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Universidade Tecnológica Federal do Paraná Mestrado Profissional em Tecnologia de Alimentos Análise Estatística de Experimentos Profª Sheila Regina Oro. EXPERIMENTOS FATORIAIS. Francisco Beltrão Agosto, 2013. Experimentos Fatoriais.
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Universidade Tecnológica Federal do Paraná Mestrado Profissional em Tecnologia de Alimentos Análise Estatística de Experimentos Profª Sheila Regina Oro EXPERIMENTOS FATORIAIS Francisco Beltrão Agosto, 2013
Experimentos Fatoriais • Projeto experimental em que os ensaios são realizados de forma proposital e com causas controladas (fatores). • É necessário o controle das causas para que as respostas obtidas nos ensaios sejam devidas somente aos efeitos dos tratamentos realizados e não a outras causas. • O pesquisador deve considerar a presença de efeitos “não controláveis” (variação ao acaso). 2
Experimentos Fatoriais • Cada nível de um fator é ensaiado com todos os níveis dos outros fatores, para testar principalmente se há diferença no valor esperado da resposta entre os níveis de cada fator e se há interação entre os fatores. • Fator: variável independente • Ex.: solventes, aditivos, temperatura • Níveis: • Ex.: ausência ou presença; -1, controle, +1; 50ºC , 75ºC , 100ºC 3
Exemplo 1: Solventes • Um pesquisador está interessado em estudar a extração de pigmentos naturais, com aplicação como corante em alimentos. Numa primeira etapa tem-se a necessidade de escolher o melhor solvente extrator dentre os seguintes: E50, EAW, MAW, E70, M1M. A escolha do(s) melhor(es) solventes foi realizada através da medida da absorbância de um pigmento natural do fruto de baguaçú. 4
Exemplo 1: Solventes • Fator: solvente • Níveis: 5 (E50, EAW, MAW, E70, M1M) • Repetições: 5 • Tratamentos: 5 • Ensaios: 25 (Repetições x Tratamentos) • Unidade experimental:10 gramas de polpa • Casualização: a partir de 1kg de polpa, foram retiradas as amostras de 10g para a aplicação dos tratamentos, numa ordem aleatória. 5
Modelo – 1 Fator Efeito de cada nível Média geral Erro Resposta nível i repetição j Suposições: 1) os erros aleatórios são independentes; 2) os erros aleatórios são normalmente distribuídos; 3) os erros aleatórios tem média 0 (zero) e variância 2; 4) a variância, 2, deve ser constante para todos os níveis do fator. 5) as observações são adequadamente descritas pelo modelo
1 Fator – Efeito Fixo • Níveis do fator selecionados pelo pesquisador • Hipóteses: H0: 1= 2=...= a H1: i j para pelo menos um par (i,j) 1-3.1 Decomposição da soma de quadrados total Corrigida para a média 8 SSTotal= SSTratamentos+ SSErro
1 Fator – Efeito Fixo Decomposição da soma de quadrados total SSTotal = SSTratamentos + SSErro 9
1 Fator – Efeito Fixo Variância do tratamento i Variância combinada dos a tratamentos 10 10 10 10
1 Fator – Efeito Fixo Variância entre tratamentos Graus de liberdade SSTotal : an-1 SSTratamentos : a-1 SSerro : a(n-1) 11 11 11 11
1 Fator – Efeito Fixo Quadrados médios Esperança dos quadrados médios 12
1 Fator – Efeito Fixo Teste: Análise Estatística • Critério para rejeição de H0: F0 > F,a-1,N-a valor p < 5% • valor-p: probabilidade de rejeitar a hipótese nula devido a variações aleatórias. 13
1 Fator – Efeito Fixo Valor p N = an 14
1 Fator – Efeito Fixo Teste de Tukey dms = diferença mínima significativa qα; r; gl_erro: valor tabelado QMerro: quadrado médio do resíduo (ANOVA) r: número de repetições de cada tratamento
Exemplo 1: Solventes Tabela 1.1 Dados de absorbância de cada um dos solventes 16
Exemplo 1: Solventes • Há suspeita de que o tipo de solvente esteja afetando a absorbância. • Distribuições assimétricas. • Valor discrepante observado para o solvente E70. 17
Exemplo 1: Solventes • Minitab • Stat – Basic Statistics – Display Descriptive Statistics Total Variable Count Mean StDev CoefVar Minimum Median Maximum Range E50 5 0,5393 0,0266 4,94 0,5096 0,5553 0,5623 0,0527 EAW 5 0,5669 0,0154 2,72 0,5436 0,5660 0,5860 0,0424 MAW50,44960,03728,280,40940,43210,50100,0916 E70 5 0,6363 0,0656 10,31 0,5826 0,6143 0,7498 0,1672 M1M 5 0,1968 0,0238 12,11 0,1651 0,1954 0,2249 0,0598 18
