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Lilith no processo da individuação feminina. Roberta Oliveira Lidía Dantas Braga, 2010. “O mito é o sonho público, e o sonho é o mito privado”. Joseph Campbell. O mito. Sumerian Burney -1950 AC.
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Lilith no processo da individuação feminina Roberta Oliveira Lidía Dantas Braga, 2010
“O mito é o sonho público, e o sonho é o mito privado” Joseph Campbell
O mito Sumerian Burney -1950 AC O mito de Lilith pertence à tradição de testemunhos orais, reunidos em textos rabínicos, nos escritos sumérios e acadianos sobre o Gênesis, anterior a versão bíblica dos sacerdotes.
”Lilith nasce com Adão, feitos por Jeová-Deus de pó” “Deus criou o homem à sua imagem, à imagem de Deus o criou; macho e fêmea os criou” (Gênesis I, 27) Gênesis I, 27: ‘Deus criou o homem à sua imagem, à Gênesis I, 27: ‘Deus criou o homem à sua imagem, à imagem de Deus o criou; macho e fêmea os criou’ imagem de Deus o criou; macho e fêmea os criou’
“”Por que devo deitar-me embaixo de ti?“ “ Por que ser dominada por você? “ Lee, 2006 “ Eu também fui feita de pó e por isso sou tua igual.”
“ Procurei em meu leito aquela que é o amor da minha alma; procurei e não encontrei.” Boris Vallejo "Como posso voltar para junto de meu homem e viver como uma esposa, depois deste meu gesto e de viver aqui?"
“E como poderei morrer, se Deus mesmo me encarregou de me ocupar de todas as crianças nascidas”
Asklépios, foiXXXXx entregue por Apolo ao centauro Quiron para ensinar-lhe a arte de curar. • Numa de suas visitas a pacientes em seu templo, uma serpente enrolou-se em seu cajado.
Deusa Babilônica • Cabelo preto e apanhado, ombros alados e rosto sorridente de réptil, com seu filho junto ao peito, nua a não ser pelo cinto mágico de triângulos que realça e embeleza o delta fértil. • O triângulo representa o triplo aspecto da Grande Deusa, como Donzela, Mãe e Velha, e é reconhecida na tradição tântrica como símbolo primordial da vida. • A força da serpente é a grande benção maternal, que reafirma a vida. • A serpente é sempre associada à imortalidade, pois possui o dom de todos os anos desprender-se de sua pele e renascer renovada, enquanto a mulher se desprende de sua pele interna uma vez por mês.
Lilith • Astuta • Sábia • Sedutora • Questionadora • Alegre • Feminina • Observadora • Carrega o poder de ser ela mesma
Eva • A grande mãe • Submissa • Subserviente • Feminina • Curiosa • Fraqueza • Carrega consigo a culpa
Hon. John Collier Albrecht Dürer
Lilith e Eva • Essas duas faces da mulher Lilith e Eva, vivenciadas de formas extremas, impede a sua própria realização e satisfação tanto do aspecto feminino como do masculino. • Eva precisa de Lilith, Lilith precisa de Eva, e nós precisamos valorizar nossa raiz arquetipica para nos tornarmos inteiras.
Lilith em outras culturas Na antiguidade egípcia e greco-romana, Lilith não aparece como demônio, mas é identificada com divindades. È o momento da história humana ocidental em que a sexualidade não é considerada um “perigo”. Sacerdotisa da Deusa-Lua na Antiguidade unia esses dois aspectos do feminino, o amor carnal e espiritual. Ela é o principio feminino na sua totalidade: sexualidade, acolhimento, nutrição, sentimento, espiritualidade. Idade Média – Bruxa
Lilith - Cisão • Cisão - Esfacelamento da individualidade. • Patriarcado - ameaçado pelo feminino instintivo; desvalorizado. • O cristianismo - a cisão entre matéria/espírito, terra/céu. a mulher deve obediência ao homem. • Espiritualidade e bondade características das santas virgens.
Lilith - Cisão • Sexualidade passaram a ser símbolos das mulheres mundanas, destrutivas com pacto com o demônio. • O feminino foi reprimido pelos princípios patriarcais em que o Logos sobrepujou o Eros. • Lilith tornou-se um aspecto sombrio do Eu feminino.
Lilith - Cisão • O instinto é energia. • O homem afastado de sua anima, percebe o feminino como ameaçador. • Sem cisão do arquétipo, a Lilith pode ser simultaneamente boa ou má.
Lilith - coletivo e individual • Atualmente, exige-se das mulheres que tenham comportamentos tradicionais e, ao mesmo tempo, que se adaptem ao cotidiano e à realidade moderna. • Sentimentos permanentes de inadequação e marginalização. • A crise dos modelos sociais dificulta a construção de uma identidade mais unificadora, o que gera desordem e medo. • A figura mítica de Eva é aceita como modelo social a ser seguido. Portanto, a mulher deve reprimir o modelo Lilith ou rejeitá-lo. • Coletivamente, a raiva e vingança de Lilith voltam-se contra a opressão do patriarcado.
Lilith - coletivo e individual • Quando Lilith está dissociada da psique feminina, a mulher pode tornar-se sexualmente fria. • Tomada pelo complexo, a mulher pode partir em uma busca desenfreada e exagerada, do sexo e prazer, ou, ainda, usar a sexualidade como forma de dominação.
