Abrantes Abrantes, Junho de 2011
ÍNDICE 1 – Pré-Diagnóstico colectivo e colaborativo 2 – Diagnóstico Territorial Prospectivo 3 – Visão e Estratégia de Intervenção 4 – Debate
Workshops Nº Participantes Ws Data Local Duração Ws - Comerciantes 3 de Dez 2010 Biblioteca 21h – 1.00h 29 Ws - Residentes 4 de Dez 2010 Biblioteca 15h – 18.40h 26 Ws - Técnicos 14 de Dez 2010 Biblioteca 14.30h – 18h 14 Ws - Líderes 14 de Dez 2010 Biblioteca 21h – 00.30h 20 Ws - Secundário 12 de Jan 2011 Escola Secundária 15h – 17.30h 40 Ws - Promotores 12 de Jan 2011 Biblioteca 21h – 24h 23 Ws - ESTA 13 de Jan 2011 ESTA 15h – 18.00h 20 Metodologia Realização 8 Ws Participantes 172
Workshops Metodologia Estrutura das Sessões • ApresentaçãoeenquadramentoaosobjectivosdaIniciativaporeleitosdaCM • Apresentaçãoeenquadramentodos objectivosefuncionamentodos Workshops • Construçãocolectivade um SWOT • Exercícios • “Votação do SWOT” • “Mapeamento de ApropriaçõeseUsos” • “Jogo de Sentido” • Debate Geral
Temas 11 Sub-Temas 49 SWOT 494 ideias(total de 570) SWOT – Temas e Sub-Temas
IncidênciaTemas SWOT – Incidência IncidênciaSub-Temas
SWOT Incidência por Workshop
SWOT Incidência por Tendência | Temas
SWOT Comerciantes 36 43 0,84 Moradores 27 43 0,63 Secundária 31 50 0,62 Técnicos 23 44 0,52 Esta 20 39 0,51 Promotores 27 53 0,51 Lideres 19 39 0,49 Incidência por Tendência Por Temas Por Workshop POS NEG POS/NEG
SWOT Análise de Pressão As maisdependentes de PressõesInternas As maisdependentes de PressõesExternas
SWOT Mapeamentos
SWOT Mapeamentos
SWOT Mapeamentos
SWOT Mapeamentos
Síntese de Resultados Mapeamento – que correspondência física entre o CH e a opinião sobre o CH • percepção e utilização do território do CHbastante assimétrica e desigual entre os grupos; • estudantes da ESTA e promotores apresentam a utilização e percepção mais polarizada do CH (espaços de frequência mais restritos); estudantes do secundário apresentam a utilização mais equilibrada do território (repartem pontos de interesse/frequência), sinalizando locais de frequência aparentemente sem uso pelos restantes inquiridos (Castelo e área envolvente, estacionamento junto à Ladeira dos Quinchosos); • área central (envolvente à Praça Barão da Batalha, Largo Ramiro Guedes, Praça Raimundo Soares Mendes, Praça da República e Convento de São Domingos) é a mais frequentada, agradável e emblemática. Grupos do Secundário e ESTA focam alguns cafés, bares e o Parque Radical como locais de frequência significativa; • os espaços emblemáticos são essencialmente o património monumental e religioso, o Jardim do Castelo e o Outeiro de São Pedro, bem como os locais de maior frequência de cada grupo; • existem espaços sinalizados como “agradáveis” e “emblemáticos” que não são frequentados (ex: Jardim Castelo), surgindo sinalizados como espaços “complicados/evito ir” e sugerindo potencial desaproveitado (por ex., Outeiro de São Pedro, Castelo e sua envolvente); • os espaços “complicados/evito ir” variam muito, sugerindo que parte dos problemas poderão ser mais de percepção de insegurança do que de insegurança real desses espaços. Constância nos parques de estacionamento sinalizados como espaços “complicados/evito ir”; • existem amplas zonas sem qualquer tipo de referência.
