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FISIOLOGIA DA DIGESTÃO RUMINANTES. CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS DO ESTÔMAGO DOS RUMINANTES. Esôfago · desemboca no limite entre rúmen e retículo; Rúmen · preenche quase totalmente a metade esquerda da cavidade abdominal.
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CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS DO ESTÔMAGO DOS RUMINANTES • Esôfago • · desemboca no limite entre rúmen e retículo; • Rúmen • · preenche quase totalmente a metade esquerda da cavidade abdominal. • · mucosa desprovida de glândulas mas rica em papilas e vilosidades.
Pilar rúmeno-reticular • · delimita a passagem rumeno-reticular, presente forte esfíncter muscular (permite total fechamento do orifício). • Retículo • · cranial ao rúmen , junto ao diafragma, próximo de 2 à 4 cm do saco pericárdico nos bovinos. • · Mucosa em lamínulas colunares em forma de alvéolos.
Omaso • · direita e dorsalmente ao retículo, entre rúmen e fígado; folhas longitudinais projetam-se das paredes laterais; na base encontramos o canal do Omaso . • OBS. O camelo e a lhama não apresentam o omaso e sim uma pequena estrutura análoga pouco desenvolvida • Abomaso • · apresenta 13 a 14 pregas na região fúndica.
FUNÇÕES DOS MOVIMENTOS DOS PRÉ-ESTÔMAGOS NOS RUMINANTES • Permitir o trânsito intestinal; • Permitir a mistura do alimento ingerido; • Permitir a estratificação dos alimentos; • Facilitar o retorno a boca de alimentos grosseiros durante a ruminação;
Favorecer a eructação e consequentemente evitar o timpanismo por acúmulo de gás no saco dorsal do rúmen; • Favorecer o ataque microbiano; • Permitir uma fragmentação mecânica do alimento ingerido; • Favorecer a absorção de água, sais e ácidos graxos livres.
PROPORÇÕES RELATIVAS DOS COMPARTIMENTOS DO ESTÔMAGO DE RUMINANTES DE BEZERROS EM PASTOREIO NATURAL
EFEITO DA ALIMENTAÇÃO SOBRE O VOLUME (L) DOS COMPARTIMENTOS DO ESTÔMAGO EM BEZERROS DE OITO MESES DE IDADE.
O principal estímulo para o desenvolvimento dos pré-estômagos é mecânico, proveniente da alimentação de forragens ou outras “partículas duras”. • A alimentação exclusivamente à base de leite provoca o subdesenvolvimento dos pré-estômagos.
Ciclos de Atividade do Rúmem • Sequência A - (ciclo primário) - É desencadeado por uma contração difásica, repentina do retículo, na qual se contrai e lança o seu conteúdo no rumem. • Imediatamente após o término da segunda contração reticular, o retículo se abre e o conteúdo do início do rúmen transborda de volta para a cavidade reticular.
A onda contrátil agora percorre o rumem, iniciando-se na região do cárdia em direção caudal de modo que o conteúdo do saco dorsal é lançado no saco ventral relaxado. • Logo a seguir, a contração do saco ruminal ventral lança o seu conteúdo para o saco ruminal dorsal agora já relaxado.
Ciclos de Atividade Ruminal • Sequência A modificada - Contração do retículo e saco rumeral dorsal.
Ciclos de Atividade Ruminal • Sequência B - (ciclo secundário) ocorre no sentido caudo-cranial. Inicia com a contração do saco cego caudal ventral ou do saco cego caudal dorsal, a seguir ocorrem a contração do saco cego cranial dorsal e do saco rumenal dorsal e finalmente do saco rumenal ventral. • Portanto na 1a. fase o líquido é transportado dos segmentos dorsais para as partes ventrais, sendo que a ‘bolha’ de gás dorsal é pressionada contra o cárdia. Em seguida, na 2a. fase o conteúdo passa dos segmentos ventrais aos dorsais.
