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História de Portugal Aula n.º 13 Nova Crise Política – Da Morte de D. Duarte à batalha de Alfarrobeira O Reinado de D. Afonso V, o Africano D. João II Os Judeus e os Cristãos-Novos em Portugal D. Manuel I. Morte de D. Duarte
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História de Portugal Aula n.º 13 Nova Crise Política – Da Morte de D. Duarte à batalha de Alfarrobeira O Reinado de D. Afonso V, o Africano D. João II Os Judeus e os Cristãos-Novos em Portugal D. Manuel I
Morte de D. Duarte O reinado de D. Duarte foi muito curto: durou apenas 5 anos e poucos dias. Este rei faleceu vítima de peste. O seu filho, D. Afonso V, tinha pouco mais de seis anos quando D. Duarte faleceu. Por isso, ficou a governar, como regente, a sua mãe, a rainha D. Leonor. No entanto, a sua regência sofreu oposição por parte de vários sectores da nobreza que decidiram entregar o governo do Reino ao infante D. Pedro, duque de Coimbra e tio de D. Afonso V. Em 1446, D. Afonso V, atingindo os 14 anos, assumiu o governo, nas Cortes de Lisboa. No entanto, D. Pedro continuou a auxiliá-lo, o que não deixou satisfeita a facção da Alta Nobreza que se opunha ao Infante. Esta facção era encabeçada pelo duque de Bragança (D. Afonso, meio-irmão do infante D. Pedro), pelo conde de Ourém e pelo arcebispo de Lisboa. As constantes intrigas destes nobres levou o rei a dispensar os serviços do tio, que se retirou para as suas terras de Coimbra. Não satisfeitos, os adversários do Infante perseguiram os seus apoiantes e lançaram suspeitas junto de D. Afonso V convencendo-o que o tio queriaapoderar-se da Coroa.
A Batalha de Alfarrobeira Sabendo disto, o infante D. Pedro partiu de Coimbra em direcção à corte, para esclarecer a verdade. Como se fazia acompanhar de alguma gente armada o Rei, tomou o gesto como prova da sua infidelidade, e mandou tropas ao seu encontro. O embate das duas hostes deu-se em Alfarrobeira (perto de Alverca) onde o Infante viria a perder a vida. Continuação das Conquistas em Marrocos Depois da vida política do Reino de Portugal voltar à normalidade, o rei D. Afonso V decidiu dar continuidade às conquistas portuguesas em Marrocos iniciadas pelo seu avô, D. João I. Assim, em 1458, o Rei e a maior parte dos membros da Alta Nobreza do Reino passaram ao Norte de África conquistando Alcácer-Ceguer. Em 1471, os portugueses conquistaram Arzila e Tânger. Devido à sua intensa actividade militar em Marrocos, D. Afonso V recebeu o cognome de o Africano. A partir desta época, e devido a tais conquista, os soberanos portugueses começaram a denominar-se Reis de Portugal e dos Algarves, daquém e dalém mar em África.
As Ordenações Afonsinas Durante a regência do infante D. Pedro foi publicada com o nome - As Ordenações Afonsinas – a primeira colecção de leis portuguesas, que começaram a ser recolhidas desde o tempo de D. João I. Foi, também, durante o reinado de D. Afonso V que foi introduzida a imprensa, aperfeiçoada por Gutembergue na Alemanha.
D. João II Quando D. João II sobe ao trono após a morte do seu pai, D. Afonso V, em 1481, este inicia um processo de centralização do poder real, processo que desagradou a alguns nobres do Reino. Assim, inicia-se um novo período de certa turbulência política. Um grupo de membros da Alta Nobreza começaram a conspirar contra o Rei. Esta facção era encabeçada pelo duque de Bragança, que será degolado em Évora. O duque de Viseu, cunhado e primo de D. João II, instigador de uma segunda conspiração, morreu apunhalado pelo próprio Rei. Além, deste muitos outros nobres foram desterrados ou morreram na prisão.