Síntese de Resultados Temas Transversais aos diversos workshops • Percepção de um processo de declínio continuado e esvaziamento do CH(Subtema Tendência da Dinâmica e Localização dos Equipamentos & serviços); • Visão negativa das opções e processos de planeamento (Subtemas Opções Estratégicas, Modelo de Crescimento, Expansão Urbana e Atitudes, Vontades & Comunicação); • As características físicas do CHnão são vistas como uma das causas da sua falta de atracção e declínio, mas como uma das suas maiores forças e oportunidades (Subtemas Património Cultural e Histórico, Castelo, Beleza, Escala & Agradabilidade e Qualidade, Coerência, Homogeneidade); • Existência de um conjunto de recursos a potenciar (Subtemas Recursos a Potenciar, Devolutos, Património Cultural e Histórico, Castelo, Tejo e Capacidade de Atracção); • Existência de lacunas de oferta e adequação ao nível das actividades económicas e equipamentos(Subtemas Tipo de Oferta Comercial, Qualidade e Adequação da Oferta Comercial, Oferta de Restauração e Lazer, Actividade Turística & Hoteleira); • Aumento da oferta cultural e da realização de eventos como via para dar resposta às aspirações dos utilizadores actuais e como meio de aumentar a atractividade do CH(Subtema Eventos e Oferta Cultural); • Sentimento generalizado de insegurança(Subtemas Segurança & Criminalidade e Actuação das Instituições).
Síntese de Resultados Especificidades dos diversos workshops • Comerciantes e Promotores – para além dos aspectos gerais focados anteriormente, ressalta a falta de um clima de confiança (entre entidades, nas opções, no futuro, etc.) de segurança e de cooperação como um dos principais, senão mesmo o principal, obstáculo ao investimento e à acção. • Residentes e Comerciantes – onde a questão do estacionamento marcou mais presença, denotando a importância da mesma para o quotidiano da população e dos utilizadores mais directos do CH. • Promotores – grande atenção dada às questões da propriedade, edifícios, projectos e obras. Wsem que o património foi abordado de forma mais ampla (histórico, arquitectónico, monumental, vernacular, doméstico, móvel e imaterial), sendo de destacar a grande sensibilidade expressa face às questões do património e da sua conservação (uma mais-valia a ter em conta). • Líderes e ESTA – muito discutida a ideia de Abrantes como uma comunidade fechada e pouco inclusiva (hostil aos de fora, ao novo, ao que vem do exterior). Merece atenção particular o sentimento generalizado dos estudantes da ESTA de estarem “à margem” da comunidade, de serem excluídos dessa mesma comunidade • Secundário e ESTA – destaque para as lacunas do CH, indo desde a desadequação da oferta comercial às suas aspirações, à falta de equipamentos para a infância e a juventude, de eventos e oferta cultural e de espaços de estar, lazer e socialização (em particular, cinema, bares e restaurantes).
ÍNDICE 1 – Pré-Diagnóstico colectivo e colaborativo 2 – Diagnóstico Territorial Prospectivo 3 – Visão e Estratégia de Intervenção 4 – Debate
Diagnóstico Territorial Prospectivo • A capacidade competitiva e a atractividade de Abrantes está numa posição intermédia face ao conjunto de centros urbanos mais próximos, nunca perdendo em absoluto mas também nunca ganhando em absoluto, nos vectores que contribuem para explicar a afirmação de hierarquias urbanas. De facto, Abrantes beneficia: • de uma localização relativamente favorável à fixação empresarial e à fixação de pessoas, ainda que superada por Torres Novas do ponto de vista rodoviário pelo seu posicionamento mais próximo de Lisboa na A23, e pelo Entroncamento do ponto de vista ferroviário; • de uma tradição industrial e de um património histórico com visibilidade, mas que são superados por Tomar, pela conjugação do simbolismo da sua riqueza patrimonial com a oferta de argumentos complementares de atractividade (oferta hoteleira, ensino superior, saúde, …), e por Castelo Branco, pelo efeito de polarização induzido pelo facto de ser Capital de Distrito; • de um perfil relativamente diversificado que lhe tem permitido manter a disputa de diversos argumentos de afirmação com outros concelhos, mas em relação aos quais tenderá a perder terreno se continuar a efectuar uma aposta de diversificação como resposta a estratégias que evidenciam forte capacidade de especialização (a competição pela localização empresarial, logística e distribuição ganha-se no posicionamento face aos eixos viários de circulação; a competição pelo grande comércio e pelos grandes equipamentos e infra-estruturas ganha-se no equilíbrio entre bacia populacional e facilidade de acessos, …); • de uma significativa capacidade de polarização funcional exercida sobre concelhos de menor dimensão (enquanto pólo de emprego, acesso a serviços, equipamentos, …).
