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Juventude e Juventudes na realidade do Brasil Miriam Abramovay

Juventude e Juventudes na realidade do Brasil Miriam Abramovay. Goiânia- 03/07/2006 Seminário de Elaboração de Subsídios. CONCEPÇÕES DE JUVENTUDES. 1 - Falta de identidade social; 2 - Não se concebe os jovens como atores com identidade própria (crianças e juventude);

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Juventude e Juventudes na realidade do Brasil Miriam Abramovay

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Presentation Transcript


  1. Juventude e Juventudes na realidade do Brasil Miriam Abramovay Goiânia- 03/07/2006 Seminário de Elaboração de Subsídios

  2. CONCEPÇÕES DE JUVENTUDES 1 - Falta de identidade social; 2 - Não se concebe os jovens como atores com identidade própria (crianças e juventude); 3 - Não se leva em conta a diversidade entre as várias juventudes (classe, raça, gênero); 4 – Considera-se a juventude a partir de uma visão “dualista” e “maniqueísta”. (responsável-irresponsável, esperança-medo, futuro, irreverente); 5- Criminaliza-se a figura do jovem

  3. JUVENTUDE • O termo juventude refere-se ao período da vida em que as pessoas passam da infância à condição de adultos,e durante o qual produzem mudanças biológicas, psicológicas, sociais e culturais, que se realizam em condições diferenciadas, segundo as sociedades, as culturas, as etnias-raça, s classes sociais e o gênero, bem como outras referências objetivas e subjetivamente relevantes para os que a vivenciam.

  4. VULNERABILIDADE • No Brasil a violência está intimamente ligada à condição de vulnerabilidade social de certos extratos populacionais, como por exemplo, os jovens. Atualmente, esses atores sofrem riscos de exclusão social sem precedentes devido a um conjunto de desequilíbrios provenientes do mercado, Estado e sociedade que tendem a concentrar a pobreza entre os membros deste grupo e distanciá-los do “curso central” do sistema social. (Vignoli, 2001).  • Os jovens são vulneráveis, mas também possuem certos recursos para fazer frente aos obstáculos e riscos – como capital humano, social e simbólico.

  5. CAPITAL SOCIAL Alternativa de combate à vulnerabilidade • Conjunto de instituições formais e informais que possibilitam a formação de redes entre os indivíduos de uma determinada comunidade, facilitando a cooperação. • É o conjunto de relações formais e informais que condicionam a qualidade e a quantidade de interações sociais; confiança, compreensão, compartilhamento de valores e comportamento.

  6. INFLUÊNCIAS • Os jovens sofrem influências multiculturais e vivem dois problemas em comum: a globalização, a tecnologia de\ informação,a globalização do crime ligada ao narcotráfico e a violência. • Segundo Castells(1997),nas últimas décadas organizações criminosas tem levado a cabo operações em escala internacional, aproveitando da globalização econômica e das novas tecnologias dei informação. Em torno do narcotráfico foi-se organizando uma poderosa rede de crimes como o tráfico de armas, tráfico de imigrantes, prostituição internacional, contrabando etc. Todas as transações se baseiam na coesão mediante uma violência extraordinária.

  7. QUEM SÃO OS JOVENS NO BRASIL FONTE: IBGE (censos demográficos, 1970, 1980, 1991 e 2000) 

  8. ASPECTOS SOCIOECONÔMICOS DA POPULAÇÃO JOVEM FONTE: Pesquisa “Jovens no Brasil” 2004. 

  9. CARACTERIZAÇÃO POR COR/RAÇA AUTO ATRIBUÍDA FONTE: Pesquisa “Jovens no Brasil” 2004. 

  10. DISTRIBUIÇÃO POR SEXO FONTE: Pesquisa “Jovens no Brasil” 2004. 

  11. População Jovem segundo Grau de Instrução • Entre os jovens de 15 a 29 anos, segundo pesquisa ainda não divulgada “Jovens no Brasil” 22,9% cursam ou cursaram até a 4ª série do ensino fundamental, 34% estudaram ou estudam da 5ª a 8ª série do ensino fundamental, 35,8% estudam ou já concluíram o ensino médio e 7,2% cursam ou já cursaram o ensino superior. • Entre os jovens de 15 a 17 anos, 18% não estudam.

  12. JOVENS E O TRABALHO

  13. CONHECIMENTO SOBRE COMPUTAÇÃO • Começou a aprender agora- 1.524.2443 • Sabe apenas o básico- 11.705.79924 Sabe usar diversos programas 6.640.91713 • Não sabe usar computador- 27.894.81558 • Não lembra/ Não opinou - 66.8950

  14. RELIGIÃO • Católica - 66,2 • Evangélica - 5,5 • Outras Evangélicas específicas - 9,6 • Protestante - 0,7 • Pentecostal - O,9 • Espírita/ Kardecista -1,4 • Judaica - 0 • Batista/ Metodista/ Presbiteriana- 2,0 • Orientais (Budismo, Islamismo, etc) O,2 • Afro-Brasileiras (Umbanda, Candomblé, etc) O,5 • Outras- 0,7 • É religioso mas não segue nenhuma -7,9 • Ateu, não tem religião -4,0 • Não sabe/ Não opinou - 0,3

  15. DESAFIOS Os desafios que os jovens tem de enfrentar na sociedade brasileira decorrem basicamente: • da dificuldade de acesso a educação; • do pouco estímulo para permanecer na escola; • da falta de qualificação profissional; • da falta de acesso a atividades culturais, esportivas e de lazer e • pela oferta crescente e perversa de possibilidades de envolvimento com drogas, violência e criminalidade.

