Relação Dialógica

1. Relação Dialógica Abordagem Gestáltica

2. A filosofia do diálogo • Perls : contato é algo acontecendo entre pessoas no campo. • Não somos separados, mas campos de existência, que se interpenetram. • Relação entre os campos intrapsíquicos dos dois. • Dialógico : nossas questões no âmbito relacional. • Terapia : o que acontece na relação cliente-terapeuta. • Dança : um ritmo em cada relação, com cada cliente e com o mesmo cliente. • Dialógico : forma especial de contato, encontro de pessoas, que voltam o seu ser um para o outro.

3. Filosofia do diálogo “Toda vida é um encontro.” Buber “A cura pelo encontro”.

4. As palavras princípio - Buber • Eu –Tu : sem objetivo, estar com o outro, raro e mútuo; • Eu –Isso : funções, necessidades, propósitos, objetivos. “Sem isso o ser humano não pode viver. Mas quem vive somente com isto não é humano.” Buber “O eu-tu básico só pode ser dito pelo ser total. O eu-isso básico nunca pode ser dito pelo ser total.” Buber “Eu-Tu, aqui e agora” : diálogo e awareness. • O momento eu-Tu : momento de iluminação e insight - participantes confirmam o ser único um do outro. • O processo eu-Tu / Relação Dialógica: alternância com o isso.

5. Relação dialógica : o processo Eu-Tu • Pessoas respeitam e valorizam um ao o outro, sem julgamento, criando um novo campo, o entre. • Eles se entregam ao que se desvela na relação. • Confiança que a interação traz algo de significativo para ambos. • Campo relacional é maior que a soma dos dois. • Diálogo genuíno: eu encontro o outro. • Outras formas : diálogo técnico, monólogo disfarçado de diálogo, dialética. • Terapeuta não pode forçar o diálogo a acontecer: desenvolve as condições; deixa o entre comandar.

6. RELAÇÃO DIALÓGICA • Reconhecer a dimensão ontológica no encontro entre pessoas ( inter humano )  se manifesta no diálogo • Reconhecer que o encontro é o elemento essencial da existência humana (dialógica). Relacionar-se na singularidade do outro. • Movimento de entrar em relação. • Acreditar que a cura se dá através do encontro

7. Definição • Entrar no campo do inter-humano : relação e separação. • Contato significante entre iguais, no presente.Encontro de seres, autênticos, com respeito mútuo. • Não tentar controlar os resultados, mas se entregar ao “entre”, ao que se forma quando o relacionamento se move. • Cada momento cria o próximo. • Só acontece entre dois seres separados, capazes de independência, arriscando serem “capturados” na união.

8. Qualidades • Respeito • Inclusão • Confirmação • Horizontalidade • Mutualidade (exceto terapia) • Awareness : pré-condição para o contato.

9. Terapeuta Gestáltico • Competência Pessoal : pessoa disponível ao cliente como ser humano. • Competência Técnica: Profissional treinado no método e recursos apropriados - técnicas para awareness, que evolvem do diálogo. “ A realidade decisiva é o terapeuta, não os métodos. Sem os métodos, o terapeuta é um diletante. Eu sou pelos métodos, mas só para usá-los, não para acreditar neles”. Buber

10. Terapeuta - Cliente • Diálogo : maneira de se aproximar do cliente, encontra-lo onde está, e ajudá-lo a se encontrar de maneira mais saudável com o mundo. • Relação de confiança com o terapeuta permite ao cliente explorar seus conflitos intra-psíquicos e mover-se; coisas perdidas e esquecidas são reveladas.

11. ELEMENTOS DO INTER-HUMANO PRESENÇA • Estar presente para entrar no mundo do cliente. • Ser genuíno, sem assumir uma imagem. • Ver a “alteridade” do cliente. • Autenticidade : ser humano capaz de escolhas. • Terapeuta um “curador ferido”. • Responde de acordo como está no momento com o cliente.

12. Presença • Abrir mão do desejo de ser visto como um “bom terapeuta”- o outro não é objeto. • Terapeuta usa suas emoções, é poderoso e sem poder. • Olhar, presença física, toque, movimento. • Relação é horizontal.

13. Comunicação genuína e sem reservas “Terapeuta diz o que espera ser de valor ou o que poderia diminuir a capacidade ao diálogo caso não fosse revelado.” (Perls) • Descrever experiências suas. • Compartilhar awareness. • Compartilha o que sente, pensa; oferece sua interpretação do fenômeno como hipótese. • Falar do que sente com o cliente agora.

14. Comunicação genuína e sem reservas • Comunicação dever ser relevante à tarefa, permitindo o próximo nível de awareness. • Livre para mostrar seu estilo. • Cuidado com os exageros.

15. Inclusão • Entender a experiência do cliente e ao mesmo tempo estar em contato com sua própria experiência. • Estar consciente do que ocorre entre terapeuta / cliente. • Epochè.

16. Confirmação • Reconhecer o direito da existência do outro na sua alteridade. Aceitar o cliente como ele é, agora, sem tentar mudá-lo. Aceitar o que ele pode vir a ser. • Entender, valorizar, apreciar a existência do outro : necessidade existencial. • Ser compreendido profundamente por outro ser humano. • Consideração Positiva Incondicional

17. Confirmação “Eu me torno consciente dele, de que ele é diferente, essencialmente diferente de mim, na forma definitiva e única que é peculiar a ele, e eu aceito quem eu assim vejo”. (Hycner) • A pessoa é apreendida e confirmada em seu ser total.

18. “Viver a relação” • “O que é, é. Um momento flui para o outro”. Polsters • Experienciar a si mesmo / o cliente / o “entre”.

19. Diálogo na gestalt-terapia • Não apontamos para uma verdade que nós temos, mas buscamos entre nós uma verdade. Abordagem : orientação. Processo : interação entre cliente e terapeuta. Objetivo / resultado : desenvolver relação. • Diálogo : o princípio e o resultado da terapia. • Terapeuta : reconstruir capacidade para diálogo Encontro : presença. Trabalhar o intrapessoal com o suporte do encontro. Trabalhar o interpessoal. Tocar o transpessoal.

20. Diálogo na gestalt-terapia Fases Chamar o self dialógico. Dialogar : pessoa real; modelo para o mundo. • Reconstruir a capacidade para o encontro de mãos dadas com trabalhar o intrapsíquico e o interpsíquico. Atitude dialógica Terapeuta voluntariamente engajado no crescimento do outro. Presente e imaginando o mundo do outro. • Mutualidade especial. • Confirmação do terapeuta : cliente como tu, servir a tarefa da terapia.

21. Dimensão transpessoal e o diálogo. • Awareness de que estamos misteriosamente interconectados. • Terapeuta a serviço de seu trabalho. • O centro dinâmico da pessoa: o ser do cliente que vem à terapia. • Quietude mental e espiritual importantes para encontrar o cliente e estar disponível para experienciar o mundo dele. “Precisamos ensinar os terapeutas a ter uma cabeça mais vazia”. (Hycner) “...o cliente pode deixar levar seus medos e ansiedades, depressões e obsessões, e começar a vê-los com a mesma clareza com a qual uma pessoa vê nuvens flutuando no céu, ou águas correndo num riacho”. (Wilber)