Diagnóstico Territorial Prospectivo Dinâmica Populacional (Abrantes e Áreas de Concorrência e Influência) Fonte: INE, Estimativas da População Residente, 2009 e Censos 2001 • Abrantes numa posição de perda populacional semelhante à dos restantes concelhos das áreas interpretadas como de concorrência e influência, com excepção do Entroncamento e Barquinha. Aliam-se a esta tendência índices de envelhecimento elevados, o que traça um cenário futuro pouco favorável à melhoria da capacidade de atracção populacional induzida por Abrantes. • Abrantes com nível médio de habilitações mais elevado que o dos concelhos da sua envolvente.
Diagnóstico Territorial Prospectivo Capacidade de polarização de postos de trabalho • Assiste-se ao reforço da capacidade de polarização de Abrantes enquanto concelho receptor de força de trabalho: comprovado pelo aumento entre 1991-2001 do peso dos postos de trabalho gerados em Abrantes que são ocupados por residentes nos concelhos de Castelo Branco, Entroncamento, Tomar e Torres Novas (de 9% em 1991 para 20% em 2001). Já na relação com os concelhos dos territórios de proximidade se verifica a situação inversa, reduzindo-se entre 1991-2001 o peso dos postos de trabalho de Abrantes ocupados por residentes oriundos desses concelhos (de 50% em 1991 para 37% em 2001). • Assiste-se à redução da intensidade de deslocação laboral de abrantinos dirigida à área de concorrência: se, em 1991, 21% da mão-de-obra residente em Abrantes que trabalhava fora do concelho se dirigia aos concelhos de Castelo Branco, Entroncamento, Tomar e Torres Novas, em 2001 esse peso reduz-se para 15%. Esta tendência também se verifica para a área de influência (de 37% em 1991 para 33% em 2001). • Conclui-se acerca de uma alteração do perfil de centralidade económica de Abrantes, que entre 1991-2001 vê acentuar-se a sua capacidade de absorção de força de trabalho proveniente dos concelhos seus concorrentes, o que, muitas vezes, no jogo de equilíbrio das colocações no mercado de trabalho traduz o reflexo da “ambição” de ascensão na carreira por via do local onde é exercida a função, podendo, portanto, ser encarado como um sintoma que confirma mais o efeito de reforço da centralidade económica de Abrantes do que o efeito de perda de centralidade.
Diagnóstico Territorial Prospectivo Dimensão Económica Comercial do Concelho de Abrantes • Abrantes posicionado entre os concelhos com maior dimensão média dos estabelecimentos do sector “Comércio, Hotelaria e Restauração”, embora com indícios pouco favoráveis de capacidade de sustentação futura desta posição (em ritmo de crescimento de postos de trabalho, Abrantes só ultrapassa Tomar); • Castelo Branco com a maior bolsa de estabelecimentos (2.211) e postos de trabalho (14.715) afecta ao comércio, hotelaria e restauração, ainda que com menor relevância na sua estrutura produtiva (40,3% dos estab. e 29,3% dos postos de trabalho do concelho) comparativamente aos restantes concelhos (T. Novas e Entroncamento surgem como maiores centros urbanos concorrenciais); • Conclui-se acerca da posição intermédia de Abrantes na capacidade de sustentação e reforço do seu tecido comercial e de serviços, evidenciando ritmos de crescimento (nº estabelecimentos e de postos de trabalho) superiores aos de Tomar e do Entroncamento (perdendo contudo, posição para o Entroncamento no que se refere a postos de trabalho), e inferiores aos de Torres Novas e Castelo Branco. Fonte: Com base em Quadros de Pessoal, 2008
Diagnóstico Territorial Prospectivo Pessoal ao serviço por subsectores do Comércio, Hotelaria e Restauração, 2008 • “Comércio por Grosso” - representatividade semelhante à de Cast. Branco e Tomar, mais expressiva que no Entroncamento e inferior à registada em T. Novas; • “Restauração” - representatividade superior na bacia de emprego de Abrantes; • “Comércio e reparação de Veículos, Acessórios e Combustível” e “Comércio a Retalho em supermercados e hipermercados” - 14% do emprego de Abrantes, superando Entroncamento e Torres Novas na expressão do emprego dedicado ao “comércio e reparação de veículos, acessórios e combustível” (5% e 9%, respectivamente) e ficando atrás destes no “comércio a retalho em supermercados e hipermercados” (22%, respectivamente); Distribuição Comércio de Rua *inclui: Pastelarias, casas de chá e outros estabelecimentos de bebidas Fonte: Com base em Quadros de Pessoal, 1998-2008 Anel Exterior: Área de Concorrência Anel Interior: Abrantes • “Comércio de têxteis, calçado e vestuário” e “comércio a retalho de artigos de uso doméstico” – pesos menos expressivos em Abrantes. Pode ser um elemento em que Abrantes perde capacidade concorrencial (na capacidade de captação de pessoas motivada pela diversidade e perfil de oferta do tecido comercial), face à posição que já teve quando “as pessoas de outros concelhos vinham fazer compras a Abrantes”.
