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O esforço do governo português se concentrava no desenvolvimento da indústria açucareira

O esforço do governo português se concentrava no desenvolvimento da indústria açucareira Incentivos fiscais, monopólios, garantias legais (contra a penhora das propriedades), honrarias. Pr oblema maior: falta de MO Escravização dos índios (na etapa inicial)

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O esforço do governo português se concentrava no desenvolvimento da indústria açucareira

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Presentation Transcript


  1. O esforço do governo português se concentrava no desenvolvimento da indústria açucareira • Incentivos fiscais, monopólios, garantias legais (contra a penhora das propriedades), honrarias...

  2. Problema maior: falta de MO • Escravização dos índios (na etapa inicial) Captura e comercialização de índios: primeira atividade econômica estável não diretamente ligada ao açúcar  Mas não tinha escala suficiente para atender às necessidades da atividade açucareira

  3. MO africana chegou para a expansão da empresa, que já estava instalada: “É quando a rentabilidade do negócio está assegurada que entram em cena, na escala necessária, os escravos africanos: base de um sistema de produção mais eficiente e mais densamente capitalizado” Final do século XVI: produção de açúcar no NE do Brasil seria 20 vezes superior à quota estabelecida pela coroa, um século antes, para as ilhas atlânticas

  4. Capital investido: 15 mil libras por engenho; 120 engenhos • total: 1.800 mil libras Escravos africanos: • 20 mil, dos quais 15 mil nos engenhos; • custo de aquisição do escravo = 25 libras • total 375 mil libras • MO escrava africana = 20% do capital fixo

  5. Valor total das exportações de açúcar = 2,5 milhões de libras • Y líquida na produção de açúcar = 60% = 1,5 milhão • Se a Y do açúcar = 75% da “Y nacional”  Y nacional = 2 milhões de libras - Y per capita (dos 30 mil portugueses)  a maior da história do Brasil

  6. Concentração de Y Custos em relação ao valor recebido pelo açúcar: • 5% para pagamentos de serviços externos ao engenho (transporte e armazenamento) • 2% em salários • 3% para compra de gado e lenha  Total de gastos = 10% da Y líquida  Lucro = 90%

  7. Se as importações = 600 mil libras (50% da renda líquida) • “a indústria açucareira podia autofinanciar a duplicação de sua capacidade produtiva a cada dois anos”  Elevada rentabilidade, mas essa potencialidade financeira só foi utilizada excepcionalmente(o crescimento foi governado pela demanda)

  8. Mas, se a plena capacidade de autofinanciamento não era utilizada, que destino tomavam os recursos financeiros sobrantes? 1) Não eram utilizados dentro da colônia 2) Não eram aplicados em outras regiões do mundo) • logo, boa parte os capitais pertenciam aos comerciantes • logo, havia íntima coordenação entre as etapas de produção e comercialização (não houve superprodução)

  9. “Que possibilidade efetiva de expansão e evolução estrutural apresentava esse sistema econômico?”  Formação de capital: exigência de operar em grande escala Etapa 1: “gastos monetáriosna importação de equipamentos, materiais de construção e MO”

  10. Etapa 2: construção & instalação • Não havia lugar para fluxos de renda monetária, ou seja, não havia pagamentos aos fatores de produção • Aumento da renda = lucro MO escrava : Aquisição= investimento em K fixo Manutenção= custo fixo (mesmo quando não produz açúcar) BCD: o SE recebia serviços prestados pelo escravo como contrapartida de sua aquisição

  11. Renda monetária = exportações • Dispêndio monetário = importações + serviço financeiro para não-residentes • O fluxo de renda monetária se dava apenas entre o engenho e o exterior • No interior da unidade produtiva, o fluxo de renda era apenas contábil NB: Era uma economia monetária(não era feudal) • Os gastos correntes com os escravos = custo de depreciação dos equipamentos

  12. Desde que a demanda aumentasse, a produção poderia se expandir (havia terras e capacidade de importar MO) • Houve tentativas de limitar a capacidade produtiva • 1550-1650: forte crescimento da produção • Mas... a estrutura do sistema econômico não se modificou nem quando a economia crescia, nem quando se retraía: neste caso, os gastos de manutenção, assim como os níveis de consumo continuavam a ser satisfeitos com o uso da MO

  13. Crescimento = ocupação de novas terras e aumento das importações Decadência = redução das importações e da reposição da MO (importada)  redução progressiva do ativo da empresa, que assim minguava sem se transformar estruturalmente Não havia articulação direta entre produção e consumo  O crescimento demográfico não servia como elemento dinâmico do desenvolvimento econômico • Aeconomia escravista dependia da procura externa

