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Inovações Pedagógicas: desafios da construção do conhecimento. Dra. Maria Isabel da Cunha. SABERES DOCENTES.
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Inovações Pedagógicas: desafios da construção do conhecimento Dra. Maria Isabel da Cunha
SABERES DOCENTES Os saberes do docente são atingidos pelas crises que compõem o contemporâneo. Abalados os conhecimentos que dão sustentação a um ensino prescritivo e legitimado pelo conhecimento científico, o professor vê-se numa emergência de construção de novos saberes. As questões principais que enfrenta na prática cotidiana dizem respeito a processos que geram perguntas tais como:
Os saberes docentes se constituem histórica e culturalmente. São plurais, heterogêneos e heterogêneos e são afetados por uma estrutura de poder presente na sociedade e no mundo do trabalho (Tardif, 2002) .
UMA ROTA ALTERNATIVA • Compreender como os professores aprendem; • Assumir a complexidade da docência; • Reconhecer a pedagogia universitária como espaço de diversidade e tensão.
PROCESSOS PROFISSIONALIZAÇÃO DE PROFESSORES NA PERSPECTIVA DA INOVAÇÃO • Valorizar o que os professores sabem e estimular o positivo que vem sendo construído na prática acadêmica; • Identificar docentes parceiros para desenvolver processos inovadores; • Estimular uma reflexão rigorosa sobre suas práticas, auxiliando a análise dos processos que as constituem; • Reconhecer os professores como produtores de saberes e estimulá-los na autoria de suas experiências; • Disponibilizar referencias teóricos que os ajudem a fundamentar suas opções.
No caso de nossas pesquisas (Cunha et alii, 1989, 1998, 2000, 2004): Inovação é entendida na perspectiva da ruptura paradigmática. Essa dimensão extrapola o aparato tecnológico e o rearranjo metodológico de práticas de sala de aula. Inclui, fundamentalmente, uma base epistemológica que rompa com o paradigma dominante. (Santos, 1988).
Critérios de análise das experiências: • ruptura como forma tradicional de ensinar e aprender e/ou procedimentos acadêmicos inspirados nos princípios positivistas das ciências modernas; • gestão participativa, por meio do qual os sujeitos do processo inovador sejam protagônicos da experiência desde a concepção até a análise dos resultados; • reconfiguração dos saberes, com a anulação ou diminuição das dualidades clássicas entre saberes científicos / saber popular / ciência / cultura / educação / trabalho / etc;
reordenação de tempo e de território da construção dos saberes, extrapolando os limites clássicos da sala de aula. • reorganização da relação teoria / prática, rompendo com a clássica proposição de que a teoria precede a prática, dicotomizando a perspectiva globalizadora; • perspectiva orgânica no processo de concepção, desenvolvimento e avaliação da experiência desenvolvida;
Professora: SandraCurso: DireitoCaracterização da experiência: Analisando alguns exemplos do repertório investigativo Trata-se de uma experiência que estimula os alunos a compreenderem o direito como uma ciência social, que tem intensa relação com a prática social dos indivíduos, das instituições e dos movimentos sociais. Desenvolve-se utilizando a estratégia das visitas a campo, fazendo com que os alunos entrem em contato com algumas realidades que, em geral, não conhecem. Têm sido utilizados locais como o Manicômio Judiciário, e um Acampamento do Movimento Sem Terra. Nessas visitas, o principal objetivo é relacionar o campo do direito com algumas realidades que, muitas vezes, estão distantes da condição dos alunos e nem sempre aparecem nas representações usuais do campo profissional. Na mesma disciplina há o recurso de utilização de pessoas-fonte, como uma outra estratégia para alcançar a relação teoria-prática. Em geral são juristas, sociólogos, pesquisadores, pessoas que vêm de outros países, outras culturas e que podem contribuir com a capacidade reflexiva dos estudantes. Muitas vezes essa estratégia dá margem à realização de Seminários que exigem dos alunos o exercício das capacidades de análise e síntese, estabelecendo relações entre a base teórica da disciplina e a prática social.
Professora: Berenice Curso: MatemáticaCaracterização da experiência: Trata-se de uma experiência realizada na disciplina de geometria, do Curso de Matemática. Consistiu no desenvolvimento de um estudo de geometria com enfoque nas artes visuais, buscando desenvolver a criatividade dos alunos e possibilitar-lhes aprender Geometria, por meio da arte. A proposta insere também, no processo de ensino-aprendizagem, a trajetória histórica da geometria, trazendo ao conhecimento dos alunos, obras de grandes artistas. É o momento da leitura de uma obra de arte por parte do aluno, requerendo o seu olhar geométrico, mas igualmente crítico e sensitivo. Promove, ao mesmo tempo, atividades práticas que estimulam a identificação das formas geométricas como, por exemplo, captar por meio de uma fotografia, situações do cotidiano que sugiram formas geométricas relacionando-as com o conteúdo abordado em sala de aula. Toda a parte axiomática da disciplina também é trabalhada, como por exemplo, a confecção de mosaicos ou padrões onde para criá-las, deve-se ter conhecimento de como construir polígonos regulares inscritos e circunscritos. Essa experiência exige, para sua viabilização, classes de até 30 alunos, tendo em vista suas características e a possibilidade de produção e acompanhamento dos estudantes.