Os Judeus e os Cristãos-Novos em Portugal O reinado de D. João II ficou também marcado pela permissão de entrada em Portugal dos judeus expulsos de Espanha, em 1492, pelos reis católicos, D. Fernando (rei de Aragão) e D. Isabel (rainha de Castela). Desde o início da fundação do reino que viviam judeus em Portugal. Nos primeiros tempos, a minoria judaica podia viver em conjunto com os cristãos, mas com o passar do tempo os judeus passaram a ser obrigados a viver em bairros próprios, denominados judiarias. Os judeus dedicavam-se especialmente ao comércio e ao artesanato e também praticavam a usura, actividade que estava proibida aos cristãos. Muitos judeus foram ricos mercadores e banqueiros e chegaram a financiar os reis nas empresas dos Descobrimentos. Além dos negócios, muitos judeus ainda se notabilizaram no exercício da medicina, na astrologia-astronomia e nas letras.
Em 1496, D. Manuel I (que sucedeu ao seu primo, D. João II), por exigência do contrato do casamento com D. Isabel, filha dos Reis Católicos, ordenou a expulsão dos judeus, que devia efectuar-se até Outubro de 1497. Porém, em Abril desse mesmo ano, o rei mandou retirar e converter ao cristianismo os filhos menores dos judeus que ainda estavam em Portugal, aceitando converter-se ao cristianismo e passando a ser designados como cristãos-novos. Os problemas sociais e religiosos não se resolveram, porque não cessava de crescer a má-vontade de algumas camadas da população contra os cristãos-novos, dando origem a vários tumultos, com a morte de muitos ex-judeus, como o que ocorreu em Lisboa em 1506, em que foram assassinadas cerca de três mil pessoas.
D. Manuel I – o Venturoso D. João II faleceu sem deixar descendentes directos. Por esta razão sucedeu-lhe no trono, como parente mais próximo, D. Manuel, duque de Beja, que era primo e cunhado de D. João II. Título do Rei Depois do descobrimento marítimo para a Índia D. Manuel I adoptou o título de rei de Portugal e dos Algarves, daquém e dalém mar em África, Senhor da Guiné e da Conquista, Navegação e Comércio da Etiópia, Arábia, Pérsia e Índia. Ordenações Manuelinas Durante o reinado de D. Manuel I foi reformada a legislação afonsina. Ao novo Código de leis, acrescentado com todas as disposições promulgadas desde D. Afonso V, deu-se o nome de Ordenações Manuelinas.
O Manuelino Enquanto na Itália floresciam novas tendências artísticas ligadas ao Renascimento, em alguns países da Europa como era o caso de Portugal, permanecia a influência dos modelos de arquitectura gótica. Nos reinados de D. Manuel I e D. João III, a arquitectura adquiriu características especiais, principalmente ao nível da decoração, que a distinguem dos outros países europeus, originando o estilo que se costuma designar como manuelino. O manuelino mantém, em grande parte, as estruturas arquitectónicas góticas, embora em alguns casos também se notem influências da Renascença. A maior originalidade do estilo manuelino residiu na exuberante decoração arquitectónica, com motivos de carácter naturalista – plantas, folhas, raízes, troncos – e marítimos – cordas, conchas, bóias, redes. Além destes, eram também utilizados símbolos nacionais, como a cruz de Cristo, o escudo real e a esfera armilar. Estas características, visíveis na arquitectura, passaram a reproduzir-se noutras manifestações artísticas, como a ourivesaria, a decoração de custódias, cálices, cruzes, etc., a marcenaria, a iluminura ou a gravura.
Escudo real de D. Manuel I Cruz de Cristo Esfera armilar Gravura Cálice Custódia de Belém
Os monumentos em estilo manuelino espalharam-se por todo o país, abrangendo templos, palácios, fortalezas e simples moradias. Os mais significativos são o Mosteiro dos Jerónimos e a Torre de Belém, em Lisboa, e, em Tomar, o Convento de Cristo, onde é muito característica a célebre janela da Sala do Capítulo.