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ASMA OCUPACIONAL: DA ETIOLOGIA À AVALIAÇÃO

ASMA OCUPACIONAL: DA ETIOLOGIA À AVALIAÇÃO. XXVII Reunião anual da SPAIC Lisboa, 2006. ASMA OCUPACIONAL: DA ETIOLOGIA À AVALIAÇÃO.

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ASMA OCUPACIONAL: DA ETIOLOGIA À AVALIAÇÃO

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  1. ASMA OCUPACIONAL:DA ETIOLOGIA À AVALIAÇÃO XXVII Reunião anual da SPAIC Lisboa, 2006

  2. ASMA OCUPACIONAL: DA ETIOLOGIA À AVALIAÇÃO A asma ocupacional é uma doença caracterizada por uma obstrução variável das vias aéreas e/ou hiperreactividade brônquica desencadeada(s) por um estímulo exclusivo ou por condições particulares existentes no ambiente laboral consenso 2006 I Bernstein, D Bernstein, M Chan-Yeung and JL Malo. Asthma in Workplace. Definition and Classification of Asthma in the Workplace. 2006Ed. Taylor and Francis XXVII Reunião anual da SPAIC

  3. ASMA OCUPACIONAL: DA ETIOLOGIA À AVALIAÇÃO Asma agravada no local de trabalho  ASMA OCUPACIONAL Asma “alérgica” (com período de latência) Asma não “alérgica” (sem período de latência) XXVII Reunião anual da SPAIC

  4. ASMA OCUPACIONAL: DA ETIOLOGIA À AVALIAÇÃO European Community Respiratory Health Survey ECRHS Eur Resp J 2001;18:598-611

  5. ASMA OCUPACIONAL: DA ETIOLOGIA À AVALIAÇÃO European Community Respiratory Health Survey • 5% a 10% dos casos de asmas são atribuídos a factores ocupacionais. • A exposição a poeiras minerais e biológicas, gases e fumos encontram-se associadas a uma maior prevalência de asma. • A exposição ao fumo de tabaco no local de trabalho esta também associada a uma maior prevalência de asma. ECRHS Eur Resp J 2001;18:598-611 XXVII Reunião anual da SPAIC

  6. ASMA OCUPACIONAL: DA ETIOLOGIA À AVALIAÇÃO Prevalência de Asma Ocupacional • Espanha(AJRCCM 1996;154:137)5 a 7% (técnicos de laboratório, indústrias de plástico e borracha) • Nova Zelândia(Ocup Env Med 1997;54:301) 2 a 3% (trabalhadores agrícolas, técnicos de laboratório, indústrias de plástico e borracha) • Austrália (New South Wales) (Occup Med 2006;56:258-262)9,5% (exposição a amónia, revelação de fotografias, oficinas de automóveis, panificação) • Finlândia(Chest 1996; 110: 58-61)4,8% (trabalhadores agrícolas, indústria da panificação) • França(Eur Resp J 2002;19:84-89)5 a 11% (panificação, área da saúde, pintores de automóveis, cabeleireiros) • Reino Unido(Thorax 1996; 51: 435)2 a 6% (panificação, pintores de automóveis, indústrias de plásticos) • EUA(Occup Env Med 2002; 59: 505-511)3 a 4,5 (trabalhadores agrícolas, construção, maquinaria eléctrica, serviços de reparação) XXVII Reunião anual da SPAIC

  7. ASMA OCUPACIONAL: DA ETIOLOGIA À AVALIAÇÃO • Estudo efectuado na Catalunha em 2002 • Participantes 105 médicos (1000 → 142) • Registaram 359 casos de doença respiratória ocupacional • Asma (48,5%) ; Asbestose (14,5%) ; Inalação aguda (12,8%) • Diagnóstico muito provável (63%) ; Provável (28%) ; Pouco provável (8%) • Asma→ Isocianatos (15,5%) ; Persulfatos (12,1%) ; Produtos de limpeza (8,6%) • Asbestos→ Mesotelioma (5,9%) • Inalação aguda→ Metalurgias (7,1%) ; Serviços de limpeza (6,2%) ; Indústrias químicas (3,7%) Occup Environ Med 2006; 63: 255-260 XXVII Reunião anual da SPAIC

