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Medidas de associação entre exposição e efeito. RISCO RELATIVO (ou razão de riscos). É medida de intensidade de associação (entre exposição e efeito) utilizada em estudos longitudinais que medem risco (incidência acumulada). Risco de apresentar o efeito, dado que foi exposto.
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RISCO RELATIVO (ou razão de riscos) É medida de intensidade de associação (entre exposição e efeito) utilizada em estudos longitudinais que medem risco (incidência acumulada). Risco de apresentar o efeito, dado que foi exposto Risco relativo = Risco de apresentar o efeito, dado que não foi exposto
Homens de 50-59 anos de idade, que receberam alta hospitalar na primeira semana após infarto agudo do miocárdio, foram divididos em duas coortes: 1) 600 pessoas que apresentavam onda Q de 3 mm ou mais no eletrocardiograma de repouso, e 2) 1.500 que tinham onda Q com menos de 3 mm. O efeito medido foi incidência acumulada (risco) de morte em seis meses. Os resultados foram os seguintes:
Morte em 6 meses Sim Não Profundidade da onda Q 3 mm 600 100 < 3 mm 1500 200 Risco em expostos (onda Q 3 mm) = 100/600 Risco em não-expostos (onda Q < 3 mm) = 200/1500 Risco relativo em expostos = (100/600) / (200/1500) = 1,25
RR = 1,25 O risco em expostos é 1,25 vezes aquele dos não-expostos ou o risco em expostos é 25% maior que o dos não-expostos
ODDS RATIO (ou razão de chances) É medida de intensidade de associação (entre efeito e exposição) utilizada em estudos retrospectivos (casos-controles) para medir a relação de chances de exposição entre casos (os que têm o efeito em estudo) e controles (os que não têm o efeito em estudo). Chances de ter sido exposto, dado que é caso Odds ratio = Chances de ter sido exposto, dado que é controle
“Odds” é termo inglês cujo significado algébrico é “razão de probabilidades complementares”. p Odds = ( 1 - p ) Probabilidade de não obter num baralho honesto = 39/52 = 0,75 ou 75% Probabilidade de obter num baralho honesto = 13/52 = 0,25 ou 25% As “odds” (chances) de obter uma carta que não seja de num baralho honesto são de 0,75/0,25 = 3/1 ou 3 chances contra uma.
Estudo do tipo caso-controle sobre câncer de pulmão e hábito de tomar café. Câncer de pulmão Casos Controles 89 Número de cafezinhos por dia Excessivo ( 6) 67 111 Aceitável (< 6) 33 100 200 Proporção de “excessivo” entre os casos = 67/100 = 0,67 ou 67,0% Proporção de “aceitável” entre os casos = 33/100 = 0,33 ou 33,0% Odds (chances) de “excessivo” entre os casos = 0,67 / 0,33 = 2,0 Proporção de “excessivo” entre os controles = 89/200 = 0,445 ou 44,5% Proporção de “aceitável” entre os controles = 111/200 = 0,555 ou 55,5% Odds (chances) de “excessivo” entre os controles = 0,445 / 0,555 = 0,8
Odds de “excessivo” entre os casos Odds ratio = OR = Odds de “excessivo” entre os controles 67 / 33 OR = = 2,53 89/111 As chances de ter sido exposto, dado que é caso, são 2,53 vezes aquelas dos controles. Odds de exposição entre os casos OR = Odds de exposição entre os controles
Efeito Casos Controles 89 Exposição Sim 67 111 Não 33 100 200 67 / 33 67 x 111 OR = = = 2,53 89 / 111 89 x 33
Num estudo de incidência, Risco de apresentar o efeito, dado que foi exposto Risco relativo = Risco de apresentar o efeito, dado que não foi exposto Num estudo caso-controle, Chances de ter sido exposto, dado que é caso Odds ratio = Chances de ter sido exposto, dado que é controle
