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P. 1 Edição. 2009. E. R. E. T. R. N. I. T. E. Editorial.
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P 1 Edição. 2009 E R E T R N I T E
Editorial É com imensa alegria e satisfação que o grupo PET CBB – UNESP lança sua primeira revista: “TINTERPRETE”. Com a finalidade de aproximar o grupo da comunidade acadêmica e comemorar nossos 20 anos de existência repletos de luta, conquistas e aprendizado, essa edição vem a discutir assuntos que ladeiam a vida universitária e que na correria do dia a dia nos passam totalmente despercebidos. O PET (Programa de Educação Tutorial) é um programa associado ao MEC cuja finalidade reside em promover uma formação ampla e de qualidade acadêmica aos alunos de graduação, estimulando a fixação de valores para que se tenha um cidadão participativo e consciente de suas atitudes. Por meio de diversos projetos, o PET – CBB tenta promover o contato do graduando com a realidade na qual está inserido, proporcionando conhecimento, contato com a comunidade e trabalho em grupo. A universidade está inserida em um ambiente em que há diversas temáticas. Ao contrário do que muitos pensam, esses temas conversam entre si, formando um todo –a universidade- repleto de faces, valores e diferenças. O sistema de cotas, o movimento estudantil, o hábito alimentar dos estudantes, as drogas, a pós-graduação e a economia são fatores intrínsecos à vida universitária e por várias vezes deixam de ser discutidos e possivelmente revistos. Alimentando mais a discussão, propomos uma breve reflexão a respeito do analfabetismo literário e do fim da luta de classes. Finalmente, encerramos essa edição descrevendo “nossa” Botucatu, cidade rodeada de curiosidades, crenças populares e sede da nossa querida faculdade. Desejamos uma boa leitura e esperamos que gostem. Até a próxima! Por Jaqueline Camargo (Zuca), Juliana Ravelli (Talááá) e Vivian Gasparetti (Farritas).
Sumário • Conhecendo o pet • Pós – Graduação • Cotas: 1 lado • O petcbb • Cotas: mais 1 lado • Só sei que tudo sabem • Conhecendo o PIB • Cotas: 1 lado • O movimento estudantil • Usuário de drogas • Coisas que universtários • não sabem de Botucatu • Hábito alimentar dos • estudantes na universidade • Conhecendo o pet • Ajuste na ideologia • Analfabetos literários
“Escrever é procurar entender, é procurar reproduzir o irreproduzível,é sentir até o último fim o sentimento que permaneceria apenas vago e sufocador. Escrever é também abençoar uma vida que não foi abençoada”. Clarice Lispector
Conhecendo o pet O PET foi criado em 1979 durante a Ditadura Militar com o nome original de Programa Especial de Treinamento e era vinculado a CAPES (Coordenação de Aperfeiçoamento Pessoal de Nível Superior). Só em 1999, passou para a jurisdição do Ministério da Educação. Durante os anos de 1995 a 2003, o MEC tentou extingüir o programa alegando onerosidade ao governo, mas não conseguiu devido às intensas pressões dos acadêmicos. Em 2004, o programa passou a se chamar Programa de Educação Tutorial. Segundo o Governo Federal, o PET (Programa de Educação Tutorial) é um programa de incentivo à pesquisa e à extensão universitária na graduação. Ele está subordinado à Secretaria de Ensino Superior (SESu) do Ministério da Educação (MEC). O Programa tem como objetivos principais estimular a formação de profissionais de elevada qualificação técnica, científica, tecnológica e acadêmica, em uma tentativa de melhorar o ensino superior no país, assim como, através das atividades acadêmicas e de extensão universitárias, estimular um espírito crítico, tornando os universitários futuros profissionais éticos e com noções de cidadania e bem-estar social. Com esse intuito, o aprendizado dos petianos é multidisciplinar, preparando-os não só com uma formação acadêmica mas também cidadã. Atualmente, existem grupos PET espalhados por todo o território nacional, contando com diversos alunos bolsistas. Os requisitos necessários para um aluno integrar o PET são: estar matriculado em qualquer curso autorizado pelo MEC e que o grupo do qual ele quer fazer parte seja condizente com o seu curso. Além isso, o interessado passa por um processo de seleção, organizado pelo tutor (um professor responsável pelo grupo) e pelos petianos (integrantes do grupo) e caso seja selecionado recebe uma bolsa no valor de R$ 300,00 e desenvolve projetos e trabalhos em pesquisa, ensino e extensão. Os bolsistas possuem a obrigação de manter um bom currículo escolar, sendo este periodicamente avaliado pelo MEC. Os grupos podem contar ainda com a participação de voluntários.
PETCBB –Ciências Biológicas de Botucatu Hoje, o PET-CBB conta com os seguintes graduandos: Biológica Gustavo Francisco Rosalin Saraiva (Dona Florinda), Jaqueline A. S. C. Camargo (Zuca) Karen Silva Luco(Carnívora), Fábio Rafael C. Glanso(Laranja) Tiago Bodê (Heresia), Biomedicina Evandro Katsui Utsunomia(Japa), Juliana Ravelli Baldassarre Martins (Tálááá) Thalita de Almeida Tavares (Melambe). Voluntários Bianca Santos Domingues(Lorota); Thaís Canto Cury(Misskat) Nutrição Gisele Mariana do Nascimento Schiavo (Assaí), Estela Maria Rodrigues Alves Ribeiro (Quiabão), Vivian Gasparetti Abdoullah (Farritas); Tutora: Cláudia Helena Pellizzon (Do cente do Departamento de Morfologia) A elaboração desta revista também contou com a colaboração dos seguintes petianos egressos: Leonardo Biral dos Santos (Já Morreu), Raquel Sanzovo Pires de Campos (Contente), Alice Silva Gonçalves (Desdém), Claudete Cordia (Grobeleza) e José Alexandre Buso Weiller (Goza-fora); KUTAKO/MALDITO./BOLA
PETCBB - Atividades Hoje, o PET-CBB desenvolve as seguintes atividades de Pesquisa e Extensão: O projeto “ IB conhece o IB” tem como objetivo mostrar aos alunos do Instituto de Biociências da UNESP- Campus Botucatu, através de palestras, as principais linhas de pesquisas e projetos de Ensino e de Extensão Universitária desenvolvidos por docentes e cooperadores. Este evento que ocorre com periodicidade mensal traz aos alunos as práticas e procedimentos laboratoriais, ou seja, o cotidiano de um docente-pesquisador, e procura despertar nos alunos o interesse pela área de pesquisa destes profissionais. No ano de 2007, a adesão dos professores foi considerada excelente pelo grupo PET-CBB, em virtude da quantidade de professores que se dispuseram a participar do evento, por considerarem de grande valia aos alunos e uma forma de difundir suas linhas de pesquisas abrindo assim possibilidades para futuras parcerias. O público alvo são os alunos de graduação e o corpo docente, todavia a participação é aberta a todo o Campus de Botucatu. Como o evento é de caráter permanente, qualquer um que desenvolva projetos científicos dentro da Universidade está convidado a transmitir aos alunos e colegas um pouco de sua experiência . O ib conhece oIB FOGO/ABEM O PET-CBB, em parceria com a Associação do Bem Estar (ABEM), desenvolve o Projeto de Extensão Universitária denominado “Projeto FOGO/ABEM”, o qual consiste na aplicação prática de uma revisão bibliográfica realizada no ano de 2006. O projeto atende 30 crianças com idade entre 9 e 12 anos, e procura trabalhar os aspectos históricos, culturais, físico-químicos, ambientais e tecnológicos contribui na formação pessoal dos integrantes. Os petianos acreditam que o projeto proporcionará maior inserção do PET na comunidade de Botucatu e permitirá mostrar que é possível produzir conhecimento com responsabilidade, união e cidadania.
