A JUVENTUDE NAZISTA

1. A JUVENTUDE NAZISTA

2. LEMA NACIONAL Ein Volk, ein Reich, ein Führer («UM POVO, UM IMPÉRIO, UM LÍDER»)

3. Contexto Histórico • Como surgiu o Nazismo? • 1ª Guerra Mundial; • Tratado de Versalhes; • Joseph Goebbles; • Heinrich Himmler;

4. “SOLDADOS DE UMA IDÉIA”:OS JOVENS SOB O TERCEIRO REICH

5. INTRODUÇÃO • Juventude como sinônimo de atitude; • “Os homens interiormente velhos são a peste de um povo são”; • Combate travado pela raça ariana, pela pureza de seu sangue, de sua idéia;

6. Inspiração nos modelos da organização fascista da juventude; • A tarefa de formação e de educação cabia em primeiro lugar ao Estado racista ou étnico; • Escola: lugar em que o Estado racista podia deixar sua marca no conjunto dos jovens alemães;

7. “É preciso que nenhum rapaz ou nenhuma moça venham deixar a escola sem terem sido levados ao perfeito conhecimento do que são a pureza do sangue e sua necessidade” • Serviço militar como arremate da educação normal do alemão médio; • Herança do ideal espartano.

8. O APRENDIZADO DA SELEÇÃO

9. 13 de setembro de 1933:o estudo de ciência racial é introduzido nas escolas; • Führer significa: condutor, guia, líder ou chefe; • Fidelidade ao Führer;

10. Aulas de “ciência racial”; • Distinção entre o judeu e o ariano por meio de cartazes, recortes, esculturas; • Decreto do Ministério Da Educação do Reich: “ tudo isso deve ser posto em prática desde os primeiros anos escolares para corresponder ao desejo de Führer, que exigiu que nenhuma criança , menino ou menina, seja, no futuro , autorizado a deixar a escola sem estar compenetrada da importância e da necessidade de um sangue puro (R. Min Amtsbl.,1935 S. 43 RU II C 5209)

11. Corresponder ao desejo do Führer era, portanto a tarefa essencial e constante de cada um; • Exercitar o olhar da criança para “julgar” rostos estrangeiros”; • Qualquer um podia ser “julgado pelo espírito”, a denúncia , em caso de dúvida , torna-se um dever sagrado que não poupava as famílias;

12. Judeus expostos as humilhações, vexações; • 15 de novembro de 1938:declaração temporária de exclusão dos judeus dos estabelecimentos de ensino; • Escola transformava-se no lugar de aprendizagem de uma “seleção racial”;

13. Saudação : “HEIL HITLER!”de 50 a 150 vezes ao dia; • “Punição” a quem não respondia com o mesmo HEIL HITLER; • “Deutschland ist Hitler, Hitler ist Deutschland”, era mais que uma saudação alemã;

14. Hitler: “médico do povo alemão”, o salvador da Alemanha cuja “visão” ou “idéia” do Reich eterno e puro um dia se tornaria realidade; • Crianças possuíam uma miniatura de seu Fürher no quarto de dormir.

17. CORRESPONDER AO DESEJO DO FÜHRER

18. O jovem alemão era um objeto de uma seleção rigorosa,exercida por seus superiores por meio de múltiplas atividades que tinham ar de competição; • As juventudes hitleristas segundo seus dirigentes eram considerados as verdadeiras escolas da nação. Eles não tinham só uma tarefa educativa,mas também o dever de iniciar um processo de educação permanente;

19. Em um dos discursos de Hitler, ele dizia que seria uma educação diferente, iniciada com a juventude para jamais terminar. O homem passaria de uma escola para a outra, desde criança até a velhice; • Em 1938, quando estava ainda mais seguro de seu poder, ele terminou a enumeração dessas escolas declarando: ”Por toda vida eles não serão mais livres”;

20. No fim de 1932, a juventude hitlerista tinha 108 mil membros. Isso era pouco perto dos 4 milhões de jovens que se dividiam em associações de caráter político, religioso, esportivo ou até mesmo de lazer; • No decorrer do tempo, eles foram se multiplicando, até que no fim do ano de 1936 ,já haviam 5,400.000 de membros;

21. Em junho de 1934, o sábado fora declarado “ dia nacional da juventude”; • A quarta-feira fora promovida o “Dia da Vigília”;