Diagnóstico Territorial Prospectivo Ranking por variável etária, antiguidade e habilitações, 2008 • ciclo de dinâmica comercial recente (1998-2008) mais positiva para Castelo Branco, Entroncamento e Torres Novas que registam aumentos da dimensão média dos respectivos estabelecimentos comerciais, do que para Abrantes e Tomar, que seguem a tendência nacional de diminuição. • Abrantes e Tomar apresentam estabilidade dos recursos humanosmais vincada (21% e 22% dos trabalhadores trabalham no mesmo estabelecimento há mais de 10 e menos de 19 anos) • Abrantes e Tomar com maior expressão do peso de trabalhadores com idades compreendidas entre os 51 e os 64 anos, • indícios de que a estrutura comercial de Abrantes e Tomar seja mais conservadora e que o processo de rejuvenescimento e modernização seja mais notório em Castelo Branco, Entroncamento e Torres Novas.
Diagnóstico Territorial Prospectivo Perfil do emprego no Comércio, Hotelaria e Restauração • Abrantes com patamar de rigidez salarial dos trabalhadores com ensino superior que o aproxima do padrão salarial de Castelo Branco, Entroncamento e Tomar. • Em Abrantes e Tomar aumenta peso do emprego com habilitação de nível secundário/superior, embora sem atingir o patamar nacional. Emprego com habilitações de nível secundário ou superior (1998 e 2008) Diferencial do salário mediano face ao País (euros) por nível de habilitações, 2008
Diagnóstico Territorial Prospectivo Dimensão Populacional da Cidade de Abrantes, 2001 • Cidade de Abrantes com uma dimensão “média” no contexto das cidades de concorrência e equiparação a Tomar em termos de representação da cidade em população e área, mas populacionalmente menos densa; • Perda populacional e um índice de envelhecimento populacional elevado no CH de Abrantes, o que confirma a urgência de reconversão dos vectores de atractividade residencial e de fruiçãodo espaço público. Perda populacional no CH mas ganhos na “Cidade Alargada”. • População activa residente no CH com perfil de habilitações mais elevado. * Freguesias de São João e São Vicente.. Fonte: INE, Censos 2001
Diagnóstico Territorial Prospectivo Estrutura sectorial das actividades económicas localizadas no CH de Abrantes, 2008 Por Estabelecimentos Por Pessoal ao Serviço Fonte: Com base Quadros de Pessoal, 2008 • A destacar: • peso da dimensão de prestação de serviços (38,3% em estabelecimentos e 54,7% em pessoal ao serviço); • peso do sector do comércio, agregadamente considerado (51,7% dos estabelecimentos e 27,2% do pessoal ao serviço), onde o “Comércio de Têxteis, Calçado e Vestuário” representa a maior parcela.
