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Green Customs Knowledge Series No. 8. Desenvolvido pelo Secretariado CITES. Distinção entre plantas colhidas na natureza e propagadas artificialmente. Questões a responder. Porque necessitamos de saber a diferença entre espécies de plantas colhidas na natureza e propagadas artificialmente?
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GreenCustomsKnowledge Series No. 8 Desenvolvido pelo Secretariado CITES Distinção entre plantas colhidas na natureza e propagadas artificialmente
Questões a responder • Porque necessitamos de saber a diferença entre espécies de plantas colhidas na natureza e propagadas artificialmente? • Que caracteristicas devemos ter em conta? • Que caracteristicas devemos ter em conta nas Orquideas? • Que caracteristicas devemos ter em conta nos Cactos?
Introdução • Mais de 28.000 espécies de plantas estão incluídas nos Anexos da CITES, e são geralmente comercializadas • Existem apenas dois códigos de origem para o comércio de plantas listadas na CITES • ‘A’ (ou ‘D’) para plantas propagadas artificialmente, e • ‘W’ para plantas colhidas na natureza, ou aquelas que não cumprem os critérios de propagação artificial • As condições para permitir o comércio de cada uma destas categorias são diferentes e, consequentemente as pessoas podem tentar comercializar plantas colhidas na natureza, alegando que são propagadas artificialmente.
Introdução • Ser capaz de reconhecer as diferenças entre estas duas categorias é, por isso, importante • Falsas alegações podem incluir as seguintes razões : • Plantas colhidas na natureza enviadas como propagadas artificialmente, especialmente de países que proíbem a exportação de plantas colhidas na natureza • Espécimes selvagens de espécies que não ocorrem num país em particular, são daí exportadas porque o estado de distribuição não permite a sua exportação • Espécimes de espécies do anexo I, ainda que propagadas artificialmente são comercializadas com nomes falsos para que o comerciante possa utilizar os procedimentos simplificados para espécimes do anexo II artificialmente propagados
Introdução • Quando se avaliam as diferenças entre espécies colhidas na natureza e propagadas artificialmente, temos de ter em conta as condições a que cada uma teve exposta em condições normais de crescimento • Em condições selvagens, podem ser comidas por animais, os insectos podem aproveitar-se delas, outras plantas plantas podem crescer nelas, etc. • As plantas não estão sujeitas a essas ameaças quando crescem em condições controladas num viveiro
Introdução • A chave para se ser capaz de diferenciar entre plantas provavelmente colhidas na natureza e aquelas que cresceram num ambiente controlado está na compreensão do impacto que o ambiente de crescimento exerce nas plantas • Este, por sua vez, pode ter um impacto significativo na aparência da planta • Evidências físicas de colheita também podem ser um indicio chave sobre a origem do espécime
Selvagem versus propagação artificial • Os próximos slides fornecem dicas e truques para interpretar a origens dos espécimes de: • Orquídeas • Cactos
Paphiopedilum sanderianum Orquídeas • Todas as orquídeas estão incluídas ou no Anexo II ou no Anexo I da CITES • Algumas das orquídeas mais procuradas estão listadas no Anexo I (incluindo o tão popular “sapatinho” Paphiopedilum spp. da Ásia e o Phragmipedium spp. da América do Sul)
Phalaenopsisequestris Orquídeas • As orquídeas podem ser encontradas em todo o mundo, com excepção do Árctico e da Antárctica, mas são mais comuns nos trópicos • A família das Orchidaceaeconsiste em 800 géneros e cerca de 24.500 espécies
Orquídeas • A maior parte das orquídeas são epífitas, o que quer dizer que crescem em ramos ou caules de árvores (como esta espécie de Schomburgkia), ou em rochas ou outros substractos
. Orchis maculata Gymnadenia conopsea Orquídeas • Em zonas temperadas, as orquídeas são sobretudo terrestres
Orquídeas • Ninguém consegue identificar todas as espécies de orquídeas, especialmente na forma em que são normalmente comercializadas, sem flores • Identificação é melhor realizada por peritos de plantas • Contudo, ser capaz de diferenciar entre espécimes de orquídeas colhidas na natureza e artificialmente propagadas pode ajudar a identificar tentativas de fraude ou de comércio ilegal