22. Em 1939 se torna obrigatório aos pais sob a pena de multa ou de prisão, declarar aos responsáveis pela HJ seus filhos que atingissem o décimo ano. As mesmas penas eram previstas para aqueles que tentassem afastar seus filhos do serviço da HJ-serviço que a política local estava habilitada a fazer cumprir à força;

23. Essa coerção que se exercia com violência cada vez maior sobre a autoridade parental, teve como resultado a destruição de toda instância de identificação privada do jovem, em favor da imagem coletiva do Fuhrer .”Eu não tenho consciência. Minha consciência se chama Adolf Hitler”;

24. Assim, o interesse superior de Volksgemeinschaft, representado pela vontade de Fuhrer, exigia muitas vezes que a criança travasse um combate contra a autoridade paterna ou familiar;

25. O alistamento dava-se na idade dos 10 anos do garoto, depois de ter passado por provas esportivas entrava no Deusche Jungvolk (DJ: jovem povo alemão, por um período de 4 anos o acompanhava um caderneta de notas indicando seus processos físicos e ideológicos;

26. No primeiro ano, meninos e meninas aprendiam os “Deuses e heróis dos germanos”, no segundo os “Grandes alemães”, no terceiro “Vinte anos de combate pela Alemanha” e no quarto ano, enfim “Adolf Hitler e seus companheiros de luta.”;

27. A formação ideológica, dos 14 aos 18 anos, prosseguia por cursos falando sobre “O combate pelo Reich” desde os antigos germanos até Hitler, passando pelas relações do imperador com o papado, sobre “o povo e a herança do sangue”, sobre “o espaço vital”, assim como sobre problemas referentes ao “futuro do movimento”, a “Obra de Fuhrer” ou à “Alemanha no mundo”;

28. Os acampamentos sob a direção de HJ, haviam se tornado verdadeiros campos de treino militar; • Todos os campos eram ordenados com um slogan: ”Todos nascemos para morrer pela Alemanha”;

29. As atividades para os rapazes eram: camuflagens, emboscadas para os inimigos, proteção de uma coluna em marcha, operações de batedores, montagem das tendas, cartografia, exercícios de tiro, assim como todos os esportes capazes de desenvolver empenho;

30. A duração das marchas aumentava de acordo com a idade, assim como o peso do equipamento; • Acrescentava-se também cursos de vôo a vela e a motor, assim como a realização de maquetes de aviões;

31. EDUCAÇÃO DAS MOÇAS / BDM (FEDERAÇÃO DE MULHERES ALEMÃS)

32. EDUCAÇÃO DAS MOÇAS / BDM (FEDERAÇÃO DE MULHERES ALEMÃS) • Conhecimentos em socorro e salvamento; • “cada filho que (a mulher) põe no mundo é uma batalha que ela trava pela sobrevivência do seu povo”

33. CASAMENTO BIOLÓGICO • Oficialização do casamento biológico em 28 de outubro de 1935; • Hitler, pai simbólico de todos os filhos; • Mães solteiras passam a ter direito de serem chamadas de “senhoras”.

36. O INTERESSE DO GERAL AO PARTICULAR

37. Ano Rural / Serviço Rural • Desinteresse da juventude referente ao campo; • Acampamentos da BDM, em virtude da “frente dos nascimentos”;

38. Formação para o Socialismo • -Opor-se ao “judeu-bolchevismo”; • -Formar o povo alemão no socialismo; • - Uma única bandeira flutua diante das HJ. O filho do milionário e o filho do trabalhador usam um único e mesmo uniforme. Pois só a juventude é capaz de ser livre de preconceitos desse gênero, é capaz de uma autentica Comunidade; sim, a Juventude é o Socialismo. B. Von Schirach

39. - Inversão da hierarquia • -Desconfiança dos empregadores

40. Leistung (rendimento, desempenho e façanha) / Soldados de uma idéia • -Organizações de competições (educação em Mein Kampf); • - Clima de competições atinge a Frente do trabalho (1933);

41. “...Corresponder ao desejo do Fuhrer significava também que cada um entrava com seus camaradas em uma relação de rivalidade amorosa para satisfazer esse desejo. Assim era gerada uma dinâmica perversa com relação a essa “idéia” primeira da qual cada um deveria ser o soldado: “o interesse geral tem primazia sobre o interesse particular” (Gemeinntz gehtvor Eigennutz). E foi sempre em nome do interesse geral, simbolizado pela figura de Hitler, que foram encetadas todas as seleções, mas também que se declararam as rivalidades mais ferozes que minavam interiormente o regime.”