Lilith - coletivo e individual • Período da tensão pré - menstrual é vivido como um desconforto para a mulher (agressividade, depressão, dor de cabeça, etc). Mas, não só o negativo, algumas ressaltam também a intensidade do desejo e do prazer sexual, mais forte e mais "selvagem" do que no restante do ciclo.XXXXXXXXX • Baseando-nos nestas manifestações, levanta-se a hipótese de que a T.P.M. possa representar, ainda que no sintoma, a expressão do feminino mais arcaico.
Lilith no processo de Individuação No trajeto para a individuação é necessário o entendimento da persona, o embate com a sombra, seguido do confronto com o a Anima e o Animus. Entrar em contato com a nossa Lilith é uma busca incansável na tentativa de recomposição.
A sombra é parte integrante da personalidade, precisa ser reconhecida como nossa e integrada à nossa totalidade. Este é o primeiro passo no caminho da individuação. Whitmont
Lilith no processo de Individuação • Chamar Lilith de volta significa aproximar do olhar a visão dessa imagem arcaica do feminino. • A desvinculação dos aspectos pejorativos e carnais da sexualidade humana. • Processo de reintegração no arquétipo total e enfrentar suas resistências.
“Podemos modestamente lutar para nos completarmos, para sermos seres humano tão plenos quanto possível...” C.G. Jung
Eu danço a minha vida para mim mesmaSou inteiraSou completaDigo o que pensoE penso o que digo Eu danço a escuridão e a luzO consciente e o inconscienteO sadio e o insanoE falo por mim mesmaAutênticamenteCom total convicçãoSem me importar com as aparências Todas as partes de mimFluem para o todoTodos os meus aspectos divergentes tornam-se um Eu ouçoO que é preciso ouvirNunca peço desculpasSinto os meus sentimentos Eu nunca me escondoVivo a minha sexualidadePara agradar a mim mesmaE agradar aos outros Expresso-a como deve ser expressaDo âmago do meu serDa totalidade da minha dança Eu sou fêmeaSou sexualSou o poderE era muito temida.Amy Sophia Marashinsky
Obrigada! belmasc@gmail.com
Brandão, Junito de Souza. (1997) Mitologia Grega. vol. 1 11. ed. Petrópolis: Editora Vozes. Engelhard, Suely (1997). O renascer de Lilith. Rev. da Sociedade Brasileira de Psicologia Analítica, São Paulo, n.15, p. 28-41. Fadiman, J.; Frager –Harbra (1980). R. Teorias da Personalidade. Rio de Janeiro: Editora Harbra. Harding, M. Esther.(1985) Os mistérios da mulher. São Paulo: Editora Paulus. Jacobi, Jolande (1985). Complexo, Arquétipo, Símbolo. São Paulo: Cultrix. Jung, Carl Gustav (1996). O eu e o inconsciente. São Paulo: Editora Vozes. Jung, Carl Gustav (1964). O homem e seus símbolos. Rio de Janeiro: Editora Nova Fronteira. Jung, Carl Gustav (1942). O inconsciente pessoal e o inconsciente coletivo. São Paulo: Editora Vozes. Jung, Carl Gustav. (2000) Os arquétipos e o inconsciente coletivo. Petrópolis: Editora Vozes. Koltuv, Bárbara B.(1997). O livro de Lilith. São Paulo: Cultrix. Perera, Sylvia B. (1985) Caminho para a iniciação feminina. São Paulo: Paulus. Qualls-Corbett, Nancy.(1990). A prostituta sagrada – A face eterna do feminino. São Paulo: Editora Paulus. Sicuteri, Roberto (1998). Lilith-A lua negra. Rio de Janeiro: Editora Paz e Terra. Zweig, C e Abrams, J (orgs.).(1991). Ao Encontro da Sombra.São Paulo: Cultrix. Referências .
O que será (Flor da pele) Chico Buarque Interprete: Nara Leão
O que será que me dá Que me bole por dentro, será que me dá Que brota à flor da pele, será que me dá E que me sobe às faces e me faz corar E que me salta aos olhos a me atraiçoar E que me aperta o peito e me faz confessar O que não tem mais jeito de dissimular E que nem é direito ninguém recusar E que me faz mendigo, me faz suplicar O que não tem medida, nem nunca terá O que não tem remédio, nem nunca terá O que não tem receita
O que será que será Que dá dentro da gente e que não devia Que desacata a gente, que é revelia Que é feito uma aguardente que não sacia Que é feito estar doente de uma folia Que nem dez mandamentos vão conciliar Nem todos os unguentos vão aliviar Nem todos os quebrantos, toda alquimia Que nem todos os santos, será que será O que não tem descanso, nem nunca terá O que não tem cansaço, nem nunca terá O que não tem limite
O que será que me dá Que me queima por dentro, será que me dá Que me perturba o sono, será que me dá Que todos os tremores me vêm agitar Que todos os ardores me vêm atiçar Que todos os suores me vêm encharcar Que todos os meus nervos estão a rogar Que todos os meus órgãos estão a clamar E uma aflição medonha me faz implorar O que não tem vergonha, nem nunca terá O que não tem governo, nem nunca terá O que não tem juízo
Obrigada! belmasc@gmail.com