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Nadabe e Abiu, filhos de Arão, foram mortos pelo fogo que saiu da presença de Deus quando entraram relaxadamente em lugar que não lhes era permitido oficiar como sacerdote. O incidente que resultou na morte desses dois profanos está relatado no livro de Levíticos, no capítulo 10 versos 1 e 2. O texto diz o seguinte:
“Nadabe e Abiú, filhos de Arão, pegaram cada um o seu queimador de incenso, colocaram incenso dentro, puseram fogo e apresentaram a Deus, o Senhor, como oferta. Mas não fizeram isso de acordo com as leis de Deus, e por isso ele não aceitou a oferta. De repente, saiu fogo da presença do Senhor e os matou; e assim os dois morreram ali onde Deus estava”.
Para evitar outras mortes, Deus mandou Moisés advertir os líderes do sacerdócio quanto à imensa prudência que deviam guardar, todas as vezes que fossem se apresentar diante Dele. A advertência dada por Deus a Moisés, encontra-se no livro de Levíticos, no capítulo 16 versos 1 e 2 e as palavras são as seguintes:
“Falou o Senhor a Moisés, depois que morreram os dois filhos de Arão, tendo chegado aqueles diante do Senhor. Então, disse o Senhor a Moisés: Dize a Arão, teu irmão, que não entre no santuário em todo tempo, para dentro do véu, diante do propiciatório que está sobre a arca, para que não morra; porque aparecerei na nuvem sobre o propiciatório”.
Nadabe e Abiú morreram, não porque se apresentaram com “fogo estranho” perante Deus, mas por terem feito esse sacrilégio no Lugar Santíssimo, “para dentro do véu”.
A expressão “para dentro do véu”, na linguagem bíblica, no contexto da expiação, sempre se refere ao Lugar Santíssimo que também é conhecido por Santo dos Santos, Segundo Compartimento, Segundo Tabernáculo, etc. Quanto a essa questão, não é possível ter dúvidas. Os versos da Bíblia que se seguem, não permitem em absoluto, qualquer tentativa de se ter outra opinião que não seja a que está sendo defendida neste artigo.
“Tomará também, de sobre o altar, o incensário cheio de brasas de fogo, diante do Senhor, e dois punhados de incenso aromático bem moído e o trará para dentro do véu. Porá o incenso sobre o fogo, perante o Senhor, para que a nuvem do incenso cubra o propiciatório, que está sobre o Testemunho, para que não morra”. Levíticos 16:12 e 13
“Depois, imolará o bode da oferta pelo pecado, que será para o povo, e trará o seu sangue para dentro do véu; e fará com o seu sangue como fez com o sangue do novilho; aspergi-lo-á no propiciatório e também diante dele”. Levíticos 16:15
“Depois, farás um véu de pano azul, e púrpura, e carmesim, e linho fino torcido; com querubins de obra prima se fará. E o porás sobre quatro colunas de madeira de cetim cobertas de ouro, sobre quatro bases de prata; seus colchetes serão de ouro. Pendurarás o véu debaixo dos colchetes e meterás a arca do Testemunho ali dentro do véu; e este véu vos fará separação entre o santuário e o lugar santíssimo”. Êxodo 26:31 a 36
Assim como a expressão “dentro do véu” claramente é usada na Bíblia para mencionar o Lugar Santíssimo, também a expressão “fora do véu” aparece na Bíblia para se referir ao Lugar Santo, compartimento anterior ao “dentro do véu”.
... e a mesa porás fora do véu, e o castiçal, defronte da mesa, ao lado do tabernáculo, para o sul; e a mesa porás à banda do norte”. Êxodo 26:35 “Pôs também a mesa na tenda da congregação, ao lado do tabernáculo para o norte, fora do véu. E sobre ela pôs em ordem o pão perante o Senhor, como o Senhor ordenara a Moisés.” Êxodo 40:22 e 23
Sabendo que fora do véu significa fora do Santíssimo e que dentro do véu é a mesma coisa que dentro do Santíssimo, então quando o autor do livro Aos Hebreus nos afirma que Cristo entrou no interior do véu, não nos resta alternativa a não ser aceitar que Jesus ascendendo ao céu, entrou no Lugar Santíssimo do santuário celestial onde efetuou uma eterna redenção.
“... a qual temos como âncora da alma segura e firme e que penetra até ao interior dovéu, onde Jesus, nosso precursor, entrou por nós, feito eternamente sumo sacerdote, segundo a ordem de Melquisedeque”. Hebreus 6:19 e 20
Cristo subiu ao céu, entrou no Santíssimo e ofereceu uma única vez o seu sacrifício expiatório. Ao fazer isso, Cristo afirmou-se eternamente como o véu místico através do qual podemos também adentrar no Santíssimo em busca do perdão e da misericórdia do Pai Celestial.
“Tendo, pois, irmãos, ousadia para entrar no Santuário, pelo sangue de Jesus, pelo novo e vivo caminho que ele nos consagrou, pelo véu, isto é, pela sua carne,” Hebreus 10:19 e 29.
Infelizmente, nem mesmo os adventistas foram capazes de compreender essa verdade indiscutível e aceitaram uma versão que não corresponde a um autêntico “assim diz o Senhor”. Ao invés de ficarem com “um assim diz o Senhor”, ficaram com um assim disseram os homens ratificados pela sua profetisa:
18/25 “O ministério do sacerdote, durante o ano todo, no primeiro compartimento do santuário. ‘para dentro do véu’ que formava a porta e separava o lugar santo do pátio externo, representa o ministério que entrou Cristo ao ascender ao céu” O Conflito dos Séculos. P. 420
A verdade dói, mas liberta. Considerando que o autor do livro Aos Hebreus usa as imagens do livro de Levíticos, livro que apresenta o ritual anual da expiação, devemos aceitar que quando ele afirma a entrada de Cristo para além do véu, ele queria que percebessem a entrada de Cristo no Lugar Santíssimo, lugar onde foi realizada em uma única vez, a eterna redenção.
Para aceitar que Cristo entrou apenas em 1844 no Lugar Santíssimo, é preciso mudar o véu do lugar.
Estudo - Elpídio da Cruz Silvae-mail: elpidiocruz@yaoo.com.brIlustração – William Vladimir Comenalee-mail: williamcomenale@ig.com.br