PETCBB - Atividades CIÊNCIA NA COZINHA EVENTOS Os petianos, semestralmente, apresentam seminários sobre temas de seu interesse e que queiram compartilhar com os outros. Esses são abertos aos alunos e docentes da UNESP-Botucatu. Além disso, o grupo promove eventos culturais e, em parceria com os demais grupos PET de Botucatu, realiza o “ INTERPET “ , que busca a troca de conhecimentos e experiências entre os grupos e alunos de graduação. O principal foco desse trabalho é instigar a curiosidade acerca dos eventos que acontecem no nosso dia a dia, neste caso, mais especificamente na cozinha, e mostrar que o pensamento científico pode entrar no nosso cotidiano sem grandes complicações.Para tanto, o nosso grupo se dividiu em três subgrupos: 1)Transformação dos alimentos; 2)Limpeza: Funcionamento e desmistificação dos produtos; 3)Funcionamento de equipamentos de cozinha. Cada um dos três tem como objetivo elaborar uma ampla pesquisa, onde será projetado um experimento de baixo custo que poderá ser utilizado no ensino médio. Cada experimento será acompanhado de uma ficha explicativa e um histórico científico do pensamento. REUNIÃO O grupo se reúne todas às quartas-feiras às 18 horas e às quintas-feiras às 12h30min, além de um domingo por mês durante meio período. Nessas reuniões os integrantes discutem sobre o desenvolvimento dos projetos em andamento, idéias de novos projetos, bem como sobre os problemas relativos ao grupo.
PETCBB - Depoimentos Alguns depoimentos dos alunos do instituto de biociências sobre o que conhecem do petcbb: ¨É um programa de ensino tutorial. O intuito é estudar além do que você aprende no seu curso. É também interagir com a sociedade através desses estudos com programas de extensão, por exemplo.¨ Amanda Foster ¨É um programa de educação tutorial, onde vocês desenvolvem projetos de extensão pra aproximar mais a universidade da comunidade.¨ Letícia Salem ¨Eu acho que é uma discussão sobre atualidades, filosofia, extensão.¨ Josiane Carreira Martins ¨É um grupo de alunos que pesquisam, se encarregam de trazer informações do que está acontecendo, não só nas universidades, mas em termos de mundo, como, por exemplo, pesquisas que estão sendo feitas. E as pessoas não ficam sabendo o que acontece no PET.¨ Vanessa Camila ¨Sei que é um programa de educação tutorial. Eu conheço pessoas que participaram e participam de PET, mas ninguém me consegue explicar direito o que acontece lá. Sei que vocês leem livros, discutem filmes e de vez em quando, mas muito de vez em quando, promovem filmes, mas os avisos são sempre tarde e colocam só um cartaz.¨ Bárbara de Mendonça Heiras ¨Eu sei que é um programa de educação tutorial. Eu sei que o PET faz alguns projetos sociais, como o da ABEM e outros. Promove algumas sessões de filmes (CINEUNESP) e algumas palestras e sei também que nas reuniões do PET são discutidos assuntos da realidade.¨ Jean Felipe Marques ¨Não faço a mínima idéia¨ Bruna Jerônimo ¨Eu realmente não sei.¨ Ana Flávia Laureano ¨Não sei.¨ Érica Hissamy Kawasaki ¨Não sei. Pra mim é um programa que faz várias palestras e discussões sobre atualidades.¨ Juliana Bravo Guerreiro
Só sei que tudo sabem Agora o tempo é outro, estamos inaugurando uma nova filosofia: o “desnecessarismo”. É tempo de novos gênios, de grandes sábios e filósofos, do dispensável! Seja bem-vindo quem sabe de tudo! O fato é simples. Qual foi a última vez que você escutou um “não sei”? Ah... Com certeza te dói para responder... Talvez seja por um simples motivo: você não sabe, mas tem que opinar! Vocês já repararam naquele professor que sempre tem uma resposta para sua pergunta? Pode não ser a solução do seu problema, a explicação do seu questionamento, a explanação do esquema que faltava para você entender, na realidade, pode não ser nada. Mas é uma resposta. Você jamais escutará que ele não sabe. E aquele mestrando/doutorando com quem você fez estágio? Você se lembra dele? Esse é vivido, experiente, esse sabe das coisas! Obviamente passa o dia estudando, pois ele também não diz “não sei”. Já repararam? Estranho é que no tempo dele nunca tinha ninguém para fazer seu papel e explicar como ele faz agora. Além de sábio, é uma boa alma! Que sorte a nossa. Pra falar a verdade eu nunca encontrei ninguém aqui na faculdade dizendo, com sentimento de humildade, que não sabia de algo. Bom, foi-se o tempo em que se tornaria ilustre quem esboçasse um saudoso “só sei que nada sei”. A moda agora é: “só sei que sobre tudo opino”. Idéias estéreis, comentários levianos... não importa. Dê a sua opinião! Antes de universitários, formaremos Wikipédias, Doutores. Por Raquel Sanzovo Pires de Campos (Contente) s em Google.
Conhecendo o pib Para se mensurar o desempenho de uma economia existem vários indicadores, dentre os quais, o Produto Interno Bruto (PIB), que avalia o total de mercadorias e serviços produzidos no país durante um determinado período. Ele é um dos indicadores mais utilizados na macroeconomia com o objetivo de medir a atividade econômica de uma região. Fatores importantes como as perspectivas de investimentos financeiros pelas empresas e pelo governo, a expectativa de crescimento da economia que provém destes investimentos e a própria geração de empregos - uma das principais preocupações do universitário - dependem do PIB. O índice desconsidera a matéria-prima utilizada na fabricação de produtos, contabilizando apenas os bens depois de prontos e serviços. Na produção de vinho, por exemplo, a uva não é computada. Para obtermos o PIB precisamos somar os serviços médicos, os cortes de cabelo, os sapatos, as bananas e tudo o mais que se produziu durante o ano. A única maneira de somarmos sapatos e bananas é expressando em reais o valor desses bens, através do preço a que foram vendidos. Terminada a conta, obtemos um valor, que os economistas chamam de PIB nominal. Ele nos dá pouca informação pois resume, num único número, o comportamento dos preços e das quantidades. O ideal é utilizarmos o PIB real, que leva em conta apenas as variações nas quantidades produzidas e não nas alterações de seus preços de mercado. O consumo da população é o primeiro fator que exerce influência direta sobre o PIB, dependente dos salários e dos juros. Quanto maiores os salários e menores as taxas de juros, maior será o consumo e, consequentemente o PIB do país. Caso os salários estejam muito baixos e as taxas de juros elevadas, o dinheiro destinado à compra de produtos e mercadorias será menor e o PIB também, por razão direta, impedindo o crescimento da economia de forma desejada. É baseado nesse princípio que o governo realiza o cálculo dos salários e das taxas de juros que regem nosso país, não podendo oferecer um aumento de salário desproporcional a essas taxas.