Num estudo de incidência, Chances de apresentar o efeito, dado que foi exposto Odds ratio = Chances de apresentar o efeito, dado que não foi exposto OUTROS USOS DA ODDS RATIO Num estudo transversal, Chances de apresentar o atributo 1, dado que tem o atributo a Odds ratio = Chances de apresentar o atributo 1, dado que tem o atributo b
Quando RR=1,00 ou quando OR=1,00 não existe associação entre exposição e efeito(ou entre os atributos)
Quando RR=1,00 ou quando OR=1,00 não existe associação entre exposição e efeito(ou entre os atributos) Quanto mais o RR ou a OR se afasta de 1,00 mais intensa é a associação
Quando RR>1,00 ou quando OR>1,00 isso indica que a associação é nociva
Quando RR>1,00 ou quando OR>1,00 isso indica que a associação é nociva Quando RR<1,00 ou quando OR<1,00 isso indica que a associação é protetora
% de “sobre-viventes” Quando o estudo de incidência é feito com análise de sobrevida Tempo
% de “sobre-viventes” Quando o estudo de incidência é feito com análise de sobrevida a medida de associação utilizada é a HR (Hazard Ratio) Tempo
% de “sobre-viventes” Modelo de Cox para “taxas proporcionadas” HR = Hazard Ratio Tempo
A INTERPRETAÇÃO NUMÉRICA É A MESMA Se HR=1,00 não existe associação entre exposição e efeito
A INTERPRETAÇÃO NUMÉRICA É A MESMA Se HR=1,00 não existe associação entre exposição e efeito Quanto mais a HR se afasta de 1,00 mais intensa é a associação
A INTERPRETAÇÃO NUMÉRICA É A MESMA Se HR=1,00 não existe associação entre exposição e efeito Quanto mais a HR se afasta de 1,00 mais intensa é a associação Se HR>1,00 isso indica associação nociva
A INTERPRETAÇÃO NUMÉRICA É A MESMA Se HR=1,00 não existe associação entre exposição e efeito Quanto mais a HR se afasta de 1,00 mais intensa é a associação Se HR>1,00 isso indica associação nociva Se HR<1,00 isso indica associação protetora
O encontro de associação entre exposição e efeito significa apenas que essas duas variáveis "andam juntas". O encontro de associação entre exposição e efeito não significa que ela seja causal. Causalidade é decisão de julgamento que procura obedecer aos seguintes critérios...
TEMPORALIDADE - A exposição precede o efeito. Estudos transversais nãoservem para mostrar relação temporal !
Prevalência (%) de incapacidades em dois grupos sociais Prevalência de Favelados Não favelados incapacidade física 6,2 1,9 incapacidade mental 1,8 0,7 Santos Jr. AC, Lessa I - Bol Oficina Sanit Panam 1989; 106:304-13
SÃO MAIS DOENTES PORQUE SÃO MAIS POBRES OU SÃO MAIS POBRES PORQUE SÃO MAIS DOENTES?
TEMPORALIDADE - A exposição precede o efeito. INTENSIDADE - Medida pelo RR ou OR ou HR.
INTENSIDADE - Medida pelo RR ou OR ou HR. Uma associação (entre exposição e efeito) com RR = 4 tem maior probabilidade de ser causal do que uma associação com RR = 2.
TEMPORALIDADE - A exposição precede o efeito. INTENSIDADE - Medida pelo RR ou OR ou HR. GRADIENTE - Quanto maior a exposição, maior o efeito.
GRADIENTE - Quanto maior a exposição, maior o efeito. Risco Relativo 20 10 1 Cigarros/dia 0 10 20 30
TEMPORALIDADE - A exposição precede o efeito. INTENSIDADE - Medida pelo RR ou OR ou HR. GRADIENTE - Quanto maior a exposição, maior o efeito. REVERSIBILIDADE - Redução da exposição reduz o efeito.
