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Núcleo de Alfabetização e Letramento Encontro de Professoras do 1º ciclo EIXO 4: PRODUÇÃO ESCRITA

Procedimentos, capacidades e estratégias utilizados no processo de (re)construção do texto escrito. Núcleo de Alfabetização e Letramento Encontro de Professoras do 1º ciclo EIXO 4: PRODUÇÃO ESCRITA.

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Núcleo de Alfabetização e Letramento Encontro de Professoras do 1º ciclo EIXO 4: PRODUÇÃO ESCRITA

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Presentation Transcript


  1. Procedimentos, capacidades e estratégias utilizados no processo de (re)construção do texto escrito. Núcleo de Alfabetização e LetramentoEncontro de Professoras do 1º cicloEIXO 4:PRODUÇÃO ESCRITA

  2. “Na realidade, toda palavra comporta duas faces.Ela é determinada tanto pelo fato de que procede de alguém, como pelo fato de que se dirige para alguém.Ela constitui justamente o produto da interação do locutor e do ouvinte. Toda palavra serve de expressão a um em relação ao outro.” Mikhail Bakhtin

  3. TEXTO • “Qualquer produção linguística, falada ou escrita, de qualquer tamanho, que possa fazer sentido numa situação de comunicação humana, isto é, numa situação de interlocução”. (Costa Val, 2000)

  4. CONSIDERAÇÕES SOBRE O DISCURSO ORAL • O conhecimento do discurso oral que a criança possui ao entrar para a escola a caracteriza como participante de um grupo social, no qual ela se reconhece como integrante, assim como é reconhecida. • É compreensível que a criança se utilize dos conhecimentos que detém como usuária da linguagem oral, para refletir e começar a usar a linguagem escrita. Ela deve ir aprendendo, aos poucos, que estes conhecimentos não podem ser simplesmente transferidos para a linguagem escrita, até porque não lhe são suficientes.

  5. DISCURSO ORAL E DISCURSO ESCRITO • A linguagem escrita não é somente uma grafia representando um “som” da fala, mas além disso é uma linguagem particular, diversa da fala e capaz de dar significado.Não se trata de uma oposição “oral/escrito”, mas sim de uma diferença na organização do discurso para um fim: a comunicação • Aprender a escrever é mais do que aprender a grafar sons, com práticas meramente centradas na ortografia e na gramática. É aprender novos modos de discurso, novos modos de se relacionar com interlocutores, novos modos de se relacionar com temas e significados, novos motivos para se comunicar em novas situações. É construir uma nova inserção cultural.

  6. ALGUMAS DIFERENÇAS ENTRE O DISCURSO ORAL E O ESCRITO Os conhecimentos necessários para a produção do texto oral diferem daqueles necessários ao texto escrito. Para a produção do texto escrito, são necessários os seguintes conhecimentos: conhecimento da linguagem escrita como uma nova formade linguagem, consagrada socialmente, para ler e dizer o conhecimento de mundo; esta linguagem, como espaço de interlocução, pressupõe um determinado leitor, o conhecimento deste leitor e a relação escritor/leitor;

  7. conhecimento relativo às especificidades da produção do textoescrito, em relação à produção do texto oral, ressaltando-se que aquele é produzido distante da situação de enunciação, o que exclui a possibilidade de uso de procedimentos paralingüísticos (gestos, entonação e outros), além da falta de fluxo contínuo falante/ouvinte que cria a possibilidade simultânea de auto-correções e reelaborações;

  8. conhecimento do sistema alfabético-ortográfico da línguaportuguesa, de critérios de segmentação de palavras e das arbitrariedades de ambos; conhecimento relativo à organização dos variados gênerostextuais, tanto em nível de orientação gráfico-espacial, quanto em nível discursivo, considerando-se a hierarquização, a organização e a recorrência das informações;

  9. conhecimento relativo à coerência e coesão textual escrita, tanto em nível local, quanto em nível sintático-discursivo (gerador de diferentes textualidades). Incluindo aqui os sinais de pontuação. O aprendizado de produzir textos é complexo por envolver uma gama enorme de conhecimentos e a coordenação (ensino) destes conhecimentos. (Capacidades de Produção Escrita para o 1º ciclo)

  10. ASSUMIR-SE COMO LOCUTOR implica implica TER O QUE DIZER ESCOLHER AS ESTRATÉGIAS PARA DIZER supõe supõe RAZÕES PARA DIZER INTERLOCUORES A QUEM exige SE DIZ RELAÇÃO INTERLOCUTIVA

  11. A construção do discurso escrito • LÍNGUA ESCRITA ESCRITA DA LINGUAGEM (notação, registro gráfico) Ortografia Segmentação Maiúscula Pontuação parágrafo LINGUAGEM ESCRITA (texto – unidade linguística de comunicação) Propósito Gênero Estrutura Sintaxe vocabulário

  12. MOTIVAÇÃO OU NECESSIDADES NO PROCESSO DE PRODUÇÃO ESCRITA Muitas vezes as crianças mostram-se desmotivadas para aprender a escrever. Não sentem nenhuma necessidade da escrita e não têm muita idéia de sua utilidade. Já na fala, todas as frases são impelidas por algum motivo, desejo ou necessidade. Os motivos para escrever são mais abstratos e distantes das necessidades imediatas.