  8. ASMA OCUPACIONAL: DA ETIOLOGIA À AVALIAÇÃO • Registo oficial da Catalunha em 2002 • Casos de doenças respiratórias participadas → 99 → → 359 • Asma → 42 (42%) → → 174 • Infecções → 15 (15,1%) → → 5 • Inalações agudas → 9 (9,1%) → → 46 • Bronquites → 9 (9,1%) → → 10 • Asbestoses → 3 (3%) → → 52 • Outras → 15 (15,1%) → → 72 • Incidência em 2002 → 44,4 / 1.000000 → → 159 / 1.000000 Estudo de vigilância epidemiológica Occup Environ Med 2006; 63: 255-260 XXVII Reunião anual da SPAIC

  9. ASMA OCUPACIONAL: DA ETIOLOGIA À AVALIAÇÃO • Outros estudos mostraram incidência variável: • França 25,7 / 1.000.000 (Eur Resp J 2002;19:84-89) • Inglaterra 37 / 1.000.000 (Br J Ind Med 1991; 48: 292-298) • Itália 24 / 1.000.000 (Med del Lav 1990; 90: 556-571) • Quebeque 25 / 1.000.000 (Rev Mal Resp 1990; 7: 337-341) • Portugal 17,5 / 1.000.000 (2005 para 4,5 M de popu. activa) • Michigan 29 / 1.000.000 (J Occup Env Med 1997; 39: 415-425) • Michigan 58 a 240 / 1.000.000 (Int J Occup Env Health 1999; 5: 1-8) • Alemanha 51 / 1.000.000 (Am J Ind Med 1998; 33: 454-461) • Finlândia 153 (205) / 1.000.000 (Chest 1996; 110: 58-61) • SWORD (9 a 65) / 1.000.000 (J Epi Com Health 1993; 47: 459-463) • SENSOR (3 a 29) / 1.000.000 (Thorax 1996; 51: 435-440) • ONAP(4 a 70) / 1.000.000 (Eur Resp J 2002;19:84-89) … sugerindo idêntica sub-notificação * XXVII Reunião anual da SPAIC

  10. Paralisias 350 (23,1%) Epicondilite 238 (15,7%) Tendinites 201 (13,3%) Hipocusia 200 (13,2%) Fibrose B-P 151 (10%) Dermites 98 (6,5%) Periartrite 81 (5,4%) Asma 79 (5,2%) Granulomatose 22 (1,5%) Miotendinites 20 (1,3%) Tendossinovites 14 (0,9%) Conjuntivites 12 (0,8%) Condilite 9 (0,6%) Brucelose 3 (0,2%) Osteonecrose 3 (0,2) Leucopenia 2 (0,1%) Mesotelioma 1 (0,1%) Pneumoconioses 1 (0,1%) Rinofaringite 1 (0,1%) Difteria 1 (0,1%) Tuberculose P 1 (0,1%) T. Malignos 1 (0,1%) Outras 25 (1,7%) ASMA OCUPACIONAL: DA ETIOLOGIA À AVALIAÇÃO 2005 (1514 casos de doenças profissionais) Ministério Saúde XXVII Reunião anual da SPAIC

  11. ASMA OCUPACIONAL: DA ETIOLOGIA À AVALIAÇÃO • O diagnóstico da Asma Ocupacional assenta essencialmente na demonstração de uma variação significativa dos débitos expiratórios com a exposição. • A provocação brônquica em condições estandardizadas com o agente suspeito é habitualmente aceite como o método mais sensível e específico no diagnóstico de asma ocupacional (Malo JL Immunol Allergy Clincs of North Am 1992; 12 (4): 879-896). XXVII Reunião anual da SPAIC