Conhecendo o pib O consumo da população é o primeiro fator que exerce influência direta sobre o PIB, dependente dos salários e dos juros. Quanto maiores os salários e menores as taxas de juros, maior será o consumo e, consequentemente o PIB do país. Caso os salários estejam muito baixos e as taxas de juros elevadas, o dinheiro destinado à compra de produtos e mercadorias será menor e o PIB também, por razão direta, impedindo o crescimento da economia de forma desejada. É baseado nesse princípio que o governo realiza o cálculo dos salários e das taxas de juros que regem nosso país, não podendo oferecer um aumento de salário desproporcional a essas taxas. Quando o PIB é dividido pela população passa a se chamar PIB per capita. Esse valor é um indicador utilizado para analisar a qualidade de vida em um país. Algumas nações podem ter um PIB elevado por serem grandes e terem muitos habitantes, mas seu PIB per capita pode resultar baixo já que a renda total é dividida por muitas pessoas, como no caso da Índia. Além do conceito de PIB, existem muitos outros que fazem parte do nosso dia-a-dia, como a inflação, o mercado financeiro, o câmbio e a taxa Selic, que ao leigo em economia e, portanto, à imensa maioria universitária, deva parecer extremamente complexo. Isto, associado ao desconhecimento acerca desse tema nos mantém alheios a realidade econômica do país. Por Gisele Mariana N. Schiavo (Assaí) Referências Bibliográficas: A Economia brasileira ao alcance de todos – Eliana A. Cardoso www.folha.uol.com.br www.ibge.gov.br www.wikipedia.org
Movimento estudantil Embora não seja considerado um movimento popular, o movimento estudantil possui caráter social e de massa. Tem como órgãos de representação nacional a UNE (União Nacional dos Estudantes), à frente dos estudantes universitários, e a UBES (União Brasileira dos Estudantes Secundaristas), representando os estudantes do ensino fundamental. No âmbito universitário, além da UNE, existem ainda as UEEs (União Estadual dos Estudantes), órgãos de representação estadual, o DCE (Diretório Central dos Estudantes), que representa todos os estudantes de uma instituição e, nos cursos das instituições, os Centros e Diretórios Acadêmicos, mais acessíveis aos alunos. No Brasil, o movimento estudantil teve grande notoriedade nas décadas de 60 e 70, no auge da ditadura militar. Sob o comando da UNE, que na época atuava na ilegalidade, milhares de estudantes se manifestaram e lutaram por uma universidade de qualidade e, principalmente, por sua liberdade e seus direitos. Participantes do Movimento Estudantil Popular Revolucionário afirmam que o movimento estudantil dessa época possuía um caráter revolucionário, ou seja, os estudantes deixaram de acreditar nas eleições como instrumento de mudança e passaram a lutar com o objetivo de tirar do poder aqueles que o detinham, vendo nisso a única saída para solucionar os problemas nacionais. Muito diferente da vertente reformista que passou a predominar desde o início dos anos 80 com o movimento “Diretas Já”, no qual os estudantes acreditavam que a solução para seus problemas e de todo o país estava em eleger uma pessoa que pudesse representá-los de forma a atender seus interesses. O mesmo pode-se dizer com relação ao movimento dos “Cara-pintadas” no ano de 1992, pelo impeachment do então presidente Fernando Collor de Melo. Foi nesse período, mais precisamente no ano de 1986, que a UNE voltou à legalidade, e atualmente esse órgão tem uma atuação muito fraca no meio estudantil. O movimento enfrenta diversos problemas, sendo que o principal deles, e constante, é a rápida renovação de seus membros, já que o estudante passa pouco tempo na universidade (cinco anos em média), e nem todos esses anos podem ser dedicados à militância devido às demais obrigações acadêmicas. Outro
Movimento estudantil grande empecilho que atualmente o desarticula é o partidarismo político que se mostra muito forte dentro das entidades. Essa militância partidária enfraquece o movimento, pois os estudantes desviam a atenção das suas causas e necessidades para atender aos interesses dos partidos a que estão filiados. Mesmo com todas as dificuldades, recentemente vimos o movimento estudantil tomar um novo fôlego. Manifestações de estudantes universitários começaram a acontecer em todo o país no início do ano passado. Os estudantes protestaram contra o processo de sucateamento pelo qual vem passando as universidades públicas brasileiras, que tiveram que criar milhares de vagas sem que os repasses de verbas aumentassem proporcionalmente. Contudo, a pressão foi maior no estado de São Paulo, onde as manifestações estouraram, principalmente, pelos decretos assinados pelo governador José Serra, que, segundo os estudantes, feriam a autonomia universitária. O grau de mobilização não chegou a ser o mesmo em todas as entidades, e em alguns casos notava-se um interesse maior por resolver questões particulares de um único campus ou curso. Independente disso, viu-se que ainda existem estudantes que acreditam na sua força e se uniram para conseguir fazer com que o país inteiro voltasse os olhos para sua causa. Se eles foram bem ou mal interpretados, encarados como heróis ou baderneiros, já não importa, o fato é que mostraram que ainda têm força. Agora só cabe aos próprios estudantes decidirem se continuam brigando pelo que acreditam ou se adormecerão novamente enquanto nossas universidades continuam alvo de politicagem e desinteresse por parte de nossos governantes. Por Mariane Parra Grazina Coutinho (Boladona)
Coisas que universitários Nãosabem sobre Botucatu Sair da casa dos pais para ir em busca do desconhecido é a situação de muitos universitários, o que não poderia ser diferente na UNESP de Botucatu. Muitos, aqui, chegam sem conhecer o local e suas atrações, apenas se queixando do clima e da falta de opções para o lazer. Sendo assim, esse texto é uma homenagem aos meus colegas não botucatuenses (e não "botucudos") que aqui vivem. Em primeiro lugar, a brisa na cidade tem como motivo o fato de Botucatu estar localizada no topo da Cuesta - relevo de planaltos sedimentares (arenito) e/ou basálticos - que corta o Estado de São Paulo perpendicularmente ao Rio Tietê. Quanto aos pontos turísticos, há aqui diversos locais como o "Circuito das Águas" com inúmeras cachoeiras acessíveis; o Rio Bonito, banhado pelas águas do Rio Tietê; o Gigante Adormecido; as Três Pedras; a Igreja de Santo Antônio; a Fazenda Lageado; entre outros. Em relação à cultura local, muitas são as lendas que envolvem Botucatu. No período pré-cabralino a cidade teria sido ponto de passagem para o Peabiru, trilha lendária que ligava terras peruanas ao litoral atlântico. Outra lenda local é a do saci, segundo a qual sacis foram trazidos de Minas Gerais com o intuito de serem criados na região das Três Pedras. Com isto foi criada a ANCS (Associação Nacional dos Criadores de Saci), destinada aos interessados em criar sacis e registrada em cartório de Botucatu. Outro dado importante de nossa cultura é a descoberta do soro antiofídico, por Vital Brasil, na cidade de Botucatu. Em frente ao banco Nossa Caixa, localizada na Rua Amando de Barros, há uma placa em homenagem ao médico que aqui residiu e realizou importantes feitos científicos. Tão importante quanto saber sobre a cidade em que vivemos é saber sobre a história da Universidade na qual estudamos. Ela começou como Faculdade de Ciências Médicas e Biológicas de Botucatu (FCMBB), e o professor emérito Mário Rubens Guimarães Montenegro (muitos não sabem, mas há uma estátua em sua homenagem próximo à biblioteca do campus) foi um dos responsáveis pelas primeiras atividades. A UNESP foi criada em 1976, com a reunião dos institutos isolados do Estado de São Paulo. Botucatu não é apenas a "Cidade dos Bons Ares" e que tem apenas Centro, Bairro, Vital, primeiro e segundo Central. Aliás, Bairro é a denominação dada à Vila dos Lavradores apenas e não do Café Tesouro em diante! Há muito mais por trás disto, e este texto é apenas um estímulo para que os estudantes vindos de outras cidades passem a pesquisar e se interessar mais pela minha (nossa) cidade. Por Juliana Ravelli Baldassarre Martins (Tallá) Leitura de referência: www.ancsaci.com.br www.ibb.unesp.br/noticias/noticias_ibb27_07.php