  16. Representações contraditórias sobre os jovens • Em geral os jovens são rotulados e prejulgados negativamente: • São todos drogados • Não têm juízo • São inconseqüentes • São inexperientes • São revoltados • São violentos

  17. Contraponto: como os jovens se sentem em relação à vida? Grau de satisfação com a vida que leva hoje, 2004. • Muito satisfeito- 6% • Satisfeito- 69% • Insatisfeito- 22% • Muito insatisfeito- 2%

  18. PRECONCEITOS • Por serem jovens; • Pelo fato de morarem em bairros da periferia ou favelas; • Pela sua aparência física, a maneira como se vestem; • Pelas dificuldades de encontrar trabalho; • Pela condição social.

  19. Violência A curvas ascendentes de violência e criminalidade constituem um problema crítico do século XXI, tão mais grave, na medida em que além de afetar a integridade física, emocional e patrimonial de indivíduos, também coloca em questão a noção de cidadania e o próprio papel do estado.

  20. DIVERSOS TIPOS DE VIOLÊNCIA • Violência física • Violência simbólica • Violência institucional

  21. Jovens e a Violência Os jovens são também os mais atingidos em nossa sociedade, pela violência. Segundo o Mapa da Violência, do ano 2000, 2/3 de nossos jovens morreram por causas externas e o maior responsável foi o homicídio principalmente nas capitais brasileiras. O Mapa da Violência de 2004, mostra que a taxa de homicídios dos jovens em 1993 era de 34,5 em 100.000 habitantes enquanto que em 2002 elevou-se para 54,7. Se a análise é realizada por raça/cor. Enquanto que a dos jovens negros é de 68,4 por 100.000 habitantes o de jovens brancos é de 39,2.

  22. TAXA DE HOMICÍDIOS JOVEM E NÃO JOVEM (em 100.000) Fonte: SIM / DATASUS, IBGE.

  23. PRECONCEITO • Além da violência física os jovens enfrentam vários tipos de preconceitos, o que significa que são vítimas não somente de uma violência física, como também de uma violência que não mata, mas muitas vezes, fere e muito profundamente que é a simbólica e a moral. • A violência simbólica refere-se ao abuso do poder baseado no consentimento que se estabelece e se impõe mediante o uso de símbolos de autoridade, como a violência verbal e também a violência institucional marginalização, discriminação e práticas de assujeitamento utilizadas por instituições diversas que instrumentalizam estratégias de discriminação.

  24. VIOLÊNCIA E PRECONCEITO

  25. O Jovem e a polícia • Os jovens são críticos incisivos quanto a atuação da polícia, com discurso rude e pesado, sugerindo que existe um conflito latente que pode explodir a qualquer momento. • As abordagens policiais são freqüentes e corriqueiras e banais: “andar em grupos”, “vestir-se com bermudões”, “jaquetas e bonés”, “o chamado kit-malandro ou kit- padrão”.

  26. REPRESENTAÇÕES DOS JOVENS SOBRE OS POLICIAIS

  27. REPRESENTAÇÕES DOS POLICIAIS SOBRE OS JOVENS A abordagem é percebida pelos policiais como uma técnica que deve ser realizada quando há “suspeição” e a sua função é de garantir a segurança e prevenir.

  28. REPRESENTAÇÕES DOS POLICIAIS SOBRE OS JOVENS

  29. Enquanto organizamos, por cima, a nova ordem econômica e tecnológica, um amplo setor de jovens está construindo, por baixo, uma desordem alternativa feita de sua negação a um sistema que os nega. (...) Somente restabelecendo as pontes de contato com a nossa juventude, em todos os países, poderemos realmente construir nosso futuro. E somente se soubermos como os jovens pensam e vivem, e porque pensam assim, poderemos encontrar uma nova linguagem, fundamento de uma nova política. Manuel Castells

  30. É fundamental que tenhamos políticas publicas que fomentem a inclusão e a emancipação juvenil, ampliando uma rede de proteção social, com oportunidades de estudo e trabalho, com uma política de vida segura, incentivando a prevenção da violência dos jovens e contra os jovens, combatendo as diferentes violências existentes, sensibilizando a opinião pública e os meios de comunicação para o tema , promovendo espaços de arte, cultura , esporte e lazer, enfim dando respostas globais e continuadas, com políticas integradas e transversais e principalmente confiando nas nossa juventudes.

  31. Miriam Abramovay • mabramovay@gmail.com

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