Orquídeas Atenção • Algumas das características aqui apresentadas podem, ocasionalmente, ser observadas em plantas artificialmente propagadas • Deve-se ter atenção a combinação de diversas características antes de se ter uma certeza razoável sobre a origem das plantas • Em caso de dúvidas, chamar um perito
folhas pseudobolbos raízes Orquídeas • As partes das plantas de orquídeas que necessitam de uma atenção especial são: • As raízes • As folhas • Os pseudobolbos
Orquídeas • As raízes das orquídeas são estruturas carnudas, cobertas por pelo (velame) que é frequentemente prateado, e tem a ponta normalmente branca ou verde • As raízes das orquídeas epífitas, servem para prender a planta aos ramos e caules das árvores, ou a superfícies rochosas, e absorver humidade • Contudo, orquídeas colhidas na natureza têm de viajar do colector ao exportador através de intermediários, e durante esse período de tempo, as raízes podem morrer parcialmente ou na totalidade
Orquídeas • Apenas a ponta da raíz serve para absorver água, quer da húmidade atmosferica, quer água que escorre ao longo do substracto no qual “acenta” • Quando a raiz morre, a camada externa carnosa murcha rapidamente e torna-se num pó castanho, e apenas ficam as células lenhosas do feixe vascular central da raiz • Em contraste, as raízes de plantas propagadas artificialmente são sempre saudaveis
Orquídeas • As raízes crescem de acordo com o substrato onde a planta cresce • Plantas retiradas da natureza têm as suas raízes cortadas ou arrancadas do substrato onde crescem • Por exemplo, uma orquídea que cresce no ramo terá raízes que seguem a forma do ramo e uma orquídea que cresce em rocha terá raízes com a forma das rochas • Por comparação, uma orquídea que cresce em condições controladas terá raízes plenamente saudáveis, inteiras, que reflectirão a forma do vaso onde cresceram
Orquídeas ROOTS Paphiopedilum colhido na natureza com raízes mortas
Orquídeas • Orquídeas, como estes Dendrobium, estão sempre tão fortemente agarradas ao substrato em que vivem que a casaca mantém-se agarrada às raízes quando a planta é arrancada
Orquídeas • Ceratostylis spp.: rizoma da orquídea coberto de raízes de fetos
Orquídeas • Durante o transporte dos locais naturais na floresta, as folhas das orquídeas colhidas são muitas esmagadas, rasgadas ou dobradas • Durante o embalamento anterior ao envio, as plantas perdem água e as folhas tornam-se menos túrgidas, racham ao longo da nervura central, e grupos de células podem entrar em colapso
Orquídeas Nervura central danificada Células colapsadas Leaf damage: collapsed surface cells
Orquídeas Paphiopedilum colhido na natureza com células superficiais em colapso e nervura central danificada
Orquídeas • Um dos sinais mais reveladores de que uma planta é colhida na natureza é a influência de insectos ou pequenos mamíferos nas folhas • Sulcos escavados por insectos • Danos irregulares nas margens ou buracos na folha, causada pela mastigação • Descoloração causada por ácaros, escamas ou insectos farinhentos • Em conjunto, raízes danificadas e folhas danificadas são fortes indicadores de plantas colhidas na natureza
Orquídeas • Espécimes colhidos na natureza de Paphiopedilum com raízes mortas e folhas profundamente danificadas
Orquídeas • Paphiopedilum colhido na natureza com folhas danificadas e raízes mortas
Orquídeas Folha de orquídea danificada – também se nota a presença de líquenes
Orquídeas 1 • Planta de Dendrobium com muitos pseudobolbos mortos, ainda agarrados • Nota: danos foliares, a forma 'paralela' do sistema radicular, e um grande buraco num pseudobulbo velho 3 2
Orquídeas • Orquídeas artificialmente propagadas, com folhas saudaveis e raízes ainda com a forma do vaso onde cresceram
Orquídeas Bulbophyllum spp, colhido na natureza que depois cresceu em viveiro Nota: a diferença no tamanho e forma das folhas “selvagens” (1) e as que cresceram no viveiro (2) 2 1
Orquídeas Vanda spp. uma planta colhida na natureza pode crescer num viveiro durante vários anos Nota: a diferença no tamanho e na forma da parte que cresceu “selvagem” (1) e a que cresceu no viveiro (2) 2 1
Orquídeas Constantia cipoensis Crescimento na natureza Crescimento em viveiro Folhas que crescem em viveiro são normalmente maiores Nota: apenas as partes que cresceram no viveiro são consideradas propagadas artificialmente
Orquídeas Paphiopedilum spp. as características selvagens mantêm-se, mesmo que a planta tenha estado a crescer num viveiro (Cortesia Environment Canada)