Diagnóstico Territorial Prospectivo Dinamismo das actividades económicas localizadas no CH de Abrantes (TMAC, estabelecimentos e emprego, 1998-2008) • A taxa média anual de crescimento de estabelecimentos e respectivo pessoal ao serviço entre 1998 e 2008 demonstra: • a extinção dos segmentos ligados à comercialização sob a forma de super e hipermercado, referindo-se a estreita correlação que existe entre a extinção deste segmento comercial no CH de Abrantes e a rarefacção de residentes no CH de Abrantes em relação aos quais este segmento depende directamente pelas suas características de comércio de proximidade; • o surgimento de novas linhas de negócio relacionados com os bens culturais e recreativos e artigos domésticos e o comércio a retalho de bens alimentares, bebidas e tabaco. Fonte: Com base em Quadros de Pessoal, 1998 e 2008
Diagnóstico Territorial Prospectivo Ranking por variável etária, antiguidade e habilitações, 2008 • Predominância de permanência do pessoal ao serviço (antiguidade) no estabelecimento, no intervalo igual ou inferior a 9 anos, o que pode indiciar alguma “juventude” do perfil de atendimento oferecido por estes estabelecimentose evidência de maior “maturidade” do sector “Comércio por Grosso”, em que a estabilidade dos postos de trabalho é traduzida no facto de 37% destes postos de trabalho serem ocupados pelo mesmo trabalhador há mais de 30 anos. • o comércio de produtos farmacêuticos, cosméticos e higiene e os serviços são os que concentram maior proporção de emprego com habilitações de nível secundário ou superior (60% e 52%, respectivamente). Fonte: Com base em Quadros de Pessoal, 2008
Diagnóstico Territorial Prospectivo Diferença do salário mediano por sectores face ao referencial do concelho • Remunerações medianas do pessoal ao serviçoem estabelecimentos localizados no CH de Abrantes estabelecem-se em níveis inferiores ao referencial concelhio, o que: • demonstra o baixo nível de atractividade à fixação de trabalhadores no CH, eventualmente, repelindo-os para outros estabelecimentos localizados fora do CH; • sugere os reflexos de volumes de vendas mais baixos e consequente incapacidade de acompanhar os padrões salariais de referência no concelho. Exclui-se neste conjunto, o subsector nomeado por “outras actividades”, que agrupa outros sectores, tais como panificação ou reparação de calçado e de artigos de couro. Fonte: Com base em Quadros de Pessoal, 2008
Diagnóstico Territorial Prospectivo Dinâmica de entrada, saída e deslocalização de funções/ equipamentos O CH tem vindo a ser alvo da saída progressiva de equipamentos e de serviços públicos. Este facto é apontado como uma das causas do processo de progressiva desertificação e perda de vitalidade do CH de Abrantes ao longo dos últimos anos. Configura-se a necessidade de promover uma dinâmica de equilíbrio de impactesentre os equipamentos/funções que “saíram” do CH e aquelas que “entraram” no decorrer dos últimos anos. Tendo como referência o conjunto de projectos previstos para o futuro prevê-se a criação de um conjunto de equipamentos e serviços (de maior ou menor proximidade) que fomentarão novas lógicas e dinâmicas no CH. Fonte: Com base em dados CMA
Perfil do CH – posição competitiva do concelho e CH(I) • Abrantes posiciona-se numa posição intermédia face aos principais núcleos urbanos com os quais concorre, sendo perspectivado como “secondbest” e não a primeira linha de preferência, nos vectores explicativos das hierarquias urbanas instaladas (atractividade à fixação de pessoas e empresas, posicionamento face aos eixos vários de circulação, dimensão da bolsa de emprego e de população, tradição industrial e tendências de alteração do perfil de especialização produtiva, oferta de funções e equipamentos de hierarquia superior como ensino e saúde, oferta hoteleira, dinâmica do comércio tradicional e moderno). • Abrantes manifesta tendências de êxodo e envelhecimento populacional que colocam problemas à sustentabilidade do seu desenvolvimento (económico e social). O elevado patamar médio de habilitações da população contrabalança positivamente este cenário. • Assiste-se a um fenómeno de reequilíbrio espacial do modelo de concentração populacional no concelho de Abrantes (a população residente no concelho de Abrantes e no seu CH tende a diminuir, mas a população residente na cidade de Abrantes tende a aumentar), nitidamente correlacionado com a atractividade do modelo residencial oferecido pelas novas urbanizações (relação qualidade-preço da habitação, estacionamento, proximidade de grandes superfícies de espaços comerciais, etc.).
Perfil do CH – posição competitiva do concelho e CH(II) • O tecido comercial de Abrantes apresenta uma importante estabilidade e maturidade, embora possa derivar nalgum conservadorismo e rigidez à mudança, características que prejudicam a descolagem em relação aos centros urbanos concorrentes. Abrantes apresenta crescimentos mais significativos em número de estabelecimentos do que em termos de criação de postos de trabalho, o que indicia uma tendência futura de redução dos patamares actuais de dimensão dos estabelecimentos comerciais. • As actividades económicas do CH de Abrantes estão polarizadas em torno do comércio e serviços, evidenciando, no entanto, uma tendência de extinção de segmentos ligados ao comércio tradicional de proximidade, em larga medida associado à perda de massa crítica induzida pela desertificação do CH. Contudo, assiste-se ao “nascimento” em Abrantes de novos perfis de comércio, na área dos bens culturais e recreativos. • Abrantes "sente-se" numa dinâmica fraca, em perda, expectante mas condicionada e pressionada a “mexer-se”, ao mesmo tempo que apresenta um capital humano interessado e com potencial de dinâmica.