Ajuste na ideologia É notório que, uma das características mais perceptíveis do mundo de hoje, seja a marcante hegemonia da ideologia neoliberal, enraizada nos mais diversos processos e agentes sociais. Hoje, é comum, tanto na imprensa como em certos círculos da intelectualidade, afirmações de que a luta de classes deixou de ser um referencial para explicar os dias atuais e os conceitos de “esquerda” e “direita” são ultrapassados, não sendo aplicáveis a contemporaneidade. Esta hegemonia impõe aqueles que pretendem ser de esquerda à tarefa de discutir e enfrentar esse tema. Embora intelectuais respeitáveis defendam que, nos últimos anos, a distância entre a esquerda e a direita tornou-se menor do que era no século passado, ainda subsistem diferenças fundamentais entre tais posições. Um grande divisor de águas entre elas é, segundo Bobbio, a questão da desigualdade econômica. Para os liberais, a desigualdade é essencialmente natural. Determinados indivíduos são, originalmente, superiores nos aspectos morais e intelectuais; portanto alguns nasceram para “prosperar” e outros para “trabalhar”. Embora defendam os princípios da igualdade civil e política entre indivíduos, consideram naturais e perfeitamente aceitáveis as desigualdades produzidas pela economia de mercado. Pobre é pobre porque é naturalmente pobre. Com este argumento se aceita a desigualdade social como fruto continuo e eminentemente natural. Para os que se consideram de esquerda, a desigualdade econômica é fruto de um processo histórico e, portanto finito. Ela surge, se mantém e se reproduz em função das condições materiais da produção econômica da sociedade. Aceitar a historicidade da desigualdade caracteriza, portanto, a oposição de esquerda na sociedade. Desta forma a desigualdade social é entendida como um mecanismo de apropriação e espoliação da mão-de-obra do proletariado, em beneficio de alguns providos do capital, ou seja, toda riqueza é fruto de espoliação do outro. Além disso, outra diferença entre esquerda e direita é a aceitação, ou não, da luta de classes como motor propulsor da história. Para aqueles que se pretendem de esquerda a aceitação dessa idéia é, obviamente, uma posição política e não simplesmente intelectual. Nas palavras de Srour “o conceito de luta de classes é objetivo, valendo teoricamente para todos, mas não é neutro, pois vale politicamente para certas classes sociais. Donde a necessidade para a burguesia de descaracterizar o
Ajuste na ideologia conceito, já que suas conotações ideológicas e políticas são indissociáveis: as ideologias teóricas burguesas convertem então a luta em competição e as classes em agregados estatísticos”.1 O discurso, simplista, da classe dominante é a afirmação de que após a queda do muro de Berlim as ideologias acabaram. Contudo, o que se pretende assegurar é o fim do marxismo, constituindo-se também uma posição ideológica! Conforme preconizou Karl Marx e Angels sobre o assunto (contido em “A ideologia Alemã”) não é possível reduzir a ideologia a um mero reflexo da infra-estrutura. As análises feitas por Marx e Engels não devem ser “sacralizadas”, mas devem servir como início para a apreensão da realidade. Haverá uma ruptura radical entre a apreensão científica da realidade social e a ideologia? Precisamos nos indagar que a prática cognitiva não se opera no abstrato, numa redoma alheia à realidade social. Ao contrário, ela “subordina-se às determinações históricas de uma formação social especifica. Nesse sentido, a produção cientifica é fortemente influenciada pelas contradições existentes na realidade social. Assim, a produção científica vincula-se, fortemente, às diferentes e contraditórias classes sociais. Se o real não é a matéria-prima da prática cognitiva, mas é sempre seu ponto de partida, sua matéria-bruta, sua apreensão é sempre realizada com base em uma teoria, teoria esta que está alicerçada em uma visão de mundo, portanto, ideológica. Isto porque, em todas as sociedades “o saber transmuta-se em instrumentos de dominação ideológica ou de contestação ideológica de uma classe social, pois constitui o sistema de apropriação dos conhecimentos em benefício de uma classe”. Não está, portanto, nem acima dos interesses de classe, nem acima das ideologias” 2 .É neste aspecto da luta de classes que é possível entender o desenvolvimento das ciências. Portanto “a ciência não é o anverso da ideologia, mas transformação dessa esfera. Simetricamente, a ideologia não é o anverso da ciência, mas intervenção criadora nos processos de conhecimento. Não há prática social, nas formações sociais antagônicas, que não encerre em seu âmago a luta de classes.”3 Traçando um paralelo com relação ao contexto da Universidade pública, podemos constatar o quanto o conceito de ideologia está deturpado e nebuloso. Recentemente nos defrontamos com ensejos de manifestações de greve e paralisações, por estes militantes que entre outros argumentos, relatavam que medidas tomadas por governantes ceifavam a intocada autonomia universitária e que isto era preceito para uma terceirização da Universidade pública. Contudo, vivemos em uma conjuntura nacional em que os disparates sociais se tornam a cada dia mais acentuados, e infelizmente confrontamos com uma realidade dura em que grande parte dos alunos da universidade pública são provenientes da classe média e alta, salvo acessões, ou seja, a Universidade que deveria ser a mola propulsora para mitigar
Ajuste na ideologia estas diferenças sociais, é hoje acentuadora destes disparates. E isto devido à grande parte dos recursos oriundos do estado serem injetados em uma Universidade que não atende aos anseios da grande camada social; recursos estes, que deveriam ser injetados no Ensino Fundamental e Médio propiciando assim, a real possibilidade desta camada social ter acesso a Universidade. Assim sendo, vemos uma Universidade envolta por uma redoma que a distancia cada vez mais da realidade social, por estar constituída em uma forma patriarcal em que todos os recursos devam ser oriundos apenas do Estado, sem que este, cobre estimativas de resultados qualitativos e quantitativos em termos de produção científica e formação ética de seus alunos. Com este contexto, presenciamos dentro da Universidade Pública, um total descaso dos alunos em retribuir ao estado todo investimento neles inseridos, ao contrário, somente vemos ensejos e pedidos por mais verbas em benefício de um ensino superior público dito de qualidade, mas nunca manifestações por mais ações sociais que aproximem a sociedade da universidade. Será que realmente não queiramos este distanciamento da sociedade para que elas não vejam o quanto de dinheiro já escoa pelo ralo das Universidades justificando pesquisas motivadas pelo simples ego de professores ou a enchente de cartazes que se proliferam nos murais, anunciando baladas e festas para os alunos gozarem dos ditos melhores anos de suas vidas. Para concluir, o ajuste de ideologia se deve constituir em uma revisão dos alicerces que constituem a Universidade pública detentora do conhecimento, este conhecimento que somente não seja um conhecimento de prateleira, visto a quantidade de publicações científicas produzidas somente para justificar títulos e cargos hierárquicos utilizando dinheiro público sem ética, e sim para que esta Universidade possa propiciar a diminuição dos disparates sociais de forma real e eficiente, não somente com atividades extencionistas que se assemelham com assistencialismo para a camada social que tem por direito este acesso, pois é dela grande parte dos impostos pagos para financiar a Universidade pública. Por Fábio Rafael Corte Glanso (Laranja) 1.SROUR, Robert Henry. Modos de produção: elementos de uma problemática. Rio de Janeiro: Graal, 1978, p.45 2.Citação p. 49 3.Citação p. 50 Menção a “Acabou a ideologia? Carvalho Luiz de Antonio, Jornal Sinpro. Edição Junho de 2007.
