E N D
Este é um dos títulos mais conhecidos de nossa Mãe Maria. Aliás, é o mais antigo dogma da Igreja: A virgem Maria concebeu por obra do Espírito Santo. Encontramos essa afirmação clara no Evangelho de Mateus (1,22-23) que reconhece em Maria o cumprimento da profecia de Isaías (7,14):
“Eis que a virgem conceberá e dará à luz um filho que será chamado Emmanuel”, que significa Deus Conosco”. A mesma afirmação da virgindade fecunda de Maria aparece claramente no Evangelho de Lucas (1,26-38), no belo episódio da anunciação.
O anjo Gabriel é o mensageiro que traz a notícia de Deus-Pai: “Eis que conceberás um Filho e o darás a luz e o chamarás Jesus. Ele será grande e será chamado Filho do Altíssimo”. “E o nome da virgem era Maria”.
Nestes dois textos sagrados os evangelistas tem um cuidado todo especial de afirmar claramente a concepção virginal de Maria. Este dogma é aceito por católicos e evangélicos. É um dogma fundamental do cristianismo. Mas por que? Aqui precisamos estar muito atentos para não perder o “foco central da verdade”.
Há muitos devotos piedosos de Maria que veem na virgindade apenas uma virtude humana, um mérito que teria tornado aquela menina de Nazaré agradável aos olhos de Deus-Pai. Maria era bela, obediente, santa… mas o significado de sua virgindade ultrapassa infinitamente tudo o eu é humano. Jesus é Filho de Deus. É Deus.
Os primeiros cristãos ao afirmar que o Messias teria nascido de uma virgem queria dizer que ele não era apenas verdadeiro homem. Era também verdadeiro Deus. Essa maravilhosa solidariedade entre o divino e o humano, no coração de Jesus nos dá a certeza de nossa salvação.
Deus toca a nossa terra para nos abrir as portas do céu. A virgindade de Maria é o receptáculo desse mistério.Nele foi tecida a nossa salvação. Enquanto Maria, durante sua gravidez, bordava as roupas que o menino Jesus iria usar, Deus em seu útero tecia a salvação da humanidade. É sempre assim.
As afirmações da Igreja, sobre Maria, não são meros elogios. Ela não precisa de nossos louvores, ainda que todas as gerações a chamem de “bendita”, conforme profetizou no Magnificat (cf. Lc 2,48). O que se diz de Maria aponta para verdades sobre Jesus, que é Deus Conosco, nosso salvador, único caminho verdadeiro para a vida.
Por isso algumas discussões sobre os dogmas marianos, especialmente o da “virgindade perpétua” devem fazer os anjos rir de pena dessa pobre humanidade que se perde na periferia das coisas e esquece o essencial. Muitas vezes acabamos pecando contra a caridade por querer defender a verdade. Não é essa a lógica da tal “Guerra Santa”?
Em nome da verdade se mata! Esse é o fundamentalismo que leva ao terrorismo. Por outro lado não se trata de relativizar as verdades e os dogmas. Maria é sempre virgem, Jesus é Deus e nós somos todos irmãos. Maria une a terra e o céu. Está intimamente unida a Deus e ao povo. Sua virgindade a tornou para sempre Sacrário do Altíssimo, Arca da nossa Salvação!
Texto – Pe. Joãozinho – Música – O Sanctíssima L. Van Bethoven Imagens – Google Formatação – Altair Castro