CICLOS DE ATIVIDADE MECÂNICA DO RUMEN E RETÍCULO • CICLO PRIMÁRIO OU SEQUÊNCIA “A” • · Contração difásica reticular • · Contração do saco rumeral dorsal • · Contração do saco cego caudal dorsal • · Contração do saco rumeral ventral • · Contração do saco cego caudal ventral. • OBS. - Sentido Crânio-Caudal. • - Funções específicas - mistura e transporte do conteúdo ao retículo.
CICLOS DE ATIVIDADE MECÂNICA DO RUMEN E RETÍCULO • CICLO SECUNDÁRIO OU SEQUÊNCIA “B” • · Contração do saco cego caudal dorsal e ou ventral • · Contração do saco ruminal dorsal • · Contração do saco ruminal ventral. • OBS. - Sentido Caudo-Cranial. • - Funções específicas - bolha de gás dorsal é pressionada contra o cárdia.
FASES DE CONTRAÇÃO OMASAIS • FASE A : O conteúdo reticular é aspirado para o interior do canal do omaso. Esta fase coincide com a segunda fase de contração reticular e/ou contração do saco rumenal dorsal. • FASE B : O conteúdo do canal do omaso passa para o corpo do omaso devido à contração do canal. • FASE C: Contração do corpo do omaso. O omaso pressiona o seu conteúdo para o interior do Abomaso. • OBS : • · A contração do corpo do omaso ocorre de forma isométrica. • · A contração dos folhetos omasais não têm relevância na mistura do conteúdo omasal. • · O omaso “funciona” como uma bomba de sucção e pressão.
PASSAGEM DOS ALIMENTOS PELOS PRÉ-ESTÔMAGOS DOS RUMINANTES • RÚMEN RETÍCULO • É decisiva a densidade das partículas. Durante o relaxamento dos pré-estômagos ocorre sedimentação dos alimentos mais densos no saco rumenal ventral, porções ventrais do átrio rumenal e retículo. OBS. O tempo de permanência de concentrados e ração líquida no rúmen é menor quando comparado ao capim, feno e material grosseiro
RETÍCULO CANAL DO OMASO • É dependente do tamanho das partículas e da frequência de contrações reticulares ( pico da 2a. fase de contração reticular sucção do material pela abertura do canal do omaso ). • OBS. Bovinos - 3 a 14 Kg de massa seca /dia. 59 a 215 litros de suco rumeno-reticular / dia.
CANAL DO OMASO CORPO DO OMASO • O conteúdo do canal do omaso é pressionado e passa ao interior do omaso. OBS. As partes mais fluidas são absorvidas no corpo do omaso ou passam rapidamente ao abomaso. As partes mais consistentes geralmente são retidas no corpo do omaso. • CORPO DO OMASO ABOMASO • Ocorre durante a contração do corpo do omaso e o conteúdo passa pelo orifício omaso-abomasal. OBS. Pode ocorrer refluxo do conteúdo do omaso ao retículo caso ocorra simultaneamente contração do corpo do omaso e fechamento do orifício omaso-abomasal.
FREQUÊNCIA DOS MOVIMENTOS DOS PRÉ-ESTÔMAGOS • BOVINOS: • · Média : 9 movimentos em cada cinco minutos (9/5’ ) • · Ruminação : 11,5 / 5’ • · Ingestão Alimentar : 14 / 5’ • · Aumento do volume rumenal : aumenta frequência • · Redução pH rumenal : reduz frequência • · Aumento pH rumenal : reduz frequência • OVINOS : 7 a 14 / 5’ • CAPRINOS: 6 a 16/5’ • Vagotomia e Atropinização : parada de atividade dos pré-estômagos. • Secção do Nervo Esplâncnico: não interfere na motilidade dos pré- estômagos.