Analfabetos literários Não é com surpresa que encaro o resultado de uma pesquisa feita pelo Centro de Integração Empresa-Escola (CIEE), que constatou que 20% dos universitários da região metropolitana de São Paulo, ou seja, uma em cada cinco pessoas que freqüenta uma faculdade pública ou particular, não tem o hábito de ler. Foram entrevistados 1.104 jovens e, além de a Bíblia ter sido citada como o livro mais influente, os que afirmaram ler de vez em quando apontaram O Pequeno Príncipe como o livro preferido. Concordo com Fernanda Aranda (Jornal da Tarde, São Paulo, 25 de junho de 2007): resposta típica de concurso de beleza. Parece piada de muito mau gosto, mas, inclusive entre estudantes do curso de letras, há os que afirmam que não gostam de ler. E aqueles que gostam, por que não lêem? O que impede o acesso dos universitários brasileiros aos livros é o preço? Há os sebos e bibliotecas que, se não exibem acervos tão vastos e bonitos quanto às livrarias, possuem raridades a preços insignificantes,sendo de grande valia caso fossem visitados com maior freqüência. Há quem diga que falta incentivo, primeiro dos pais, depois dos professores: os filhos não lêem porque sua maior influência, quando pequenos, não lhes transmitiu esse hábito, será?Quanto aos professores, talvez o problema seja eles não conseguirem tornar as obras de Machado de Assis ou os jornais e revistas tão atraentes quanto, por exemplo, Harry Potter. Se ninguém tem medo de encarar as 400 páginas, em média, dos livros da série que virou febre, por que não ler os insubstituíveis clássicos da literatura brasileira ou ao menos se informar sobre o que acontece no mundo? O que impede a leitura é a falta de tempo devido à sobrecarga do próprio curso, já que a “decoreba”, muitas vezes necessária para obter boas notas nas provas, exige muito tempo em cima dos cadernos? Sim, cadernos.Quase ninguém mais estuda pelos livros. Por quê? Simplesmente porque não se estuda para aprender e sim para passar de ano, os livros exigem tempo e interesse em conhecer, saber mais, ir além do bê-a-bá das aulas teóricas. O problema começa bem antes, como mostram os resultados do Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa), divulgados no dia 5 de dezembro de 2001, em Brasília. O Brasil ficou em último lugar na pesquisa que avaliou alunos de 15 anos de idade, de 32 países, quanto à capacidade de leitura e compreensão de textos. Vergonhoso! Mas, o que fazer quanto a isso? Basta multiplicar o
Analfabetos literários número de livros nas bibliotecas? Na maioria das escolas não se aprende a ler, refletir, questionar. Os alunos são obrigados a ler livros para depois responder questionários, para os quais os professores já têm as respostas prontas. Decoram as características dos movimentos literários sem ler uma obra sequer representativa de algum deles. Não nego a parcela de responsabilidade dos professores, mas a questão é muito mais ampla. O esperado, pelos pais e alunos, é que eles ajudem os últimos a passar no vestibular e é isso o que importa, não a leitura pelo prazer, pela informação, pela formação humanística ou pela busca por compreender o mundo. Aprender, refletir, sonhar, questionar, para quê? Não é isso que possibilita a entrada na universidade. Muita coisa precisa ser mudada para que esse quadro deixe de ser tão crítico e quem sabe, um dia, possa ser transformado completamente. De acordo com Gabriel Perissé, professor universitário e autor do livro “Ler, pensar e escrever”, é preciso criar um ambiente favorável à leitura, valorizando quem lê. Talvez se os bons leitores tivessem mais espaço e reconhecimento na TV, nos jornais e no próprio sistema de ensino alguém se espelhasse neles. Não é com surpresa que encaro esses resultados, mas com tristeza e vergonha. Por Alice Silva Gonçalves (Desdém)
Pós-graduação A consolidação e os avanços técnológicos do brasil: Onde estão as incongruÊncias? Os primeiros cursos de pós-graduação brasileiros foram implantados no início da década de 1930[i], quando Francisco Campos propôs a implantação de uma pós-graduação nos moldes europeus. Porém, o grande impulso deste nível de ensino só se deu no início da década de 1960 quando o Brasil vivia seus “Anos Dourados” bem como punha em prática o Plano de Metas, lançado em 1956 pelo então presidente Juscelino Kubtschek. Nesse período o Brasil passou por um processo de modernização na medida em que se tornava um cliente mais assíduo e dependente das novas tecnologias e dos produtos estrangeiros. Foi nesse contexto de dependência que se deu a instalação e incentivo da pós-graduação no Brasil. Dessa forma podemos compreender que seu nascimento se deu num contexto de vinculação de uma sociedade a outra, supostamente mais desenvolvida. Santos (2003) denomina esta relação de “parceria subordinada” e aponta que esta é extremamente nociva no que tange à área de pesquisa, visto que ocorre apenas uma compra do Know-how estrangeiro e desestimula as iniciativas de desenvolvimento tecnológico do país, limitando a formação de cientistas e pesquisadores. Além disso, o desenvolvimento científico fica sob tutela e interesse dos países desenvolvidos e o valor do pesquisador passa a depender do impacto internacional que seu trabalho causa, bem como na forma que sua pesquisa atende as necessidades do mundo desenvolvido. As duas grandes tendências que marcaram a pós-graduação brasileira foram a européia (principalmente a USP) e a norte americana (ITA e UFRJ), ou seja, o Brasil tratou literalmente de seguir a tradição de sucesso e prestígio nos países desenvolvidos com a suposta idéia de tornar nosso país, subdesenvolvido, o mais parecido possível com os primeiros. É um erro ignorar o fato de que o modelo americano e europeu de pós-graduação não obteve um sucesso em nosso país, uma vez que é grande e crescente o número de universidades, cursos e linhas de pesquisas disponíveis e, sobretudo, durante os últimos anos observamos um aumento constante na produção científica no país. Segundo o professor de estatística da UFPE, Francisco Cribari-Neto[ii] o Brasil está atualmente na 15º posição na lista de paises que mais publicam artigos científicos no mundo, ou seja, o país é responsável por 1,92% da produção mundial. [i] As informações apresentadas com relação à história da pós-graduação no Brasil foram feitas com base em: Santos (2003) [ii] Fonte: <http://www.ime.usp.br/~abe/lista/msg01761.html>