Exemplo 1: Solventes • Minitab • Stat – ANOVA – One-Way (Unstacked) – Comparisons – Tukey’s • O teste da ANOVA confirma que o tipo de solvente afeta a absorbância. • F5%;4;20 = 2,87 • Valor-p < 5% • 95,29% da variância total é explicada pela reta obtida do modelo de regressão linear 19
Exemplo 1: Solventes • O teste de Tukey apontou que os solventes que não diferem entre si quanto aos valores esperados de absorbância são: • E50 e EAW • E70 e EAW • Todos os demais diferem significativamente entre si. • A diferença mínima significativa (dms) calculada foi de 0,0718783. 20
1 Fator – Efeito Fixo Qual teste de comparações múltiplas usar? O LSD é eficiente para detectar diferenças verdadeiras nas médias se ele for aplicado apenas depois do teste F da ANOVA, se significativo a 5%. Idem para o Duncan. Estes métodos não contém o erro tipo I (erro geral ou experimentwise error). Como o teste de Tukey controla este erro, ele é o preferido pelos estatísticos. Se a comparação for com um grupo controle, utiliza-se Dunnett. 21
1 Fator – Efeito Fixo Estimação dos parâmetros do modelo Estimativas da média geral e dos efeitos dos tratamentos: Estimativa pontual de i: dado i= + i, temos: 22
1 Fator – Efeito Fixo Um intervalo de confiança para i é dado por: Intervalo de confiança para a diferença entre quaisquer duas médias i-j: 23
Exemplo 1: Solventes Estimativas da média geral e dos efeitos dos tratamentos: 24
Exemplo 1: Solventes Um intervalo de confiança para 4 é dado por: Intervalo de confiança para a diferença entre as médias 3 e 4: 25
1 Fator – Efeito Fixo Dados desbalanceados: O número de observações dentro de cada tratamento é diferente. 26
1 Fator – Efeito Fixo Diagnóstico do Modelo Verificar se as pressuposições básicas do modelo são válidas fazendo a análise de resíduos. Define-se o resíduo da ij-ésima observação como: A suposição de normalidade Vamos usar o gráfico normal de probabilidades: sob normalidade dos erros, estes devem seguir uma reta de 45o. 27
Exemplo 1: Solventes • Alguns valores negativos dos resíduos (mais extremos) deveriam ser maiores; alguns valores positivos dos resíduos deveriam ser menores, com exceção do último valor que deveria ser maior. • O gráfico indica que os resíduos (erros) podem ter distribuição normal. • Existe um resíduo que é muito maior que os demais, este valor é denominado outlier. Deve-se fazer uma investigação sobre esse valor. Só eliminar um outlier se tiver uma justificativa não estatística, caso contrário, fazer duas análises: uma com e outra sem o outlier. Usar métodos não paramétricos. Transformação. • Se algum resíduo padronizado (dij) for maior do que |3| ele é um outlier. 28
Exemplo 1: Solventes Gráfico de resíduos no tempo Usado para verificar se existe correlação entre os resíduos. Uma tendência de ter resíduos positivos e negativos indica uma correlação positiva. Isto implica que a suposição de independência dos erros foi violada. Isto é um problema sério, e até difícil de resolver. Se possível evitar este problema. A casualização adequada pode garantir a independência. 29
Exemplo 1: Solventes Gráfico dos resíduos versos valores preditos A distribuição dos pontos é aleatória. Útil para verificar se as variâncias são heterogêneas (forma de megafone). Devido à presença de um outlier as variâncias podem não ser homogêneas. Na presença de heterogeneidade de variâncias é usual aplicar uma transformação nos dados (Box-Cox). Pode-se usar os testes não-paramétricos (Kruskal-Wallis). 30
Exemplo 1: Solventes Transformação Box-Cox Usada para homogeneizar as variâncias. As conclusões são realizadas para os dados transformados. 31
Exemplo 1: Solventes Teste de Levene 1) Calcular os resíduos da análise de variância; 2) Fazer uma análise de variância dos valores absolutos desses resíduos; 3) Se as variâncias são homogêneas, o resultado do teste F será não significativo. FV GL SQ QM F P Solventes 4 0,003576 0,000894 2,00 0,134 Error 20 0,008944 0,000447 Total 24 0,012519 Conclusão: Aceita-se a hipótese de que as variâncias são homogêneas, pois valor-p > 5%. 32
ANOVA 2 Fatores • Fator A com i níveis e fator B com j níveis. • ij = diferentes combinações de níveis dos dois fatores (tratamentos). • kij = número de observações do tratamento. • Fatores A e B podem influir na variável dependente de forma isolada, denominados efeitos principais, e de forma combinada, efeito de uma combinação específica dos fatores A e B.