TIPOS DE RECEPTORES, LOCALIZAÇÃO E EFEITO SOBRE A REGULAÇÃO DOS MOVIMENTOS DOS PRÉ-ESTÔMAGOS NOS RUMINANTES
DIGESTÃO GÁSTRICA NO RUMINANTE JOVEM • Recém Nascido ( 0-24 horas ) • Ao nascer os pré estômagos são pequenos e não funcionais. • Não contém microorganismos e as papilas ruminorreticulares e folhas omasais são rudimentares. • A dieta consiste em colostro, rico em imunoglobulinas. • Não existe secreção de ácido nem pepsinogênio durante o 1º dia, assim a digestão gástrica não ocorre .Os anticorpos colostrais são absorvidos intactamente pela mucosa intestinal por mecanismo fagocítico. ( Aquisição de Imunidade passiva) • O colostro é rico em vitaminas ADE, Ca e Mg. • A proliferação microbiana acontece com a contaminação fecal e do meio que cofigura: E.coli, Estreptococcus e Clostridium Velchii, os quais são detectados dentro de 8 a 16 horas após o nascimento.
Fase pré – Ruminante. (1 dia a 3 semanas) • Durante o período pré ruminante o principal alimento é o leite. • No final deste período o jovem pode degustar alimentos sólidos, que porém, dão pouca contribuição em nutrientes. • O ato de mamar promove secreção salivar e a sucção da teta. • A saliva contém a esterase (, a qual inicia a hidrólise dos lipídios do leite. • Nesta fase ocorre a formação da goteira esofágica, a qual consiste em um ducto provisório conectando os orifícios do cárdia e reticulo omasal, desviando do rumem e retículo. Flui rapidamente pelo omaso chegando ao abomaso. • O ato de sugar e a presença de leite evocam as secreções abomasais, as quais consistem em enzimas proteolíticas, renina ou quimosina ( não existe pepsinogênio neste estágio ) e ácido clorídrico.
A renina agindo sobre o leite com pH de 6,5 por 3-4 minutos pode produzir um coágulo duro consistindo de gordura do leite e das proteínas( caseinogênios) precipitadas como caseinato de cálcio. A fração restante do leite, o soro do leite consiste em proteínas do soro ( albuminas e globulinas ) e açúcar do leite ( lactose ) . O soro entra no duodeno em jorros após cada sucção, com as condições ácidas do duodeno ( pH 5) ocorre formação de um coágulo o qual depois, junto com as proteínas submetem-se a completa proteólise.
Fase Transicional ( 3 a 8 semanas ) • Durante esta fase, são ingeridos os maiores volumes de leite, simultaneamente o animal começa a ingerir maior quantidade de alimentos fibrosos, os quais são responsáveis pelo início da secreção salivar e desenvolvimento ruminoreticular • As glândulas salivares aumentam de tamanho e volume de secreção. O rumem-retículo alteram sua aquisição de microorganismos. Os primeiros organismos, 1 semana após o nascimento, são em grande parte contaminante do leite. • Os ruminantes em transição adquirem seu complemento de mais micróbios normais a partir da ingestão de água e alimentos contaminados com micróbios ruminais eliminados na eructação, boloruminal e fezes de animais mais velhos. • A fermentação microbiana produz ácidos graxos voláteis, os quais são essenciais para o desenvolvimento das papilas ruminorreticulares e das folhas omasais. • Este período é crítico para o estabelecimento do potencial de desenvolvimento do rumem-retículo.
fases pré e pós desmama ( 8 semanas até adulto) • o inicio da fase de pré desmama coincide aproximadamente como o início do declínio natural da lactação, de forma que progressivamente menos leite está disponível na época do desmame. • A não ser que o animal continue a receber leite regularmente, o reflexo de fechamento do sulco reticular torna-se ineficaz e normalmente estará ausente nos animais mais velhos. A massa estomacal vazia assume maior proporção no total da massa gastrintestinal vazia quando o animal se aproxima da idade adulta. • O pepsinogênio substitui a renina nas secreções abomasais.