REVERSIBILIDADE - Redução da exposição reduz o efeito. Risco Relativo 20 10 1 Tempo desde que parou de fumar < 1 ano 1- 5 anos 5-10 anos 10-15 anos
TEMPORALIDADE - A exposição precede o efeito. INTENSIDADE - Medida pelo RR ou OR ou HR. GRADIENTE - Quanto maior a exposição, maior o efeito. REVERSIBILIDADE - Redução da exposição reduz o efeito. CONSISTÊNCIA - Diferentes maneiras de estudar o problema, por diferentes pessoas e em diferentes lugares, levam ao mesmo resultado.
CONSISTÊNCIA -Diferentes maneiras de estudar o problema, por diferentes pessoas e em diferentes lugares, levam ao mesmo resultado. No caso do hábito de fumar cigarros, tanto estudos casos-controles (inicialmente) como prospectivos (tempos depois) mostraram resultados semelhantes: OR e RR de aproximadamente 10 entre fumantes e não-fumantes.
TEMPORALIDADE - A exposição precede o efeito. INTENSIDADE - Medida pelo RR ou OR ou HR. GRADIENTE - Quanto maior a exposição, maior o efeito. REVERSIBILIDADE - Redução da exposição reduz o efeito. CONSISTÊNCIA - Diferentes maneiras de estudar o problema, por diferentes pessoas e em diferentes lugares, levam ao mesmo resultado. PLAUSIBILIDADE BIOLÓGICA - Faz sentido, de acordo com o conhecimento biológico da época.
PLAUSIBILIDADE BIOLÓGICA - Faz sentido, de acordo com o conhecimento biológico da época. Taxa de natalidade na Europa Número de cegonhas / km2 na Europa 1920 1930 1940 1950 1960 1970
TEMPORALIDADE - A exposição precede o efeito. INTENSIDADE - Medida pelo RR ou OR ou HR. GRADIENTE - Quanto maior a exposição, maior o efeito. REVERSIBILIDADE - Redução da exposição reduz o efeito. CONSISTÊNCIA - Diferentes maneiras de estudar o problema, por diferentes pessoas e em diferentes lugares, levam ao mesmo resultado. PLAUSIBILIDADE BIOLÓGICA - Faz sentido, de acordo com o conhecimento biológico da época. ESPECIFICIDADE - Uma causa leva a um efeito.
ESPECIFICIDADE - Uma causa leva a um efeito. É o mais difícil de ser demonstrado, porque uma exposição pode levar a mais que um efeito.
TEMPORALIDADE - A exposição precede o efeito. INTENSIDADE - Medida pelo RR ou OR ou HR. GRADIENTE - Quanto maior a exposição, maior o efeito. REVERSIBILIDADE - Redução da exposição reduz o efeito. CONSISTÊNCIA - Diferentes maneiras de estudar o problema, por diferentes pessoas e em diferentes lugares, levam ao mesmo resultado. PLAUSIBILIDADE BIOLÓGICA - Faz sentido, de acordo com o conhecimento biológico da época. ESPECIFICIDADE - Uma causa leva a um efeito. ANALOGIA - Relação de causa-efeito já estabelecida para exposição e efeito semelhantes.
ANALOGIA - Relação de causa-efeito já estabelecida para exposição e efeito semelhantes. No caso do cigarro, efeito carcinogênico em animais de laboratório
TEMPORALIDADE - A exposição precede o efeito. INTENSIDADE - Medida pelo RR ou OR ou HR. GRADIENTE - Quanto maior a exposição, maior o efeito. REVERSIBILIDADE - Redução da exposição reduz o efeito. CONSISTÊNCIA - Diferentes maneiras de estudar o problema, por diferentes pessoas e em diferentes lugares, levam ao mesmo resultado. PLAUSIBILIDADE BIOLÓGICA - Faz sentido, de acordo com o conhecimento biológico da época. ESPECIFICIDADE - Uma causa leva a um efeito. ANALOGIA - Relação de causa-efeito já estabelecida para exposição e efeito semelhantes.