Pós-graduação Com isso, ultrapassou países desenvolvidos como a Suécia e a Suíça. Essa produção crescente se deve em grande parte aos trabalhos de pós-graduação no nível de mestrado e doutorado, afirma o professor. Além disso, o estudo do prof. Dr. Carlos Henrique de Brito Cruz, aponta que não existe nenhuma universidade nos Estados Unidos que forme mais doutores por ano do que a USP ou a Unicamp. Esses dados são importantes e reveladores, uma vez que eles aparentemente nos mostram resultados animadores da pós-graduação no nosso país. Mas, por outro lado, ao nos deparar com a realidade caótica e problemática do Brasil, devemos refletir sobre as seguintes perguntas: o que a sociedade brasileira ganha com o aumento da produção científica deste país? O que o Brasil ganha com um número maior de doutores formados? Devemos lembrar que o aumento da produção científica e do número de doutores formados não diminuiu os problemas do país, tais como alta dependência tecnológica, desigualdade econômica e social, corrupção, alto índice de mortalidade infantil, desemprego, desmatamento, entre outros. Sinceramente, me faltam argumentos para dizer o que a sociedade brasileira ganha com um número maior de doutores formados a não ser um maior número de artigos publicados e, por conseqüência, reconhecimento internacional - são poucos os progressos obtidos nos laboratórios das universidades e revertidos à sociedade, a maioria fica restrita a um artigo de uma revista. O prestígio científico internacional não resolve os problemas citados anteriormente. Nesse fato percebemos uma enorme incongruência. Os doutores brasileiros não deveriam se preocupar em agradar os estrangeiros, mas sim seus compatriotas, afinal são esses que pagam impostos e, por sua vez, abastecem os cofres do CNPq, CAPES e FAPESP – principais agências de fomento à pesquisa deste país. Sob essa mesma óptica, acredito que os doutores brasileiros não deveriam ser formados para atender ao interesse de um pequeno grupo de pessoas, no caso uma empresa, mas sim de uma nação. Além disso, penso que o problema maior não está em como o conhecimento adquirido pelo mestre ou doutor é aproveitado, como afirma Brito Cruz, mas, por quem e como está sendo feita a aquisição de tal. [1] As informações apresentadas do estudo de Carlos Henrique Brito da Cruz foram feiras com base em: Agência FAPESP (2007)
Pós-graduação Ao fazer uma correlação do aumento da produção científica deste país nos últimos anos, a qual já ultrapassa países desenvolvidos, com a realidade cotidiana do mesmo, caracterizada por enormes problemas típicos de nações subdesenvolvidas, identificamos outra grande incongruência: tem-se como prioridade a quantidade e não a qualidade. Este ponto é importante, uma vez que está perfeitamente relacionado à qualidade do ensino e pesquisa da pós-graduação no Brasil. Não importa o que o aluno produz, mas o quanto ele produz. O aluno não precisa estar necessariamente preparado e ter vocação para a pesquisa. Saber, querer, se envolver e pensar naquilo que ele está produzindo para fazer um trabalho de qualidade. Basta somente cumprir suas obrigações, aprender, reproduzir, manusear, obter resultados e montar tabelas no Excel e depois digitar o paper no Word. O processo de seleção não tem competência ou não “se importa” em selecionar pessoas realmente preparadas para a pós-graduação. Um fator agravante disso é que a maioria dos pós-graduandos não se dá ao trabalho de mobilizar-se para reverter essas incongruências extremamente nocivas para uma pesquisa de qualidade, e de fundamental importância para o país. As dissertações e as teses parecem servir como algo alienante ao que acontece de fato com o nosso país e, ao mesmo tempo, como a garantia de um futuro artigo publicado numa revista qualis A. Que há no Brasil muita gente capaz de produzir ciência de qualidade, bem como repensar novas diretrizes e objetivos para a pós-graduação deste país, não há dúvida, mas, que é necessária uma boa dose de ética, bom senso e sensibilidade para o bem-estar coletivo e principalmente bom uso do dinheiro público, também não há dúvida. Temos muito ainda o que pensar e discutir e, sobretudo, mudar. Por Tiago José Benedito Eugênio (Kutakinho) REFERENCIAS CITADAS SANTOS, M. C. Tradições e contradições na pós-graduação no país, Edu. Soc., Campinas vol. 24, n.83 p.627-641, 2003 Disp.. <http://www,cedes.unicamp.br> Acessado: 19 de novembro de 2007. ROMERO, T. Paradoxos da Inovação, Agência FAPESP notícia publicada no dia 09/11/2007 Disp.< http://www.agencia.fapesp.br/boletim_dentro.php?id=8014> Acessodo: 19 de novembro de 2007.
cotas –UM LADO Por meio de um processo histórico-social, fruto da desigualdade social, cidadãos de baixa renda, negros e índios têm ficado do lado de fora das universidades brasileiras. Uma pressão social por parte desses grupos cresceu nos últimos anos e para sanar essa “diferença intelectual” algumas universidades resolveram separar um certo número de suas vagas para estudantes vindo de grupos sociais excluídos. Essas vagas especias são as cotas, sejam elas raciais ou não. Dentre as universidades federais brasileiras, 17 apresentam programas de inclusão de alunos por meio das cotas raciais. As pioneiras foram a UERJ e a UnB. Das universidades públicas estaduais e federais no estado de São Paulo, apenas USP e UNESP não apresentam cotas ou bônus na pontuação de alunos vindos de grupos socias desfavorecidos. Este é um meio perigoso de diminuir a desigualdade social no Brasil. Por meio de cotas as vagas nas universidades serão preenchidas segundo critérios como a cor da pele ou a renda familiar e não o mérito acadêmico. Assim, alunos menos qualificados entrariam nas universidades. Isso não significa que o nível dos alunos de nossas universidades irá necessariamente cair, porém a tendência é essa. As cotas racias para negros nas universidades públicas do país sempre causaram polêmica. Recentemente um caso ficou famoso e mostrou a deficiência de um programa como esse, no qual dois gêmeos idênticos, filhos de pai negro e mãe branca, se inscreveram no vestibular da UnB pelo sistema de cotas. Com a ficha de inscrição dos gêmeos estavam as suas fotos e a comissão avaliadora declarou um deles negro (e, portanto, apto a se inscrever nas vagas reservadas para os cotistas) e o outro branco. Resultado disso foi a evidência de um sistema falho. Uma pesquisa realizada pelo professor Sérgio Danilo Pena, da UFMG, que analisou seqüências de DNA mitocondrial da população negra do Brasil mostrou alguns dados surpreendentes. O sambista (negro) Neguinho da Beija-flor tem 67,1% de seus genes de origem européia, sendo o restante do seu DNA formado pelas suas descendências negra e indígena. Mesmo tendo 67,1 % de seus genes europeus ele é negro e ninguém duvida disso. “Europeu, eu? Um negão desse?”. Pois é, inclusive ele se surpreendeu. Outra negra que tem mais antepassados europeus que africanos é a ginasta Daiane dos Santos. Para aceitar um inscrito no vestibular, pelo sistema de cotas raciais, seria necessário, portanto, uma análise genética como pré-requisito. Se um estudante branco afirmar no momento de sua inscrição que é afro-descendente, quem provará o contrário? E quem duvidará do fato se Daiane dos Santos se inscrever num vestibular por meio do sistema de cotas raciais?