  12. ASMA OCUPACIONAL: DA ETIOLOGIA À AVALIAÇÃO • Diagnóstico de Asma Ocupacional • Questionários: Tem agravamento dos seus sintomas no local de trabalho? Melhora durante o período de férias? – 76% de falsos positivos (Malo JL Am Rev Resp Dis 1992; 146: 71-5). • Outras questões, como: tem pieira no seu trabalho? Aumenta a especificidade para 88%. Se for associada a sintomas nasais e ausência de perda de voz, em trabalhadores expostos a CAPM, apresentam uma rentabilidade para o diagnóstico de Asma Ocupacional de 74% (Vandenplas O Eu RJ 2005; 26: 1056-63) XXVII Reunião anual da SPAIC

  13. ASMA OCUPACIONAL: DA ETIOLOGIA À AVALIAÇÃO • Diagnóstico de Asma Ocupacional • A avaliação isolada da HRB ou a sua comparação em exposição e afastamento apresenta baixa sensibilidade e especificidade (Josephs L Am Rer Resp Dis 1989; 140: 350-7), e não se correlaciona com a presença ou grau de HRB específica (Meget R Eu RJ 1996; 9: 211-6) • Determinação não seriada dos débitos expiratórios – é pouco sensível pois estes frequentemente são normais (Fox A Br Ind Med 1973; 30: 48-53) XXVII Reunião anual da SPAIC

  14. ASMA OCUPACIONAL: DA ETIOLOGIA À AVALIAÇÃO • Diagnóstico de Asma Ocupacional • História clínica compatível, exposição documentada, presença de HRB e registo seriado dos débitos com agravamento em exposição têm uma sensibilidade e especificidade de 100% e 95% respectivamente (Cote J JACI 1990; 87: 600-7) XXVII Reunião anual da SPAIC

  15. ASMA OCUPACIONAL: DA ETIOLOGIA À AVALIAÇÃO VARIAÇÃO DOS DÉBITOS EXPIRATÓRIOS COM A EXPOSIÇÃO % XXVII Reunião anual da SPAIC

  16. ASMA OCUPACIONAL: DA ETIOLOGIA À AVALIAÇÃO A. Ocupacional com melhoria no fim de semana Asma não ocupacional A. Ocupacional sem melhoria no fim de semana Bissinose Torres da Costa R Port Pneumologia 2002: VII (2): 115 XXVII Reunião anual da SPAIC

  17. ASMA OCUPACIONAL: DA ETIOLOGIA À AVALIAÇÃO Podemos acreditar nos registos escritos do DEMI na asma ocupacional? Cristina Lopes Rev Por Immunoalergologia 2006; 14 (2): 141-148 XXVII Reunião anual da SPAIC

  18. ASMA OCUPACIONAL: DA ETIOLOGIA À AVALIAÇÃO • Foi avaliada em 11 doentes na consulta de doenças ocupacionais do Serviço de Imunoalergologia do HSJ a correspondência entre o registo escrito do DEMI e o correspondente registo electrónico. A avaliação consistiu no registo seriado do DEMI em exposição (2 semanas) e afastamento do local de trabalho (2 semanas) – 4 registos dia XXVII Reunião anual da SPAIC

  19. ASMA OCUPACIONAL: DA ETIOLOGIA À AVALIAÇÃO Cristina Lopes Rev Por Immunoalergologia 2006; 14 (2): 141-148 XXVII Reunião anual da SPAIC

  20. ASMA OCUPACIONAL: DA ETIOLOGIA À AVALIAÇÃO Cristina Lopes Rev Por Immunoalergologia 2006; 14 (2): 141-148 XXVII Reunião anual da SPAIC

  21. ASMA OCUPACIONAL: DA ETIOLOGIA À AVALIAÇÃO Cristina Lopes Rev Por Immunoalergologia 2006; 14 (2): 141-148 XXVII Reunião anual da SPAIC

  22. ASMA OCUPACIONAL: DA ETIOLOGIA À AVALIAÇÃO ASMA OCUPACIONAL ETIOLOGIA

  23. ASMA OCUPACIONAL: DA ETIOLOGIA À AVALIAÇÃO Actualmente existem listagens com mais de 500 agentes etiológicos de asma ocupacional e que estão disponíveis em vários “websites”: asmanet.com mass.gov/dph/bhsre broad.mit.edu/ communities.madison.com health.state.ny.us XXVII Reunião anual da SPAIC