ANOVA 2 Fatores • O teste de hipóteses para dois fatores A e B tem três hipóteses nulas: • H0 : Não há efeito principal do fator A • H0 : Não há efeito principal do fator B. • H0 : Não há combinação de efeitos. • H1 : Há efeito em cada um dos três casos.
ANOVA 2 Fatores Efeito de cada nível do fator A Efeito de cada nível do fator B Modelo Média geral Efeito de cada nível da interação Cada observação da variável resposta Erro
ANOVA 2 Fatores • Observações de cada célula ab: amostra aleatória de tamanho r; • Cada uma das ab populações é normalmente distribuída; • Todas as populações têm a mesma variância; • Os parâmetros , e satisfazem as condições: • e Suposições do modelo
Exemplo 2: Antibiótico e Vitamina • Considere o experimento que visa estudar o efeito simultâneo do uso (ou não) de antibióticos e de vitamina B12 (ou não) no aumento de peso (kg) diário em suínos. Faça uma análise estatística do experimento com a finalidade de verificar se existe diferença estatisticamente significativa entre os tratamentos, adotando um nível de confiança de 95%. • Experimento: 2 fatores, 2 níveis e 3 repetições. • Tratamentos: 4 • Unidades experimentais: 12
Exemplo 2: Antibiótico e Vitamina • A tabela a seguir indica os valores observados na amostragem. • - sem antibiótico (a0) • - com 40g de antibiótico (a1) • - sem vitamina B12 (b0) • - com 5mg de vitamina B12 (b1)
Exemplo 2: Antibiótico e Vitamina • Nesse experimento vamos verificar os efeitos individuais do uso de antibiótico ou da vitamina B12 no aumento de peso dos suínos, além de estudar a interação desses dois fatores. • Fatores: Antibiótico (A) e Vitamina B12 (B); • Níveis: a0 (sem antibiótico) e a1 (com antibiótico); b0 (sem Vitamina B12) e b1 (com vitamina B12), respectivamente, adicionados a uma dieta básica de suínos.
Exemplo 2: Antibiótico e Vitamina • Há suspeita de que os níveis de antibiótico e/ou vitamina influenciam o peso dos suínos. • Distribuições simétricas.
Exemplo 2: Antibiótico e Vitamina MINITAB:/Stat/ANOVA/Two-way Conclusão: pelo menos duas médias de tratamentos diferem significativamente entre si quanto ao ganho de peso diário de suínos. Como a interação é significativa (valor-p < 5%), os fatores antibiótico e vitamina não atuam independentemente na variável resposta (peso).
Exemplo 2: Antibiótico e Vitamina O que fazer agora? • Como a interação é significativa deve-se fazer o desdobramento da interação. • Além disso, como os dois efeitos principais são significativos deve-se estudar o comportamento de um fator dentro dos níveis do outro; • Caso apenas um dos efeitos principais fosse significativo, seria necessário estudar apenas o comportamento do fator não significativo dentro dos níveis do outro fator.
EFEITO SIMPLES DE UM FATORMedida da variação que ocorre com a característica em estudo (peso, neste caso) correspondente às variações nos níveis desse fator, em cada um dos níveis do outro fator. Exemplo 2: Antibiótico e Vitamina
EFEITO SIMPLES DE UM FATOR Exemplo 2: Antibiótico e Vitamina • Na ausência da vitamina existe uma diferença no peso diário dos suínos. A estimativa desta diferença é dada por • Somente o efeito do antibiótico prejudica o peso diário dos suínos.
EFEITO SIMPLES DE UM FATOR Exemplo 2: Antibiótico e Vitamina • Quando se utiliza a dose de vitamina B12, também existe uma diferença no peso diário dos suínos. • A combinação do uso de antibiótico e vitamina favorece o peso diário dos suínos.
EFEITO PRINCIPAL DE UM FATOR Exemplo 2: Antibiótico e Vitamina • Quanto mudou a variável resposta devido à mudança no nível do fator.
Exemplo 2: Antibiótico e Vitamina • Efeito principal de A • A presença de antibiótico proporciona um aumento de 0,005kg no peso dos suínos; • Efeito principal de B • A presença de vitamina B12 proporciona um aumento de 0,215kg no peso dos suínos;