cotas –UM LADO Favorecer a entrada de uma pessoa no vestibular por meio da cor da pele é fazer uso do mesmo parâmetro que os nazistas utilizaram para matar milhões de pessoas ou os sul-africanos para segregar outros tantos milhões. Dar pontos de bonificação no vestibular para um secundarista só porque a cor da sua pele é negra soa muito estranho. É como se a cor negra da pele valesse alguns pontos a mais para a sua prova Facilitar o ingresso de alunos carentes nas universidades é uma medida perigosa. Dá-se uma ajuda para ele ingressar na universidade como se isso resolvesse o problema e ele não tivesse gastos como moradia, alimentação, livros e não participasse de evento acadêmico algum. Não adianta dar a ele só a vaga. Ele precisa de moradia, de alimentação e seria constrangedor se, dentro da universidade, ele não pudesse participar de eventos acadêmicos porque estes são pagos. Entrar em uma universidade não resolve o problema porque o aluno carente precisa, antes de mais nada, sobreviver. Ele precisa de assistência e não somente de uma vaga dentro de uma universidade. Um acordo do governo estadual paulista com a UNESP foi firmado recentemente. Esse acordo apóia os cursinhos comunitários, voltados para alunos carentes que não têm renda para pagar um cursinho pré-vestibular, que normalmente não é barato, apresentando uma alternativa ao sistema de cotas. É uma idéia interessante, pois, se levada a sério, dá experiência para futuros recém-formados, ajuda alunos carentes e apóia projetos de extensão dentro das universidades. O problema é que isso nem deveria acontecer. Se acontece é porque há uma falha do Estado, que deveria suprir essa lacuna investindo na educação básica do país. Ao invés disso, o governo estadual faz propaganda de seus projetos e usa alunos universitários no lugar de profissionais adequados Outra negra que tem mais antepassados europeus que africanos é a ginasta Daiane dos Santos. Para aceitar um inscrito no vestibular, pelo sistema de cotas raciais, seria necessário, portanto, uma análise genética como pré-requisito. Se um estudante branco afirmar no momento de sua inscrição que é afro-descendente, quem provará o contrário? E quem duvidará do fato se Daiane dos Santos se inscrever num vestibular por meio do sistema de cotas raciais? Favorecer a entrada de uma pessoa no vestibular por meio da cor da pele é fazer uso do mesmo parâmetro que os nazistas utilizaram para matar milhões de pessoas ou os sul-africanos para segregar outros tantos milhões. Dar pontos de bonificação no vestibular para um secundarista só porque a cor da sua pele é negra soa muito estranho. É como se a cor negra da pele valesse alguns pontos a mais para a sua prova .
cotas –UM LADO Favorecer a entrada de uma pessoa no vestibular por meio da cor da pele é fazer uso do mesmo parâmetro que os nazistas utilizaram para matar milhões de pessoas ou os sul-africanos para segregar outros tantos milhões. Dar pontos de bonificação no vestibular para um secundarista só porque a cor da sua pele é negra soa muito estranho. É como se a cor negra da pele valesse alguns pontos a mais para a sua prova Facilitar o ingresso de alunos carentes nas universidades é uma medida perigosa. Dá-se uma ajuda para ele ingressar na universidade como se isso resolvesse o problema e ele não tivesse gastos como moradia, alimentação, livros e não participasse de evento acadêmico algum. Não adianta dar a ele só a vaga. Ele precisa de moradia, de alimentação e seria constrangedor se, dentro da universidade, ele não pudesse participar de eventos acadêmicos porque estes são pagos. Entrar em uma universidade não resolve o problema porque o aluno carente precisa, antes de mais nada, sobreviver. Ele precisa de assistência e não somente de uma vaga dentro de uma universidade. Um acordo do governo estadual paulista com a UNESP foi firmado recentemente. Esse acordo apóia os cursinhos comunitários, voltados para alunos carentes que não têm renda para pagar um cursinho pré-vestibular, que normalmente não é barato, apresentando uma alternativa ao sistema de cotas. É uma idéia interessante, pois, se levada a sério, dá experiência para futuros recém-formados, ajuda alunos carentes e apóia projetos de extensão dentro das universidades. O problema é que isso nem deveria acontecer. Se acontece é porque há uma falha do Estado, que deveria suprir essa lacuna investindo na educação básica do país. Ao invés disso, o governo estadual faz propaganda de seus projetos e usa alunos universitários no lugar de profissionais adequados. No lugar das cotas, não seria mais interessante uma avaliação mais honesta do candidato a ingressar na universidade? Será que os vestibulares favorecem mesmo os mais aptos? De que adianta cotas ou bônus na pontuação de alunos desfavorecidos se a prova do vestibular continua desleal, favorecendo o sujeito que passou anos estudando em cursinhos? O vestibular da Fuvest é um bom exemplo disso. Pergunte a um estudante de medicina da USP quanto dinheiro seus pais tiveram que deixar em um cursinho para ele estar apto a ser um bom concorrente no vestibular. Seria mais interessante mudar a forma de avaliação do vestibular para uma prova mais justa que favoreça o aluno inteligente que sabe raciocinar (e não decorar ou fazer exercícios como uma máquina de calcular) em vez de aplicar as polêmicas cotas. Se a prova do vestibular continuar desse jeito nem as cotas e nem as bonificações ajudarão os mais desfavorecidos a entrarem na universidade.
cotas –UM LADO No lugar das cotas, não seria mais interessante uma avaliação mais honesta do candidato a ingressar na universidade? Será que os vestibulares favorecem mesmo os mais aptos? De que adianta cotas ou bônus na pontuação de alunos desfavorecidos se a prova do vestibular continua desleal, favorecendo o sujeito que passou anos estudando em cursinhos? O vestibular da Fuvest é um bom exemplo disso. Pergunte a um estudante de medicina da USP quanto dinheiro seus pais tiveram que deixar em um cursinho para ele estar apto a ser um bom concorrente no vestibular. Seria mais interessante mudar a forma de avaliação do vestibular para uma prova mais justa que favoreça o aluno inteligente que sabe raciocinar (e não decorar ou fazer exercícios como uma máquina de calcular) em vez de aplicar as polêmicas cotas. Se a prova do vestibular continuar desse jeito nem as cotas e nem as bonificações ajudarão os mais desfavorecidos a entrarem na universidade.