Perfil do CH… no despoletar envolvimento e participação na reabilitação • Abrantes é uma comunidade fechada, com dificuldades em lidar/aceitar os “diferentes” e “os de fora”, sobretudo se portadores de modelos alternativos. É uma comunidade que aprendeu a fechar-se para se preservar e defender de uma permanente pressão de “newcomers” ou “população em trânsito” face à sua posição geográfica estratégica e ao seu historial de crescimento e desenvolvimento (as décadas de convivência com a comunidade “militar” sediada na zona são praticamente omitidas nas suas narrativas). • Apresenta-se também como uma comunidade que alimenta algum “elitismo”, e autocentrada na sua história fundadora (ver a relevância que o património simbólico histórico ganha nos discursos, mesmo dos mais novos!). Mais do que “saudade” de “uma identidade perdida”, esta comunidade apresenta uma identidade fundadora bastante forte assumida como um “ bem” distintivo e a “defender” e pelo qual orienta e estrutura a sua capacidade de “resiliência” a todo um historial de choques e pressões, apesar de apresentar dificuldade em identificar claramente e de forma consensual e generalizada uma “vantagem” ou “especificidade” “única” em todo esse património (à excepção da particularidade da sua gastronomia e doçaria!) • Apresenta-se focalizada no passado. Qualquer futuro ou novidade é encarado como um “ataque” e uma “consolidação” do seu percurso de “perda”.
Perfil do CH… no cruzamento entre sentimento apreendidoe reflexos do quotidiano • Apresenta problemas do quotidiano por resolver, que emergem “amplificados”, em decorrência do seu sentimento de “abandono” (“ninguém nos protege”) e “incompreensão”. • Trata-se de uma comunidade interessada, atenta, informada, qualificada, e por isso, também, mais exigente e sensível ao que poderá estar para além do “visível” e com uma sensibilidade prévia nas “dinâmicas” de partilha de um processo colectivo. Apresenta consciência de problemas, Forças e Oportunidades e apesar de apresentar condições para se envolver, demonstrou interesse e disponibilidade para o processo. • Sobre o sentimento generalizado de “insegurança” manifestado transversalmente, parece consolidar-se a hipótese de que para além de uma eventual expressão evidente da sua manifestação, este traduz a transferência para este domínio de um sentimento de “desprotecção” e de “falta de cuidado” por quem deveria cuidar (as instituições). • Questão do estacionamento surge como um constrangimentos quotidianos com maior impacto na vivência do CH, sendo apontado como uma das externalidades que tem conduzido à perda de influência do CH. • Entendimento generalizado de que o CH está “velho”, “pouco cuidado”, “abandonado”,o que se traduz numa percepção generalizada de território “pouco atractivo” e “com pouco futuro”. O estado de conservação do património edificado do CH de Abrantes surge como um dos aspectos mais apontados ao longo das sessões de auscultação realizadas, sendo o licenciamento urbanístico apontado como um dos entraves à própria “regeneração” e à “mudança de imagem” do CH.
ÍNDICE 1 – Pré-Diagnóstico colectivo e colaborativo 2 – Diagnóstico Territorial Prospectivo 3 – Visão e Estratégia de Intervenção 4 – Debate
Do Diagnóstico à Estratégia de Intervenção Os pilares da Estratégia PILARES DA ESTRATÉGIA [ orientação estratégica ] Necessidade despoletar de um processo mobilizador e que se alimente cumulativamente dos impactos das primeiras iniciativas e da credibilidade que estas conseguirem reunir. Incorporam as expectativas e sensibilidades recolhidas no Diagnóstico de modo a orientar a estruturação de princípios e a definir processo de abordagem mais adequado para a decisão sobre as intervenções concretas.
Do Diagnóstico à Estratégia de Intervenção Os pilares da Estratégia PILARES DA ESTRATÉGIA [ orientação estratégica ] • Pilar “Desbloqueador” - Estratégia, Planeamento e Gestão • Pilar “Sinalizador” da mudança - Vivência dos Quotidianos • Pilar “Mobilizador” de iniciativas e contributos - Identidade e Relações
Do Diagnóstico à Estratégia de Intervenção Os princípios da Estratégia PRINCÍPIOS DA ESTRATÉGIA [ orientação operacional ] • Nortearam a definição da Estratégia de regeneração urbana do CH de Abrantes; • Devem ser tidos em conta e orientar a prossecução da Estratégia a todos os níveis das fases de programação, implementação e monitorização da mesma, numa abordagem que considera o processo como parte inerente e fundamental da própria regeneração. • Devem ainda servir de norma aos juízos práticos que tiverem de ser tomados ao longo do tempo.
