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Aulas Específicas segunda fase Filosofia A Aulas 3 e 4.
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Aulas Específicas segunda fase Filosofia A Aulas 3 e 4
No diálogo, Sócrates pede a Glauco imaginar uma caverna subterrânea. "Estão lá dentro desde a infância", diz, uns homens acorrentados de pernas e pescoços, "de tal maneira que só lhes é dado permanecer no mesmo lugar e olhar em frente", para o fundo da caverna, sem poder olhar uns para os outros. A iluminação, diz Sócrates, provém "de um fogo que se queima ao longe, numa eminência, por detrás deles".
Entre o fogo e os prisioneiros há um caminho "ao longo do qual se construiu um pequeno muro". Por esse caminho passam "homens que transportam toda espécie de objetos... estatuetas de homens e de animais, de pedra e de madeira (...) dos que os transportam, uns falam, outros permanecem calados".
Pois bem, a única coisa que estes homens acorrentados poderão observar são as sombras dos objetos projetadas no fundo da caverna. Como os homens que passam pelo muro, atrás deles, falam entre si, ouvirão os ecos que chegam a eles do fundo da caverna, atribuindo a origem dos sons às próprias sombras. "De qualquer forma" - afirma Sócrates -, "pessoas nessas condições não pensavam que a realidade fosse senão a sombra dos objetos.”
Um dos objetos desta educação é a superação do senso comum (o campo das opiniões) para o conhecimento crítico. No mito platônico o conhecimento progride do sensível para o intelectual, a inteligência vai do aparente para o essencial, do obscuro para o luminoso, sendo as Idéias, elas próprias, iluminadas pela fonte de toda luz, o Bem.
01. (UFMA) Escreva V ou F, conforme sejam verdadeiras ou falsas as afirmações baseadas nos diálogos dos livros VI e VII de “A República”, de Platão. ( ) O processo educacional deve estar estreitamente relacionado com a estrutura política da cidade.
( ) Somente o poder sendo exercido pelos filósofos possibilitará que os males dos cidadãos e do Estado sejam extintos.
( ) Os filósofos são inúteis à maioria das sociedades, justificando-se assim a morte de Sócrates.
( ) Depois da morte, aquele que leva uma vida feliz é coroado no outro mundo pela vida que tivera vivido, com um destino digno dela. De acordo com suas respostas, assinale abaixo a seqüência correta. a) F, F, V, V b) F, V, V, F c) V, F, V, V d) V, V, F, F e) V, V, F, V
02. Em Platão, a reflexão sobre a arte insere-se no contexto do conhecimento e da realidade. Tal fato significa que a arte: a) afeta o comportamento dos homens através da imaginação. b) permite contemplar, pela fruição, o belo em si. c) reflete a perfeição das idéias. d) é, como poiesis, criação do mundo sensível. e) é inferior, porque é imitação dos objetos sensíveis.
03. "Fica sabendo que o que transmite verdade aos objetos que podem ser conhecidos e dá ao sujeito que conhece esse poder, é a idéia do bem. Entende que é ela a causa do saber e da verdade, na medida em que esta é conhecida, mas, sendo ambos assim belos, o saber e a verdade, terás razão em pensar que há algo de mais belo ainda do que eles.
E, tal como se pode pensar corretamente que neste mundo a luz e a vista são semelhantes ao Sol, mas já não é certa tomá-las como pelo Sol, da mesma maneira, no outro, é correto considerar a ciência e a verdade, ambas semelhantes ao Bem, mas não está certo tomá-las, a uma ou a outra, pelo Bem, mas sim formar um conceito mais elevado do que seja o bem."
A partir da análise do trecho acima, pergunta-se: para Platão a verdade do conhecimento necessita ou não de uma norma superior? Justifique a resposta, explicando a analogia que Platão estabelece entre o inteligível e o sensível.
A partir da análise do trecho acima, pergunta-se: para Platão a verdade do conhecimento necessita ou não de uma norma superior? Justifique a resposta, explicando a analogia que Platão estabelece entre o inteligível e o sensível.
Sim, a verdade do conhecimento depende de uma norma superior que é o Bem. Assim como a luz do Sol ilumina o mundo e garante o conhecimento sensível dos objetos, o Bem ilumina o mundo inteligível, garantindo a verdade do conhecimento racional.
04. (UFMG) Leia este trecho: A educação, disse eu, seria uma arte da reviravolta, uma arte que sabe como fazer o olho mudar de orientação do modo mais fácil e mais eficaz possível; não a arte de produzir nele o poder de ver, pois ele já o possui, sem ser corretamente orientado e sem olhar na direção que deveria, mas a arte de encontrar o meio para reorientá-lo.