cotas – MAIS UM LADO A discussão sobre o tema “cotas para negros” são bem acaloradas. Os anticotistas argumentam que as ações afirmativas acarretam em perda da meritocracia, são “o caminho para a difusão do ódio racial no Brasil”, como afirma o sociólogo Demétrio Magnoli. Significam a perda da identidade nacional, ou ainda nas palavras de Simon Schwartzman: “quando as universidades admitem alunos por critérios não acadêmicos, há um risco real de que elas se transformem em grandes escalões de baixa qualidade” além de citarem falhas no sistema de seleção dos cotistas, por meio de auto-declaração. Por outro lado, é difícil ignorar as estatísticas em que 82,8% dos universitários são brancos, os negros representam 70% dos indigentes e 58% das empregadas domésticas do Brasil são negras, representando uma classe que recebe um dos menores salários. Essa estatística seria decorrente de méritos ou, como preferem alguns, seleção natural? Claro que não, esse resultado é fruto histórico, racial e econômico. O lema “dois pesos, duas medidas” não é um tabu e admitir meritocracia requer a idéia de igualdade de oportunidades, o que na realidade brasileira é um mito. Isso foi provado pelo ENEM, que mostrou as disparidades existentes entre alunos do ensino privado e do público, significando, portanto, a manutenção dos status quo existente. Quanto a queda no nível dos alunos, a UERJ, através do estudo da estatística Maria Alice Antunes Barbieri, antecipa que a universidade não teve seu padrão alterado em função da presença de alunos teoricamente menos preparados e afirma que o aproveitamento dos cotistas é excelente. Os alunos cotistas da UERJ e da UnB são unânimes em afirmar que o acirramento do ódio racial não é uma realidade e que episódios de racismo, como aquele em que alguns alunos colocaram fogo no quarto dos negros, são casos isolados. Além disso, convém ressaltar que o preconceito racial não é individual, mas institucional. O preto é sinônimo de feio e mal em contraposição com o branco, belo e bom. Nossos meios de comunicação reafirmam isso diariamente nas telenovelas e nos jornais, com manchetes em que os negros são bandidos ou prostitutas. Mas, hilário é pensar na perda da identidade nacional em que 43% da população é negra ou parda e não possui representação jurídica, política e econômica, nacionais e internacionais, e são maioria. Mas como selecionar os beneficiados dessa medida “paliativa” como preferem alguns ou “afirmativa e inclusiva”, de acordo com outros? Uma análise genética e científica? Talvez a forma mais correta seja a mesma que os policiais e os empregadores de grandes empresas utilizam para avaliar a boa aparência. As cotas podem não ser a melhor medida, porém, seu caráter inclusivo é indiscutível. Por Claudete Cordia (Grobeleza)
Usuário de drogas Engraçado como temos o infeliz costume de simplificar atos humanos, os catalogando e classificando. Se nem mesmo o ser humano pode ser resumido em poucas palavras (seja em termos morfológicos, anatômicos, socias ou psicológicos), por que uma ação sua poderia ser sintetizada? Classificar um usuário de drogas em agente ou vítima, parece mais uma forma de achar um culpado, sem levar em consideração que para um indivíduo chegar ao ponto de se tornar usuário freqüente de drogas, são necessárias ações concomitantes, que formam uma cascata e culminam num ponto único: o vício! Os simplistas e de raciocínio rápido que me perdoem, mas não consigo fazer uma síntese do mundo ou do homem.Costumo fazer uma análise geral, considerando todas as possibilidades e o que as cerca! Temos primeiramente uma sociedade, que tem um poder de influência forte sobre cada indivíduo. A sociedade deixa de ser um conjunto de pessoas para tornar-se uma entidade pensante e de costumes particulares. Então é patético ignorar a força que um grupo pode exercer sobre alguém específico. Entram aí pessoas públicas e seus atos, condições sociais e governo. Não nos esquecendo ainda da própria classificação do que seriam drogas. Que amigos meus de festas em repúblicas não me leiam, mas que droga de maior poder psicológico que o álcool? A maneira com que tratamos drogas legais já forma uma consciência distorcida do que deveria ou não ser proibido e controlado. Mas, deixemos essa discussão para outra oportunidade, não vamos fugir do tema. Mais importante que a classificação, deveria ser a implantação de uma consciência (adoro essa palavra!) individual; utilizar o poder de formação de opinião de alguns membros da nossa comunidade, para formar cidadãos capazes de discernir os benefícios e malefícios de cada ação que se decide realizar. Agente ou vítima?
Usuário de drogas Claro que não devemos ignorar o fato de cada indivíduo ter seu próprio "gênio", sua característica e pensamentos próprios, e que nenhuma ação que tomamos pode-se dizer que foi somente influência do meio, até porque, somos dotados de capacidade de escolha. Mas até mesmo nossa personalidade é formada com base na sociedadeTentando resumir algo que não está muito claro nem mesmo na minha mente: um indivíduo só pode ser considerado agente, se agente pensante. Não me entendam mal, mas acho que somente depois de darmos (e quando uso a terceira do plural, estou me referindo a nós mesmos, TODOS nós) aparato social, educacional e familiar, podemos considerar o ato de drogar-se uma escolha. Portanto, acho que falta, em nosso meio, condições para formar pessoas capazes de analisar situações e tomar decisões. Quais condições? Digo sem medo de cair em lugar comum: educação e conscientização! (não disse que adorava?!). Aí sim, o usuário pode ser classificado (e deve???) em agente, pois escolhe o que faz de maneira racional. Mas também vítima, pois seu pensamento foi moldado pela educação que recebeu (ou deixou de receber). Por Thalita (Melan)
Hábito alimentar Na Universidade Alterações econômicas, socioculturais e no estilo de vida da população refletem diretamente nos seus hábitos alimentares e é através deles que é construído o perfil do consumidor. DaMatta (1984 apud CASOTTI etal; 1998, p. 4) enfatiza que “o jeito de comer define não apenas aquilo que é ingerido como também aquele que o ingere”. Pensando nisso, considerando que o período na Universidade pode influenciar e até determinar certos hábitos e que a alimentação saudável está intimamente ligada a proximidade com a família (pela cobrança), as perguntas são as seguintes: que hábito alimentar um estudante universitário constrói? Este hábito é considerado saudável? Ao ingressar na faculdade os universitários, além de formar novos relacionamentos, adquirem novas responsabilidades. Em alguns casos conciliam estudo e trabalho, o que resulta muitas vezes em redução do tempo disponível para uma alimentação ideal. Além disso, a liberdade para tomar decisões em relação ao que comer, quando e onde, os leva a recorrer freqüentemente à fastfood e/ou lanches rápidos. Além da baixa qualidade alimentar, há o consumo de tabaco, álcool e drogas, constituindo fatores adicionais de risco para a saúde. Em estudo realizado na UFMS com 20 universitários, sendo doze mulheres e oito homens com idade entre 18 e 38 anos, constatou-se que a falta de tempo foi o fator predominante na influência da rotina alimentar durante o café da manhã, em intervalos de aulas e durante estágio e trabalho. Os alunos tornam-se “escravos do tempo” e muitas vezes alguns optam por excluir o almoço e substituí-lo por outros tipos de alimento, como frutas, salgados, sanduíches, sucos, bolachas, entre outros. Comer fora de casa foi considerado algo “ruim” e pouco saudável e de acordo com os estudantes, comer em casa seria o ideal. Verduras e legumes são citados com menor preferência em relação ao arroz, feijão e a carne. No jantar, o tempo parece não ser o fator chave influente. Os alunos demonstram ter mais tempo e disposição tanto para preparar o alimento quanto para comer e a grande maioria se alimenta em casa, independente do horário em que chegam. Para alguns, esta é a principal refeição, na qual há preferência pela chamada “comida mesmo”, feita com sobras do almoço. As comidas prontas ou congeladas não são consideradas atrativas. Aos finais de semana as refeições são mais variadas devido à mudança de horários e obrigações. O “comer fora”, que não é bem visto nos dias úteis, ganha espaço e aprovação entre os alunos neste período e a preocupação com a saúde parece também desaparecer. Por meio das entrevistas, percebeu-se que os alunos apesar de serem conscientes da importância em se manter uma rotina alimentar saudável, não o fazem. Por Estela Maria Alves Ribeiro (Quiabão) Referencias Bibliográficas: BORGES, C. M.; LIMA FILHO, D. O Hábitos Alimentares dos Estudantes Universitários: Um Estudo Qualitativo. POLATO, A. Por que comemos isto?Alunos analisam fatores que influenciam os hábitos alimentares nem sempre saudáveis. Revista Nova Escola, p.52-53, ago. 2007.
INTERPRET considerações Finais Identificar-se com o plano em que está inserida a universidade e enxergar-se neste contexto é algo de extrema importância para um processo de conscientização acadêmica. Acreditamos que a discussão e exposição de órgãos representativos, bem como movimentos sociais e temas polêmicos são pontos que contribuem para a construção deste processo. Assim, esta revista tenta expor estes elemento tentando contribuir para uma conscientização tanto pessoal, quanto universitária.Mas, apesar da grande satisfação em realizar este trabalho, esperamos que você, leitor, não se limite somente a leitura desta revista Sua participação é muito importante para nós!(Desculpem o clichê). Aqui é um espaço aberto e democrático.Você pode ajudar a construí-lo também. Críticas,dúvidas, sugestões de manifestação são sempre bem vindas.Mande seu texto! Entre em contato com a gente: E-mail: pet@ibb.unesp.br por Karem Silva Luco (Carnívora) e Tiago Bodê (Heresia)