  24. ASMA OCUPACIONAL: DA ETIOLOGIA À AVALIAÇÃO Compostos de peso molecular baixo (<1 kD) Compostos de peso molecular elevado (> 1 kD) (organicos e inorganicos) (glicoproteinas) Quimicos orgânicosProtínas animais      Anhydrides     Pele      Di-isocyanates      Urina Resina epoxy      Penas Colophony      Saliva Madeira do cedro vermelho Proteínas de insectos Metais sais e compostos inorgânicos Abelhas      Sais de platina     Baratas      Alumínio      Ácaros      Metais pesados e cobalto      Mosca dos lagos     Níquel Proteínas de plantas     Vanádio     Café pó     Persulfato de amónia     “Castor been” Agentes farmacológicos     Resina de acácia     Penicilina     Látex      Cephalosporinas     Pólen      Sulfonamidas Alimentos e enzimas      Isoniazida      Pepsína      Tetracicline       Papaína      Macrolidos       Ovo em pó XXVII Reunião anual da SPAIC

  25. ASMA OCUPACIONAL: DA ETIOLOGIA À AVALIAÇÃO Compostos de Alto PM →IgE específica Compostos de Baixo PM → Anidridos Sais de platina IgE específica Corantes restantes→? XXVII Reunião anual da SPAIC

  26. ASMA OCUPACIONAL: DA ETIOLOGIA À AVALIAÇÃO • Isocianatos Diagnóstico de Asma Ocupacional • IgE Sensibilidade 21% Especificidade 89% • IgG Sensibilidade 47% Especificidade 74% • MCP-1 Sensibilidade 79% Especificidade 91% Bernstein DI (AJRCCM 2003; 166: 445-450) XXVII Reunião anual da SPAIC

  27. ASMA OCUPACIONAL: DA ETIOLOGIA À AVALIAÇÃO ONAP (460 casos de AO) (Eur Resp J 2002;19:84-89) XXVII Reunião anual da SPAIC

  28. ASMA OCUPACIONAL: DA ETIOLOGIA À AVALIAÇÃO Total : 731 Asma adulto : 310 (activos) Talo S. (Chest 2000; 118: 1309-14) XXVII Reunião anual da SPAIC

  29. ASMA OCUPACIONAL: DA ETIOLOGIA À AVALIAÇÃO CONSULTA DE DOENÇAS OCUPACIONAIS SIA - HSJ 1990→ 2006 244 doentes asma ocupacional89 prevalência3,3% 194 avaliados 44 abandonaram 6 em avaliação XXVII Reunião anual da SPAIC

  30. ASMA OCUPACIONAL: DA ETIOLOGIA À AVALIAÇÃO XXVII Reunião anual da SPAIC

  31. ASMA OCUPACIONAL: DA ETIOLOGIA À AVALIAÇÃO XXVII Reunião anual da SPAIC

  32. ASMA OCUPACIONAL: DA ETIOLOGIA À AVALIAÇÃO Agentes etiológicos XXVII Reunião anual da SPAIC

  33. ASMA OCUPACIONAL: DA ETIOLOGIA À AVALIAÇÃO CONCLUSÕES • A prevalência de asma ocupacional é de 5 a 10% das formas de asma no adulto. • A prevalência de AO é muito variável, dependo essencialmente do tipo de actividade económica desenvolvida em cada região. • Apesar da quase totalidade dos estudos apontar para uma sub-notificação das doenças profissionais, a incidência que podemos deduzir em Portugal (17,5/M), é inferior ao referido no restante mundo ocidental (correspondendo a 5% das DP). • Em Portugal (na região Norte) a exposição a poeiras de algodão, farinhas e madeiras parecem ser as principais causas de AO • Alguns testes “in vitro” como o MCP-1 podem vir a ser relevantes no diagnóstico de asma ocupacional por exposição a compostos de baixo peso molecular XXVII Reunião anual da SPAIC

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