Orquídeas Paphiopedilum spp. as características selvagens mantêm-se, mesmo que a planta tenha estado a crescer num viveiro (Cortesia Environment Canada)
Cactos e outras plantas suculentas • Plantas suculentas são plantas que se adaptaram a condições muito áridas • Desenvolveram mecanismos especiais de armazenamento de água, tais como raízes carnudas, corpos em forma de barril e folhas grossas, e mecanismos para evitar a perda de água por transpiração, através da ausência de folhas ou apenas com algumas pequenas folhas, grande parte da planta é subterrânea, e com uma grossa cobertura de cera • Portanto, para as plantas suculentas os factores determinantes para a sua “vida” são água, sol e predadores
Em solos de gravilha ou arenosos, desenvolverá um sistema radicular superficial grande Cactos que crescem em rochas ou substratos duros desenvolvem frequentemente raízes aprumadas Cactos • Para chegarem à escassa água, os cactos possuem um grande sistema radicular que cobre uma grande superficie, ou têm raízes muito profundas
Melocactus Cactos • Mas os cactos, ou qualquer outra planta, não pode escolher o seu local de crescimento, e tem de crescer onde a semente cai. • Isto também tem influência na forma do sistema radicular
Cactos • Mas os cactos, ou qualquer outra planta, não pode escolher o seu local de crescimento, e tem de crescer onde a semente cai. • Isto também tem influencia na forma do sistema radicular • Nota: como a forma deste Aztekium ritteri é afectada pelo local onde cresceu
Cactos • Para se protegerem do sol, os cactos necessitam: • Parte ou a maior parte do corpo terá de ser subterrânea • Uma cutícula de cera grossa para se protegerem da desidratação • Espinhos longos que possam fornecer sombra • Nervuras estreitas e relativamente elevadas, as quais também podem fornecer sombra • Formação de uma camada de “cortiça”, onde a luz do sol “queima” a planta
Cactos • Um cacto que cresça em condições controladas não terá necessidade de medidas de protecção, e terá uma aparência diferente: • A parte subterrânea do cacto é muito pequena • A cutícula é fina (porque existe água disponível) • Espinhos em menor quantidade ou de menores dimensões • Nervuras espessas e pouco profundas • Ausência de uma camada de “cortiça”
Cactos • A parte subterrânea desta cacto colhido na natureza mostra as seguintes características : • Ausência de espinhos • O corpo da planta encortiçou (já não é esverdeada) e é subterrâneo • A "linha de superfície” é inclinada ou irregular, mostra que a planta cresceu em terreno irregular
Cactos Note a diferença entre este cacto selvagem e um propagado artificialmente Propagação artificial Espinhos curtos Nervura larga Espinhos longos Nervura fina Selvagem cutícula fina (cor mais escura) Cutícula grossa (cor mais clara)
Cactos • A maioria do cactos não podem ser colhidos na natureza com o seu sistema radicular inteiro • Para ajudar a determinar se um cacto foi colhido na natureza, outra pista é observar as condições do sistema radicular • Um corte ou um sistema radicular incompleto é um forte indício que a planta foi colhida na natureza
Cactos • Nesta caixa de cactos de Frailea spp. apreendidos, podemos ver as raízes cortadas e grande parte da planta é castanha e encortiçada, sugerindo que as plantas foram colhidas na natureza
Cactos Note a parte inferior da planta encortiçada (1) e a ausência de raízes (2), sugerindo que esta planta foi colhida na natureza Esta planta tem, provavelmente mais de 100 anos de idade Copiapoa spp. 1
Cactos • Note a raiz aprumadadesta Lophophora williamsii cortada, e a maior parte da planta cresceu debaixo do solo, mostrando portanto que a planta foi colhida na natureza
Cactos Dois espécimes de Uebelmannia mostram claramente características de plantas de origem selvagem Note a planta à esquerda cresceu num viveiro durante algum tempo, e cresceu um amontoado de raízes
Cactos • Note ninhos de vespas nesta Copiapoa spp. colhida na natureza
Cactos Turbinicarpus spp. Colhido na natureza Note os tecidos encortiçados e as raízes cortadas Obregonia denegri colhida na natureza Note o tecido encortiçado e as raízes cortadas em ângulo recto Esta forma pode ser causada pelas obstruções naturais do solo
Cactos • Exemplos de dois viveiros • As plantas da esquerda não têm sistema radicular, indicando que são, provavelmente, colhidas na natureza • As plantas da direita mostram raízes normais