42. O “SWING” CONTRA WAGNER

43. Quem foi Wagner? • Os jovens compreendiam que eram o objeto privilegiado do nazismo. • “Pacto” de conservar a juventude. • “...O ‘poder misterioso’ desse espetáculo era o de despertar em cada um o desejo de tomar parte nele como em uma grande obra de arte coletiva”.

44. As propagandas, marchas e cantos não eram a parte mais importante da propaganda enganosa do nazismo, que escondia uma realidade horrível, elas não tinham o papel de enganar a ninguém. • O poder da arte no nazismo. • “A missão da arte e do artista não é apenas unir, ela vai muito mais longe. É seu dever criar, dar forças, eliminar o que é doente e abrir caminho para o que é são”.(carta de Goebbels a Furtwangler). • O que fascinava as pessoas era o fato de serem consideradas todas artistas do Reich eterno, encarnadas pelos trajes, gestos e tudo mais, perante esse papel, eram todas iguais.

45. Os jovens eram o futuro da nação, e Hitler se utilizava da arte como algo que permanece sempre jovem, e desse modo, criou sua imagem imortal, onde seus cabelos não branqueavam jamais. • Autoprodução e autopurificação: “... Corresponder ao desejo do Fuhrer era não apenas engajar-se na auto-seleção pelos cantos, trajes, provas e marchas; mas era também desejar-se a si mesmo mais puro, ou realizar a pura essência de sua alma eterna pela eliminação de toda uma alteridade.”

46. “... Enquanto não tivermos aniquilado o judeu em nós mesmos, nossa sobrevivência estará em discussão, o problema judeu não estará de modo algum resolvido.”(F.Hoffmann) Essa exortação fazia referência aos jovens que tinham seu próprio modo de fazer as coisas, suas músicas, a sexualidade livre e etc, que tentavam algo como uma resistência, longes de corresponder ao desejo de Führer.

47. Depois de serem dissolvidas, as organizações de jovens ainda tentaram reconstituir-se clandestinamente, porém, as prisões e etc, venceram essa política de resistência. Mas, a partir de 1938 as resistências dos jovens quanto aos modos de vida que eram quase obrigados a levar começaram a se tornar mais fortes. Assim, o regime, que já havia destruído toda forma de resistência que podia, começou a se encontrar sozinho diante do “desejo” da juventude de mudar. E, em 1944, Himmler, o chefe das ss e da polícia redigiu uma circular que dizia respeito à “luta contra as quadrilhas de jovens”.

48. Distinção entre 3 grupos de marginais: Os de “caráter criminoso-anti-social”(grosserias, algazarras infrações as leis...) Os de caráter de oposição política, mas sem programa definido(rejeição das HJ e dos deveres para com a Volksgemeinschaft, indiferenças ao curso da guerra, rádios clandestinas...) Os “individualistas liberais” (adoção dos ideais ingleses, língua, comportamento, música - swing...) O tratamento para esses grupos, de acordo com Himmler seria mandar seus líderes para os campos de comcentração, para que recebessem um “corretivo”. • Nos meios operários, os jovens que haviam deixado a escola e ainda não podiam ser incorporados ao exército eram recrutados, e assim se juntavam aos jovens colegiais “swing”, compartilhando do mesmo ódio pelas HJ.

49. “... Mas, pouco a pouco, ficou evidente que esse processo criador entregava à mais extrema servidão aqueles que a ele se submetiam.Exigia deles uma Leistung(rendimento, desempenho ou façanha) cada vez maior, na qual deviam absorver-se por inteiro para dar à “visão do Fuhrer” um caráter tangível e legitimá-la.Esse processo que fazia deles os “soldados de uma idéia” exigia que a guerra se tornasse um estado permanente, e que, assim, o processo craidor se confundisse inteiramente com a negação que existe.”

50. “...Depois do almoço, no dia 30 de Abril, trancou-se com Eva Braun nos seus aposentos. Ouviu-se apenas um tiro. Quando lá entraram encontraram-no com a cabeça Desfeita à bala e com a pistola caída no colo. Em frente, numa languidez de morta, estava Eva Braun, sem nenhum ferimento visível. Ingerira cianeto, um poderosíssimo veneno. Eram 15:30 horas. Rapidamente os dois corpos, envolvidos num lençol, foram removidos para o pátio e, com o auxilio de 180 litros de gasolina em que os embeberam, formaram, incendiados, uma enorme tocha. Ao redor deles, uma silenciosa saudação fascista prestou-lhes a homenagem derradeira.”