Do Diagnóstico à Estratégia de Intervenção Os princípios da Estratégia PRINCÍPIOS DA ESTRATÉGIA [ orientação operacional ] • Nortearam a definição da Estratégia de regeneração urbana do CH de Abrantes; • Devem ser tidos em conta e orientar a prossecução da Estratégia a todos os níveis das fases de programação, implementação e monitorização da mesma, numa abordagem que considera o processo como parte inerente e fundamental da própria regeneração. • Devem ainda servir de norma aos juízos práticos que tiverem de ser tomados ao longo do tempo. • Concluindo, de forma diferente dos objectivos e das acções, que devem ser respectivamente alcançados e concretizados, os princípios são para ser mantidos e respeitados em todas as situações.
Do Diagnóstico à Estratégia de Intervenção Os princípios da Estratégia PRINCÍPIOS DA ESTRATÉGIA [ orientação operacional ] 1. Autenticidade na abordagem dos sentidos e conteúdos: ...a diversidade e a diferença convivem, complementam e dialogam com a tradição e a continuidade sem as ameaçar ou substituir... …reforçar a identidade abrindo-a simultaneamente ao convívio e integração do novo... A regeneração do CH de Abrantes deve consolidar-se como um processo de enriquecimento, de complementaridade, de continuidade evolutiva do CH existente, ao invés se tornar num agente de ruptura, ofuscação e substituição da realidade presente.
Do Diagnóstico à Estratégia de Intervenção Os princípios da Estratégia PRINCÍPIOS DA ESTRATÉGIA [ orientação operacional ] 1. Autenticidade na abordagem dos sentidos e conteúdos 2. Multi-nível na abordagem das dinâmicas ... reflectir a complexidade do processo de regeneração e a multiplicidade e diversidade de actores e de objectivos atingir:... ... compatibilizar, coordenar, articular: - Quotidiano + Estratégia - Para Dentro + Para Fora - Imediatas + médio/longo prazo - Simbólicas + estruturantes - Público + Privado - Materiais + Imateriais - etc. ...
Do Diagnóstico à Estratégia de Intervenção Os princípios da Estratégia PRINCÍPIOS DA ESTRATÉGIA [ orientação operacional ] 1. Autenticidade na abordagem dos sentidos e conteúdos 2. Multi-nível na abordagem das dinâmicas 3. Co-Produção na abordagem e gestão do processo ... passagem do desconforto e descrédito para a esperança e o compromisso, através da consolidação, do desenvolvimento e da gestão de um processo no qual a Visão e a Estratégia são fruto de um “trabalho conjunto”... Ponto de partida: desconforto & desesperança vs expectativa; 1º passo: credibilização e esperança; 2º passo: consolidação de sentido e compromisso; 3º passo: co-produção e gestão de percursos
Do Diagnóstico à Estratégia de Intervenção Os princípios da Estratégia PRINCÍPIOS DA ESTRATÉGIA [ orientação operacional ] 1. Autenticidade na abordagem dos sentidos e conteúdos 2. Multi-nível na abordagem das dinâmicas 3. Co-Produção na abordagem e gestão do processo ... passagem do desconforto e descrédito para a esperança e o compromisso... ... garantir a viabilidade e sustentabilidade da Estratégia de Regeneração: - a análise participada da realidade permite uma visão global dos problemas, recursos e aspirações em presença; - o trabalho conjunto dos actores na definição dos objectivos da intervenção assegura a sua adesão, contribuição e emprenho na prossecução dos objectivos e na concretização das acções; - nenhum processo de regeneração se produz sem uma ampla conjugação de esforços e acções a médio e a longo prazo.