  13. ENTÃO, NO ENSINO... • Focar o trabalho da linguagem escrita em suas características específicas e não apenas na escrita de letras; • Organizar as práticas de modo que a leitura e a escrita se tornem necessárias às crianças; • A escrita deve ser incorporada a uma tarefa necessária, desejada e relevante para a vida; • Considerar as diferentes linguagens de um gênero discursivo para outro. • Durante o ato de escrever, utilizamos nosso conhecimento básico sobre a língua. É no momento que lemos o que acabamos de escrever que controlamos nossa escrita, mesmo porque temos em mente um leitor. As, crianças, escritores principiantes, não escrevem assim. Geralmente vão preenchendo as linhas, sem pausas para avaliar o que já está escrito. Pouco se preocupam, também com a ortografia, pontuação, etc. Ensinar esses aspectos gramaticais é fundamental´para o entendimento do texto e deve ser feito nessa perspectiva.

  14. Língua enquanto interação social, vai se constituindo pela ação dos usuários Texto: interação verbal, palavra de alguém que tem o que dizer e efetivamente destinada a um interlocutor. Ensino: foco no uso – reflexão – uso; Professor: leitor e co-autor dos textos dos alunos; Passar à limpo: (re) elaboração textual. REDAÇÃO X PRODUÇÃO DE TEXTOS • Língua enquanto código, pronto para ser apropriado; • Texto: escrita artificial e desprovida de sentido, típica e exclusivamente escolar • Ensino: foco no produto, atenção a ortografia, pontuação e sintaxe; • Professor: olhar corretivo e modelar; • Passar à limpo: cópia da correção feita pelo professor.

  15. Características que fazem um texto ser realmente um texto e não um conjunto de frases soltas: Coerência, coesão intencionalidade, intertextualidade, aceitabilidade, situcionalidade e informatividade. (COSTA VAL, 2000) . • TEXTUALIDADE E TEXTUALIZAÇÃO

  16. Textualidade de textualização COERÊNCIA Aquilo que faz com que um texto nos pareça lógico, com sentido. A coerência é um princípio básico da interpretabilidade e portanto, não existe um texto incoerente em si, mas o texto pode ser incoerente em/para determindada situação comunicativa. Ao dizer que um texto é incoerente, temos que especificar as condições de incoerência. COESÃO Inter-relacionamento entre os elementos lingüísticos do texto, nem sempre vem pronta no texto, é um princípio de textualização que as pessoas aplicam aos textos com o intuito de atribuir sentido à seqüência de palavras e frases soltas com que deparam.

  17. Circuito Fechado Ricardo Ramos Chinelos, vaso, descarga. Pia, sabonete. Água. Escova, creme dental, água, espuma, creme de barbear, pincel, espuma, gilete, água, cortina, sabonete, água fria, água quente, toalha. Creme para cabelo, pente. Cueca, camisa, abotoaduras, calça, meias, sapatos, telefone, agenda, copo com lápis, caneta, blocos de notas, espátula, pastas, caixa de entrada, de saída, vaso com plantas, quadros, papéis, cigarro, fósforo. Bandeja, xícara pequena. Cigarro e fósforo. Papéis, telefone, relatórios, cartas, notas, vales, cheques, memorandos, bilhetes, telefone, papéis. Relógio. Mesa, cavalete, cinzeiros, cadeiras, esboços de anúncios, fotos, cigarro, fósforo, bloco de papel, caneta, projetos de filmes, xícara, cartaz, lápis, cigarro, fósforo, quadro-negro, giz, papel. Mictório, pia, água. Táxi. Mesa, toalha, cadeiras, copos, pratos, talheres, garrafa, guardanapo. xícara. Maço de cigarros, caixa de fósforos. Escova de dentes, pasta, água. Mesa e poltrona, papéis, telefone, revista, copo de papel, cigarro, fósforo, telefone interno, gravata, paletó. Carteira, níqueis, documentos, caneta, chaves, lenço, relógio, maço de cigarros, caixa de fósforos. Jornal. Mesa, cadeiras, xícara e pires, prato, bule, talheres, guardanapos. Quadros. Pasta, carro. Cigarro, fósforo. Mesa e poltrona, cadeira, cinzeiro, papéis, externo, papéis, prova de anúncio, caneta e papel, relógio, papel, pasta, cigarro, fósforo, papel e caneta, telefone, caneta e papel, telefone, papéis, folheto, xícara, jornal, cigarro, fósforo, papel e caneta. Carro. Maço de cigarros, caixa de fósforos. Paletó, gravata. Poltrona, copo, revista. Quadros. Mesa, cadeiras, pratos, talheres, copos, guardanapos. Xícaras, cigarro e fósforo. Poltrona, livro. Cigarro e fósforo. Televisor, poltrona. Cigarro e fósforo. Abotoaduras, camisa, sapatos, meias, calça, cueca, pijama, espuma, água. Chinelos. Coberta, cama, travesseiro.