  14. ”As paralizações ... não tendiam a criar tensões capazes de modificar a estrutura” Custos fixos: quando os preços caíam, interessava manter a plena capacidade • Apenas quando os preços caíam abaixo de certo nível o empresário reduzia a capacidade. Mas isto ocorria muito lentamente, sem necessidade de mudanças estruturais • A indústria açucareira resistiu durante mais de três séculos, recuperando-se sempre que as condições do mercado externo tornavam-se favoráveis

  15. A produção de açúcar no NE criou um mercado capaz de justificar a existência de outras atividades econômicas A economia açucareira era altamente especializada: os empresários não desviavam recursos para atividades secundárias (p. ex., produção de alimentos) quando o mercado de açúcar era favorável No Caribe, a elevada especialização criou um mercado atendido pelas colônias do norte Mas... no Brasil, o mercado era atendido pelos comerciantes portugueses & holandeses  Além disso, a concorrência era proibida

  16. São Vicente & Nova Inglaterra (NI): economias de baixa produtividade • Mas, na NI os colonos desenvolveram outras atividades comerciais & construção naval • Em São Vicente, a atividade comercial era a caça ao índio (sertanejos profissionais) Quando o Caribe se especializou em açúcar, os colonos da NI passaram a negociar com o Caribe, onde a terra era escassa (& por causa dos problemas internos na UK)

  17. No NE, a abundância de terras permitiu o surgimento de um “segundo sistema econômico, dependente da economia açucareira”: pecuária (carne, “animais de tiro” e couro) A produção de açúcar e a criação de gado foram atividades separadas geograficamente(litoral X interior) e distintas quanto às características da produção (alta X baixa produtividade)  A pecuária foi um fator fundamental para a ocupação do interior brasileiro (assim como a caça ao índio)

  18. A criação de gado era: - extensiva e itinerante (seguia geralmente as margens dos rios: São Francisco, Parnaíba...) - localizada no interior (sertão)  proibida a menos de 10 léguas da costa em 1701; - exigia pouco investimento; - podia se expandir enquanto houvesse terras por ocupar; - pouco intensiva em MO (índios, apesar de tudo) Os empresários não necessitavam de muitos recursos iniciais e alguns começaram trabalhando para um criador de gado até se tornarem independentes (recebiam 1/4 das crias após 5 anos)

  19. Limites de expansão: demanda - Séc. 17: açúcar (NE) - Séc. 18: ouro (Sul) Expansão meramente extensiva: (i) Não havia preocupação com produtividade (ii) Quanto maior a distância dos centros consumidores, os custos aumentavam e a renda média diminuía

  20. “A economia criatória – não obstante não predominasse a trabalho escravo – representava um mercado de ínfimas dimensões” “Sua principal atividade deveria ser aquela ligada à própria subsistência de sua população” • A própria criação de gado era uma atividade de subsistência “Essa importância relativa do setor de subsistência na pecuária será um fator fundamental de transformações estruturais por que passará a economia nordestina em sua longa etapa de decadência”

  21. “As formas que assumem os dois sistemas da economia nordestina – o açucareiro e o criatório – no lento processo de decadência que se inicia na segunda metade do século XVIII constituem elementos fundamentais na formação do que no século XX viria a ser a economia brasileira”

  22. Os dois sistema preservavam suas formas originais: - Expansão: caráter extensivo, sem aumento da produtividade • Contração: mantinham a produção, já que os fatores de produção não tinham uso alternativo  No curto prazo, a oferta era inelástica

  23. No longo prazo, as diferenças entre os sistemas açucareiro e criatório eram substanciais A pecuária não precisava fazer gastos monetários para investir; sua MO e o gado tinham crescimento vegetativo A produção de açúcar requeria gastos monetários para reposição de MO e equipamentosatravés de importação

  24. Pecuária: redução da demanda • aumento das atividades de subsistência • redução da renda monetária • redução da produtividade • redução da especialização (passam a produzir os bens que antes compravam)  importância do couro

  25. Açúcar: estagnação da produção não criou necessidade de emigração do excedente de população, que foi para o sertão  redução da produtividade da pecuária & aumento das atividades de subsistência  NE: a população cresceu, mas a renda per capita diminuiu entre meados do séc. 17 e início do séc. 19  involução econômica

  26. NE, Maranhão e Sul (Piratininga): decadência dos setores exportadores (açúcar & fumo)  aumento da economia de subsistência & redução da economia monetária “Colônia do Sacramento (1680): permitiu a Portugal reforçar enormemente sua posição nos negócios do couro, demais de constituir um entreposto para o contrabando com um dos principais portos de entrada da América espanhola”

  27. Aumento da economia de subsistência + redução (relativa) das exportações = redução do valor dos impostos arrecadados pela Metrópole “Devendo liquidar-se em moeda portuguesa tais impostos, sua transferência impunha uma crescente escassez de numerário na colônia, cujas dificuldades também por esse lado se viam agravadas”

  28. Queda das exportações de açúcar • desvalorização da moeda • encarecimentodas manufaturas importadas • acentuação da economia de subsistência

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