Visão Pontos de partida Re-Vitalizar Do que fazer… • Estancar esvaziamento e perda competitiva do CH de Abrantes face a outros territórios • Manter residentes actuais e Atrair novos residentes • Manter utilizadores actuais e Atrair novos utilizadores • Assegurar funcionalidade adequada às novas necessidades • (Re)Posicionar Abrantes na sua centralidade geográfica através do re(posicionamento) da centralidade do seu CH Objectivos Trazer mais Vida, atraindo mais pessoas para vivere novos utilizadores Estratégia Métodoe Processo Abordagem … ao como fazer Parte-se do Zero • Tudo de novo Não se partedo Zero • Enquadramento do que existe • Validação qualificada do que existe • Reconstrução de um Sentido e qualificação do Programa(conteúdos e processo)
Visão Cultura Consumo Ponto de Atracção Ponto de Encontro Serviços Consumo Ponto de Interesse Novos Utilizadores Lazer Lazer Cenários alternativos Actuais Novos População do Concelho População da Região Novos Utilizadores Novos Residentes Residentes Público-Alvo Utilizadores Monofuncionalidade (especialização sectorial) Massificação Autenticidade + Inovação Quotidiano + Distinção Qualidade na diversidade • Impacte • Marcar a diferença • Ruptura • Sinergia • Exaltar a identidade • Coerência Perfil da Intervenção Ponto de Atracção Motor e Processo (concepção, envolvimento e implementação)
Visão Cultura Ponto de Encontro Serviços Consumo Lazer Cenário Alternativo: Fazer do CH um sítio … Os objectivos de quem planeia e implementa [ a óptica do quotidiano e do diferenciado] As expectativas de quem usufrui [ a óptica do residente e do utilizador ] Actuais Novos População do Concelho População da Região Residentes … onde se passam coisas, se encontra o que fazer e o que se precisa … ter a certeza que existe … Utilizadores … onde se encontram várias coisas que fazer, com qualidade e diferentes … ter a certeza que é bom … … onde se passam momentos agradáveis … ter a sensação de que vale a pena ir … … onde se tem de “ir” … ter a sensação de que toda a gente vai … Opção entre cenários alternativos: tradução na Visão para o CH Frequência e cadência de utilização Convívio Orientação para o Público-Alvo Dia-a-dia Visão e Objectivos “Malha de Percursos” Disponibilidade Autenticidade + Inovação Quotidiano + Distinção Qualidade na diversidade Quotidiano Diferenciação • Sinergia • Exaltar a identidade • Coerência Âmbito das Intervenções Aprazibilidade
Estratégia RE - VITALIZAR Re-Vitalizar • Qualificar o Quotidiano de quem lá vive e de quem o usa • Trazer mais Vida, atraindo mais pessoas para viver e utilizadores Qualificar e Re-Utilizar • qualificar o quotidiano de quem lá vive, mantendo o seu interesse em lá continuar a viver • atrair novos residentes, garantindo-lhes qualidade de quotidiano e factores de distintividade (diferenciação) competitiva • atrair novos utilizadores (do concelho e região) através da distintividade da oferta comercial e cultural e da exclusividade no acesso a determinados serviços e funções • assegurar uma agradabilidade transversal e compatível para residentes e utilizadores • assegurar convergência equilibrada e compatível entre múltiplos afazer(es) – consumo, cultura, lazer, serviços – que posicione o CH como “Ponto de interesse (encontro)” de referência na região • consolidar um sentido partilhado e a confiança entre os vários actores (residentes, utilizadores, operadores, promotores, …) que viabilize o empenho, o compromisso e a co-operação
Estratégia QUALIFICAR & RE-UTILIZAR (grandes eixos) Diferenciação Quotidiano Essencial CH que funciona Conforto (funcional) Coerência CH que se sente (gosta) Agradabilidade (sensorial) Diversidade de afazer(es) (vivências) Proximidade CH que se vive Mais Valia CH que se distingue Empenho e compromisso (relacional) Governança e Gestão CH que se governa CH que se organiza
Estratégia QUALIFICAR & RE-UTILIZAR através … • Funcionalidade em termos de circulação e acessibilidade dos espaços públicos • Ter o que precisa no quotidiano - acesso a comércio e serviços de quotidiano; Refuncionalização de usos e apropriações Conforto • Aprazibilidade e agradabilidade ao uso (espaços cuidados, conservados, mantidos, limpos, …) • Coerência e imagem; ter “orgulho de…” • Bricolage de pormenor (que distinga da periferia e de outros territórios) Agradabilidade • ter o que fazer no território • ter oportunidades diferenciadas para vários afazeres e resposta diferenciada a necessidades diversas e especiais (face ao que precisa, ao que aspira, ao que distingue em qualidade) • sentir segurança • função socialmente útil do património Vivências Empenho e compromisso • sentimento de confiança e sentido partilhado • oportunidades de diálogo e co-operação