  18. A pesca \ Affonso Romano de Sant’Anna o anilo anzolo azulo silêncioo tempoo peixe a agulha vertical mergulha a águaa linhaa espuma o tempoa âncorao peixe • a gargantaa âncorao peixe a bocao arrancoo rasgão aberta a águaaberta a chagaaberto o anzol aquelíneoágilclaroestabanado o peixea areiao sol

  19. Textualidade e textualização INTERTEXTUALIDADE Nossa compreensão de um texto depende assim de nossas experiências de vida, de nossas vivências, de nosso conhecimento de mundo, de nossas leituras. Quanto mais amplo o cabedal de conhecimentos do leitor maior será sua competência para perceber que o texto dialoga com outros, por meio de referências, alusões ou citações, e mais ampla será sua compreensão.

  20. INFORMATIVIDADE Diz respeito ao nível de novidade que cada um atribui a um texto. O grau de informatividade está diretamente relacionado à informação veiculada: previsível / imprevisível, esperada / não-esperada. Quanto mais previsível, menor será o grau de informatividade

  21. O JACARÉ BEBE CAFÉ. A JIBÓIA BEBE CAJUADA. E O BODE? O BODE JOGA DADO E BEBE ÁGUA DE COCO. NA LATA DE CHÁ HÁ BALAS. A BALA É DE BANANA. A BANANADA ESTÁ NA LATA. LALÁ LAVA A LATA.

  22. Não se pode dizer que um texto é bom ou ruim, coerente ou incoerente, com sentido ou sem sentido, sem considerar a situação de interlocução em que ele acontece. Todo texto tem que ser pensado em função de seu contexto. A grande questão não é se a fala ou escrita tem ou não tem coerência, mas sim se apresenta de modo a facilitar o trabalho de textualização por parte do leitor, de modo a obter a aceitabilidade dele

  23. Em geral, essas características estão relacionadas ao conhecimentos linguísticos de quem escreve e aos objetivos de quem lê.(Costa Val, 2000)

  24. TIPO, GÊNERO OU SUPORTE? Enciclopédias e dicionários? Outdoor? Envelope? Embalagem?

  25. TIPO TEXTUAL • Designa uma espécie de construção técnica definida pela natureza lingüística de sua composição: • Lexicais • Sintáticos • Tempos verbais • Relações lógicas NARRAÇÃO-ARGUMENTAÇÃO-EXPOSIÇÃO-INJUNÇÃO-DESCRIÇÃO-DIALOGAL

  26. GÊNEROS TEXTUAIS Referem-se aos textos que encontramos em nossa vida diária e que apresentam características sócio-comunicativas definidas por conteúdos, propriedades funcionais, estilo e composição.

  27. SUPORTE TEXTUAL Um locus físico ou virtual com formato específico que serve de base ou ambiente de fixação do gênero materializado como texto...Superfície física em formato específico que suporta, fixa e mostra um texto. (Marcuschi, 2003)

  28. Paulo, te amo, me ligue o mais rápido que puder. Te espero no fone 55 44 33 22 Verônica Que gênero textual é este?

  29. O suporte é um tipo de artefato funcional constituído numa relação com o gênero. Papel sobre a mesa: bilhete Secretária eletrônica: recado Remetido pelos correios em formulário próprio: telegrama Exposto num outdoor: declaração de amor

  30. Todos os textos se realizam em algum gênero e todos os gêneros comportam uma ou mais seqüências tipológicas e são produzidos em algum domínio discursivo, sendo que os textos sempre se fixam em algum suporte pelo qual atingem a sociedade. Assim...

  31. CONDIÇÕES DE PRODUÇÃO • Quem escreve? ( autor virtual) • Para quem se escreve? (quem é o leitor) • Para que se escreve? (objetivo do texto) • Sobre o que se escreve? (tema ou assunto) • Onde se escreve? (suporte) • Como se escreve? (linguagem)

  32. A proposta curricular de Língua Portuguesa deve: • Considerar como unidade de ensino o texto, em suas variadas formas (gêneros) • Propor um ensino e uma aprendizagem em espiral, isto é, que os gêneros textuais sejam periodicamente retomados, aprofundados e ampliados de acordo com o ciclo (idade) • Ser trabalhada em função do eixo: USOREFLEXÃO USO

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