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Aula n.º 27 A Independência do Brasil A Luta entre liberais e absolutistas. A Independência do Brasil A corte portuguesa permaneceu no Brasil perto de 14 anos e durante esse tempo muita coisa mudou.
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Aula n.º 27A Independência do BrasilA Luta entre liberais e absolutistas
A Independência do Brasil • A corte portuguesa permaneceu no Brasil perto de 14 anos e durante esse tempo muita coisa mudou. • O Rio de Janeiro, sede de governo, transformou-se numa verdadeira capital. Aí se criaram repartições de finanças, de justiça e da políticia, e se fundou o primeiro Banco do Brasil. Construíram-se escolas, hospitais, teatros e bibliotecas. As pessoas passaram a ter novos hábitos e gostos. • Ao mesmo tempo, e com o apoio de D. João VI criaram-se indústrias, rasgaram-se estradas e desenvolveu-se o comércio externo, o qual contribuiu para o aparecimento de uma burguesia rica e poderosa no Brasil. • Quando, em 1821, D. João VI regressou a Portugal, deixou a governar o Brasil o príncipe D. Pedro, que à data tinha 23 anos. • Com o regresso do Rei, as Cortes Constituintes decretaram que: • o Brasil voltasse a ter a condição de colónia portuguesa; • o príncipe D. Pedro, herdeiro do trono português, viesse viver para Portugal.
Perante estas imposições e apoiado pela burguesia brasileira, D. Pedro decidiu permanecer no Brasil. Porém, as Cortes Constituintes enviaram para o Brasil novas ordens a anular todos os poderes do príncipe. Quando D. Pedro recebeu a notícia decidiu declarar a independência do Brasil. Era o dia 7 de Setembro de 1822.
O “Grito do Ipiranga” • Ordenou D. Pedro à escolta que fizesse alto nas margens do ribeiro do Ipiranga (…). E, para toda aquela gente, que tem nele os olhos em pasmo, exclama D. Pedro: • Camaradas! As Cortes de Lisboa querem mesmo escravizar o Brasil: estamos mesmo separados de Portugal! • E, estendendo a espada, repete com toda a força dos seus robustos pulmões: • Independência ou morte”. • Rocha Pombo, História do Brasil Aclamação de D. Pedro como imperador do Brasil
A Luta entre Liberais e Absolutistas • Com a Revolução de 1820, a nobreza e o clero perderam muito dos seus privilégios e por isso nunca aceitaram as ideais liberais. Apoiados pelo infante D. Miguel (filho segundo de D. João VI), começaram a organizar conspirações contra o regime liberal. • Em 1823 já existiam em Portugal dois grupos rivais que se confrontavam: • Os “liberais” – na sua maioria burgueses (comerciantes, proprietários, juízes, advogados) – defendiam a monarquia liberal; • Os “absolutistas” – na sua maioria nobres e clérigos que, chefiados por D. Miguel, pretendiam voltar a impor a monarquia absoluta. • Quando D. João VI morreu, em 1826, sucedeu-lhe D. Pedro (IV), seu filho mais velho, e que já era imperador do Brasil. Então, D. Miguel, aproveitando a ausência do irmão, dissolveu as “Cortes” liberais e fez-se aclamar rei absoluto em 1828.
Um grupo de absolutistas (miguelistas) a aclamar D. Miguel, em Vila Franca. D. Miguel Começa então um período de grandes perseguições aos liberais. Os que não conseguiram fugir para o estrangeiro e para os Açores, foram mortos ou presos. Espalhou-se o terror pelo país.
Ao saber o que se passava em Portugal, D. Pedro resolveu deixar o Brasil e vir para a Europa. Juntou-se aos liberais, que se refugiaram na ilha Terceira, nos Açores, e aí organizou um exército. Em 8 de Junho de 1832, o exército liberal, comandado por D. Pedro, desembarcou na praia de Pampelino/Mindelo e seguiu para a cidade do Porto. Com a chegada de D. Pedro começou em Portugal uma verdadeira “guerra civil” – guerra que põe em confronto cidadãos do mesmo país. De um lado estavam os liberais, do outro os absolutistas (ou miguelistas). Desembarque das tropas liberais na praia de Pampelino, a poucos quilómetros do Porto.
A Entrada dos Liberais no Porto e o Cerco da Cidade Na noite de 8 para 9 de Julho, os liberais foram marchando em direcção ao Porto, sem dormir e quase sem comer (…). Apareceram no Porto na manhã do dia 9. Entraram pelo Carvalhido, seguiram pela rua que hoje tem o nome de 9 de Julho e entraram na Rua de Cedofeita, onde foram ovacionados. Na boca das espingardas, os soldados de D. Pedro traziam uma flor que é muito vulgar no Norte e que, regra geral, tem pétalas azúis e brancas, que eram as cores do rei-soldado. No Sul chama-se hortências e no Norte é conhecida por hidranja. Os soldados colheram-nas pelos caminhos e hasteavam-na triunfalmente no cano das espingardas. À medida que os “Bravos do Mindelo” iam entrando no Porto, os miguelistas fugiam”. Germano Silva, Há 150 anos – O cerco do Porto
A guerra civil durou cerca de dois anos. D. Miguel acabou por ser derrotado e expulso de Portugal em 1834. Nesse mesmo ano D. Pedro IV morreu e o trono foi definitivamente entregue a sua filha D. Maria II. A derrota de D. Miguel contribuiu para o triunfo da monarquia liberal regime que irá manter-se em Portugal até 1910. D. Maria II de Portugal D. Pedro II do Brasil