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O ESPELHO: ENCONTRO DE SABERES. Era uma vez … … Um professor curioso por saberes diferentes . Enquanto muitos achavam determinadas posições crendices ou até ignorância , ele procurava desvendar os segredos que fundavam os comportamentos e as opiniões das pessoas.
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O ESPELHO: ENCONTRO DE SABERES
Era umavez… … Um professor curiosoporsaberesdiferentes. Enquantomuitosachavamdeterminadasposiçõescrendicesouatéignorância, eleprocuravadesvendarossegredosquefundavamoscomportamentos e as opiniões das pessoas.
Um dia, nasandançasdavida, percorria um bairropobre e foi a umareuniãoparadiscussão de problemasnumacomunidade.
Durante a reunião, inesperadamente o tempo fechou e começou a se ouvir um vento forte. Aoprimeirorelâmpago, seguido de forte trovão,
A donada casa correupara cobrir o espelho com uma toalha
Voltou à reunião e se surpreendeu com a ignorância do professor quenãosabiaporqueelafoicobrir o espelho. Naquelacomunidadeera praxecobrirosespelhosquando o tempo fechava e, principalmentequandorelampagueava. Tinhamesse costume paraevitarque o espelhoatraísseraios.
O professor manifestoucuriosidade, porquenãoconseguiaimaginar o que num espelhopoderiaatrairraios e, muitomenos, comoumatoalhapoderiaimpedirque o espelhoatraísseraios.
Diantedacuriosidade do professor, osparticipantesdareuniãocomeçaram a buscaridentificar a razãodaatração dos raios.
Francisco ponderouquenão podia ser a maneiradaarmação do espelho, porque a casa emqueestavam era de madeira e, se madeiraatraísseraio, a madeirada casa atrairia e com maisforça, porquetinhamaismadeira do que o espelho.
José continuoudizendoquenão podia ser o vidro, porque a casa tinhavidrosnasjanelas, queatrairiamraios.
A curiosidade e a buscasolidária das razõesquefundamentavam o costume de tapar o espelho com umatoalhaaumentaram. Aconteceu o inusitado.
Sem se darconta, num determinadomomento, Jéfersonfoibuscar o espelho e, com o espelhosobre a mesa, começaram a buscar o que o espelhotinhaquepudesseatrairraio.
Nãopodiam ser ospreguinhosqueseguravam o papelãoatrás do espelho, porquena casa haviamuitospregos e maiores do queesses.
Não podia ser o papelão, porquecaixas e objetosdesse material tambémhaviaemabundânciapela casa.
Enquantolátrovejava e relampagueava, osparticipantes da reuniãoestavamemtorno de uma mesa e desmontavam o espelho, procurandodescobrir o que o espelhotinhaquepudesseatrairraios. Àcertaaltura, começaram a desmontar o espelho. De repente, Felipe disse:
“Deve ser estatinta, atrás do vidro, quetransforma o vidroemespelho”
Depois de muitareflexão e troca de ideias, chegaram à conclusão de quedeveria ser esse o motivodaatração do raio. Só podia seraquelatinta.
Descobriramquea “tinta” é do mesmo material com o qual se faz o pára-raios. Portanto, o quepareciaignorânciaoucrendicetinhafundamento.
Conversandosobre o fato, chegaram à conclusão de que a quantiaquehavia no espelho era muitopequena para poderatrairosraios e gerarmedonaspessoas, mas nãotinhanenhumpoder de impedir um raio de atingirseualvo.
O professor nãosabiaque o espelhotinhanitrato de prata, nemque o nitrato de prataatrairaio, nemque o pára-raiosé feito com ele.
Aprendeu no diálogo com osquetinham o costume de cobrirespelhos com toalhas, quando o tempo fechava, paraevitarqueatraíssemraios.
Os moradoresnuncatinhamparadoparapensarsobre o costume de cobrirespelhos com toalhas. Descobriramque, embora o material tivesse o poder de atração, era muitopoucopara, de fato, atrairalgumraio.
E, no encontrorespeitoso entre parceiros com saberesdiferentes, o professor nãodesqualificouseusinterlocutorescomoignorantesnemdesqualificousuaexplicaçãocomocrendicesemsentido.
Os portadores do costume de taparespelhos com toalhanão se recusavam a explicarporquetinhamesse costume e, muitomenos, deixaram de buscarcoletivamente o que, no espelho, tinha o poder de atrairraios.
No diálogorespeitoso, realizou-se um encontro de saberesdiferentes e tanto o professor como a comunidadeaprenderam. O professor aprendeuque o material do pára-raios, empequenaquantidade, estánatinta dos espelhos.
Os membrosdacomunidadedescobriramquenãohárazãoparatermedo, nemparataparespelhos com toalhas, porque a quantidade do material é muitoreduzidaparaatrairraios.
O profesorjáesteveváriasvezesnacomunidade, emdias de tempo fechado, e percebeuquenãotapavammaisosespelhos com toalhas.
(BRASIL, Ministérioda Educação. Secretaria de Educação Básica. Conselhoescolar e o respeito e a valorização do saber e dacultura do estudante e dacomunidade. Brasília:MEC, SEB, Caderno 3, 2004. p. 57-59)