Na imagem proposta por Platão, sair da caverna representa a educação como uma reviravolta. Com base na leitura desse trecho e em outras informações presentes nessa obra, REDIJA um texto, explicando o que significa essa reviravolta.
A educação, para Platão, é o processo libertador do homem que o faz perceber a ilusão gerada pelos sentidos e a necessidade de buscar a verdade pela razão. Assim, a reviravolta anunciada, pode ser entendida como uma reorientação do olhar que, por intermédio da verdadeira educação, passará a ser guiada pela razão e pelo sumo Bem.
05. Qual valor pode ser atribuído ao conhecimento filosófico a partir da interpretação do Mito da Caverna descrito na primeira parte do Livro VII de A República? O conhecimento filosófico tem o valor de ser o agente libertador do homem das forças poderosas que o escravizam na ilusão dos sentidos e nas opiniões distorcidas dos discursos políticos de homens inescrupulosos.
06. Na obra A República, Platão formula seu modelo ideal de cidade, a cidade justa, que serve de contraste para a cidade concreta, Atenas, cujo sistema político é injusto, corrupto e decadente. Para definir o que é a cidade justa, Platão começa a examinar o que é a justiça, o que o leva a investigar o conhecimento da justiça, e por fim, o próprio conhecimento. A Alegoria, ou Mito da Caverna, que se encontra no início do livro VII deste diálogo consiste precisamente em uma imagem construída por Sócrates
para explicar ao seu interlocutor, Glauco, o processo pelo qual o indivíduo passa ao se afastar do mundo do senso comum e da opinião em busca do saber e da visão do Bem e da Verdade. É este precisamente o percurso do prisioneiro até transformar-se no sábio, no filósofo, devendo depois retornar à caverna. Por que o prisioneiro, uma vez tendo se libertado e se transformado no sábio, deve voltar à caverna?
Aquele que saiu da caverna e conheceu o mundo das Idéias, volta à caverna porque, devido a seu elevado nível moral e intelectual, deseja ajudar seus semelhantes a se libertarem do jugo das opiniões e dos sentidos. De posse do verdadeiro conhecimento ele quer libertar seus companheiros da ignorância e da escuridão, pois este, segundo Platão, é o único caminho para se desenvolver uma cidade justa, bem administrada e voltada para o bem comum.
07. “O Bem atribui uma dimensão moral aos graus de realidade e aos modos de conhecer. Quem confunde o ser com o parecer não sabe o que é melhor para a comunidade.” Relacione o texto acima com o processo de formação do rei-filósofo descrito no livro VII de A República, de Platão.
O rei-filósofo faz parte do grupo de membros da comunidade que levaram seus estudos ao grau máximo possível. Assim, o rei-filósofo descobriu que o “parecer” nada mais é do que doxa produzida pelos sentidos e não apresenta, portanto, realidade consistente. O rei-filósofo se ocupa com o “ser”, isto é, daquilo que habita o mundo inteligível e que somente pode ser atingido pela razão que busca o supremo Bem que se encontra além da caverna.
08. Leia com atenção o texto abaixo e responda o que for pedido: “O prisioneiro, após contemplar tamanha maravilha, não mais aceita de bom grado retornar à caverna. Quando ele penetra na escuridão seus olhos, ainda inundados de luz solar, são incapazes de discernir as coisas e os seres que habitam a caverna. Em virtude disso, torna-se objeto de riso de seus companheiros aprisionados.”
Tendo por base a leitura do livro VII de A República e relacionando com o excerto acima, faça um pequeno texto explicando por que os companheiros aprisionados riem daquele que retornou à caverna.
Os companheiros aprisionados na caverna orientam suas ações e seus pensamentos em função das impressões dos sentidos. Possuem, portanto, segundo Platão, uma visão distorcida da realidade. Aquele que se libertou da caverna conheceu o mundo das idéias e as verdades eternas que são difíceis de serem traduzidas para a linguagem comum dos prisioneiros das cavernas. Assim, quando o filósofo explica para seus companheiros as verdades supremas que conheceu, tem grande dificuldade de se comunicar. Não é compreendido e suas palavras soam estranhas e incompreensíveis, o que provoca os risos e o desprezo dos demais. Como pode alguém que conheceu a verdade não querer o mesmo que todos querem? Como pode não querer viver como todos querem viver? Como pode não acreditar no que todos acreditam?